CRÍTICA – Bright (2017, David Ayer)

    Uma Los Angeles inserida em uma realidade fantástica. É nesse contexto que David Ayer estabelece o cenário para o seu novo filme Bright, estrelado por Will Smith e Joel Edgerton. Bright é um filme de ação, com um pouco de comédia e muita fantasia, acrescido de críticas sociais à nossa sociedade atual e à falta de confiança ao que nos é diferente. No painel do filme durante a Comic-Con Experience deste ano, Will Smith o definiu como “se o Dia de Treinamento encontrasse com O Senhor dos Anéis“.

    Na trama, Scott Ward (Will Smith) e Nick Jakoby (Joel Edgerton), são policiais parceiros na polícia de Los Angeles. Jakoby é um orc, raça inimiga dos humanos e que não é vista com bons olhos pelos policiais, inclusive por Scott. Em um erro cometido por Jakoby, Scott leva um tiro e o resultado disso é uma relação conturbada e de pouca confiança entre os parceiros. O aparecimento da elfa Tikka (Lucy Fry) portadora de uma varinha mágica que realiza desejos, transforma a relação dos três em um grande thriller de perseguição; onde apenas um bright (escolhido) pode manusear a varinha, porém todo mundo quer tentar a sorte. A elfa precisa manter a varinha longe da vilã da trama, a elfa Leilah (Noomi Rapace) e seus capangas, pois a varinha em mãos erradas… vocês já imaginam o final, né? Além de Jakoby, Scott, gangues e da vilã, o FBI também está atrás do artefato mágico.

    A forma como o roteirista Max Landis e o diretor David Ayer estabelecem a trama protagonizada por Scott (Will) e Jakoby (Joel), em nada foge das clássicas jornadas que vemos em quase todos os filmes fantásticos: o escolhido para salvar o planeta, o amigo que serve de base para que o escolhido complete a sua missão, o vilão e seus capangas e um personagem guia que leva o escolhido até o problema e o ajuda na solução (e eventualmente morre). A diferença está na condução das situações em que ambos os protagonistas são inseridos ao longo da trama, aproximando, um pouco, a fantasia da realidade.

    Duelos entre gangues por busca de território, a ação extrema da polícia para conter os atritos entre a população, segregação racial e outros temas são abordados ao longo da trama fantástica. Entretanto, o fato de nenhum dos pontos ser devidamente aprofundado torna a abordagem superficial. O exagero nas cenas de ação (apesar de bem executadas) e perseguição acabam tomando conta de boa parte da trama, dificultando a elaboração de personagens e situações.

    A grande vitória em Bright está na ótima relação entre Will e Joel. Apesar de toda a maquiagem, que poderia tornar a interpretação e personalidade do orc um pouco rígida ou sem vida, o entrosamento entre os atores se torna o ponto alto da produção. Os diálogos e reflexões que permeiam os poucos momentos sem ação do filme entregam ótimas cenas de comédia e drama que, por vezes, lembram a relação de Will e Tomy Lee Jones em MIB. Aliás, vale destacar o ótimo trabalho feito na caracterização dos orcs, produzida pela mesma equipe de maquiagem que venceu o Oscar 2017 com Esquadrão Suicida.

    A forma como Max e David tentam abordar temas como racismo, segregação de raças e todos os tipos de preconceitos passa quase que despercebido. Apesar de apresentar o extremo preconceito enraizado em Scott em relação aos orcs, fadas e elfos, a falta de tempo e o formato de filme proposto pelo diretor acaba com todas as tentativas de reflexão sobre o assunto. Uma das cenas em que os policiais passam de carro pelo “bairro dos elfos” e criticam a riqueza e o luxo, por exemplo, ficam perdidas em meio a necessidade de ação o tempo todo. Talvez se a narrativa fosse colocada em outro formato de produto (por exemplo, uma série original Netflix), funcionaria melhor.

    Bright não só repete a fórmula da maioria dos filmes de parceiros policiais, como também de quase todos os universos mágicos já vistos no cinema, na literatura e na televisão. O resultado dessa mistura é um filme apressado, com um ritmo que beira ao alucinante em um espaço de tempo curto para desenvolver todas as ideias que quer abordar.

    No fim, Bright é um filme pipoca, divertido e voltado para o entretenimento, mesmo tendo como pretensão ser algo a mais.

    Avaliação: Ruim

    Confira o trailer:

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