CRÍTICA – Halloween Ends (2022, David Gordon Green)

    Halloween Ends é o terceiro filme da trilogia que se iniciou em 2018 com a volta de Jamie Lee Curtis como Laurie Strode. O longa é dirigido mais uma vez por David Gordon Green.

    SINOPSE DE HALLOWEEN ENDS

    Quatro anos após os eventos de Halloween Kills, Laurie e Allyson (Andi Matichak) retomam sua vida normal, mesmo que o passado volte a assombrá-las em várias oportunidades.

    Enquanto isso, Corey (Rohan Campbell), um jovem morador de Haddonfield, tenta esquecer um trauma por conta de um acidente macabro. Entretanto, a sombras de Michael Myers vai afetar seu julgamento e fazer com que a vida dele e das Strode se cruze.

    ANÁLISE

    Halloween em 2018 foi uma grata surpresa, pois trouxe de volta uma franquia de sucesso que passou por maus bocados com um filme bastante intenso e interessante, com bons personagens e uma batalha muito mais visceral que a dos anos 70.

    Já Halloween Kills tentou inovar, mostrando os danos de Myers em Haddonfield, criando uma onda de caos nos cidadãos que estão à beira da loucura. Mesmo que a execução não tenha sido muito boa, a ideia foi disruptiva e apresentou diversos momentos incríveis dentro do longa.

    Eis que um ano depois temos Halloween Ends, o fechamento da história que perdeu muito fôlego por conta de decisões bem questionáveis do roteiro.

    O longa de 2022 possui uma estrutura curiosa ao apresentar um novo personagem que sofreu, mesmo que de forma indireta, com as ações de Michael e Laurie. A volta do serial killer trouxe consequências catastróficas para o rapaz que cometeu um acidente brutal e que tem dedos apontados para ele o tempo inteiro. Se o roteiro focasse em como apenas a cidade expurga o jovem, seria uma boa sacada, todavia, existem alguns exageros que acabam tornando Corey uma caricatura. A atuação de Rohan Campbell é segura, uma vez que ele possui uma fisicalidade expressiva, demonstrando os sentimentos mais intensos do personagem.

    O filme perde bastante tempo no desenvolvimento de Corey e também de Allyson com um relacionamento xoxo e sem sentido, que escala muito rápido e de forma quase que incompreensível. Mesmo que Halloween Ends mostre a todo o momento que os dois são quebrados, não há justificativa para tamanha paixão.

    O ritmo do longa é irregular, com alguns arcos sendo bem arrastados e outros mais interessantes ficando de molho para um terceiro ato poderoso e que, enfim, traz a catarse ao público. Se Halloween Ends fosse mais focado como sua parte final, seria uma obra marcante.

    Há alguns equívocos por parte de Green quanto a condução das cenas, visto que ele aposta em sustos baratos e cortes imprecisos em momentos chave, principalmente quando falamos dos assassinatos.

    De positivo, a violência é bem gráfica e as mortes são brutais. David Gordon Green consegue entregar momentos para o público vibrar, pois torcemos para o assassino matar algumas das vítimas. Além disso, a população de Haddonfield virou um personagem à parte, uma vez que ao mostrar de forma acertada que boa parte da população precisa de Michael Myers para lucrar por meio do medo ou justificar seu ódio funciona muito bem. Tememos a todo o momento que algo ruim está por acontecer por conta da atmosfera aterrorizante criada pela direção.

    Outro destaque é Jamie Lee Curtis que entrega a sua melhor atuação na franquia. Ela dá mais nuances a Laurie, revelando que por mais que ela tente se desvencilhar do passado, ele sempre volta. Strode quer seguir em frente, mas não consegue. A imposição em tela de Curtis, mesmo em momentos tranquilos é notável e ela entendeu seu tamanho, ficando lado a lado com Myers que aqui está um pouco menos em destaque do que nos dois longas anteriores.

    VEREDITO

    Halloween Ends é um fechamento de uma surpresa boa, mas que deixa um gosto meio amargo ao seu fim. Com dois atos irregulares e foco nos lugares errados, o capítulo de encerramento poderia ser melhor, contudo, ainda diverte, e isso já é algo bem honesto para a franquia.

    Nossa nota

    2,5/5,0

    Leia também:

    CRÍTICA – Halloween Kills (2021, David Gordon Green)

    Noites Sombrias #34 | Halloween e as representações femininas

    Noites Sombrias #12 | Os 10 serial killers mais icônicos do cinema

    Confira o trailer:

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