CRÍTICA – Bayonetta 3 (2022, Nintendo)

    Bayonetta 3, o terceiro jogo da série Bayonetta, foi lançado exclusivamente para Nintendo Switch em 28 de outubro de 2022. Desenvolvido pela PlatinumGames, o game é publicado pela Nintendo em parceria com a SEGA.

    A franquia Bayonetta estreou em 2009 e teve seu segundo título lançado em 2014, ambos disponibilizados para mais plataformas além dos consoles da Nintendo.

    Confira o review de Bayonetta 3 sem spoilers logo após a sinopse.

    SINOPSE

    A bruxa está de volta e mais poderosa do que nunca.

    Percorra vários lugares em um jogo de ação com clímax totalmente novo e espetacular! Bayonetta deve enfrentar um mal misterioso, causado pelo homem, usando suas armas distintas e a habilidade Witch Time, além de queridinhos demoníacos. Atire, pise, abra caminhos e encontre outras bruxas mais ao longo de sua jornada.

    ANÁLISE DE BAYONETTA 3

    A aventura em Bayonetta 3 inicia em clima de encerramento. A batalha que introduz alguns comandos básicos tem proporções dignas do fim da história, embora facilitadas por serem parte do tutorial.

    Essa etapa inicial não deixa dúvidas de que Bayonetta 3 se trata de uma sequência das histórias anteriores. E desde já destaco que esse foi o meu primeiro contato com a franquia Bayonetta.

    Digo isso porque diferente do que experienciei em Xenoblade Chronicles 3 e Nier:Automata (também da PlatinumGames), jogos em que a história funciona bem mesmo que você não tenha contato com os títulos anteriores, em Bayonetta 3 a conexão com a narrativa e com alguns personagens não é plena se você não tiver esse background. A trama não é restritiva, mas acredito que o roteiro seja muito mais atrativo para quem tem esse contato prévio do que para quem não tem.

    Sem entrar em detalhes para não dar spoilers, sobre a narrativa o que tenho para destacar é: trata-se de uma boa história com mistérios interessantes a respeito do multiverso da franquia e de seus personagens. O progresso trazendo novos protagonistas à aventura é um ponto forte, mas é também o quesito em que acredito que o background possa fazer mais falta para a experiência plena.

    Entretanto, confio que Bayonetta 3 será capaz de angariar novos fãs para os títulos anteriores que tiveram o primeiro contato com a série a partir de agora.

    Gráficos e jogabilidade de Bayonetta 3

    Bayonetta 3 é mais um jogo que pauta o debate sobre gráfico ser o ponto central da diversão e das análises. Digo isso porque o jogo começa com belas cutscenes que me lembraram GTA V, especialmente por causa da irreverência dos personagens. Entretanto, também cedo já é perceptível que muitos elementos não possuem um bom refinamento.

    É importante salientar que o mais importante da maioria das situações em todo o jogo possui ótima qualidade gráfica e refinamento. Por exemplo, os personagens e os monstros que enfrentamos são sempre muito bem feitos. A movimentação de Bayonetta e demais protagonistas são muito boas.

    Apesar disso, muitos cenários são escuros e com texturas em baixa qualidade. Esse contraste ocorre tanto na TV, quanto no modo portátil, e na maioria das zonas – com exceção das fases no Egito, que para mim são as melhores. Então isso mostra que o jogo é inconsistente quando o assunto é qualidade gráfica.

    Mas aí entramos no quesito jogabilidade. E é aqui que se acirra o debate: gráfico é tudo?

    A jogabilidade de Bayonetta 3 é incrível. Em geral, o jogo é bastante rápido, e o hardware do Nintendo Switch aguenta firme sem prejuízo aparente. O jogo também é bastante didático, pouco punitivo e oferece uma agradável exploração a cada zona, visto que nem todas as fases disponíveis são óbvias de se encontrar. Isso tudo pode atrair players casuais ou que não estão acostumados com hack’n’slash.

    Há também uma constante alternância entre o embate contra adversários do tamanho de Bayonetta e monstros imensamente maiores que ela, com os quais você tem a oportunidade de enfrentar de igual para igual com os demônios (Infernal Demons) que podemos invocar com a nova habilidade Demon Masquerade.

    Apesar de visualmente bem feito, Gomorrah é o Infernal Demon que oferece uma experiência ruim para controlá-lo em Bayonetta 3
    Créditos: Divulgação / Nintendo

    Isso tudo acontece com uma boa fluidez. O único ponto negativo diz respeito ao demônio Gomorrah. Por se tratar de um monstro gigantesco parecido com Godzilla, sua mobilidade é extremamente lenta. Isso até pode ser compreensível, mas some isso ao fato de que o tempo de resposta dos Infernal Demons são mais lentos que o combate das personagens jogáveis e você tem uma quebra muito grande no ritmo.

    Os Infernal Demons podem ser usados também fora dos combates. E é por isso que Gomorrah se destaca negativamente, pois essa lentidão quebra o ritmo em todas as situações do jogo em que temos que utilizá-lo. Os demais demônios possuem uma cadência muito melhor.

    Um outro ponto negativo de Bayonetta 3 é a ausência de algum botão que permita usar um item rapidamente. Esse recurso é bastante importante em diversos jogos de aventura e hack’n’slash, inclusive no Nier:Automata da própria PlatinumGames, e aqui faz falta. Poderia unificar os dois menus existentes (que se abrem ao pressionar + ou -) e liberar um desses botões para que fosse possível usar um item de batalha rapidamente.

    Os diferentes estilos de jogo em Bayonetta 3

    A alternância entre estilos de jogo é algo que a PlatinumGames faz muito bem. Já havia destacado isso na crítica de Nier:Automata para o Nintendo Switch, pois é algo que me surpreendeu muito nesse jogo, e também preciso mencionar isso sobre Bayonetta 3.

    No novo jogo da bruxona a experiência não é tão incrível quanto no Nier, mas é inegável que a alternância é muito bem feita, especialmente nas fases onde jogamos com Jeanne. Nelas, o game se transforma no que há de melhor no gênero plataforma, e é impossível não se lembrar de franquias como Sonic.

    Bayonetta 3 cadencia o progresso da aventura também com momentos em que a experiência migra para um shoot’em up e dodge’em up e luta entre titãs gigantescos fora do gênero hack’n’slash. À exceção do dodge’em up com Gomorrah no começo do jogo, todos os outros são ótimos.

    Bayonetta 3 é o novo título da série de hack'n'slash lançado em 28 de outubro de 2022 exclusivamente para Nintendo Switch. Review sem spoilers
    Créditos: Divulgação / Nintendo

    A irreverência de Bayonetta 3 se completa com sua excelente trilha sonora. Desde um agradável jazz para a loja que se chama The Gates of Hell, até as épicas faixas dignas dos melhores animes, toda a sonoridade complementa muito bem a experiência em cada modo de jogo, especialmente quando a trilha destoa completamente do que está acontecendo em tela.

    VEREDITO

    Bayonetta 3 traz novos recursos à franquia e potencializa mecânicas tradicionais do gênero hack’n’slash. Ao mesmo tempo, mescla muito bem outros gêneros em meio à gameplay, oferecendo uma experiência marcante para os fãs e bastante positiva para jogadores casuais ou, até mesmo, para quem não está acostumado com os combates ágeis do estilo.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer de Bayonetta 3:

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