CRÍTICA – Detective Pikachu Returns (2023, Nintendo)

    Detective Pikachu Returns é o segundo game da franquia. Com o retorno do adorado e fofinho detetive Pikachu e seu parceiro de investigação Tim. Ambientado dois anos após os acontecimentos do primeiro game, e os incidentes com R, somos lançados à Ryme City. Agora, com Tim e Pikachu estabelecidos e conhecidos por todos da cidade como Detetives, vemos o mundo do game mudar rapidamente aos poucos. E a a paz que tomava a cidade em que Pokémon e humanos coexistiam parece ruir aos poucos, mas evidências apontam que isso se dá não por causa de Pokémon.

    Se mostrando ocasionalmente travado, Detective Pikachu Returns me lembra a jogatina de games mais antigos da franquia Yakuza como os lançados para o PS2. Com poucas cenas animadas e grandes loadings, Detective Pikachu Returns cativa em sua história mas mostra como é possível um grande estúdio focar nos elementos errados de um game.

    SINOPSE

    Desvende uma série de mistérios em Ryme City com um Pikachu tagarela que adora café e seu parceiro humano, Tim Goodman. Quando acontece um roubo de joias, o caso coloca essa dupla dinâmica de detetives em um caminho cheio de mistério. Por que o pai de Tim, Harry, desapareceu? O que está causando os incidentes relacionados aos Pokémon em Ryme City? Responda a essas e outras perguntas procurando pistas, investigando cenas e usando seu caderno de anotações para tirar suas conclusões.

    ANÁLISE

    Detective Pikachu Returns

    Ao longo das 13 horas de gameplay, cumpri todas as missões do game e cumprimentei todos os NPCs possíveis. Desde os Pokémon espalhados por Ryme City até por outras fases. Ao longo dessa gameplay, me senti imerso em muitos dos momentos da história, apenas para ser rapidamente tirado graças às longas telas de loading. Algo engraçado e curioso, é como a relação de Tim e Pikachu se desenvolve, se aprofundando ainda mais neste game do que no anterior.

    Enquanto resolvemos mistérios ligados à vida cotidiana de Ryme City, bem como casos como roubos, ou cidadãos que precisam de ajuda com atividades corriqueiras. Algo que merece destaque e desde os primeiros minutos do game podemos perceber, é que que a liderança da cidade parece preparada caso um novo caso como R aconteça. A PPB, ou Pokémon Protection Bureau é uma agência criada para impedir que Pokémon enfurecidos tomem a cidade como no passado com o caso do R.

    Um elemento curioso do game, é entender que desde seus primeiros minutos, ele nos lança nos perigos que a vindoura ameaça à Ryme City e o mundo podem enfrentar. Durante um evento oficial um Corviknight causa um caos e a partir daí, a história tem início.

    INVESTIGAÇÕES, GAMEPLAY, VISUAL E PROBLEMAS TÉCNICOS

    Detective Pikachu Returns

    As investigações estão no cerne de Detective Pikachu Returns, de modo que não há o que fazer no game para além de sua história. Alguns elementos interessantes do game estão no fato dele misturar a história principal, que é a de Tim tentar encontrar seu pai, com o fato dele precisar ajudar Ryme City. E de uma forma ou de outra, a história da cidade e do pai de Tim se misturam.

    A gameplay acontece como um sidescroller normalmente se desenvolve, mas com algumas peculiaridades. Movimentos laterais e ocasionalmente movimentos para o fundo da tela. Sendo necessário se mover para frente e para trás da trela, o game nos atrapalha por vezes de enxergar tudo em tela. O que causa um desconforto e nos força a caminhar sempre em direção a ela. A gameplay nos força a prestar atenção na história, mas não apenas isso. As mecânicas de reunir informações conforme investigamos é interessante. E o caderninho vermelho nos força a prosseguir sempre que concluímos alguma investigação, nos levando assim ao próximo arco narrativo.

    Detective Pikachu Returns

    Nossas conversas com os Pokémon ao nosso redor, podem garantir ótimas interações e render também grandes parceiros para nossa aventura, pois sem a habilidade deles, não conseguimos prosseguir. Ainda que o mundo do game se mostre por vezes hostil, ele não é nada assim e os perigos são bem menores do que nos games da linha principal dos games Pokémon. Diferente de enfrentar uma equipe que quer dominar o mundo, em Detective Pikachu Returns, os perigos são menores, mas não menos importantes.

    Pokémon têm destruído a cidade e colocado seus cidadãos em risco, mas estranhos personagens parecem ter uma ligação com acontecimentos ligados a isso.

    Algo que me deixou extremamente desmotivado a não encarar o game tão seriamente, é o fato de não haver nenhuma consequência real se não acertarmos as opções do game. Pikachu nos pede para prestar atenção ao reunir os fatos, mas fica por aí. Não há nenhum revés no fato de não prestarmos tanta atenção assim.

    Outro aspecto negativo do game vem do fato dele não possuir uma localização PT-BR nem mesmo em suas legendas, o que torna a experiência um pouco mais difícil para alguns jogadores.

    Ainda que possua um visual fofinho e ok para a franquia, Detective Pikachu Returns falha onde havia um espaço para brilhar. Com pouquíssimas sequências animadas, o game acaba por se mostrar em grande parte uma visual novel com elementos point-and-click.

    Os problemas técnicos do game, vem do fato dele se mostrar travado e parecer muito com um game lançado na época do PlayStation 2. Depois de ver o que a Nintendo é capaz de fazer com Breath of the Wild, Tears of the Kingdom e até mesmo Metroid Prime Remastered, é possível entender que existe a possibilidade de melhorar o processamento dos games a fim de tirar o melhor deles. O que não é feito em Detective Pikachu Returns.

    VEREDITO

    Ainda que as escolhas criativas sejam aceitáveis ao longo da gameplay, os problemas técnicos tornam o jogo algo desnecessário. Ao longo de suas 13 horas, aspectos como investigações repetitivas e a impossibilidade de saltar determinados passos da investigação fazem o jogo se tornar algo curioso. Mas um bom aspecto é o Story Jump Mode, um dos modos do game que nos permitem saltar elementos mais lentos da história como o prólogo.

    Detective Pikachu Returns diverte, mas falha em aspectos técnicos que poderiam ser evitados caso a Nintendo assim optasse. A sequência final parece ter forçado a Nintendo a investir tudo nas animações de ação. O game nos lança por perigos que não são tão importantes assim para a história do mundo de Pokémon, apenas para Tim e Pikachu e infelizmente, a história do game não é suficiente para nos fazer importar tanto com eles.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Detective Pikachu Returns foi lançado no dia 6 de outubro para Nintendo Switch.

    Confira o trailer do jogo:

    Acompanhe as lives do Feededigno na Twitch

    Estamos na Twitch transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

    Curte os conteúdos e lives do Feededigno? Então considere ser um sub na nossa Twitch sem pagar nada por isso. Clique aqui e saiba como.

    Artigos relacionados

    Figment: Journey Into the Mind | Uma jornada única pelo imaginário

    Figment: Journey Into the Mind é um jogo que encanta e surpreende ao levar o jogador a uma aventura imersiva pela mente humana.

    CRÍTICA: ‘Dragon Ball: Sparking! Zero’ é nostalgia revitalizada para novas gerações

    Dragon Ball: Sparking! Zero é um dos mais brilhantes games da franquia. Sendo fiel e inovador em tudo que se propõe, ele diverte e cativa.

    CRÍTICA: ‘A Quiet Place: The Road Ahead’ falha em replicar fórmula de sucesso dos filmes

    A Quiet Place: The Road Ahead é mais um capítulo do mundo destruído pela invasão. O game surpreende, mas quase sempre, decepciona.

    CRÍTICA: ‘Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics’ é lançamento desafiador

    Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics é a mais recente coletânea de games da Marvel produzidos pela Capcom. COnfira o que achamos.