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    CRÍTICA – ‘Fortnite: Rocket Racing’ modo de corrida lança jogadores por desafios acirrados

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    Em dezembro de 2023, Fortnite ganhou uma atualização que junto de seu Battle Royale apresentou diferentes modos de jogo como o modo de sobrevivência Fortnite Lego, Fortnite: Festival Main Stage (em homenagem ao finado Guitar Hero) e o que abordaremos aqui, Fortnite: Rocket Racing. Em parceria com Rocket League, também propriedade intelectual da Epic Games, somos lançados por um modo de jogo desafiador, cuja vitória será determinada apenas por como você usa as ferramentas apresentadas nele.

    Mesmo que Rocket League nunca tenha me chamado atenção, mas seja uma das paixões de alguns membros da nossa equipe. Mas games de corrida em específico são uma paixão minha, mesmo que pouca gente, ou quase ninguém saiba. Mas jogos de corrida casuais, não complexos simuladores de corrida.

    Após pouco mais de um mês do início da atual temporada do Fortnite, o novo game recebeu uma atualização que o torna algo parecido com um hub de games em que as possibilidades são quase infinitas.

    ANÁLISE

    Rocket Racing

    Além dos diferentes modos apresentados, Fortnite ganhou uma vida longeva graças às suas constantes atualizações e seu sistema de temporadas, mas não apenas isso. As parcerias realizadas pela Epic fazem do jogo uma das mais rentáveis propriedades intelectuais do mundo dos games hoje. O sucesso foi replicado inclusive por grandes players do mercado, como a Activision e seu battle royale Call of Duty: Warzone. Alguns dos elementos mais interessantes do game vem do fato dele ser completamente free em todos seus modos.

    Outro aspecto interessante vem do fato de tudo no game que não o game base permitirão que jogadores que não comprem nada dentro de Fortnite tenham a mesma experiência dos outros jogadores.

    Ou seja, tudo que é comprado, é meramente estético. Desde dancinhas, skins, carros de corrida e animações, nada, ou quase nada muda a experiência dos jogadores e isso faz Rocket Racing ser tão interessante.

    Rocket Racing

    Lançados em partidas rankeadas, os jogadores competirão com 11 outros adversários a fim de chegar na linha de chegada. O twist? O game conta com habilidades que apenas Rocket league é capaz de garantir a seus jogadores. Dividido em diferentes tiers, os jogadores precisam usar suas habilidades para ultrapassar todas as dificuldades que se colocam entre eles e a linha de chegada. Mas fazendo drift, saltando pelas fases e até mesmo correndo nas paredes, tudo isso para se colocar entre os primeiros.

    Ao longo da minha jornada me vi imerso em desafios que apenas o jogo foi capaz de me colocar até hoje.

    Algo que o game parece ser orgulhar e requer uma certa estratégia para contornar é o paredão de inimigos que subitamente podem reduzir sua velocidade. Atrapalhando nossa progressão nos cantos das curvas, nos tirando dos 1.000km/h e nos lançado nos 100, o game pode colocar os primeiros colocados em últimos em um piscar de olhos.

    Com uma quantidade limitada de pistas, o game coloca dificuldades nos obstáculos. Sendo assim, pistas que nos primeiros rankings parecem fáceis podem ganhar uma dificuldade maior conforme nossa subida de níveis.

    Rocket Racing

    Que a Unreal Engine era algo de outro mundo, todos já sabiam. Mas com a atual temporada de Fortnite, a Epic nos faz entender a potência de seu motor gráfico. Com uma incrível variedade de modos dentro de seu game principal, a desenvolvedora torna seu maior sucesso de faturamento em um hub de games.

    VEREDITO

    Sendo possível navegar pelo game com apenas um toque pela HUD, o game agora oferece com fácil acesso às mais diversas possibilidades. Desde games criados pelos jogadores até modos oficiais, Fortnite se torna como um dos maiores nomes do mercado, seja nos consoles ou no PC. Ao longo das horas que passei imerso nos mais diversos modos de jogo, progredi no passe de batalha não como eu gostaria, mas a temporada que teve início em dezembro só chega ao fim no dia 1º de março, então há bastante tempo para fazê-lo.

    O Rocket Racing me fez passar horas a fio em frente à tela jogando Fortnite, como não fazia a muito tempo. E me rendeu muitas horas de diversão, pois quanto mais tempo passava jogando, mais tempo sentia vontade de jogar – dado o retorno que o game me oferecia não apenas na progressão do passe de batalha, mas na obtenção de rankings por meio da partida rankeada.

    Rocket Racing se mostra grandioso dentro de um já enorme ecossistema criado pela Epic. Isso assusta? Não. Nos faz entender que a Epic viu uma janela de oportunidade e mergulhou de cabeça, atraindo os jogadores com saudade do saudoso Guitar Hero, atraindo os jogadores da franquia Lego e também os fãs de Rocket League.

    Caso você ainda não tenha tido a chance de jogar, adentre o mundo de Fortnite, você não irá se arrepender.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do modo de jogo:

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    CRÍTICA – ‘Maboroshi’ requer estômago por suas estranhezas, mas entrega obra complexa

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    Maboroshi, no título em inglês Alice to Therese no Maboroshi Koujou é um longa-metragem animado do Studio Mappa e uma produção original Netflix, estúdio responsável por adaptações de mangá como Jujutsu Kaisen, Attack on Titan e muitas outras. Na história da animação, acompanhamos a história do jovem Masamune e de seus amigos, que após testemunharem um acidente na usina da cidade, veem suas vidas transformadas para sempre. Enquanto abordam fanatismo religioso, estranhezas ligadas ao isolamento e conta com uma narrativa única, o longa apresenta tópicos incômodos, por serem bizarros e indigestos, e mostra que o plano de fundo poderia ser outro que não uma narrativa bizarra e confusa.

    Quando um acidente da usina causa um grande estrondo, o céu da cidade parece rachar. A única coisa que parece fazer essas rachaduras fecharem são as fumaças em formato de dragão que parecem fluir da usina em direção à elas.

    SINOPSE

    A explosão de uma fábrica deixa uma cidadezinha congelada no tempo. Agora, o adolescente Masamune e seus amigos precisam se adaptar a essa realidade.

    ANÁLISE

    Maboroshi

    Ainda que a sinopse da Netflix faça um bom trabalho nos preparando para o que vem por aí – o que é raro, pois quase sempre entregam todo o enredo das tramas – ouso dizer que a classificação indicativa do filme de 12 anos é um erro. Não apenas por normalizar elementos como a sexualização de adolescentes por outros adolescentes, como também por nos lançar em elementos incômodos da vivência destes.

    Masamume, que perdeu o pai após os acontecimentos na usina da cidade é criado por sua mãe, seu tio e seu avô. Como um adolescente naturalmente estranho dada sua idade, ele e seus amigos passam a ver que aquele mundo possui problemas além dos que naturalmente existem para indivíduos nesta faixa etária.

    Enquanto precisa lidar com a possibilidade de não envelhecer, ou nunca mais se ver livre, sua relação com aquele mundo muda quando uma das crianças de sua escola desaparecer diante dos seus olhos.

    Maboroshi

    Como um recorte de mundo em que bizarrices ocorrem o tempo todo, a interação e os claros problemas de relação interpessoais me causam um desconforto à todo tempo. Não apenas pelo longa analisar a ótica daqueles personagens ante um fato completamente único, mas também por não parecer saber onde quer chegar com sua história, a animação conta com uma história confusa e truncada. E que nela, o diretor não parece ter o intuito de oferecer nenhuma clareza em relação à sua história ou seu enredo.

    Quando analisamos o visual da história e a animação, ela se mostra única e brilhante. Mas a forma dos jovens agir em uma época tão confusa, é horrível e incômoda. Não apenas por como eles lidam com sua sexualidade, como também por como eles nos fazem entender como eles lidam com isso tudo em meio ao simples fato de estarem preso no tempo.

    Quando fanáticos religosos tomam o palco, tudo muda de figura e o que até então é “sabido” sobre os acontecimentos do filme, não passam de uma enganação. Ou seja, o “congelamento no tempo” tem muito mais do que entendemos ou sabemos.

    VEREDITO

    Enquanto conta uma história curiosa, acredito que os diretores Mari Okada, Seimei Kidokoro pudessem ter escolhido um pouco melhor o pano de fundo para as histórias que queriam contar. Não apenas por poder nos lançar em um núcleo mais maduro, ou deixar elementos bizarros de fora da equação. Isto, pois dada a complexidade do filme, o entendimento dos acontecimentos por um público mais jovem é quase impossível.

    Ou seja, ver como um adulto a relação entre adolescentes e suas descobertas são incômodas e fogem do que era de se esperar em uma trama quase de sci-fi. Sem explicações científicas ou um embasamento, a história nos guia apenas por como aqueles personagens veem sua realidade. Os incômodos frequentes vem do longa não ser um filme infantojuvenil, não possuir uma linguagem adequada e tampouco transmitir o que se é esperado das relações interpessoais.

    Quando qualquer fator relacionado à explicação é mencionado, o longa é encaminhado para o filme. Sendo forte, pouco identificável, Maboroshi perde a oportunidade de ser uma incrível animação. Sendo apenas um longa esquecível e incômodo, o longa falha em tentar replicar o sucesso que Your Name fez, mas em diferentes aspectos e deixa a desejar quando seu fim chega.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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    Lançamentos Netflix: Veja o que chega em fevereiro

    Fevereiro já está chegando e nada melhor que ficar por dentro dos próximos lançamentos Netflix: Conheça os filmes, séries, documentários e animes que chegarão ao catálogo da gigante do streaming.

    Veja abaixo a lista completa com os lançamentos Netflix:

    SÉRIES

    Dia 2 – Minha Vez de Amar – T1

    A vlogger Chu Ai usa seu canal para falar abertamente sobre sexo. Mas, na vida real, o assunto é muito mais difícil de lidar.

    Dia 8 – Um Dia – Minissérie

    Após passarem a noite de formatura juntos, Emma e Dexter seguem caminhos diferentes, mas suas vidas continuam interligadas. Baseada no livro de David Nicholls.

    Dia 9 – A Killer Paradox – T1

    Quando uma morte acidental leva a outra, um universitário se envolve em um jogo de gato e rato com um detetive obstinado.

    Dia 9 – Machos Alfa – T2

    Nada muda do dia para a noite. Por mais que tentem, estes quatro amigos acabam causando confusões na vida profissional, familiar e sexual.

    Dia 14 – Bom Dia, Verônica – T3

    Em busca de justiça, Verônica forma alianças improváveis e descobre a verdade sobre seu passado nesta temporada final de tirar o fôlego.

    Dia 14 – Casamento às Cegas – T6

    Em Charlotte, este grupo de solteiros agita a busca pelo grande amor embarcando em uma jornada de romance e auto descoberta por quatro semanas.

    Dia 15 – AlRawabi School for Girls – T2

    Na exclusiva Escola para Garotas AlRawabi, um novo ano significa uma nova turma, novas regras e, claro, novas rainhas da popularidade.

    Dia 15 – Batalha das Solteiras – T1

    Em um universo em que a população masculina está cada vez mais escassa, uma jovem comum participa de uma competição de namoro patrocinada pelo governo.

    Dia 15 – House of Ninjas – T1

    Anos depois de se aposentar da incrível vida ninja, uma família problemática precisa voltar à ativa para combater uma série de ameaças.

    Dia 22 – Avatar: O Último Mestre do Ar – T1

    Água, Terra, Fogo e Ar. Há muito tempo, essas quatro nações viviam em completa harmonia, mas tudo mudou. Uma série live action baseada na famosa animação.

    Dia 28 – Rojst: Milênio – T1

    Perto do ano 2000, as autoridades investigam um assassinato, um esqueleto encontrado na floresta de Gronty e uma série de sequestros terríveis.

    FILMES

    Dia 13 – Me Mate, Querido

    Um casal com um relacionamento complicado acaba tirando a sorte grande quando ganha na loteria. E decidem ficar juntos, mas só até que a morte os separe.

    Dia 14 – Agência do Amor

    Um jornalista cético aceita participar de uma terapia para corações partidos em prol de uma reportagem, mas acaba abrindo o coração para a terapeuta.

    Dia 14 – Jogos de Amor

    Uma jornalista esportiva cheia de estratégias de sedução acaba se apaixonando por um de seus alvos. Será que agora ela vai levar o jogo do amor a sério? Gina Rodriguez, Damon Wayans Jr. e Tom Ellis (“Lucifer”) estrelam essa comédia romântica dinâmica.

    Dia 23 – Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos

    Mesmo saindo com outras pessoas, Raquel e Ares não conseguem virar a página. Será que eles vão encarar as pressões familiares e ficar juntos no capítulo final da trilogia?

    Dia 23 – Mea Culpa

    Depois de pegar o caso de um artista acusado de assassinato, uma advogada criminalista precisa escolher entre a família, as obrigações e o desejo. Estrelado por Kelly Rowland e Trevante Rhodes, este suspense romântico e sedutor tem roteiro, direção e produção de Tyler Perry.

    Dia 28 – Code 8: Renegados – Parte II

    Em um mundo em que as pessoas com superpoderes vivem vigiadas e oprimidas, um ex-criminoso e um traficante se unem para salvar uma adolescente das garras de um policial corrupto. Robbie Amell e Stephen Amell voltam a trabalhar juntos neste filme dirigido por Jeff Chan.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Code 8: Renegados (2020, Jeff Chan)

    DOCUMENTÁRIOS

    Dia 13 – Sunderland Até Morrer – T3

    O Sunderland só quer um pouco de estabilidade, mas um novo técnico é convocado para tirar o clube da League One e subir de divisão.

    Dia 16 – Einstein e a Bomba

    O que aconteceu depois que Einstein fugiu da Alemanha nazista? Com imagens de arquivo e as palavras dele, este drama documental mergulha na mente do gênio.

    Dia 23 – F1: Dirigir para Viver – T6

    Em uma temporada implacável de Fórmula 1, pilotos, gestores e donos de equipes vivem grandes emoções dentro e fora das pistas.

    Dia 28 – Conspiração Americana: Os Crimes da Octopus

    Em busca da conspiração política do século, o jornalista Danny Casolaro acaba morto na banheira de um hotel em West Virginia. Seus amigos e familiares ficaram encarregados de terminar a investigação que ele começou: um caso que conecta softwares de espionagem roubados do governo, o nascimento da era da vigilância digital, a testagem de armas não regulamentadas, uma cadeia de assassinatos não resolvidos e a vitória emblemática de uma pequena tribo da Califórnia que instituiu cassinos indígenas nos EUA. Casolaro acreditava que esse caso reescreveria os últimos 30 anos de história do país.


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    X-23: 5 HQs essenciais para conhecer a personagem

    No vasto universo dos quadrinhos da Marvel Comics, poucos personagens têm cativado os leitores tanto quanto X-23. Sua história intricada e complexa, permeada por elementos de tragédia, experimentação genética e autodescoberta, a transformou em uma das heroínas mais fascinantes e resilientes da mitologia dos mutantes.

    Para aqueles que desejam explorar os contornos profundos de sua história, selecionamos cinco histórias essenciais que oferecem uma visão abrangente de sua jornada emocional e suas incríveis habilidades. Através de cada trama, presenciamos não apenas as proezas de suas habilidades letais, mas também os dilemas éticos, as conexões emocionais e as escolhas que moldaram a trajetória única de X-23 no Universo Marvel.

    X-23: Inocência Perdida

    A narrativa desvela a cruel experimentação genética do Projeto Arma X, revelando não apenas a natureza brutal de sua criação, mas também os desafios emocionais enfrentados por Laura Kinney ao tentar entender sua própria identidade. Ao longo dessa jornada, testemunhamos a evolução de X-23 de uma arma viva para uma lutadora em busca de autonomia e propósito.

    X-23: Alvo X

    “Alvo X” continua a história de X-23 após sua fuga do complexo da Arma X. Este arco expande ainda mais as complexidades da personagem, mostrando suas lutas para se adaptar a um mundo exterior desconhecido. O enredo destaca não apenas as habilidades mortais de Laura, mas também seu lado humano enquanto ela enfrenta dilemas éticos e tenta encontrar seu lugar em um mundo que muitas vezes a vê como uma ameaça.

    X-Men: Operação Tolerância Zero

    “Operação Tolerância Zero” coloca X-23 no centro de uma equipe de elite mutante. Neste arco, ela se destaca como uma força formidável na luta contra ameaças mutantes. A história explora não apenas suas habilidades letais, mas também as relações dinâmicas que ela desenvolve com outros membros da equipe, revelando seu papel crucial na proteção da comunidade mutante.

    Novíssima Wolverine Vol. 1

    Após a morte de Wolverine, X-23 assume o manto icônico neste arco emocionante. “As Duas Mortes de Wolverine” apresentam Laura Kinney tentando honrar o legado de Logan enquanto enfrenta desafios únicos. Ao adotar o título de Wolverine, ela não apenas enfrenta ameaças físicas, mas também descobre mais sobre si mesma, formando laços significativos e continuando a explorar a complexidade de sua própria identidade.

    Laura contará com a ajuda dos novos amigos Doutor Estranho e a Vespa, e novos inimigos letais como o Capataz.

    Novíssima Wolverine – Vol. 2: Guerra Civil II

    Integrando-se aos eventos de Guerra Civil II, “As Sete Lápides” explora a resposta de X-23 aos acontecimentos da trama. Este arco não só destaca suas habilidades em meio a um conflito entre super-heróis, mas também examina as implicações éticas de suas escolhas em um mundo marcado por dilemas morais.

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    CRÍTICA: ‘À Beira da Loucura’ e a homenagem à John Carpenter

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    O terror tem vários mestres e um de seus mais emblemáticos diretores é John Carpenter e no dia 16 de Janeiro comemorou 76 anos de idade. John Howard Carpenter nasceu em Carthage, Nova Iorque em 1948 e se formou na Escola de Artes Cinematográficas em 1971 na Universidade do Sul da Califórnia. Se consagrou pelas décadas, principalmente nos anos 70 e 80 ao dirigir clássicos como Halloween – A Noite do Terror (Halloween – 1978), Eles Vivem (They Live – 1988), Fuga de Nova Iorque (Escape from New York – 1981), e seus mais emblemático filme O Enigma de Outro Mundo (The Thing – 1988).

    Podemos entender o fazer cinematográfico de John Carpenter de uma forma singular, onde ele explora ao extremo as dificuldades do baixo orçamento e fazendo disso de uma forma não proposital de trunfo, criando contextos e obras com pouco.

    A dinâmica narrativa direta e a dissociação de perspectivas transpassam as suas tramas, histórias que
    falam sobre personagens excluídos e estranhos da sociedade, com inserção de traços de dor e violência apenas quando tal recurso se faz extremamente necessário.

    John conhecido por inquietar, mesmo em seus filmes estruturalmente mais irregulares, o diretor é reconhecido por resgatar e revitalizar elementos clássicos de suas bases. E para além das câmeras ele roteiriza e compôs várias trilhas sonoras de suas obras, colocando um tom de suspense e melancolia dançante, sendo hoje em dia inspirações para artistas do synthwave, sem falar das cores de seus filmes, indo de uma coloração comum para um tom neon berrante evidenciando o perigo próximo. E sem mais delongas, falarei hoje de um de meus filmes favoritos do diretor, falarei de À Beira da Loucura (In the Mouth of Madness – 1994).

    SINOPSE

    O investigador John Trent (Sam Neill) é contratado para achar Sutter Cane (Jürgen Prochnow), um escritor de histórias de terror que, após terminar seu último livro, misteriosamente desapareceu. Mesmo desconfiando que isso não passa de uma jogada publicitária, aceita o trabalho. Passa a ler seus livros, procurando pistas da cidade onde Cane possa estar escondido, mas estes livros são macabros e, após sua leitura, as pessoas agem de um modo bem estranho.

    ANÁLISE

    John Carpenter

    Na literatura, uma das mentes mais influentes (e problemáticas) quando se fala em terror e horror é H.P. Lovecraft. Seu trabalho explorando o medo diante desconhecido e das sutilezas do estranhamento humano sobre aquilo que lhe amedronta, misturando conceitos do ocultismo e ficção científica vem inspirado inúmeros artistas, trazendo novas abordagens para o gênero. Um dos subgêneros mais interessantes que surgiram é o terror cósmico, que vai além dos elementos comuns do terror para nos aterrorizar com o senso de desamparo e insignificância diante de eventos de escala grandiosa, maiores até mesmo que a matéria comum, onde o estranho e o além podem vir de outros mundos.

    Michael De Luca, o roteirista de “A Beira da Loucura”, foi inspirado pelo trabalho de Lovecraft ao compor esta obra. John Carpenter, conhecido por explorar o medo alienígena em filmes como “O Enigma de Outro Mundo”, traz agora um fenômeno cósmico que remete ao terror mais tradicional. O filme abraça o horror existencial para falar sobre a relação entre a crença e a concepção da realidade.

    O filme conta a história de um investigador contratado por uma editora para descobrir o paradeiro de um famoso escritor chamado Sutter. Às vésperas do lançamento de seu último livro, Sutter desapareceu, deixando a editora onde publicava em intenso frenesi, pois eles ainda não tinham o final da história. O investigador, chamado John Trent (Sam Neil), embarca em uma jornada que vai além de sua compreensão, transformando sua percepção sobre o mundo ao seu redor.

    John Carpenter

    John é inicialmente apresentado como um homem centrado e seguro de si, alguém tão bom em seu trabalho que tinha total liberdade sobre sua própria realidade. Entretanto, à medida que ele se envolve na investigação, ele vai se tornando cada vez mais imerso em sua própria loucura. Sutter Kane, o escritor desaparecido era um fenômeno literário, e talvez o roteiro quisesse colocar em Kane um ar de Stephen King, aliás os dois têm as iniciais com as mesmas letras.

    Ao decorrer da narrativa, pessoas que viviam fora da realidade, imersas em suas narrativas de fantasia, e apresentavam traços de paranoia e agressividade começaram a ser afetadas tanto pelo desaparecimento do escritor quanto por seus livros. O sumiço de Kane às vésperas do lançamento de seu novo livro era algo alarmante.

    John começa a analisar os livros anteriores de Kane em busca de pistas e logo percebe que as capas dos livros contêm linhas que, quando unidas, indicam uma localização desconhecida. Ele acredita que esta seja a pista para encontrar Kane e parte para esse lugar junto com a editora de Kane, Linda Styles.

    A viagem de John o leva a uma cidade fictícia onde aconteciam as histórias de Kane. A princípio, John acredita que tudo não passa de uma encenação, uma armação para promover o livro e levar os fãs a gastarem dinheiro naquela cidade habitada por atores vestidos como as criaturas de Kane. Porém, logo ele percebe que a realidade vai além da encenação.

    À medida que a trama se desenvolve, o protagonista percebe que a realidade está se desfazendo. Ele descobre que todos os grandes pesadelos descritos por Kane são reais e que ele está prestes a trazer ao mundo o final do seu novo livro, uma obra poderosa capaz de impactar a realidade.

    VEREDITO

    A forma de guiar a trama que Carpenter escolhe para narrar a película é perspicaz, se utilizando de uma confusão narrativa brusca, onde muitos espectadores podem achar um filme quebrado, na realidade nos demonstra um pouco da visão e insanidade do protagonista, tentando mostrar o quão louco ele está.

    Os efeitos visuais utilizando efeitos práticos são extremamente criativos, criando cenários e monstros que rompem a realidade, mas não é um dos melhores trabalhos da equipe da Industrial Light & magic, deixando as criaturas com uma estética muito elástica, só que direção é ágil em conseguir mascarar esses problemas, e sendo sincero, isso deixa o visual dos seres próximos do vale da estranheza.

    “A Beira da Loucura” é um filme atmosférico que utiliza elementos visuais para transmitir o terror cósmico. Desde a sinistra viagem pela estrada até as criaturas bizarras que aparecem ao longo do filme, nota-se a atenção aos detalhes e ao simbolismo. A trilha sonora, composta por John Carpenter, Jim Lang e David Davis da banda The Kings, complementa perfeitamente a atmosfera do filme.

    O filme é uma grande homenagem ao estilo de horror de Lovecraft, tanto que seu título original, “In the Mouth of Madness”, remete diretamente a uma das histórias mais populares do autor, “Nas Montanhas da Loucura”. A obra de Carpenter retrata o fim do mundo diante de forças que colocam a humanidade em uma posição de insignificância. É uma história que explora o terror, colocando seus personagens em situações de isolamento e desamparo.

    “A Beira da Loucura” é uma viagem alucinante para quem aprecia o bom e velho terror cósmico. O filme aborda a relação entre a crença e a concepção da realidade, levando o espectador a questionar sua própria percepção do mundo. No final, somos confrontados com a ideia de que talvez não estejamos no controle de nossas ações, mas sim inseridos em uma narrativa maior definida por algo inimaginável.

    Nossa nota

    4,3 / 5,0

    Confira o trailer do longa:

    À Beira da Loucura pode ser assistido no Prime Video e no Apple TV+.

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    TBT #263 | ‘Livrai-nos do Mal’ horror sobrenatural brinca com o antigo e aterroriza

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    Estrelado por Eric Bana e Joel McHale, Livrai-nos do Mal nos lança pela história do detetive Ralph Sarchie, que quase sempre é guiado por uma espécie de “radar,” que o leva a quase sempre atender chamados terríveis. Após um caso envolver o assassinato de uma criança, estranhos chamados começam a acontecer na cidade. Dirigido por Scott Derickson, o longa de horror conta com muito terror corporal, gore e elementos que vão deixar os mais fracos nauseados.

    Ao longo de seus quase 120 minutos, percorremos um mundo repleto de de um horror antigo, contigo apenas em alguns dos piores pesadelos que alguém poderia ter.

    Enquanto o longa avança, Sarchie precisa encontrar algo além das suas crenças que o faça acreditar que os terrores que se desenrolam diante de seus olhos são reais. Ou pelo menos tão reais quanto parecem ser.

    SINOPSE

    O policial Ralph Sarchie (Eric Bana) tem uma intuição especial, que sempre o leva a combater casos extremos e perigosos. Em uma mesma semana ele se depara com um bebê jogado no lixo e uma mãe que atira seu filho na jaula dos leões em um zoológico. Intrigado pelos acontecimentos, ele começa a investigar as pessoas responsáveis, suspeitando que alguma força sobrenatural esteja por trás das histórias. Com a ajuda de um padre especializado em demonologia, Sarchie descobre uma verdade assustadora, muito além do seu mundo cético e racional.

    ANÁLISE

    Livrai-nos do Mal

    O horror parte do princípio de brincar com o mais terrível que acreditamos, ou que está no limiar entre o acreditar e o mais terrível ceticismo. Enquanto nos envereda por um mundo e sequências escuras, o longa brinca sempre com as nossas expectativas, de que algo virá da escuridão das cenas. Ao romantizar os terrores da guerra com um twist, o longa nos apresenta elementos muito mais fantásticos que reais e críveis.

    Quando terríveis acontecimentos começam a se desenrolar diante dos olhos de Sarchie, seu ceticismo precisará ser deixado de lado a fim de chegar ao fundo de tudo que existe de ruim nesta história.

    Distante de subverter o gênero de horror, ao colocar um cético no papel principal da trama, o longa coloca essa subversão em nossas expectativas. Além de Bana e McHale, o longa de 2014 coloca no papel da criança assombrada a jovem Lulu Wilson, estrela de filmes como Ouija: Origem do Mal, Annabelle: A Criação, Becky e outros. A jovem atriz entrega uma atuação absurda e ao lado dos outros atores, nos levam por essa jornada de terrível perseguição.

    VEREDITO

    Livrai-nos do Mal

    Ao nos jogar em uma terrível história Scott Derickson encaminha sua direção por um caminho que não parece ter volta. Causando terríveis incômodos e nos fazendo entender que este mundo vai além do que podemos compreender em um primeiro momento. As atuações e expressões de Sean Harris (Missão Impossível: Nação Fantasma) nos levam a um novo nível de estranheza. Colocando os espectadores quase sempre em sequências que nos deixam sem chão, somos lançados pelo terror mais horrível e cru, que apenas estes são capazes de nos fazer sentir um verdadeiro incômodo do início ao fim.

    Livrai-nos do Mal assusta, diverte e nos lança por um mundo terrível, nos fazendo ficar na beirada da cadeira o tempo todo. O filme completa 10 anos em 2024 e se mostra como um dos mais poderosos thrillers de possessão demoníaca já lançados. Sendo extremamente impactante. O longa estrelou na minha lista de sugestões da Netflix há algumas semanas e foi reassistido por esse que vos escreve após muitos anos.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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