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    TBT #45 | Gladiador (2000, Ridley Scott)

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    Atualmente com a evolução do Computer-generated imagery (CGI) os filmes se tornaram sofisticados e tão cheios de efeitos especiais que a profundidade emocional não é totalmente bem recebida pelo público e crítica. No entanto, 19 anos atrás Ridley Scott trouxe de volta a noção de bravura e determinação de forma grandiosa e empolgante com Gladiador (Gladiator) nos remetendo aos impressionantes “filmes de espada e sandália” históricos dos anos 50 e 60, como os lendários Ben-Hur (1959) e Spartacus (1960). Mas Maximus (Russell Crowe), o general carismático que está no centro da gigante arena criada por Ridley Scott, é, muito mais que o peitoral, o escudo e o gládio (típica espada romana).

    Gladiador nos conta a história de um homem decente, forçados pelas circunstâncias a realizar feitos extraordinários, marido fiel que só queria ir para casa, mas que pega em armas para consertar um mundo deturpado (pelo menos na visão do Império).

    TBT #45 | Gladiador (2000, Ridley Scott)Logo no primeiro ato temos uma sequência ousada com flechas flamejantes, cavalos em queda e combate mortal em meio uma floresta onde o histórico exército romano leva a carnificina até os bárbaros germânicos. Scott é um artista visual nato, e a sequência logo em seus primeiros minutos do longa, é de tirar o fôlego.

    O filme de Ridley Scott é uma ficção e por isso Gladiador não retrata o ano de 180 d.C. do Império Romano de forma historicamente verídica, o que talvez tenha sido o maior acerto o diretor. Afinal, com uma maior liberdade criativa para contar a história Maximus Decimus Meridius – que foi de leal general à escravo, e gladiador – Scott conseguiu conquistar a crítica e público da época.



    No longa o general romano Maximus, é um fiel servo de seu imperador Marcus Aurelius (Richard Harris), que já velho e ciente de sua morte, quer lhe passar o comando do Império Romano. Mas Commodus (Joaquin Phoenix), filho do imperador, mata o pai – como vingança por este não o escolher como sucessor ao trono, já que seu pai preferia Maximus, a quem Marcus Aurelius amava mais do que o fraco e traiçoeiro, Commodus, ou a irmã astuta e graciosa de Commodus, Lucilla (Connie Nielsen) – assumindo assim o comando do Império.

    Commodus também quase consegue matar Maximus. Que ferido, escapa, mas é capturado por comerciantes de escravos, vendido em cativeiro e marcado para morte sob a propriedade de Proximo (Oliver Reed), um ex-gladiador e agora proprietário de um Ludo (uma “escola de gladiadores”).

    Enquanto Commodus assume o trono, Maximus escapa da morte, torna-se escravo e gladiador, travando batalhas sangrentas no Ludo até chegar ao Coliseu de Roma, para entreter os romanos. Disposto a vingar o assassinato de sua mulher e de seu filho, o ex-general sabe que é preciso triunfar a cada luta para ganhar a confiança da plateia.

    Acumulando cadáveres nas arenas, o gladiador luta por uma causa pessoal, de forma quase que solitária e leva benefícios ao povo, submetido pela política do “pão e circo”. Maximus sabe que o controle da multidão será vital para que possa arquitetar sua vingança, que culmina em um combate com o próprio Commodus. De general a escravo, de escravo a gladiador, de gladiador a marido e pai vingado.

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    Não é preciso dizer que os holofotes estão em Maximus, de Russell Crowe que nos enche com o sentimento de vingança e luto, mas seu antagonista, vivido por Joaquin Phoenix – com uma atuação impecável – transborda a doentia personalidade de Commodus. Pela minha memória, esse foi o meu primeiro olhar para o talento inegável de Phoenix, que hoje devasta as bilheterias mundiais com sua atuação magistral em Coringa.

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    Com um orçamento de 103 milhões de dólares, Gladiador arrecadou uma bilheteria total de mais de US $ 457 milhões ao redor do mundo, além de receber dois Globos de Ouro: Melhor Filme e Trilha Sonora e indicado em doze categorias do Oscar; onde venceu em cindo delas: Melhor Filme, Melhor Ator, Efeitos Especiais, Figurino e Som.

    Assista ao trailer legendado:

    Se você nunca assistiu ao filme, assista! Se você já assistiu, veja novamente. Gladiador está disponível na Netflix. Lembre-se de deixar seus comentários e sua avaliação!

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    Hypnotic: Ben Affleck estrelará novo filme de Robert Rodriguez

    Ben Affleck está de volta. De acordo com o The Hollywood Reporter, o ator assinou contrato para estrelar Hypnotic, um novo thriller de ação do diretor de Sin City, Robert Rodriguez.

    A estrela de Argo e Batman vs Superman interpretará um detetive que investiga uma série de assaltos impossíveis  – e sofisticados – e que se envolve em um mistério com a filha desaparecida e um programa secreto do governo. A produção está prevista para começar em abril.

    Hypnotic é o primeiro projeto sob uma nova parceria estratégica entre o Studio 8 de Jeff Robinov e o Solstice Studios de Mark Gill.

    Rodriguez e Robinov produzirão o filme juntamente com Guy Danella e John Graham. A Solstice cuidará da distribuição americana e das vendas em outros mercados.

    O projeto está orçado entre 60 e 80 milhões de dólares, um grande investimento para uma produção independente.

    Jeff Robinov disse em um comunicado:


    “Trabalhando com Ben Affleck em seus projetos premiados, incluindo Argo e Atração Perigosa, vi como sua versatilidade e criatividade o tornaram um dos cineastas mais talentosos na frente e atrás da câmera. É muito significativo estar colaborando com Ben novamente neste suspense excepcionalmente fascinante, e eu sei que ele e Robert [Rodriguez] farão um ótimo filme juntos.”

    Ben Affleck estava cotado para dirigir, roteirizar e atuar em The Batman, novo filme da DC focado no Homem Morcego. Entretanto, devido à problemas pessoais, o ator precisou focar em sua vida particular e acabou saindo do projeto. O filme foi abraçado por Matt Reeves e Robert Pattinson será o Batman do filme. O elenco conta também com Paul Dano como Charada e Zöe Kravitz como Mulher-Gato

    Hypnotic ainda não possui nome oficial e nem data de lançamento no Brasil.

    Shadow of the Tomb Raider: Definitive Edition já disponível!

    A Square Enix revelou que Shadow of the Tomb Raider: Definitive Edition agora está disponível digital e fisicamente em varejistas em países selecionados para PlayStation 4, Windows PC / Steam e a família de dispositivos Xbox One, incluindo o Xbox One X, com a versão Stadia a ser lançada em 19 de Novembro de 2019. Apresentando o jogo base e todos os sete DLCs pós-lançamento, o pacote oferece aos jogadores a chance de experimentar o capítulo final da história de origem de Lara Croft com cada tumba de desafio, arma para download, equipamento e habilidade.

    Em Shadow of the Tomb Raider, Lara deve viajar por um mundo magnífico, repleto dos maiores túmulos da história da franquia, segredos ocultos e espertos novos inimigos.

    Enquanto corre para salvar o mundo de um apocalipse maia, Lara será forjada na Caçadora de Tumbas que ela está destinada a ser.



    Shadow of the Tomb Raider: Definitive Edition foi classificado como “M” de Mature pelo ESRB. Para mais informações visite: https://tombraider.square-enix-games.com/en-us.

    Links

    Homepage: www.TOMBRAIDER.com
    Twitter: @TOMBRAIDER
    Facebook: http://facebook.com/TOMBRAIDER
    Canal no YouTube: http://youtube.com/TOMBRAIDER

    Sobre TOMB RAIDER

    A franquia Tomb Raider vendeu mais de 74 milhões de cópias em todo o mundo. A popularidade da franquia explodiu em uma série de filmes de grande sucesso baseados no jogo original de Tomb Raider e na reinicialização de 2013.

    Sua protagonista, Lara Croft, é um ícone global contemporâneo há mais de duas décadas. O lançamento mais recente da franquia mundialmente famosa, Shadow of the Tomb Raider, recebeu inúmeras indicações e prêmios “Best of” e é a conclusão notável da história de origem de Lara. Tudo isso continua fazendo de Tomb  Raider a maior marca de game de ação e aventura.

    Sobre Square Enix, Inc.

    A Square Enix, Inc. desenvolve, publica, distribui e licencia conteúdos de entretenimento das marcas Square Enix, Eidos e Taito nas Américas como parte do grupo de empresas Square Enix. A Square Enix, Inc. é afiliada a uma rede global dos principais estúdios de desenvolvimento, como Crystal Dynamics e Eidos Montréal.

    O grupo de empresas Square Enix possui um portfólio valioso de propriedade intelectual, incluindo: Final Fantasy, que já vendeu mais de 147 milhões de unidades em todo o mundo; Dragon Quest, que já vendeu mais de 78 milhões de unidades em todo o mundo; Tomb Raider, que já vendeu mais de 74 milhões de unidades em todo o mundo; e o lendário Space Invaders.

    CRÍTICA – BoJack Horseman (6ª temporada – Primeira parte, 2019, Raphael Bob-Waksberg)

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    BoJack Horseman se tornou um dos títulos mais importantes da Netflix nos últimos anos. Com um roteiro afiado e personagens cativantes, tem um modelo incrível para uma animação adulta, deixando alguns live actions no chinelo em comparação de atuações e direção, muito por conta de sua equipe formada pelos talentosos Will Arnett (BoJack), Alison Brie (Diane), Aaron Paul (Todd), Paul F. Thompkins (Mr. Peanutbutter) e Amy Sedaris (Princess Carolyn) que dão vida aos protagonistas da trama.

    CRÍTICA - BoJack Horseman (6ª temporada - Primeira parte, 2019, Raphael Bob-Waksberg)

    A primeira parte da sexta temporada já está disponível no catálogo da gigante do streaming e o enfoque está em seus astros principais.

    Com oito episódios, cada história é contada individualmente, com tramas paralelas que mantém o humor ácido característico da série.

    Depois de todos os fatos ocorridos no quinto ano, o astro de Horsin Around vai para uma clínica de reabilitação para tentar resolver seus vários problemas de personalidade e caráter, além de curar seu vício em álcool e drogas.

    A jornada de BoJack é emblemática, pois seu crescimento ao longo dos anos foi nítido, passando de um playboy mimado e cheio de manias para um homem, ou melhor, cavalo, com remorso, dúvidas e uma busca incessante pela sua redenção.



    Logo no primeiro capítulo já levamos um soco no estômago: a nossa estrela passa pelos processos de reabilitação, os conhecidos passos, lembrando a sua primeira relação com o alcoolismo. O episódio inteiro relembra feridas do passado, desde a sua infância conturbada, até seus pontos mais baixos, como a morte de Herb Kazzaz (Stanley Tucci) e Sarah Lynn (Kristen Schaal), dois ex-amigos que se foram e ele ainda carrega a culpa de tê-los tratado de maneira horrenda e egoísta. Cada minuto desse capítulo é uma explicação de o porquê do personagem ser tão complexo e bem escrito.

    A maior sacada da produção foi ter personalizado a abertura de acordo com o momento de BoJack.

    Falando em episódios, o que é focado em Princess Carolyn é o mais espetacular da temporada até o momento! Mostrando as dificuldades das mulheres de meia-idade num mundo no qual elas devem se provar como feministas, fortes, determinadas e multitarefas, a agente/relações-públicas dos astros de Hollywoo tem que se provar o tempo todo, mostrando um esgotamento emocional e físico;  e nos demonstrando quão difícil é ser bem-sucedido numa sociedade cruel e voraz que quer que sejamos perfeitos o tempo todo. O fato de a personagem ser mãe lhe deu ainda mais profundidade, colocando-a num patamar ainda maior dentre o elenco.

    Já a personagem de Diane continua com seus dilemas e medo de relacionamentos ou apego, algo que vem desde o início da série.

    Sobre os protagonistas, mais dois destaques, um positivo e um negativo: de bom temos Mr. Peanutbutter, que teve uma gigantesca evolução ao longo das temporadas, sendo um personagem ambíguo entre o humor escrachado e a síndrome de Peter Pan, uma vez que ele é um labrador/humano de quase 50 anos! O seu comportamento infantil e inconsequente é algo que vemos em boa parte das pessoas imaturas, algo que é muito bem identificado pelos roteiristas.



    Todd Sanchez possui as características muito semelhantes ao labrador amarelo, mas é o protagonista que menos teve destaque, ficando completamente alheio aos acontecimentos da temporada até aqui. Todd é um bom personagem, um alívio cômico necessário dentro da dramédia da Netflix, mas ele está completamente solto na trama intensa que está sendo desenvolvida nessa season finale.

    Com uma primeira parte extremamente madura, BoJack Horseman está terminando no seu auge. A série tem tudo para ter um dos melhores finais dos últimos tempos, mas como uma sábia já me disse uma vez “a expectativa é a mãe da frustração”, agora é esperar para ver.

    E você? O que achou da série até agora? Comenta aí! Aproveite e leia também:

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    Life is Strange 2: Square Enix fala sobre sistema de escolha

    A jornada dos irmãos Diaz rumo a uma nova vida no México está chegando ao fim! Em preparação para o final explosivo de Life is Strange 2, em 3 de Dezembro, e para iniciar a comemoração do final da temporada #JourneysEnd, a equipe preparou uma análise aprofundada do sistema inovador que impulsiona o desenvolvimento de Daniel, o irmão mais novo que os jogadores controlam na continuação de Life is Strange.

    Assista ao video ‘Educando Daniel’ de Life is Strange 2 aqui:

    Quando Sean e Daniel Diaz precisam fugir de sua casa no subúrbio de Seattle após a morte de seu pai e a manifestação de um incrível poder sobrenatural, os irmãos enfrentam uma jornada de mudança de vida, cheia de perigos, emoções, amigos, inimigos e novas experiências.

    Jovem e impressionável, mas incrivelmente poderoso, Daniel está sempre observando Sean. Daniel cresce e aprende com seu irmão ao longo de cada episódio de Life is Strange 2 e pode se tornar uma pessoa muito diferente, dependendo de suas ações. O que Daniel aprende e como ele cresce determina qual dos múltiplos finais você experimentará na conclusão de sua jornada.



    Suas escolhas e ações como Sean gradualmente informam e moldam seu irmão mais novo ao longo do tempo, afetando dois valores fundamentais que determinam o comportamento dele e a maneira como ele interage com você – Irmandade e Moralidade. Esse sistema dinâmico determina o senso de justiça de Daniel, sua confiança em Sean e no jogador.

    Daniel não é afetado apenas pelas principais escolhas que você faz como Sean ou pelas coisas que tenta ensinar a ele, mas também pelas suas ações enquanto joga. Isso forma o núcleo de um sistema avançado de desenvolvimento de personagem, destinado a representar a responsabilidade de ser um modelo. Seu jovem companheiro aprende com você o tempo todo, e não apenas quando você quer que ele aprenda.

    Nos quatro primeiros episódios, há mais de 50 momentos em que suas decisões moldam a mente de Daniel. Você é um exemplo para ele em tudo que você diz e faz.



    Mas, acima de tudo, em Life is Strange 2, não há escolha certa ou errada: existe apenas a sua escolha.

    Leia mais em profundidade sobre a educação de Daniel no blog Life is Strange.

    Dos estúdios externos da Square Enix e da equipe Life is Strange da DONTNOD Entertainment, o emocionante final de Life is Strange 2 chega em 3 de dezembro de 2019 para o Xbox One, PlayStation 4 e Windows PC / Steam.

    Compre a temporada completa de Life is Strange 2: www.BuyLiS2.com

    CRÍTICA – Doutor Sono (2019, Mike Flanagan)

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    O Iluminado é um dos filmes mais icônicos da história do gênero de terror. Stanley Kubrick conseguiu aliar o paranormal e o terror psicológico, tirando o máximo de atuação dos seus atores de maneira pouco ortodoxa. As feições de medo e agonia de Shelley Duvall eram verdadeiras de tanto que o diretor apavorava a atriz no set.

    Kubrick era um gênio e inegavelmente um dos melhores de sua geração e utilizou diversas técnicas de filmagem, com planos abertos e em sequência, nos inserindo nas cenas e na própria obra, fazendo todos os espectadores ficarem de cabelo em pé a cada passagem do filme. Aliado, claro, a uma atuação espetacular de Jack Nicholson, que foi brilhante em cada minuto de tela.

    O Iluminado terá sessões nos cinemas brasileiros
    Jack Nicholson em O Iluminado, de 1980.

    Doutor Sono segue imediatamente de onde O Iluminado parou. Após todos os incidentes no Hotel Overlook, a família Terrance tenta recolocar sua vida nos trilhos depois de viver o verdadeiro inferno com a loucura de seu patriarca. Danny/Dan – vivido na infância por Roger Dayle Floyd e por Ewan McGregor quando adulto – continua tendo visões e tentando lidar com seus poderes sobrenaturais. Depois de quarenta anos, uma nova força surge em uma garota, Abra (Kyliegh Curran) que tem os dons muito mais poderosos que o próprio Dan jamais teve. Um grupo de seres com habilidades especiais está à procura da menina para se manter vivo, pois suga a energia dos “iluminados”.

    CRÍTICA - Doutor Sono (2019, Mike Flanagan)
    Ewan McGregor em Doutor Sono.

    Mike Flanagan tem como uma de suas principais assinaturas a criação de uma história voltada mais para o suspense do que o terror. Seus trabalhos anteriores mostram muito isso, uma vez que Jogo Perigoso (2017) e A Maldição da Residência Hill (2018) evidenciam seus talentos como uma espécie de “discípulo” de Stanley Kubrick, utilizando as mesmas técnicas de filmagem com os planos abertos e/ou em sequência, todavia, o enfoque está mais voltado para o que os personagens estão fazendo naquele momento, sem uma atmosfera tão sombria quanto seu antecessor, ou seja, estilos diferentes para autores diferentes. Enquanto o diretor de O Iluminado focava mais na questão psicológica de seus personagens, principalmente de Jack Torrance, Flanagan aposta mais na história e no desenvolvimento dos poderes paranormais de seus personagens.

    Doutor Sono tem como principal característica elucidar bem os fatos, sendo por vezes até muito explicativo em alguns diálogos. O primeiro ato do longa mostra tudo que aconteceu ao longo dos anos seguintes para montar a personalidade de Danny, sendo até um pouco arrastado, entretanto, necessário para que tivéssemos uma lembrança e nossas memórias fossem resgatadas.



    O filme funciona em diversos pontos, principalmente em seu terceiro ato, pois todas as referências que estão na história possuem uma finalidade, sem ser apenas um fan service barato e que está lá apenas para agradar quem ama a história de Stephen King.

    As atuações são honestas, destaques para Ewan McGregor, Kyliegh Curran e Amily Alyn Lind, que interpreta a vilã Andi Cascavel, pouco aproveitada, mais por culpa do roteiro do que pela atriz, uma vez que ela entrega boas cenas individuais, sendo aterrorizante e a única convincente dentre os demais antagonistas que são apenas genéricos e cumprem o papel de serem um estorvo aos protagonistas.

    O destaque de ator mirim vai para o talentoso Jacob Tremblay (Extraordinário), que em poucos minutos entrega uma atuação de luxo. O que prejudica o filme é sua cadência e seus furos de roteiro. Não conseguimos entender o porquê de os vilões serem uma ameaça tão poderosa se eles são tão vulneráveis quanto os humanos. Além disso, o fato do filme ser extremamente didático faz com que percamos a sensação de mistério, com diálogos expositivos demais, perdendo um pouco o charme. Se Mike Flanagan tivesse focado nos dilemas de Dan e suas assombrações com um embate emblemático com a origem de seus medos, o filme com certeza ganharia muito mais impacto, sendo um dos melhores do ano.



    Doutor Sono é uma boa sequência de O Iluminado, mesmo não tendo o charme de seu prequel. O longa possui bons atributos e entrega o que promete, de forma segura, sem riscos.

    Assista ao trailer legendado:

    E você? Como está seu hype para Doutor Sono? O filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (07). Deixe sua opinião nos comentários, ela é muito importante para nós.

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