Início SÉRIE Crítica CRÍTICA – BoJack Horseman (6ª temporada – Primeira parte, 2019, Raphael Bob-Waksberg)

CRÍTICA – BoJack Horseman (6ª temporada – Primeira parte, 2019, Raphael Bob-Waksberg)

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BoJack Horseman: Os 6 melhores episódios da série

BoJack Horseman se tornou um dos títulos mais importantes da Netflix nos últimos anos. Com um roteiro afiado e personagens cativantes, tem um modelo incrível para uma animação adulta, deixando alguns live actions no chinelo em comparação de atuações e direção, muito por conta de sua equipe formada pelos talentosos Will Arnett (BoJack), Alison Brie (Diane), Aaron Paul (Todd), Paul F. Thompkins (Mr. Peanutbutter) e Amy Sedaris (Princess Carolyn) que dão vida aos protagonistas da trama.

A primeira parte da sexta temporada já está disponível no catálogo da gigante do streaming e o enfoque está em seus astros principais.

Com oito episódios, cada história é contada individualmente, com tramas paralelas que mantém o humor ácido característico da série.

Depois de todos os fatos ocorridos no quinto ano, o astro de Horsin Around vai para uma clínica de reabilitação para tentar resolver seus vários problemas de personalidade e caráter, além de curar seu vício em álcool e drogas.

A jornada de BoJack é emblemática, pois seu crescimento ao longo dos anos foi nítido, passando de um playboy mimado e cheio de manias para um homem, ou melhor, cavalo, com remorso, dúvidas e uma busca incessante pela sua redenção.



Logo no primeiro capítulo já levamos um soco no estômago: a nossa estrela passa pelos processos de reabilitação, os conhecidos passos, lembrando a sua primeira relação com o alcoolismo. O episódio inteiro relembra feridas do passado, desde a sua infância conturbada, até seus pontos mais baixos, como a morte de Herb Kazzaz (Stanley Tucci) e Sarah Lynn (Kristen Schaal), dois ex-amigos que se foram e ele ainda carrega a culpa de tê-los tratado de maneira horrenda e egoísta. Cada minuto desse capítulo é uma explicação de o porquê do personagem ser tão complexo e bem escrito.

A maior sacada da produção foi ter personalizado a abertura de acordo com o momento de BoJack.

Falando em episódios, o que é focado em Princess Carolyn é o mais espetacular da temporada até o momento! Mostrando as dificuldades das mulheres de meia-idade num mundo no qual elas devem se provar como feministas, fortes, determinadas e multitarefas, a agente/relações-públicas dos astros de Hollywoo tem que se provar o tempo todo, mostrando um esgotamento emocional e físico;  e nos demonstrando quão difícil é ser bem-sucedido numa sociedade cruel e voraz que quer que sejamos perfeitos o tempo todo. O fato de a personagem ser mãe lhe deu ainda mais profundidade, colocando-a num patamar ainda maior dentre o elenco.

Já a personagem de Diane continua com seus dilemas e medo de relacionamentos ou apego, algo que vem desde o início da série.

Sobre os protagonistas, mais dois destaques, um positivo e um negativo: de bom temos Mr. Peanutbutter, que teve uma gigantesca evolução ao longo das temporadas, sendo um personagem ambíguo entre o humor escrachado e a síndrome de Peter Pan, uma vez que ele é um labrador/humano de quase 50 anos! O seu comportamento infantil e inconsequente é algo que vemos em boa parte das pessoas imaturas, algo que é muito bem identificado pelos roteiristas.



Todd Sanchez possui as características muito semelhantes ao labrador amarelo, mas é o protagonista que menos teve destaque, ficando completamente alheio aos acontecimentos da temporada até aqui. Todd é um bom personagem, um alívio cômico necessário dentro da dramédia da Netflix, mas ele está completamente solto na trama intensa que está sendo desenvolvida nessa season finale.

Com uma primeira parte extremamente madura, BoJack Horseman está terminando no seu auge. A série tem tudo para ter um dos melhores finais dos últimos tempos, mas como uma sábia já me disse uma vez “a expectativa é a mãe da frustração”, agora é esperar para ver.

E você? O que achou da série até agora? Comenta aí! Aproveite e leia também:

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