CRÍTICA – Iluminadas (1ª temporada, 2022, Apple TV+) 

    Iluminadas (Shining Girls no original) é uma série de suspense da Apple TV+; a produção é uma adaptação do livro de romance homônimo de Lauren Beukes

    A série conta com Silka Luis (Strange Angel) como showrunner, ela também atua como roteirista ao lado de Beukes e produtora junto com Elisabeth Moss (O Homem Invisível) e Leonardo DiCaprio. Na direção estão Daina Reid, Moss e Michelle MacLaren. Já o elenco principal apresenta Moss no papel principal, Wagner Moura, Jamie Bell e Phillipa Soo

    A 1ª temporada já está disponível no catálogo do serviço de streaming.

    SINOPSE

    Kirby (Elisabeth Moss) é uma jovem com um futuro promissor vivendo em Chicago, na década de 1980. Um dia, ela é atacada por Harper (Jamie Bell), um homem misterioso culpado pelo desaparecimento e morte de inúmeras mulheres. Diferente das outras vítimas, Kirby sobrevive e decide caçá-lo. Na busca por respostas, ela recebe a ajuda de Dan (Wagner Moura), um jornalista tentando desvendar o mistério por trás da morte das outras vítimas de Harper. 

    ANÁLISE

    É louvável quando uma série que se propõe a ter diferentes conceitos consegue se manter fiel a si mesma. Iluminadas da Apple TV+ é um desses raros casos, não somos bombardeados por inúmeras explicações em seu início e muito menos em seu final. De fato, aos poucos, os quebra cabeças vão sendo montados e perguntas vão sendo respondidas, mas de verdade, as explicações pouco importam porque estamos absortos em uma história fascinante.  

    No texto de primeiras impressões da série, comentei sobre a fórmula serial killer nas produções cinematográficas e como isso é reinterpretado em Iluminadas. Acontece que a produção não só reinterpreta como é inteligente o suficiente para trazer novos significados. Kirby consegue parar um assassino que viaja no tempo e ao perceber que não é mais uma vítima, ela deixa de fugir e passa a procurar por ele. 

    É de certa forma um alívio, Iluminadas é inteiramente tenso com Kirby e Dan tentando entender quem é o assassino e quem será a próxima vítima, literalmente, uma corrida contra o tempo. O jogo de perseguição é sucinto e interessante, ainda mais porque como espectador temos acesso ao assassino. Em alguns episódios, vemos o passado de Harper e sua pose amedrontadora vai se esvaindo, ele mais parece um hospedeiro que teve acesso a um poder indecifrável. 

    Do outro lado, Kirby se torna mais astuta na medida que compreende sua realidade caótica, e aqui é preciso ressaltar o incrível trabalho de Elisabeth Moss que consegue transpassar todos os sentimentos confusos e mais tarde, lúcidos de sua personagem. Dessa forma, também é preciso falar de Dan, um personagem extremamente atípico para ser o herói, mas é ele quem descobre a chave final do mistério que leva ao assassino – Wagner Moura entrega uma performance extremamente empática. 

    Nesse sentido, Iluminadas é uma série para se apreciar, sua singularidade está no poder de sua narrativa. Desde assuntos complexos, como feminicídio e alcoolismo ganhando um singelo destaque até a construção de relações entre os personagens e conceitos como viagem do tempo sendo explorados. Consequentemente, a primeira temporada de Iluminadas se garante como um arco fechado e uma continuação talvez descaracterize sua essência. Afinal, às vezes, as reflexões que acompanham as perguntas são suficientes para entregar uma ótima produção. 

    VEREDITO

    Com um final fechado, Iluminadas, da Apple TV+, é uma das melhores séries até agora no ano. Um roteiro que tem coragem para dispensar grandes explicações e reviravoltas e que assim, garante uma excelente história. Além disso, a direção acerta um tom extremamente imersivo em cada cena.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    Iluminadas já está disponível no catálogo da Apple TV+.

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