CRÍTICA – Warrior Nun (2ª temporada, 2022, Netflix)

    Warrior Nun é uma série baseada no quadrinho lançado em 1997, intitulado Warrior Nun Areala, o quadrinho que era o puro suco dos quadrinhos daquela década, nos apresentava personagens hiperssexualizados e submissos à vontade da Igreja Católica. Colocando as personagens que dão nome à série, as Warrior Nuns quase sempre em papéis degradantes e visuais que não condizem nada com o papel das personagens, elas acabam por atuar como eye candy para os leitores, o que é horrível.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Warrior Nun: Diferenças entre a HQ e a série

    A arte de Ben Dunn acaba por atuar como um desserviço a série da Netflix, que acaba por adaptar completamente os arcos dos quadrinhos, deixando de lado o papel dos “padres mágicos” e dando um maior destaque às personagens centrais da trama, as “Warrior Nun”.

    A série, que ao longo de sua primeira temporada, lançada em 2020 encantou seus fãs, e gerou muito buzz, em sua segunda temporada atraiu os olhares dos fãs que esperavam que em seu segundo ano ela fosse revelar mistérios da primeira, mas a levou para um rumo completamente diferente.

    SINOPSE

    Ava e as Irmãs Guerreiras da OCS devem encontrar uma maneira de derrotar o anjo, Adriel, enquanto ele tenta construir seus seguidores na religião dominante no planeta.

    ANÁLISE

    Warrior Nun

    A série que tem início de maneira promissora ao longo de seu primeiro ano, degringola por completo. Com tramas confusas e arcos que não levam nossos personagens à lugar nenhum, o roteiro dessa temporada parece ter sido escrito como uma continuação solta da primeira temporada, que se desenvolveu de maneira tão fluida. A segunda procura inserir sentido em absurdos lançados por uma trama cujo único aspecto relevante é o medo que os personagens tem do fim do mundo, que pode chegar a qualquer momento pelo “falso messias”.

    Ainda que muito convincente, os personagens da série tem muitos problemas para enfrentar as dificuldades daquele mundo. Após a revelação de que o que estava escondido abaixo do Vaticano não era o anjo que deu sua auréola à Primeira Warrior Nun, mas sim um anjo caído, tudo muda.

    Os perigos se mostram muito mais urgentes e a necessidade da trama a faz ser muito mais dinâmica do que a forma como ela se mostra. Com arcos arrastados, vemos a aparição de personagens tristes e desnecessários, enquanto a série nos causa incômodos perpetrados pelo que a única explicação é: dar um fim à série.

    A atuação de Alba Baptista, que dá vida à nossa protagonista Ava Silva e de Kristina Tonteri-Young que dá vida à Beatrice merecem destaque, mas mesmo as atrizes não podem dar à série um sentido cujo roteiro parece ignorar.

    VEREDITO

    Warrior Nun

    Ao longo dos 8 episódios da segunda temporada da série, Warrior Nun se mostra como uma tentativa falha de adaptar uma história fraca dos quadrinhos, cuja origem foi baseada em misoginia e objetificação. Ainda que a construção de mundo se dê no mesmo universo dos quadrinhos, a adaptação da Netflix tenta criar uma mitologia própria se afastando de sua contraparte – o que é compreensível, já que o quadrinho teve apenas 6 edições lançadas.

    A 2ª temporada de Warrior Nun é triste, sem graça e sem razão de existir. Ainda que a atuação de Alba e seu elenco de apoio seja interessante, os motivos do roteiro são desinsteressantes e rasos.

    Nossa nota

    1,0 / 5,0

    Confira o trailer da 2ª temporada da série:

    As duas temporadas de Warrior Nun estão disponíveis na Netflix.

    LEIA TAMBÉM:

    CRÍTICA – Warrior Nun (1ª temporada, 2020, Netflix)

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