The Mandalorian: Twist com Baby Yoda traz de volta ao cânone ideias esquecidas

    O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS DO ENREDO DA SÉRIE THE MANDALORIAN, LEIA POR SUA CONTA EM RISCO.

    O possível plano do Império de usar o sangue do Baby Yoda para fazer um exército de soldados com poderes relacionados a Força em The Mandalorian apontam para uma incrível história que pode ter sido adaptada para o atual cânone.

    O episódio 4 da segunda temporada de The Mandalorian, intitulado “O Cerco” revelou que o sangue retirado da Criança na primeira temporada começou a ser usada (sem sucesso) para imbuir a Força em corpos hospedeiros, e a cena final mostrou Moff Gideon com diversas armaduras pretas, que lembram bastante o traje de Vader.

    Esses twists alimentaram muita especulação, e a maior dela é a possibilidade de conexão com a criação de Snoke ou o retorno de Palpatine em Star Wars: A Ascensão Skywalker. Isso certamente satisfaz uma lore muito maior, apesar de ir contra o visual old school e estilos solo que The Mandalorian criou.

    Na verdade, levando em conta as evidências, a história é menos sobre a trilogia sequel e mais sobre o retorno a uma época do mote de ficção científica, visto anteriormente no Universo Expandido de Star Wars.

    Desde o começo, The Mandalorian tem brindado aos fãs, ao colocar aspectos esquecidos que hoje é conhecido como Star Wars Legends no cânone oficial, dos fundamentos da cultura Mandaloriana (questionando o cânone de Clone Wars). Mas o último twist vai além, e sugerem que o plot da série foi visto anteriormente nos games da franquia Star Wars lançado há quase duas décadas atrás.

    Dark Jedi Reborn e Shadowtroopers explicados

    Lançados entre 1995 e 2003, os games Dark Force/Jedi Knight contaram a história de Kyle Katarn, um contrabandista que se tornou Jedi e que destruiu o Império/Remanescente Imperiais tendo como plano de fundo a trilogia original e a Nova República.

    Kyle era o arquétipo do personagem do Universo Expandido, uma mistura entre Luke/Han com importantes conexões com a lore que o tornam impossível de ser trabalhado no novo cânone; ele roubou os planos para a Estrela da Morte e partiu de trem para o Templo Jedi de Luke em Yavin IV, dois pontos mudados completamente por Rogue One e Star Wars: Os Últimos Jedi, respectivamente.

    Uma ameaça constante a Kyle pelos games eram o Programa de Super Soldados Imperiais. Em Dark Forces, o enredo principal contava com Dark Troopers (um stormtrooper da trilogia prequel, os Battle droids e mais tarde, usado como um personagem jogável na série Battlefront).

    Na sequência, intitulada Jedi Knight, ele precisou impedir o Dark Jedi Jerric de ganhar controle do Vale dos Jedi, o local da aparente destruição dos Sith 1000 anos antes de Uma Nova Esperança. Tudo isso se passou em Jedi Knight II: Jedi Outcast, que mostrou outro Dark Jedi, Desaan, dá poderes da Força aos seus seguidores usando o Vale, criando o primeiro Reborn e então, com uma atualização, eles ganharam armadura resistente aos sabres de luz.

    A ideia da história é fundalmentalmente desenvolvida ao redor dele ser de fato um game. Reborn apresenta inimigos poderosos com sabres de luz e portadores da Força, e Shadowtroopers servem como a sua mais poderosa evolução. Isso é claramente mostrado como se sua existência fosse quase que tangencial à missão pessoal de Kyle contra Desaan (apesar de entrarem mais profundamente no que se refere a moralidade dos Reborn em Jedi Academy).

    No entanto, toda a ideia apresentou uma lente interessante em como os Remanescente do Império lutaram contra sua perda de poder e voltou ao Lado Negro da Força.

    Apesar de certos aspectos da história terem se tornado canônicos, principalmente o design dos Shadowtroopers em Battlefront da nova era e os Deathtroopers de Rogue One, o conceito de um exército da Força esteve ausente.

    O Sangue do Baby Yoda e o projeto Shadowtooper de Moff Gideon

    Voltando ao novo cânone de Star Wars, há muitos paralelos entre Jedi Outcast Reborn e o plano de Moff Gideon em The Mandalorian.

    Os hospedeiros no laboratório de Navarro receberam pequenas quantidades do sangue do Baby Yoda, com o propósito de ganhar a mesma habilidade: apesar de ser feita alusão apenas como “M-count“, parece que a Criança tem uma alta contagem de midi-chlorian, indicando um maior poder da Força.

    Junto das armaduras expostas naquela sala, Gideon parece estar querendo criar um exército de usuários da Força. Parece, pelo menos no geral, a canonização da história de Jedi Knight.

    Claro que existe algumas diferenças que se comunicam tanto com a série, como um panorama maior. Por exemplo, o método é diferente; ao invés de uma cerimônia mística da Força em um antigo campo de batalha, é mais voltado para o lado científico.

    Mas isso realmente é algo positivo para The Mandalorian. Apesar da Força estar limitada na série ao Baby Yoda, a série do Disney+ é pé no chão, e lembra muito um western, pelo menos se comparada a Saga Skywalker, então manter o lado místico da série (e direcioná-lo a Criança) é realmente uma vantagem.

    Há também a questão da armadura, algo que foi tópico de conversas já repetidas em The Mandalorian. Enquanto as armaduras dos Stormtroopers são fracas e pouco efetivas (que acabou virando uma piada na trilogia original), Din Djarin e seu credo possuem um traje a prova de blasters feito de Beskar.

    É justo dizer que qualquer armadura de Dark Troopers devem ter as mesmas propriedades. Cortosis é menos essencial dada a presença diminuída dos sabres de luz em The Mandalorian (a não ser pro Ahsoka que fará sua estreia no próximo episódio), mas um traje feito de Beskar com certeza possui suas vantagens.

    Todas essas distinções seria algo como uma simbiose sombria dos conflitos chaves de The Mandalorian em adaptação da ideia de Reborn. Os ancestrais adotivos de Din lutaram contra “feiticeiros encapuzados”, os Jedi, e foram subsequentemente mortos por Gideon e pelo Império durante o Purgo. Agora, ele lutará contra soldados Imperiais que usam que usam poderes Jedi e potencialmente terão armaduras no nível da armadura do Mando.

    Se Jon Favreau e a equipe de The Mandalorian estão ativamente tentando adaptar os games Jedi Knight, ou se estão encontrando seu caminho na história independentemente, está incerto. A ideia de um exército da Força artificialmente criado é surpreendentemente inexplorado em Star Wars Legends e no novo cânone da Disney, apesar de seu conceito prevalecer em outra mídia.

    Parece que agora, poder simplesmente um resultado da inevitabilidade criativa (semelhante a como as Lendas e o cânone fazem o filho de Han Solo virar para o Lado Negro), mas, de qualquer forma, presta homenagem a uma peça clássica da mídia de Star Wars. É uma pena que Kyle Katarn, mais uma vez, não seja adaptado.

    PUBLICAÇÕES RELACIONADAS:

    The Mandalorian: Como Ahsoka pode ajudar Mando com o Baby Yoda

    The Mandalorian: Quem dá vida aos Mandalorianos no episódio 11?



    Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

    Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

    Artigos relacionados

    Magnatas do Crime: Conheça os personagens da série

    Bem-vindo a Magnatas do Crime, uma série que expõe o nefasto submundo que se esconde sob a refinada sociedade da aristocracia britânica.

    CRÍTICA: ‘Uma Loja Para Assassinos’ combina gêneros de forma muito competente

    Uma Loja Para Assassinos é um seriado, escrito e dirigido por Lee Kwon inspirado na novel The Killer's Shopping Mall. Veja o que achamos!

    X-Men: Os 10 melhores episódios da animação clássica

    Os anos 90 foram marcados por uma Era Dourada para os fãs de super-heróis na TV, e nenhum exemplo brilhou mais do que a série dos X-Men.

    Avatar: O Último Mestre do Ar | 17 curiosidades sobre a série sensação do momento na Netflix

    Após alguns dias após sua estreia, Avatar: O Último Mestre do Ar está na lista das Top 10 produções mais assistidas da Netflix em 92 países.