Se tivemos no início da semana as festividades de Halloween e Dia de los Muertos, nada mais justo do que trazer um TBT nessa pegada. O filme Festa no Céu (The Book of Life) é um longa de animação que segue uma receita de bastante sucesso. Alinha muito bem uma animação divertida, com bastante aventura e uma comédia romântica.
SINOPSE
Em San Angel, no México, viviam Manolo, Maria e Joaquim, amigos desde a infância. Mesmo que suas vidas tenham tomado rumos diferentes – Maria foi para Europa, Joaquim ingressou na vida militar e Manolo se dedicou para ser toureiro – algo continuou igual: os dois ainda são apaixonados por Maria. Dividido entre cumprir as expectativas de sua família e seguir seu coração, Manolo viaja em mundos fantásticos e enfrenta seus maiores medos.
ANÁLISE
Lançado em 2014 pela 20th Century Fox, contando com a incrível produção de Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno, A Forma da Água), Festa no Céu é uma das poucas animações que apresenta com tanta riqueza a história da origem do Dia de Los Muertos para a cultura mexicana.
Com uma explosão de cores e muita alegria, graficamente Festa no Céu brilha muito ao contrastar a história do filme em relação à história narrada por uma das personagens de maneira muito criativa.
A trama se desenvolve muito bem nos seus dois principais arcos. O arco, que na minha opinião é o principal, de Catrina – também conhecida como La Muerte – e Xibalba, é apresentado com muita sensibilidade. A riqueza dos detalhes tanto da personalidade quanto da caracterização destes traz não só a diversão ao longa, mas engrandece a entrega da referida cultura.
A morte, sendo retratada não como uma figura a se temer (como no conceito difundido do grim reaper, o Ceifador) mas com doçura e leveza, à qual todos admiram, restando tons mais sombrios a seu parceiro, Xibalba. Mas ainda assim, Xibalba traz muito mais uma carga de dualidade e trapaça do que de completo mal. Trazendo pro vocabulário nerd, está mais pra um Loki do que para Ultron.
Já o arco dos três amigos, Joaquim, Manolo e Maria, proporciona ao expectador não só a tensão da disputa entre os dois melhores amigos pela mão de sua amada em comum, mas a amplitude de emoções que os envolve. Este toque, característico das obras de del Toro, faz com que o longa, apesar de uma animação, torne os personagens extremamente humanos.
VEREDITO
Caso você já tenha assistido Viva – A Vida É uma Festa, recomendo que volte alguns anos e se permita também curtir esta bela obra sobre o Dia de Los Muertos. E caso não tenha assistido, assista à ambos os filmes, porque são excelentes em todos os sentidos.
A profundidade do simbolismo e toda a magia que circunda este dia são muito interessantes na cultura mexicana, valendo muito o aprofundamento não só pelo conhecimento em si, mas pelas reflexões que nos permitem, encarando não só a vida, mas a própria morte, com mais leveza e tranquilidade, não necessariamente desejando-a, mas entendendo que ela nos conduz para um novo, e muito bonito, caminho.
5,0 / 5,0
Assista ao trailer:
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