A série Recruta conta a história do jovem Owen Hendricks (Noah Centineo), um advogado que, após se juntar a CIA, se vê envolto em uma trama que vai além da já “tradicional” espionagem em estilo Guerra Fria.
Após o sucesso de Wandinha, que estrelou por muitas semanas o Top 1 da Netflix, Recruta desbancou a série dos Addams. A série nos lança por diversas tramas que por muitas vezes tentam romantizar a relação que a CIA tem com muitos governos pelo mundo, tratando-os os por vezes como descartáveis quando os colocamos sobre uma ótica imperialista.
SINOPSE
Recém-contratado pela CIA, um advogado se envolve em um mundo de espionagem internacional quando uma ex-colaboradora ameaça expor os segredos da agência.
ANÁLISE
A série nos lança por tramas que o cinema de espionagem já utilizou à exaustão, bem como outras mídias. Recruta permeia toda sua trama por jargões enquanto “brinca” com derrubar governos da América Latina, ou países do Leste Europeu – o que historicamente falando, aconteceu diversas vezes no passado.
O primeiro trabalho de Noah Centineo que tive a oportunidade de assistir, foi Adão Negro, no qual o ator acabou por falhar ao atuar como alívio cômico. O roteiro colocou um personagem tão poderoso quanto o Esmaga-Átomo como uma piada e o ator pareceu preferir chafurdar neste detalhe, limitando sua profundidade e sua história a quase nada.
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Algo muito semelhante foi feito na série da Netflix. Mas não no sentido ligado ao alívio cômico da trama, mas sim na falta de profundidade do ator.
Hendricks é algo próximo do 007 de Daniel Craig, pelo menos no primeiro filme do personagem em Casino Royale. Uma espécie de personagem irresistível às mulheres e inexperiência elevada à enésima potência.
Enquanto o elenco de apoio da série – Laura Haddock, Aarti Mann e Colton Dunn – tente dar uma maior profundidade à trama, a série se mostra infeliz tanto na escolha do elenco, como no roteiro raso e infeliz em suas escolhas narrativas.
VEREDITO
Para além de um romantismo exagerado, Recruta não funciona nem mesmo como uma “comédia dramática” – categoria essa que a Netflix parece colocar a série com orgulho. A série parece optar por queimar todas as pontes que considera “nociva” – de acordo com a visão imperialista dos Estados Unidos -, e talvez nos permita até “criar um bingo”, citando Cuba, Bielorrúsia, Rússia, México e muitos outros países.
O cuidado da trama é quase zero, e a série não parece se importar em regurgitar os mais diversos clichês de espionagem atuais e mais antigos que a roda. Elementos que datam desde a Guerra Fria, como se houvesse um perigo iminente, que tentasse causar o fim dos Estados Unidos a qualquer momento.
A primeira temporada da série está disponível na Netflix.
1,5 / 5,0
Confira o trailer da série:
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