Black Mirror retornou para sua 6ª temporada após 4 anos de hiato. E chega em uma época em que a tecnologia vem para colocar em cheque os absurdismos que apenas roteiros mirabolantes de séries de sci-fi costumavam nos apresentar. A série retorna assim, misturando o real, o irreal, o fantástico e sobrenatural, lançando-nos em uma história sobre como a tecnologia pode tanto servir de consolo, como nos abandonar friamente. A 6ª temporada faz o que a série nunca havia feito brincando com o sobrenatural e o antigo. Misturando histórias de retrofuturismo em realidades únicas, mas sem esquecer de seu passado.
Com 5 episódios, a série retorna brincando com o mundano, o sobrenatural e como as tecnologias influenciam o dia a dia. Mas se existe uma coisa que a série faz ao longo dessa temporada é deixar claro que a tecnologia e seu impacto no mundo talvez não sejam um foco daqui em diante.
SINOPSE
Ao longo de seus episódios, adentre em episódios que te levarão por um mundo familiar, fantástico e aterrador. Enquanto a tecnologia deixa de ser o foco, o horror toma conta, de maneira lúdica, assustadora, sendo por vezes tão real quanto o nosso mundo.
ANÁLISE
Ao longo da sexta temporada, acompanhamos alguns elementos que afastam a temporada de todas as outras de Black Mirror. Uma quase ausência dos horrores que a tecnologia pareciam proporcionar, ou seja: o papel desolador que tecnologias futuras poderiam representar. Sendo assim, fica rapidamente estabelecido que o primeiro episódio cumpre esse aspecto. Tudo isso, com pincelados de uma história de cautela.
Sem poupar orçamento com participações, a série parece tê-lo feito com o roteiro. Em uma entrevista recente, o criador da série revelou ter criado o roteiro para um dos episódios utilizando o Chat GPT, mas este logo foi descartado. Sendo assim, Black Mirror estabelece um precedente assustador, algo que parece competir com os horrores da trama.
Por meio de tramas por vezes preguiçosas, a série parece deixar de lado premissas que cativaram o grande público logo em seu início e adere à “personalidade” Black Mirror, o sobrenatural.
Em diferentes momentos, a trama da série parece estabelecer que alguns dos horrores presentes na história não são tão mirabolantes, e estes, tendem a perder se colocados em rota de colisão com acontecimentos corriqueiros e mundanos. Para ser mais preciso, a série nos leva por caminhos previsíveis e tramas nada tão pungentes quanto Black Mirror normalmente o faz.
Em relação aos episódios, o 1, 2 e o 5 nos causam incômodo, e se mostram como os mais bem atuados e escritos desta temporada. Mas ainda sim, fogem da principal premissa da série: a tecnologia e o terror que seu uso excessivo pode desencadear.
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VEREDITO
Ao longo de seu sexto ano, Black Mirror se afastou da origem da série e isso talvez não tenha sido uma boa ideia. E mesmo que ela se distancie do termo que dá nome a série – o que passou a ser conhecido como o “espelho negro” em que as telas refletem quem as observa -, ela erra em aspectos relativos à seu roteiro e suas narrativas incoerentes e por vezes truncadas. Chegando quase sempre ao fim com mensagens rasas e construções mal desenvolvidas.
Black Mirror voltou, sem parecer que voltou. Deixando mais a desejar do que entregando.
3,5 / 5,0
Confira o trailer da série:
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