Parceiros da Noite (Cruising) é um filme que visa mergulhar no submundo do crime e nas complexidades das relações humanas. Com um elenco promissor e uma premissa intrigante, o filme promete uma experiência cinematográfica intensa. No entanto, enquanto tenta explorar temas sombrios, o resultado final deixa o público com uma sensação de ambiguidade.
O drama policial de William Friedkin é baseado no livro de Gerald Walker.
SINOPSE
Al Pacino é o policial que se infiltra na comunidade gay de Nova York para tentar desvendar a identidade de um assassino que está aterrorizando o grupo. A experiência se revela muito mais brutal do que ele poderia imaginar. Para encontrar o maníaco, precisa mergulhar na atmosfera dos clubes de sadomasoquismo e outros redutos gays da cidade. A investigação acaba comprometendo o relacionamento com sua namorada, Nancy (Karen Allen), e o coloca frente a frente com seus dilemas pessoais.
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ANÁLISE
O filme se esforça para equilibrar múltiplas subtramas, mas acaba sacrificando a profundidade emocional e a conexão com o público. Os personagens, embora interpretados por atores talentosos, não têm espaço suficiente para crescer e evoluir, deixando o espectador desinvestido em seus destinos.
A polêmica na época veio de ativistas dos direitos LGBTQIAP+ que temiam que o filme retratasse a homossexualidade como um estilo de vida perigoso. No entanto, embora a história contada da perspectiva de um policial heterossexual, signifique que não é a mais progressista que poderia ter sido. É uma descrição verdadeira dos perigos que ameaçavam esta comunidade, e não se trata apenas das mortes, também é muito claro em sua descrição da brutalidade policial e da corrupção.
Além da atuação notável de Pacino, é inegável que a trama tem uma direção visual e atmosférica intrigante. A cinematografia utiliza tons escuros e sombras para criar uma sensação de suspense e tensão. A ambientação sombria e a trilha sonora intensa complementam a atmosfera sombria do filme, contribuindo para a construção do mundo em que os personagens estão imersos.
O desfecho de Parceiros da Noite é talvez seja o fraco do filme. As tramas mal resolvidas e a falta de conclusão para muitos dos arcos narrativos deixam o público insatisfeito e questionando a relevância de certos eventos. A sensação geral é de que as pontas soltas não foram amarradas de maneira eficaz, resultando em uma experiência frustrante para os espectadores que investiram tempo na história.
VEREDITO
Atmosférico e ousado, como todo filme de Friedkin, Parceiros da Noite tem como principal qualidade sua câmera que consegue captar aquele ambiente onde o perigo e algo de errado parecem estar sempre perto e escondidos em algum lugar.
Al Pacino dá profundidade a seu personagem, mas a sensação do início ao fim é que o filme poderia ir muito mais longe. Não é um grande suspense, nem drama, nem policial. Apesar de sua direção visual intrigante e da atuação excepcional de Pacino, o resultado final deixa a desejar, deixando o público com uma sensação de desconexão e falta de resolução.
É um filme muito corajoso pela época que foi concebido; a consequência foram as “pedradas” que o diretor William Friedkin recebeu do público e crítica. Merece ser descoberto, embora não tenha nada de excepcional.
3,5 / 5,0
Assista ao trailer original:
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