CRÍTICA – Run Rabbit Run (2023, Daina Reid)

    Run Rabbit Run é mais um filme da sessão Midnight que estreou no Festival de Sundance 2023. O longa australiano foi dirigido por Daina Reid e escrito por Hannah Kent. No elenco estão Sarah Snook (Sucession), Lily Latorre e Damon Herriman.

    SINOPSE

    A médica de fertilidade Sarah (Sarah Snook) começa o sétimo aniversário de sua amada filha Mia (Lily Latorre) sem esperar nada de errado. Mas quando um vento ameaçador se aproxima, o mundo cuidadosamente controlado de Sarah começa a se alterar. Mia começa a se comportar de maneira estranha. Com o passar dos dias, Mia se torna cada vez menos ela mesma, exigindo ver a mãe hospitalizada de Sarah há muito tempo afastada.

    ANÁLISE

    O terror é capaz de criar alguns subgêneros que fogem a moda, é o caso das histórias envolvendo relações familiares, onde as crianças ou os pais passam a agir estranho de uma hora para outra. Run Rabbit Run não escapa do convencional, mas é perspicaz ao criar uma atmosfera de tensão que certamente irá impactar os espectadores.

    Isso se deve ao ótimo trabalho narrativo de Hannah Kent, que a partir da relação entre mãe e filha constrói uma experiência assustadora. Tal como The Babadook (2014), também australiano, Run Rabbit Run explora a complexidade da maternidade ao passo de se tornar aterrorizante, aqui não existe espaço para a romantização sobre ser mãe.

    Sarah, vivida por Sarah Snook, é um médico de fertilidade que cria praticamente sozinha sua filha de sete anos, Mia, interpretada por Lily Latorre. O pai é pouco presente, ainda que tenha uma boa relação com Sarah e a menina. É no aniversário de Mia que as coisas ficam estranhas, depois de encontrar um coelho em sua porta, a menina começa a agir como se fosse a irmã mais nova de Sarah, Alice, que desapareceu quando ainda era uma criança. Enquanto isso, Sarah também está passando por um luto, já que seu pai faleceu recentemente.

    Não é um momento bom, e isso é mais evidente na atuação de Snook que demonstra ser uma mãe cansada lidando sozinha com uma filha em crise, enquanto Latorre constrói uma Mia/Alice que alterna entre ser uma menina doce e uma criança levada e birrenta. A dinâmica entre ambas é estrondosa, Sarah busca se conectar a filha e entender o que a mesma está passando, mas a situação é tão irreal que aos poucos vai se tornando incompreensível.

    Mia, por sua vez, se torna uma criança assombrada e ao longo do filme sua presença se transforma em algo desconfortável. Na mesma medida, Sarah também passa a ser mais ameaçadora, confundindo o que é realidade e o que não é. Logo, Run Rabbit Run tem os conceitos básicos do terror familiar – quando nossos filhos e pais não são mais os mesmos – e pode até não ser inventivo nessa fórmula, mas trata de modo relevante os horrores da maternidade.

    VEREDITO

    A diretora Daina Reid aposta em planos mais extensos e lentos para construir a dramaticidade e assim dar ênfase aos momentos de tensão. O toque final certamente é a dupla Sarah Snook e Lily Latorre.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    O longa estreou no Festival Sundance deste ano e ainda não possui trailer disponível.

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