TBT #160 | O Feitiço de Áquila (1985, Richard Donner)

    Apesar do lançamento ter sido quando eu ainda era muito criança, O Feitiço de Áquila (Ladyhawke, título original) reprisou muitas vezes no saudoso programa Sessão da Tarde e talvez tenha sido um dos primeiros filmes de fantasia a conquistar esse nerd que vos escreve, agora um coroa.

    O elenco principal é formado por Rutger Hauer (Blade Runner), Michelle Pfeiffer (Assassinato no Expresso do Oriente) e Matthew Broderick (Curtindo a Vida Adoidado), além de Alfred Molina (Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa).

    SINOPSE

    Europa, século XII. O Bispo de Áquila (John Wood) toma consciência que sua amada, a bela Isabeau d’Anjou (Michelle Pfeiffer), está apaixonada por Etienne Navarre (Rutger Hauer), um cavaleiro. O Bispo fica possuído de raiva e ciúme, e lança uma maldição sobre o casal: de dia ela sempre será um falcão e de noite seu rival toma a forma de um lobo, impedindo o casal de se entregar um ao outro. Eles têm como único aliado Phillipe Gaston (Matthew Broderick), mais conhecido como Rato, pois é o único prisioneiro que já escapou das muralhas de Áquila.

    ANÁLISE

    “Sempre juntos, eternamente separados” e assim será enquanto houver dia e noite.

    Um bravo cavaleiro negro com um belíssimo falcão sob o Sol, uma bela dama com um temível lobo negro sob a Lua e um amor separado pelo ciclo dos astros com uma terrível metamorfose amaldiçoada.

    Apenas com esta trama principal já seria suficiente para apertar os corações dos românticos e agradar os fãs de fantasia, mas a produção conta também com cenários deslumbrantes filmados em diversos pontos da Itália e figurinos bem feitos.

    Rutger Hauer com Etienne é mortal e frio quando necessário, mas quando se trata da mulher que ama, sua paixão visceral é intensa. Já Michelle Pfeiffer como Isabeau deveria ser alguém por quem todos se apaixonaram à sua maneira, e isso é crível. Até o tagarela Philippe fica impressionado com ela desde o início e a descreve como o “rosto do amor”. 

    Pfeiffer consegue ser mais que um “objeto de desejo” e mesmo com o peso de sua maldição, ela tem momentos alegres, mas também está ciente da desesperança de sua condição. 

    Você é espírito ou carne?“, pergunta Philippe. 

    Eu sou tristeza.”, responde cansada. 

    Isabeau d’Anjou também é corajosa e tão dedicada a Etienne Navarre quanto ele a ela.

    1985 foi um ano agitado para Hollywood, com o lançamento de clássicos atemporais como Os Goonies, De Volta Para o Futuro, Clube dos Cinco, A Testemunha, Out of Africa e Ran .

    O Feitiço de Áquila não foi nenhum “destruidor de bilheterias” como os filmes mais recentes que ultrapassam a casa dos bilhões de dólares, na verdade a produção deu prejuízo: com um orçamento de US$ 20 milhões, sua bilheteria total beirou os US$ 18 milhões.

    Ponto negativo? Claro que tem!

    Um dos aspectos mais “memoráveis” ​​de O Feitiço de Áquila é sua trilha sonora de synth-rock incongruente e controversa, escrita por Andrew Powell do Alan Parsons Project. Powell foi a primeira escolha do diretor Richard Donner desde o primeiro dia, e ele ficou emocionado quando o músico assinou, e continua sendo um defensor ferrenho da trilha de Powell até hoje.

    O que levou Powell a misturar sintetizadores modernos com cantos gregorianos? Meus Deus!

    VEREDITO

    Filmes de fantasia sempre me encantaram e com o passar dos anos o gênero transformou-se de forma exponencial graças à evolução da sétima arte, vide grandes franquias como Harry Potter, O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Mas, jamais devemos nos esquecer dos percussores do gênero como Conan, o Bárbaro (1982), A História Sem Fim (1984), A Lenda (1985), Labirinto (1986) e, claro, O Feitiço de Áquila.

    O longa de Richard Donner pode não ser um blockbuster mas inegavelmente preenche o “check list” de uma boa fantasia medieval.

    5,0 / 5,0

    Nossa nota

    Assista ao trailer:

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