TBT #177 | Clube dos Cinco (1985, John Hughes)

    Um dos grandes diferenciais de Clube dos Cinco (The Breakfast Club) é a maneira como retrata a adolescência de forma cotidiana, sem grande acontecimentos, como geralmente é retratada. Por outro lado, mantém o senso de pertencimento e discute identidades, que é o grande ponto de interrogação de qualquer pessoa nessa faixa etária. A maneira como John Hughes conduz esse dilema, contudo, é a cereja do bolo. Já que os cinco protagonistas parecem não combinar ou não ter qualquer ponto de similaridade capaz de conectá-los.

    O elenco conta com Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Judd Nelson, Molly Ringwald e Ally Sheedy.

    SINOPSE

    Em virtude de terem cometido pequenos delitos, cinco adolescentes são confinados no colégio em um sábado, tendo de escrever uma redação de mil palavras sobre o que eles pensam de si mesmos. Apesar de serem pessoas bem diferentes, enquanto o dia transcorre passam a aceitar uns aos outros e várias confissões são feitas entre eles.

    ANÁLISE

    TBT #177 | Clube dos Cinco (1985, John Hughes)

    Ao compartilharem histórias, porém, os cinco se mostram igualmente insatisfeitos com suas próprias vidas, independentemente do nível de popularidade que conquistaram para si. Essa insatisfação é o ápice da conversa entre obra e espectador, já que é pela dor que Hughes instiga na audiência a empatia pelos sentimentos daqueles que vemos em tela. A partir dela é que realmente nos conectamos.

    Ademais dos momentos reflexivos do roteiro – que também é escrito por John Hughes – o filme conta com uma série de sacadas engraçadas e momentos descontraídos entre o elenco, como quando os personagens dançam pela biblioteca onde estão detidos, ou mesmo quando fumam maconha. Essa mescla de gêneros traz identidade à obra, ajudando a manter o público entretido.

    A trilha sonora de Clube dos Cinco imortalizou “Don’t You (Forget About Me)”, da banda Simple Minds e ainda contou com vários outros sucessos da época trazendo o clima exato para uma obra divertida e emotiva. Deixa também o filme mais dinâmico, uma vez que se passa praticamente em um único ambiente e com um pequeno elenco. Nisso a edição é fundamental, com longos movimentos de câmera em momentos reflexivos, cortes rápidos nas sequências cômicas.

    Do ponto de vista visual, a composição do cenário principal é sóbria e até mesmo sem graça, já que a intenção é que os figurinos se destaquem. Neles está a identidade daqueles personagens, suas personalidades e sentimentos.

    VEREDITO

    Clube dos Cinco consegue em uma sala com “simples” diálogos expor diversos estereótipos americanos juvenis que infelizmente alguns deles parecem se refletir até hoje. Mesmos sendo um filme voltado para outra cultura, impossível não correlacionar ou identificar tipos e problemas que reflitam o nosso período de escola.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer legendado de Clube dos Cinco:

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