O TBT desta semana é em especial aos 125 anos da maior lenda da cultura pop, o vampiro Conde Drácula. Em 1897, o escritor Bram Stoker lançou seu icônico romance Drácula.
Com algumas adaptações não diretas acontecendo tanto no cinema, como em peças teatrais, em 1931, a Universal Pictures resolveu lançar o primeiro filme originalmente inspirado na história de Stoker. Para o papel principal, o húngaro Bela Lugosi foi a mais apropriada, visto que o ator já interpretava o papel na Broadway.
Na direção, o longa ficou nas mãos do cineasta Tod Browning e o elenco contava também com Helen Chandler, David Manners e Edward Van Sloan.
SINOPSE
Conde Drácula (Bela Lugosi) é um vampiro que aterroriza Londres matando inocentes. Após transformar uma jovem em vampira ele concentra suas atenções em uma amiga dela, mas o professor Van Helsing (Edward Van Sloan), um cientista holandês especialista em vampiros, pode acabar com seu reinado de terror.
ANÁLISE
É impossível ouvir o nome Drácula sem lembrar das características marcantes que o ator Bela Lugosi criou para o personagem no longa de 1931. Desde do olhar hipnotizante e sedutor à icônica capa e um belo cabelo preto, o Conde vampiro de Lugosi vive e se mantém presente na cultura pop como um ícone irretocável.
Não é atoa que os atores que vieram depois de Lugosi também tentaram resgatar alguns aspectos da personalidade do primeiro Drácula. Christopher Lee, por exemplo, utiliza o mesmo penteado e também uma capa, em O Vampiro da Noite (1958), ainda que seja uma adaptação inglesa.
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Contudo, o longa de 1931 também não foge de suas referências. O longa de Tod Browning utiliza alguns aspectos cinematográficos, como direção e cenografia, muito semelhantes a Nosferatu (1922). Mas, de fato, a maior inspiração saiu justamente da peça teatral de Hamilton Deane e John L. Balderston, a qual tinha Lugosi como protagonista.
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Logo, foi fácil para o ator dar vida ao personagem em frente às telas, como o primeiro filme falado do vampiro, o sotaque de Lugosi e sua linguagem corporal marcaram para sempre o Conde Drácula. Não só o personagem era envolvente e carismático, como a história tem um charme gótico que denota a criação do horror nos cinemas.
Após décadas na Transilvânia, Drácula chega a Londres querendo sangue jovem. Com alguma inspiração no Jack, O Estripador, o vampiro mata jovens inocentes que são facilmente manipulados por seus poderes mentais. No entanto, ele deseja tornar sua próxima vítima Mina (Helen Chandler), alguém igual a ele.
Seus planos são frustrados pelo professor Van Helsing, o arqui-inimigo de Drácula que descobre sua verdadeira origem. É interessante notar como esses personagens são dispostos ao longo do filme, Van Helsing assume a contrapartida, alguém que não se rende facilmente aos dons psíquicos do vampiro e está preparado para derrotá-lo.
Enquanto Mina simboliza a pureza e a inocência, Drácula surge como um ser maligno pronto para corromper a jovem. Ainda que nunca mostrado em cena, ele a obriga a beber seu sangue, uma conexão instintiva se forma, que pode ser lida como a perda da virgindade e/ou alma da jovem.
Há também uma leitura religiosa, visto que Drácula como a personificação do anticristo se afasta sempre que surge um crucifixo.
Além de um elenco e história marcante, a produção de Drácula também se destaca. A fotografia opta por planos detalhes, seja no rosto imovel e aterrorizante do Conde vampiro, ou na gota de sangue de um ferimento no dedo. A falta de trilha sonora gera ainda mais tensão em cada cena que contribui com os cenários fantasmagóricos e exuberantes do longa.
VEREDITO
Drácula de 1931 se tornou um enorme sucesso pela atuação marcante de Bela Lugosi e também um marco para o cinema de horror. Um clássico que vale sempre ser revisitado.
5,0 / 5,0
Assista ao trailer dublado:
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