CRÍTICA – Sonic Frontiers (2022, SEGA)

    Sonic Frontiers é o primeiro jogo de zonas abertas em 31 anos de história do ouriço azul mais famoso do mundo. O novo título da SEGA foi lançado em 8 de novembro de 2022 para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X | S.

    A inédita aventura traz Sonic, Tails, Knuckles, Amy, Dr. Eggman e muitas surpresas nas Starfall Islands, em um constante ir e vir pelo ciberespaço.

    Confira o review sem spoilers de Sonic Frontiers para Nintendo Switch logo após a sinopse oficial.

    SINOPSE

    Mundos entram em rota de colisão na nova aventura em alta velocidade de Sonic the Hedgehog!

    Em meio à busca por Esmeraldas Chaos, Sonic fica à deriva em uma ilha antiga, repleta de criaturas exóticas. Enfrente hordas de poderosos inimigos ao explorar um empolgante mundo de ação, aventura e mistério.

    Acelere rumo a novos horizontes e vivencie a emoção da alta velocidade em plataformas de zonas abertas ao percorrer as cinco enormes Starfall Islands. Mergulhe na aventura, use o poder dos Anciões e lute para deter os novos e misteriosos inimigos.

    ANÁLISE DE SONIC FRONTIERS

    Sonic Frontiers iniciou sua ampla divulgação em junho deste ano com uma parceria com a IGN, que divulgou com exclusividade diversos vídeos sobre o grande lançamento da SEGA em 2022 durante o mês.

    De início, boa parte da comunidade demonstrou preocupação e fez críticas compreensíveis. A própria IGN destacou alguns problemas da versão jogada por eles em maio para fazer a série especial de conteúdos. Aos poucos, Sonic Frontiers ganhou tração e apresentou mais do que a experiência poderia entregar, e as opiniões começaram a mudar.

    Um dos grandes debates de 2022 é, portanto, este: Sonic Frontiers é bom e vale a pena?

    Sim, é bom e vale a pena. Inclusive no Nintendo Switch. Continue lendo e entenda por que Sonic Frontiers é um jogo que merece ser jogado.

    Após as cutscenes iniciais, o jogo coloca Sonic em seu lugar tradicional: uma fase plataforma no estilo clássico que vem desde os tempos de Mega Drive.

    Minha primeira impressão jogando em live na Twitch foi de que o ouriço estava rápido demais a ponto de ser ruim de controlá-lo. Felizmente, resolvi facilmente reduzindo a sensibilidade de 50 (padrão) para 40, e ficou ideal para o meu estilo de jogo. Então, se você passar por esse problema, experimente fazer o mesmo.

    Após terminar a fase, que contém os primeiros tutoriais básicos e rápidos, Sonic Frontiers começa a apresentar toda a sua inovação ao colocar o protagonista na primeira zona aberta. As zonas abertas estão repletas de atividades, entre elas:

    • Totens que transportam Sonic ao ciberespaço, onde jogamos as tradicionais fases plataforma;
    • Enfrentamento de adversários de diferentes portes, sendo os Guardiões os maiores e mais desafiadores;
    • Grinds e círculos para se transportar por toda a zona;
    • Encontros com personagens-chave para o avanço da história;
    • Desafios para liberar a visualização de novas áreas no mapa;
    • Coleta de Esmeraldas Chaos em cada ilha;
    • Pesca em pontos específicos com Big the Cat;
    • Busca por Kocos, personagens carismáticos que devem ser encontrados pelas vastas zonas e entregues aos Koco Ancestral e Koco Eremita de cada ilha, para aumentar habilidades de Sonic. A mecânica lembra o que é feito com Hestu e a necessidade de entregar a ele Korok Seeds, em The Legend of Zelda: Breath of the Wild (2017).

    Sonic Frontiers consegue inovar a gameplay com qualidade?

    O novo jogo do Sonic acerta em todas as inovações que se propõe. Primeiro, obviamente, pelas zonas abertas que são vastas e cheias de atividades. Depois, porque elas oferecem desafios muito diferentes entre si, de modo que o jogo nunca se torna monótono. Ao contrário: Andar por aí em cada ambiente é um verdadeiro prazer.

    Um dos pontos mais fortes de Sonic Frontiers é a boa diversidade de inimigos e como a progressão de habilidades de Sonic se conecta com os adversários apresentados ao longo da aventura. Os minions menores não impõem sérios riscos e, felizmente, eles são pontuais a cada zona.

    E para melhorar, você não precisa enfrentar os inimigos menores, pois a subida de nível dos atributos e das habilidades de Sonic ocorrem por meio da entrega dos Kocos. Ou seja: Você pode escolher quando deseja batalhar apenas para ganhar alguns itens e testar suas habilidades, e quando não estiver a fim pode simplesmente ignorá-los.

    Outro aspecto positivo de Sonic Frontiers são as fases plataforma. Elas são variadas entre si, sendo que algumas valorizam os primeiros jogos do ouriço ao oferecer uma experiência mais focada na tradicional rolagem horizontal 2D.

    O novo jogo do Sonic inova a franquia a acerta em dosar corretamente as fases plataformas em um jogo de zonas abertas
    Imagem conceitual de Sonic em fase plataforma. Créditos: SEGA / Divulgação

    Por falar em plataforma, é incrível como fluem bem os momentos de integração com o gênero durante as zonas abertas. Então além das várias atividades para se fazer nas ilhas, a naturalidade como ocorre a transição entre exploração e plataforma é outro motivo pelo qual você pode querer correr por aí mais um pouco antes de voltar aos trilhos da missão principal.

    SEGA e Sonic Team acertaram em não se apegar ao passado e dosar na medida certa as fases plataformas do ciberespaço. Isso mostra que não faltou coragem ao inovar, pois acertadamente escolheram que o novo título seja reconhecido como um jogo de zonas abertas, e não pelo que Sonic tradicionalmente foi conhecido até aqui.

    Os gráficos de Sonic Frontiers são bons?

    A qualidade gráfica de Sonic Frontiers é boa, mas poderia ser melhor. Claro, o jogo para Nintendo Switch exibe problemas mais nítidos do que se comparados aos consoles mais potentes como PlayStation 5 e Xbox Series X | S. No entanto, são problemas que a comunidade já está acostumada a ver na maioria dos títulos para o videogame híbrido da Nintendo.

    Na versão disponibilizada já no lançamento, não há nenhum problema grave em relação aos gráficos. O que se tem bastante são uso de blur em detalhes e texturas em baixa qualidade, para que o processamento não seja prejudicado. Algo que não há nas versões dos consoles mais potentes.

    A performance também não é comprometida. O que acontece com frequência é a renderização de elementos como plantas no chão enquanto você avança, mas nada que prejudique a gameplay. Eventualmente esse render atrasado também acontece em cutscenes.

    Esses problemas se acentuam levemente quando jogado no modo portátil do Nintendo Switch, mas no geral não atrapalham. O que notei que eventualmente dificulta no portátil é que a câmera costuma se perder quando você está muito rápido, fazendo com que Sonic entre em lugares que dificilmente entraria, sendo essa a grande diferença entre os modos TV e portátil.

    Para um jogo com muita exigência por conta da alta velocidade de Sonic e dos combates, é seguro dizer que a performance é satisfatória.

    Os pontos negativos

    Além das ressalvas sobre os gráficos, é importante destacar que o jogo não é 100% à prova de problemas. Os combates com alguns Guardiões, especialmente os mais altos como Asura, e os Titãs são o principal ponto fraco do jogo.

    No caso do Asura, a mecânica desse adversário não foi bem desenvolvida. Esse guardião possui três longos braços e, ao tentar destruir o terceiro, o adversário emite mais círculos vermelhos (que te impedem de avançar) entre os azuis (que dão impulso para que você suba ao topo do braço). Por serem vários em um combate que exige agilidade, a experiência por vezes é truncada porque a câmera se perde. Não recomendo que esse adversário seja enfrentado no modo portátil do Nintendo Switch, pois os problemas são mais intensos.

    Lançado em 8 de novembro, Sonic Frontiers inova a franquia ao oferecer o primeiro jogo em zonas abertas de Sonic. Leia o review sem spoilers
    Imagem conceitual de Sonic contra Asura. Créditos: SEGA / Divulgação

    Por sua vez, no enfrentamento contra os Titãs é quando usamos o Super Sonic, após pegar as esmeraldas de cada ilha. Embora não apresente problemas técnicos como o citado acima, considero que esse combate épico é pouco empolgante e destoa da rapidez do restante do jogo.

    A experiência contra os Titãs poderia ser muito mais fluida, de modo que respeitasse o fato de que Super Sonic é um personagem poderoso e pequeno. Faltaram elementos mais próximos do hack ‘n’ slash nesses combates para que fosse mais dinâmico.

    Trilha sonora de Sonic Frontiers

    Por fim, mas não menos importante, é preciso enaltecer a excelente trilha sonora de Sonic Frontiers.

    A SEGA acertou em cheio ao escalar artistas como Merry Kirk-Holmes (da banda de metal To Octavia), Kellin Quinn (vocalista do post-hardcore Sleeping With Sirens) e o grupo de rock japonês One OK Rock, mesclando músicas pesadas com trilhas eletrônicas rápidas e sons tranquilos que constroem toda a atmosfera de solidão que permeia o jogo.

    É realmente lamentável que a trilha sonora de Sonic Frontiers não tenha sido indicada ao The Game Awards 2022.

    VEREDITO

    Sonic Frontiers é um passo consistente da SEGA rumo aos seus ousados planos de manter o ouriço relevante para o mundo por pelo menos mais 30 anos. O novo jogo encontrou a medida certa entre exploração em zonas abertas e manutenção da essência que fez Sonic ser tão popular desde a sua criação em 1991.

    A meu ver, Sonic Frontiers vive uma situação muito parecida com a de Pokémon Legends: Arceus (2022). Ambos acertaram na inovação a que se propuseram, mas apresentaram gráficos que mereciam ser melhores e alguns problemas que podem ser facilmente resolvidos. Não foram os jogos definitivos em zonas abertas, mas pavimentaram muito bem o caminho para que no futuro um jogo no mesmo estilo, ou até mesmo em mundo aberto, possa ser considerado como o supra sumo do que as franquias têm potencial para oferecer.

    Nossa nota

    4,2 / 5,0

    Assista ao trailer de Sonic Frontiers:

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