Eu Não Sou uma Feiticeira (I Am Not a Witch) é um filme britânico, da diretora galesa e zambiana Rungano Nyongi. O primeiro longa-metragem da diretora, conta a história de uma jovem acusada de bruxaria e obrigada a viver em uma colônia itinerante de bruxas, prestando serviços ao governo. No elenco temos Margaret Mulubwa e Hery B.J. Phiri.
Rungano Nyoni é uma diretora em alta, já conhecida no Reino Unido por premiados e aclamados curtas-metragens. Eu Não Sou uma Feiticeira é seu primeiro longa-metragem, em que assina direção e roteiro e demonstra uma clara visão própria, uma linguagem bem definida e um ponto de vista único e bem aproveitado. Nascida em Zâmbia e criada no Reino Unido, a diretora consegue aliar aspectos de ambos cinemas em uma fórmula fresca que deve render muitos outros frutos em sua carreira.
O primeiro destaque de Eu Não Sou uma Feiticeira é Margaret Mulubwa como a protagonista Shula. Sua presença é contagiante e a suas expressões carregam a trama de forma bem executada, gerando muita identificação com o espectador e causando momentos de humor desconfortável e intencional, característica sobressalente no longa. Essa dimensão satírica é muito bem trabalhada por Rungano, que se utiliza de planos que se alongam por alguns segundos a mais do que é confortável em cenas potentes, de forma que a absurdidade da situação é trágica e cômica, colaborando para a empatia com a protagonista e para criar a crítica proposta ao sistema estranhamente atual de caça as bruxas no país africano.
Eu Não Sou uma Feiticeira é uma obra repleta de alegorias e metáforas, em especial a relação utilitária das bruxas para o governo, e da posição dessas mulheres na sociedade. A paleta de cores discute esses temas de forma muito inteligente, explorando momentos pontuais de um roxo libertador e um vermelho de confronto e revolta, se opondo a uma paleta naturalmente dessaturada e com poucas cores vivas. A fotografia sempre busca o ponto de vista de Shula e das bruxas, de forma que o espectador descobre alguns eventos junto com a personagem, fortalecendo a identificação.
Como já dito, essa é uma história trágica com toques de humor desconfortável e uma crítica satírica bem construída e clara, por isso podemos dizer que Eu Não Sou uma Feiticeira é uma revelação. Seu sucesso garantiu a diretora um prêmio BAFTA e abre diversos caminhos para a carreira futura de Nyoni.
Confira o trailer oficial de Eu Não Sou uma Feiticeira:
Assim, encerramos o mês especial de diretoras negras. Nesse mês percebemos a imponência e versatilidade dessas diretoras, transitando entre a sátira de Nyoni, o romance de Amma Asante e Ava DuVernay – que também se aventuram em outros gêneros – e o drama utópico de Julie Dash. Notamos também um grande protagonismo negro nas histórias e atuações, mostrando a necessidade e força que a representatividade por trás das câmeras pode oferecer ao cinema.
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Jogador Número 1 estreia no dia 29 de março no Brasil. A adaptação de Steven Spielberg é inspirada na obra de mesmo nome escrita por Ernest Cline e lançada em 2011. O livro é considerado por muitos o “Santo Graal” da cultura pop, pois une em uma mesma publicação milhares de referências de filmes, livros, séries, músicas, jogos e desenhos animados e, nesta semana, retornou ao top 10 best sellers do New York Times!
O material divulgado até agora mostra que o filme passa por diversas modificações em relação ao livro e que podemos esperar grandes surpresas (principalmente no seu final), até mesmo quem já leu a obra. Mesmo assim, elencamos algumas curiosidades para você entrar no clima do filme, e quem sabe até mesmo ler o livro e conhecer um pouco mais o incrível trabalho feito por Ernest Cline.
História
Jogador Número 1 conta a história de Wade Watts (Tye Sheridan), um menino comum que vive com sua tia em um complexo habitacional composto por vários containeres empilhados. Wade passa a maior parte do seu tempo dentro do OASIS, plataforma de realidade virtual criada por James Halliday (Mark Rylance) e Ogden Morrow (Simon Pegg), onde você pode ser e ter o que quiser. O OASIS é usado como um escape do mundo real, que está imerso em uma grande depressão: não há empregos, a economia está destroçada e existem muito mais pessoas pobres do que ricas. Na plataforma, Wade possui o nome de Parzival!
Quando Halliday morre, um vídeo é disparado para todas as pessoas que estão no OASIS. Na gravação, Halliday explica que escondeu toda a sua fortuna (e consequentemente, o controle total do OASIS) dentro da plataforma. Quem conseguir ultrapassar os 3 desafios será o grande vencedor e seu herdeiro. É a partir desse acontecimento que acompanhamos a história de Wade e a busca pelas 3 chaves e 3 portões escondidos no OASIS (para ganhar o “ovo”, prêmio final da disputa).
James Halliday era vi-ci-a-do em tudo o que tem a ver com os anos 80: séries, filmes, livros, música, desenhos, games… enfim, tudo! E deixou um almanaque repleto de referências e pistas para encontrar o grande prêmio (Almanaque do Anorak, nome de Halliday dentro do OASIS).
Personagens
Os personagens principais de Jogador Número 1, além de Wade (Parzival) e Halliday (Anorak), são: Aech (Lena Waithe), Shoto (Philip Zhao), Daito (Win Morisaki) e Art3mis (Olivia Cooke) – chamados por Spielberg de Os Cinco -, temos também Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn), vilão e principal interessado no domínio do OASIS pela IOI, e Ogden Morrow, co-criador do OASIS. Você pode conferir os pôsteres de cada personagem abaixo
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Parzival
Art3mis
Shoto
Daito
Aech
Anorak
Sorrento
Uma curiosidade sobre a seleção do cast para o filme: Spielberg abriu seleção online para a escolha dos personagens do grupo Os Cinco. Tirando a atriz Olivia Cooke, que foi escolhida para o papel de Art3mis desde o princípio, todas as outras posições estavam abertas e qualquer um poderia se inscrever.
Referências de Jogador Número 1
Uma das partes mais legais de Jogador Número 1 está nas referências. Nos trailers divulgados até o momento é possível perceber vários personagens e veículos de filmes, desenhos e games!
No livro, além do DeLorean da franquia De volta Para o Futuro, Ernest elencou inúmeras produções da década de 80 (e da década de 90 também) que ele é fã! Caso você queira se preparar para não perder nenhuma referência, aqui estão algumas delas:
GAMES:
Adventure, Akalabeth: World of Doom, Asteroids, Astro Smash, Battlezone, Bedlam, Black Tiger, BurgerTime, Centipede, Combat, Contra, Crime Fighters, Defender, Dig Dug, Donkey Kong, Duke Nukem, Dungeons of Daggorath, EverQuest, E.T., Galaga, Golden Axe, Gorf, Heavy Barrel, Ikari Warriors, Joust, Robotron: 2084, Kaboom!, Mad for Better or Verse, Madness and the Minotaur, Ms. Pac-Man, Pac-Man, Pitfall, Pyramid, Q*bert, Quake, Raaka-tu, Smash TV, Space Invaders, Spacewar!, Starmaster, Star Raiders, Street Fighter II, Spacewar!, Table Tennis for Two, Tempest, The Colossal Cave, The Empire Strikes Back Yars’ Revenge, The Swordquest series, The Ultima Series, Time Pilot, Vigilante, Zaxxon e Zork.
FILMES:
2010 – O Ano Em Que Faremos Contato, Academia de Gênios, A Morte do Demônio [trilogia], Apertem os Cintos… o Piloto Sumiu!, As Aventuras de Buckaroo Banzai, Atração Mortal, A Vingança dos Nerds, Blade Runner, Brazil – O Filme, Caravana da Coragem, Clube dos Cinco, Conan – O Bárbaro, Curtindo a Vida Adoidado, De Volta Para o Futuro, Excalibur, Footloose, Gatinhas e Gatões, Guia do Mochileiro das Galáxias, Gremlins, Hawk the Slayer, Highlander I e II, Homem-Aranha, Laranja Mecânica, Lendas do Crime, Loucas Aventuras de uma Família Americana na Europa, Mad Max (trilogia), Matrix (trilogia), Monty Python e o Santo Graal, Mulher Nota 1000, Negócio Arriscado, Vida é um Desastre, O Cristal Encantado, O Exterminador do Futuro, O Feitiço de Áquila, O Gigante de Ferro, O Príncipe Guerreiro, Os Aventureiros do Bairro Proibido, Os Caça-fantasmas, O Senhor dos Anéis, Os Exploradores, Os Goonies, O Silêncio dos Inocentes, O Último Guerreiro das Estrelas, Phineas e Ferb, Quebra de Sigilo, Rocky Horror Picture Show, Say Anything…, Star Trek, Star Wars, Três Homens em Conflito, The Killer – O Matador, Tron, Tubarão, Twilight Zone: O Filme e WarGames.
ANIMES:
Brave Raideen, Cowboy Bebop, Gamera, G-Force, Giant Robo, Godzilla, Kikaider, Kiryu (Millennium Mechagodzilla), Mazinger Z, Mobile Suit Gundam, Neon Genesis Evangelion, Robotech, Spectreman, Speed Racer, Supaidāman, Starblazers, The Space Giants (Maguma Taishi), Ultraman e Voltron.
MÚSICAS:
“Verb: That’s What’s Happenin’ ” – Zachary Sanders (Schoolhouse Rock!) “2112” – Rush “III. Discovery” – Rush “Alladdin Sane” – David Bowie “Also Sprach Zarathustra” – Richard Strauss (2010 trilha sonora)
“A Million Miles Away” – The Plimsouls “Atomic” – Blondie “Beds Are Burning” – Midnight Oil
“Blue Monday (’88 Remix)” – New Order
“Change” – John Waite
Conan O Barbaro (Trilha Sonora) – Basil Poledouris
“Dead Man’s Party” – Oingo Boingo
“Dirty Deeds Done Dirt Cheap” – AC/DC
“Don’t Let’s Start” – They Might Be Giants “(Everywhere I Go) Kids Wanna Rock” – Bryan Adams “In Your Eyes” – Peter Gabriel “James Brown is Dead” – L.A. Style “Like to Get to Know You Well” – Howard Jones O Feitiço de Áquila – Trilha Sonora
“Pac-Man Fever” – Buckner & Garcia “Pour Some Sugar On Me” – Def Leppard “Rebel Yell” – Billy Idol Star Wars (Trilha Sonora) – John Williams “Safety Dance” – Men Without Hats “Subdivisions” – Rush
“Time After Time”- Cyndi Lauper “The Wild Boys” – Duran Duran
“Three Is a Magic Number” – Bob Dorough (Schoolhouse Rock!)
“Union of the Snake” – Duran Duran “Wake Me Up Before You Go-Go” – Wham!
Ouça a play list no Spotify:
PROGRAMAS DE TV/SÉRIES:
A Família Addams, Águia de Fogo, A Super Máquina, Buck Rogers in the 25th Century, Captain Kangaroo, Caras & Caretas, Caverna do Dragão, Cosmos: Uma Odisséia do Espaço-Tempo, De Volta Para o Futuro, Du, Dudu e Edu, Electra Woman and Dyna Girl, Esquadrão Classe A, Firefly, G.I.Joe, He-Man, H.R. Pufnstuf, Isis, Max Headroom, Monty Python, Misfits of Science, Mulher-Maravilha, O Elo Perdido, O Gordo Alberto e a Turma Cosby, Os Flintstones, Os Jetsons, Os Simpsons, Popeye, Riptide, Robot Chicken, Schoolhouse Rock!, Silver Spoons, Simon & Simon, Spaced, Square Pegs, The Greatest American Hero, The Muppet Show, Thundarr, o bárbaro ou Os Bárbaros, Whiz Kids e WWF (Hulk Hogan vs Andre The Giant).
Para a adaptação no cinema, é difícil conseguir todas as permissões para uso dessas referências (as de Steven Spielberg são mais fáceis, mas o resto fica preso a disponibilidade de produtoras/direitos autorais), por isso, provavelmente veremos muitas coisas no filme que não estão no livro. De todas referências já divulgadas, uma bem interessante é a cena em que Parzival está caracterizado como Clark Kent (com trilha do tema clássico do Superman). Você pode ver a cena aqui:
O autor
Ernest Cline é romancista, poeta e roteirista. Seus dois principais livros são Jogador Número 1 (Ready Player One) e Armada, ambos lançados no Brasil. Ele assina o roteiro da adaptação cinematográfica junto com Zak Penn (Os Vingadorese O Incrível Hulk). Ernest também roteirizou o filme Fanboys, que conta a história de um grupo de nerds que querem entrar no RanchoSkywalker.
Cline é o cara mais legal do mundo e nós podemos provar! Nerd convicto, que levou seu culto às produções cinematográficas a outro nível: Ele TEM um DeLorean, igualzinho ao do De Volta Para o Futuro, em casa! E mais: ele anda com ele na rua!
Em janeiro, ele fez uns updates em seu carro para que ele parecesse mais com a versão que veremos no filme. Dá uma olhada nesse sonho de consumo!
Na boa, quem não quer ser amigo desse cara?
Ernest garantiu que já está escrevendo a continuação de Jogador Número 1. Porém, a história será uma continuação do livro, pois, de acordo com ele, o filme mudou várias coisas. Vamos aguardar.
A caçada na vida real
Para divulgação do filme, foram criados vários perfis nas redes sociais com o nome de Halliday’s Ghost (Fantasma de James Halliday). É por meio dessas contas que a equipe do filme tem divulgado “pistas” para conteúdos exclusivos sobre o filme. Quer ser um Gunter (caça-ovos) na vida real? então fique ligado no Twitter, Tumblr, Instagram, Reddit, Facebook esite do filme!
A última atualização do site liberou mais um dos jogos que estão entre as referências do filme: Sinistar! Você pode jogá-lo online, assim como Joust e o Root Beer Tapper, liberados anteriormente.[td_smart_list_end]
Ficou ansioso? Então assiste esse videozinho e fique com mais vontade ainda!
Quer acrescentar alguma referência na nossa lista? Então, deixe seu comentário aqui! Lembre-se de compartilhar esse conteúdo com seus amigos. Para mais novidades de Jogador Número 1, acompanhe-nos nas principais redes sociais.
A DC Comics e Neil Gaiman comemoram 30 anos de The Dreaming e para comemorar a Vertigo lançará no final de 2018 a linha de quadrinhos The Sandman Universe, uma linha de quatro quadrinhos diferentes com base na série Sandman.
As capas, divulgadas via Entertainment Weekly, incluirá novas encarnações de The Dreaming, Lucifer e Books of Magic, juntamente com a nova série The House of Whispers. A nova linha de hqs será lançada com um especial Sandman Universe volume único de Gaiman, Nalo Hopkinson, Kat Howard, Si Spurrier e Dan Watters, com arte de Bilquis Everly e uma capa de Jae Lee.
Gaiman, explicou por que ele voltou à realidade de Sandman mais uma vez:
“[O universo Sandman é] uma enorme caixa de areia com tantos brinquedos maravilhosos que ninguém está conseguindo jogar fora. Comecei a me sentir culpado. Eu gostei da ideia de voltar a brincar com os brinquedos, lembrando as pessoas o quanto isso é divertido e também a oportunidade de trabalhar com alguns escritores fantásticos. Na linha, também haverá artistas fantásticos.”
continuou o escritor:
“É realmente uma alegria olhar para a história da Vertigo; Sempre há coisas que eu criei no mundo Vertigo […] e vamos trazer tudo de volta, vamos nos divertir com isso. Então, para mim, a alegria está em me sentar com escritores inteligentes que amam o material, e dizendo: ‘Vamos nos divertir’.”
Confira na galeria as capas da linha The Sandman Universe:
Boas notícias para os fãs de Pathfinder que estão procurando mais ferramentas digitais para usar no jogo, já que o Roll20 trará o jogo de role-playing para o aplicativo junto com o Starfinder. A empresa começou oficialmente a tomar pré-pedidos para o Crownfall, o primeiro volume lançando da aventura Pathfinder War for the Crown, que ficará disponível para assinantes Pro em 6 de março e gratuita para todos os assinantes em 21 de março.
Em última análise, esta é uma boa jogada para ambas as empresas, já que o Pathfinder serviu como uma alternativa para outros RPG de mesa, de modo que o ajuste é natural. Abaixo estão algumas citações da empresa, bem como algumas imagens do conteúdo do jogo.
Nolan T. Jones, sócio-gerente da Roll20, disse:
“A comunidade Roll20 tem pedido há anos o apoio oficial do Pathfinder em nossa plataforma e estamos muito entusiasmados em começar a essa parceria, o benefício adicional de chegar a ser parte das primeiras viagens do universo Starfinder, já bem sucedido, apenas faz isso melhor.”
Já Jim Butler, vice-presidente de Marketing e Licenciamento para Paizo, comentou:
“Eu sou um grande fã de tabletops virtuais e espero trazer para o Roll20 as incríveis histórias e artes dos jogos Pathfinder e Starfinder.”
Abaixo algumas imagens do Pathfinder na versão Roll20:
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De acordo com a empresa mais volumes e conteúdos Starfinder sairão ao longo do ano.
E você, joga Pathfinder ou prefere outro sistema? Já utilizou o Roll20 para jogar a distância com seus parceiros de campanha? Conte pra gente nos comentários e lembre-se de nos acompanhar nas principais redes sociais!
De acordo com a Varietya Sony Pictures anunciou hoje o título, sinopse e elenco inicial para o novo filme de Quentin Tarantino que contará a história ligada ao assassinato de Sharon Tate. O estúdio confirmou Leonardo DiCaprio no papel principal, e co-estrelado por Brad Pitt em Once Upon a Time in Hollywood (Era Uma Vez em Hollywood).
Confira a sinopse oficial:
“Uma história que acontece em Los Angeles, em 1969, no auge de Hollywood hippie. Os dois personagens principais são Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), ex-estrela de uma série de televisão ocidental, e seu dublê de longa data Cliff Booth (Brad Pitt). Mas Rick tem um vizinha muito famosa ao lado… Sharon Tate.”
O filme será lançado em todo o mundo em 9 de agosto de 2019. Iniciando no 50º aniversário do dia em que a família Manson cometeu os assassinatos de LaBianca e no dia seguinte à morte de Tate, o filme deve estrear junto com Artemis Fowl, a adaptação da Disney da popular série de ficção científica e fantasia.
Motorrad é um thriller/terror nacional, lançado no circuito internacional em grandes festivais como TIFF (Toronto International Film Festival). Dirigido por Vicente Amorim, o longa traz no elenco Guilherme Prates, Carla Salle e Emílio de Mello. Na trama um grupo de motocross buscando aventuras se depara com uma jovem misteriosa, que os direciona a uma trilha radical. Porém a aventura se torna uma luta por sobrevivência quando começam a ser perseguidos por uma gangue desconhecida.
Motorrad é um esforço louvável de Vicente Amorim, levando o cinema de gênero brasileiro para festivais internacionais e grande circuito nacional. É clara a paixão do diretor com o projeto e o tema e apesar de apresentar muitos deslizes, é preciso olhar para as possibilidades que Motorrad abre para o cinema de terror no Brasil. Mas infelizmente, o filme não é perfeito.
Uma das grandes falhas de Motorrad é não respeitar as regras estabelecidas pelo roteiro. Os motoqueiros perseguidores são introduzidos como forças onipresentes e ligeiramente sobrenaturais, mas estão vulneráveis a mortes humanas sem qualquer explicação. A questão geográfica e temporal é totalmente comprometida por uma montagem frenética, que abusa de planos e cortes diferentes que causam confusão e não agregam a trama. Os personagens tomam decisões convenientes ao roteiro, e sem que suas histórias sejam exploradas, ficando difícil para o espectador se engajar de forma a sentir o peso de suas mortes.
O elenco trabalha bem com o que pode, a fotografia aproveita as belas paisagens e a paleta de cores terrosas contrasta com os figurinos escuros da gangue perseguidora, gerando algum sentimento de imponência desses motoqueiros em relação aos protagonistas. A trilha sonora é inconstante, por vezes agregando a tensão e em outras se tornando obvia e estridente. Outro problema é com as personagens femininas vividas por Carla Salle e Juliana Lohmann; ambas apresentadas de forma caricatas, são pouco aproveitadas e com diálogos cercados de objetificação, reduzindo ambas a percepção masculina.
Motorrad busca algo novo, uma tentativa de thriller/terror que segue estéticas estabelecidas por filmes como It Follows e It Comes at Night, com poucos diálogos ou sem cenas expositivas. Porém, o roteiro tropeça em suas próprias regras e a montagem não permite que o espectador crie qualquer sensação lógica nos espaços explorados. Motorrad deixa seu público tão perdido quanto seus protagonistas nas belas paisagens da Serra da Canastra.