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    CRÍTICA – Shayda (2023, Noora Niasari)

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    Shayda é um drama australiano de língua persa e inglesa que estreou no Festival de Sundance 2023. O filme está na sessão da Competição Dramática de Cinema Internacional.

    Com direção e roteiro de Noora Niasari, no elenco estão Zar Amir Ebrahimi, Osamah Sami, Selina Zahednia e Leah Purcell.

    SINOPSE

    Uma mulher iraniana que vive na Austrália, Shayda (Zar Amir Ebrahimi) encontra refúgio em um abrigo para mulheres com sua filha assustada de 6 anos, Mona (Selina Zahednia). Tendo fugido de seu marido, Hossein (Osamah Sami), e pedido o divórcio, Shayda luta para manter a normalidade para Mona. Estimulada pela aproximação do Ano Novo Persa, ela tenta forjar um novo começo com liberdades novas e irrestritas. Mas quando um juiz concede direitos de visita a Hossein, ele entra de novo na vida delas, alimentando o medo de Shayda de que ele tente levar Mona de volta ao Irã.

    ANÁLISE

    Shayda é o retrato silencioso de uma realidade intangível que acontece com inúmeras mulheres ao redor do mundo todos os dias. A diretora e roteirista Noora Niasari buscou em experiências próprias a base para seu filme, o resultado são 117 minutos de uma apreensão amedrontadora. Logo, é impossível não ficar aflito e agoniado enquanto Shayda tenta fugir de seu marido abusivo, afinal, essa é uma história que todos conhecemos. 

    O longa estabelece desde o primeiro momento um sentimento desolador, na cena de abertura vemos Shayda mostrando a sua filha, Mona, os locais de seguranças dentro de um aeroporto na Austrália. O ato é uma forma de remediar, caso Hossein, tente sequestrar a filha para levá-la de volta ao Irã. 

    Shayda busca confortar a filha e transparecer o mínimo possível da situação, ela está em um abrigo para mulheres. Como uma mulher iraniana, ela enfrenta alguns ataques xenófobos que logo se dissipam quando as mulheres ali presentes compreendem que precisam apoiar umas às outras. O verdadeiro desafio de Shayda está em lidar com seu marido abusivo, que no processo de divorcio ele ganhou o direito de visitar a filha. Hossein é o tipo de abusador que sabe fingir que está arrependido e implora para Shayda o perdoar, mas quando ela diz não, ele mostra sua perversão dizendo que a esposa será morta quando voltarem para seu país.  

    Por outro lado, é impressionante assistir Shayda se desvencilhando desse relacionamento, aos poucos ela vai mudando seu estilo e comportamento, ainda que sinta medo pelas ações de seu marido. Shayda funciona como uma mulher que podemos chamar de “guerreira”, ainda que seja um papel que as mulheres estão cansadas de interpretar. Grande parte de seu esplendor é graças a atuação brilhante da atriz Zar Amir Ebrahim que soube transmitir muito bem a essência de sua personagem. 

    Já a menina Mona, tem os olhos de uma criança assustada sem saber ao certo o que está acontecendo com seus pais, mas ainda assim, percebendo tudo. Logo, a atriz mirim Selina Zahednia é mais uma parte da equação do porque esse filme é tão assertivo, Mona é o tipo de criança que transparece, mesmo sem falar uma palavra. 

    Ainda que filme explore de maneira menos intensa os paradigmas da cultura iraniana sob as mulheres como Shayda, há uns resquícios pelo filme, como o telefonema preocupante da mãe da protagonista que pede que ela volte com o marido, visto que “ao menos ele é um bom pai”. Sendo assim, o longa também revela as micro violências do cotidiano, enquanto a própria protagonista tenta sobreviver e ter esperanças. 

    VEREDITO

    Noora Niasari trabalha muito bem suas personagens principais enquanto assume uma forma de filmar semelhante a um documentário. Shayda é uma obra extremamente resiliente.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    O longa estreou no Festival Sundance deste ano e ainda não possui trailer disponível.

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    Lockwood & Co.: Conheça os protagonistas da nova série da Netflix

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    Em uma Londres repleta de ameaças sobrenaturais, três talentosos caçadores de fantasmas adolescentes se aventuram em perigosos combates com espíritos mortais. Na série Lockwood & Co. que estreia nesta sexta-feira (27) na NetflixRuby Stokes de Bridgerton se junta a uma startup de duas pessoas cuja missão é investigar o paranormal. 

    Enquanto a nebulosa Londres de Lockwood & Co. está repleta de negócios de caçadores de fantasmas, a agência titular é a única administrada por adolescentes. No entanto, a empresa tem a tarefa de desvendar um mistério que pode mudar o curso da história. 

    A série é escrita e dirigida pelo indicado ao BAFTA Joe Cornish (Homem-Formiga) e é baseada na série de livros de Jonathan Stroud.

    LUCY CARLYLE (Ruby Stokes) 

    Depois de ser rejeitada por sua família, perder seu único amigo e ser culpada por um acidente de trabalho mortal, Lucy Carlyle está em seu ponto mais baixo quando chega à Lockwood & Co. Mas ela tem um dom excepcional – ela pode “escutar” fantasmas – e suas habilidades ajudam a equipe a desvendar um mistério diabólico.

    Ruby Stokes é mais conhecida por interpretar Francesca em  Bridgerton . Ela também foi destaque nos filmes  A Banquet ,  Rocks  e  Una . Ela está definida para estrelar o próximo drama  The Burning Girls , baseado no romance de mesmo nome. 

    ANTHONY LOCKWOOD (Cameron Chapman)

    Assombrado pela morte de seus pais, Anthony Lockwood é um adolescente prodigioso com muito a provar e o ego para apoiá-lo. Ele é um líder destemido, mas às vezes imprudente. O promissor ator Cameron Chapman faz sua estreia na TV com Lockwood & Co. 

    GEORGE KARIM (Ali Hadji-Heshmati)

    Um pesquisador brilhante, mas um pouco excêntrico, George Karim se sente um estranho mesmo entre seus colegas de agência. Seu comportamento cada vez mais errático representa uma ameaça para a operação do trio, pois eles se deparam com uma ameaça de outro mundo.

    Ali Hadji-Heshmati também é um novato que equilibra seus papéis de ator com estudos de meio período na famosa Universidade de Oxford. No Reino Unido, ele é mais conhecido por seu trabalho na temporada final do drama médico de longa duração Holby City, e também apareceu na série de comédia Bad Education.


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    CRÍTICA – O Menu (2022, Mark Mylod)

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    Lançado nos cinemas brasileiros, O Menu chegou sem muito alarde, mas chamando bastante atenção daqueles que lhe deram uma chance. Dirigido por Mark Mylod e estrelado por Anya Taylor-Joy (O Homem do Norte) e Ralph Fiennes (Voldemort na franquia Harry Potter), o longa é uma produção de suspense e terror que chegou na quinta-feira, 19, no catálogo do serviço de streaming Star+.

    O filme faz uma sátira as elites e ao conceito do que hoje é visto como arte, como a atividade artística virou um mero produto elitizado e que só pode ser degustado por uma pequena parcela da sociedade, os privilegiados e apenas com o objetivo de sentirem prazer, embora a arte nasceu com o objetivo de incomodar e provocar reflexões.

    SINOPSE

    Em O Menu, a jovem Margot (Anya Taylor-Joy) é convidada por Tyler (Nicholas Hoult) para viver uma experiência inesquecível em um dos restaurantes mais conhecidos – e exclusivos – do mundo. Chamada às pressas por Tyler após o rapaz terminar um relacionamento pouco antes do evento, Margot logo percebe que aquele não é o seu lugar. Lá, a cozinha é liderada pelo famoso chef Julian Slowik (Ralph Fiennes) e estabelecimento fica localizado em uma ilha distante, na qual todos os seus ingredientes frescos são cultivados. Junto de outros clientes autointitulados especiais, como um astro de cinema, funcionários do mercado financeiro, uma crítica gastronômica e um casal milionário, Margot e Tyler entram no bizarro mundo comandado pelo chef Slowik.

    ANÁLISE

    O casal Margot e Tyler são opostos em suas personalidades e na expectativa sobre o que verão no restaurante luxuoso, em que se passa a trama. Desdenhando da experiência e dos outros convidados, Margot tira o chef Julian dos eixos. A interação dos dois atores é muito intensa e Anya Taylor-Joy entrega uma atuação consistente. 

    Além dos personagens e da trama, O Menu acerta novamente no quesito fotografia e cenografia. A escolha dos tons escuros ajuda a criar um restaurante chique e sombrio. Cada espaço do local foi pensado para ser o cenário de um momento específico da história. O mérito fica para o designer de produção Ethan Tobman, que já está habituado a criar ambientes fechados e relevantes, como fez em O Quarto de Jack (2015).

    A construção narrativa também agrada. Cada prato, desde a entrada até a refeição principal, vai sendo apresentado com imagens em close-up, como se o espectador estivesse diante de um reality show de culinária. O tom do roteiro, nessas apresentações, deixa claro as críticas que o longa faz.

    Um fato curioso, é que o roteirista Will Tracy garantiu que visitou um restaurante de luxo, na Noruega, que tinha um menu passo a passo e que a experiência foi “claustrofóbica”. Ele teria sido a fonte de inspiração para a trama do filme.

    Em tempos de polarização política, o alvo do diretor é certeiro: sua crítica serve para aqueles que se veem no topo sem necessariamente entenderem o que isso significa, independentemente de suas visões mais à esquerda ou à direita.

    VEREDITO

    O Menu tem uma trama exótica e inteligente. Por trás das excentricidades há conteúdo interessante, crítica social e até alguma filosofia, embora de difícil acesso, emaranhados nas camadas de humor sardônico. Ralph Fiennes entrega uma de suas melhores atuações dos últimos anos, lembrando ligeiramente o olhar insano do diretor do campo nazista da A Lista de Schindler (1993).

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Mila no Multiverso (1ª temporada, 2023, Disney+)

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    Mila no Multiverso é uma série de aventura e ficção-científica infantojuvenil do Disney+. A série nacional é uma das primeiras produções a serem lançadas na plataforma. Mila no Multiverso é estrelada por Malu Mader, Laura Luz, Rafaela Mandelli e grande elenco. A série chega ao streaming no dia 25 de janeiro.

    A série faz parte do selo Disney+ Original Productions e conta a história de Mila (Laura Luz), uma jovem que após descobrir a existência do multiverso, tem sua realidade alterada para sempre.

    SINOPSE

    Mila no Multiverso conta a história da jovem Mila, que em seu 16º aniversário descobre um dispositivo que pode levá-la para visitar universos paralelos à procura de sua mãe, Elis (Malu Mader).

    ANÁLISE

    Mila no Multiverso

    Ao longo de seus 8 episódios, a primeira temporada de Mila no Multiverso nos apresenta incríveis surpresas. Enquanto testemunhamos os acontecimentos daqueles mundos pelos olhos de Mila, vemos como o Multiverso pode ser vasto e perigoso – mas que a série acaba optando por limitar o nosso alcance e seu orçamento à basicamente três distintos universos.

    Enquanto somos lançados à história em um universo bem parecido com o nosso, Mila leva a vida de uma garota de 16 anos comum, uma estudante que quer se divertir. Mas no dia de seu aniversário, tudo muda. Os Operadores – seres multiversais com motivos escusos – se revelam para ela e sua mãe Elis, mudando suas vidas para sempre.

    Enquanto passa seus dias trancada no laboratório, Elis parece deixar sua relação com sua filha Mila minguar, as fazendo de certa forma se distanciar, e isso parece mudar no dia em que os Operadores chegam. Enquanto aborda temas como a monoparentalidade, vemos a relação das duas personagens crescer, e enquanto somos lançados ao mundo da série, testemunhamos todas as belezas e as particularidades daquelas realidades.

    Em uma delas, a São Paulo que conhecemos é completamente tóxica, já outra, a humanidade parece ter evoluído ao ponto de viver na pura e mais simples sinergia com a natureza, sendo assim, avançadíssimos tecnologicamente.

    Alguns detalhes da série nos fazem levantar alguns alertas. Mas outras, nos fazem só relaxar e testemunhar o desenrolar da série.

    Por se tratar de um elenco muito jovem, é interessante ver como a própria Laura Luz e o elenco de apoio pode fazer em tela. Ainda que outros não tenham muita expressão, a série não parece perder força quando a comparamos com as séries do mesmo nicho.

    VEREDITO

    Por se tratar de uma trama adolescente, ao assistir enquanto um adulto, a trama e os percalços que Mila e seus amigos passam parecem desinteressantes. Mas quando entendemos o subtexto de união, de respeito e de família, tudo se faz mais palatável.

    Enquanto apresenta uma inovação no que diz respeito ao já saturado tópico de “multiverso” – muito diferente de Loki, que criou inúmeras realidades e possibilidades – Mila, precisa se guiar na vastidão de possibilidades e realidades já existentes, a fim de encontrar sua mãe.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer da série:

    Mila no Multiverso estreia no Disney+ no dia 25 de janeiro.

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    CRÍTICA – Run Rabbit Run (2023, Daina Reid)

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    Run Rabbit Run é mais um filme da sessão Midnight que estreou no Festival de Sundance 2023. O longa australiano foi dirigido por Daina Reid e escrito por Hannah Kent. No elenco estão Sarah Snook (Sucession), Lily Latorre e Damon Herriman.

    SINOPSE

    A médica de fertilidade Sarah (Sarah Snook) começa o sétimo aniversário de sua amada filha Mia (Lily Latorre) sem esperar nada de errado. Mas quando um vento ameaçador se aproxima, o mundo cuidadosamente controlado de Sarah começa a se alterar. Mia começa a se comportar de maneira estranha. Com o passar dos dias, Mia se torna cada vez menos ela mesma, exigindo ver a mãe hospitalizada de Sarah há muito tempo afastada.

    ANÁLISE

    O terror é capaz de criar alguns subgêneros que fogem a moda, é o caso das histórias envolvendo relações familiares, onde as crianças ou os pais passam a agir estranho de uma hora para outra. Run Rabbit Run não escapa do convencional, mas é perspicaz ao criar uma atmosfera de tensão que certamente irá impactar os espectadores.

    Isso se deve ao ótimo trabalho narrativo de Hannah Kent, que a partir da relação entre mãe e filha constrói uma experiência assustadora. Tal como The Babadook (2014), também australiano, Run Rabbit Run explora a complexidade da maternidade ao passo de se tornar aterrorizante, aqui não existe espaço para a romantização sobre ser mãe.

    Sarah, vivida por Sarah Snook, é um médico de fertilidade que cria praticamente sozinha sua filha de sete anos, Mia, interpretada por Lily Latorre. O pai é pouco presente, ainda que tenha uma boa relação com Sarah e a menina. É no aniversário de Mia que as coisas ficam estranhas, depois de encontrar um coelho em sua porta, a menina começa a agir como se fosse a irmã mais nova de Sarah, Alice, que desapareceu quando ainda era uma criança. Enquanto isso, Sarah também está passando por um luto, já que seu pai faleceu recentemente.

    Não é um momento bom, e isso é mais evidente na atuação de Snook que demonstra ser uma mãe cansada lidando sozinha com uma filha em crise, enquanto Latorre constrói uma Mia/Alice que alterna entre ser uma menina doce e uma criança levada e birrenta. A dinâmica entre ambas é estrondosa, Sarah busca se conectar a filha e entender o que a mesma está passando, mas a situação é tão irreal que aos poucos vai se tornando incompreensível.

    Mia, por sua vez, se torna uma criança assombrada e ao longo do filme sua presença se transforma em algo desconfortável. Na mesma medida, Sarah também passa a ser mais ameaçadora, confundindo o que é realidade e o que não é. Logo, Run Rabbit Run tem os conceitos básicos do terror familiar – quando nossos filhos e pais não são mais os mesmos – e pode até não ser inventivo nessa fórmula, mas trata de modo relevante os horrores da maternidade.

    VEREDITO

    A diretora Daina Reid aposta em planos mais extensos e lentos para construir a dramaticidade e assim dar ênfase aos momentos de tensão. O toque final certamente é a dupla Sarah Snook e Lily Latorre.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    O longa estreou no Festival Sundance deste ano e ainda não possui trailer disponível.

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    CRÍTICA – Birth/Rebirth (2023, Laura Moss)

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    Birth/Rebirth é um suspense que estreou no Festival de Sundance 2023 na sessão Midnight. O longa é dirigido por Laura Moss, que também co-escreveu o roteiro ao lado de Brendan J. O’Brien; no elenco estão Marin Ireland, Judy Reyes e A. J. Lister

    SINOPSE

    Rose (Marin Ireland) é uma patologista que prefere trabalhar com cadáveres à interação social. Ela também tem uma obsessão – a reanimação dos mortos. Celie (Judy Reyes) é uma enfermeira da maternidade que construiu sua vida em torno de sua filha de 6 anos, Lila (A. J. Lister). Um dia infeliz, seus mundos colidem. As duas mulheres e a jovem embarcam em um caminho sombrio sem volta, onde serão forçadas a confrontar o quão longe estão dispostas a ir para proteger o que mais amam.

    ANÁLISE

    A história de Frankenstein já foi contada inúmeras vezes no cinema e de diferentes maneiras, por isso pode soar até um pouco repetitivo quando um filme resolve aproveitar novamente a premissa da autora Mary Shelley. Felizmente, Birth/Rebirth compreende essa limitação e por isso acrescenta um tema pertinente a sua narrativa: maternidade. 

    A diretora e roteirista Laura Moss cria uma trama tensa que foca principalmente em dar profundidade a seus personagens principais. O caminho de ambas se cruzam quando Lila falece repentinamente e na tentativa de manter a menina viva, Rose e Celie desenvolvem uma estranha relação de amparo. Apesar das cenas gore e do suspense crescente, o filme pouco busca recursos no terror, sendo mais um estudo de personagem que explora duas mulheres em contato com a maternidade. 

    Tanto Celie, como Rose experienciam de formas diferentes o que é ser mãe, Celie de forma mais carinhosa deseja cuidar de sua filha, enquanto Rose vê na menina uma chance de continuar seus experimentos. Dessa forma, o longa busca sua base na ciência, deixando evidente que o renascimento de Lila é uma obra da medicina, o que coloca Celie e Rose numa corrida para achar os recursos necessários para manter a menina viva. 

    Ainda assim, o Birth/Rebirth demora para ficar interessante e em outros momentos é até mesmo cansativo, isso se deve pelo fato do longa querer muito emular uma Frankenstein com ares modernos. Em contrapartida, o filme tem cenas de arrepiar, como uma placenta sendo arrancada de um corpo ou os grunhidos de Lila após ressuscitar. É uma releitura distorcida e bastante ácida, diga-se de passagem, mas simplório e bem menos do que poderia ser. 

    VEREDITO

    Birth/Rebirth vale muito por seus personagens principais; Celie e Rose são totalmente opostas, mas encontram uma ligação inusitada. Além disso, a aposta do gore traz um incentivo ao filme que por vezes pode ser um pouco arrastado.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    O longa estreou no Festival Sundance deste ano e ainda não possui trailer disponível.

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