CRÍTICA – Batman (2022, Matt Reeves)

    Batman (The Batman) é a mais nova adaptação do Homem-Morcego para os cinemas. Dirigida por Matt Reeves, a produção traz em seu elenco principal os atores Robert Pattinson, Zoë Kravitz, Paul Dano, Jeffrey Wright, Colin Farrell e Andy Serkis.

    O novo filme do Batman chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 3 de março. Confira abaixo nossa crítica sem spoilers.

    SINOPSE DE BATMAN

    Batman segue o segundo ano de Bruce Wayne (Robert Pattinson) como o herói de Gotham. Com apenas alguns aliados de confiança – Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) – entre a rede corrupta de funcionários e figuras importantes da cidade, o vigilante solitário se estabeleceu como a personificação da vingança.

    ANÁLISE

    Com diversas adaptações, tanto na televisão como nas telonas, em forma de live-action ou animação; Batman é, sem sombra de dúvidas, um dos heróis mais populares do mundo. Por se tratar de um ser humano sem outros poderes (além do aquisitivo), o personagem construiu um legado muito forte, sendo abraçado por diferentes tipos de público.

    A ideia de termos mais um filme sobre o Homem-Morcego, logo após a empreitada que trouxe Ben Affleck no universo de Zack Snyder, parecia apressada. Afinal, também não faz muito tempo que Coringa fez sua estreia, explorando um lado mais sombrio e diferenciado do personagem.

    Entretanto, a proposta de Matt Reeves, que muito se assemelha ao universo “realista” (entre muitas aspas) criado por Christopher Nolan, é extremamente bem executada. Ao optar por uma trama investigativa, focada no suspense, Reeves traz uma faceta do Batman que ainda não havíamos presenciado no cinema e que é muito comum nos quadrinhos.

    Antes de discorrer sobre o roteiro e o ótimo elenco, é necessário exaltar um dos principais elementos da produção: a trilha sonora. Desde a abertura, onde somos impactados por uma cena pouco comum, a produção já explicita o quanto a trilha sonora será crucial na condução da trama. Michael Giacchino faz escolhas certeiras, principalmente durante as sequências de ação, utilizando composições que acompanham o ritmo das lutas e perseguições.

    No IMAX, a trilha é sentida até em pequenos momentos, quando a progressão de notas se espalha pela sala do cinema durante as investigações e descobertas de Alfred e Bruce. São pequenas experiências que tornam a trama mais fluida e envolvente, sendo um grande trunfo para a produção.

    Batman é um filme longo, possui quase três horas de duração. Seu tempo de tela se justifica pelos diversos arcos do herói, que são muito bem conduzidos pelo roteiro de Reeves e Peter Craig. Assim como em Duna, acredito que algumas pessoas poderão achar o ritmo um pouco lento em alguns pontos, mas são escolhas necessárias para que todos os personagens apresentados tenham certo desenvolvimento.

    Por se tratar de uma produção com vários personagens, o desafio é que todos eles possuam tempo de tela que, além de justificar sua presença, crie subsídios para que suas ações tenham motivações convincentes.

    Tanto Selina Kyle (Zoë Kravitz), quanto Charada (Paul Dano) possuem bastante espaço na trama, o que acredito ser um ponto muito positivo e que evita a existência de pontas soltas ao término da exibição. As motivações de seus personagens são bem construídas. Há uma explicação para suas posturas e ações, o que é algo normalmente falho em diversos filmes de super-heróis recentes.

    O Batman de Reeves está em seu segundo ano de atuação, mas ainda não é o grande detetive que sabemos que o personagem pode ser. Explorar o Homem-Morcego nesse estágio é algo interessante, pois abre espaço para que ele cometa erros e aprimore seu modo de atuação dentro de Gotham. Robert Pattinson está confortável no papel e tem potencial para se tornar a versão favorita de muitos fãs.

    O cast como um todo possui uma ótima química. Jeffrey Wright e Pattinson trabalham muito bem juntos, principalmente durante as cenas investigativas que nos remetem aos ótimos filmes de suspense e serial killers de David Fincher, como Seven (1995) e Zodíaco (2007). Os momentos mais humorados da trama também acontecem quando os dois estão juntos em cena.

    É necessário falar também da ótima atuação de Zoë Kravitz, que dá vida a uma das melhores versões de Selina Kyle até agora. A Selina de Kravitz vai além do conceito de Femme Fatale, sendo ameaçadora e destemida em diversas cenas. Uma possível série da Mulher-Gato já está a caminho, e Zoë é, com certeza, um grande acerto para a personagem.

    CRÍTICA - Batman (2022, Matt Reeves)

    A direção de fotografia de Batman é assinada por Greig Fraser, o mesmo responsável por Duna, Rogue One e alguns episódios de The Mandalorian. Nessa produção ele captura cenas impecáveis, com a mesma qualidade de seus trabalhos anteriores, mas com uma estética muito mais sombria e adaptada à paleta de cores do personagem.

    Apesar de todos os pontos positivos, há algumas escolhas criativas em pontos da trama que destoam da beleza do restante do trabalho, como alguns cortes abruptos entre cenas, ou enquadramentos estranhos quando Pattinson está em primeiro plano. Entretanto, nada que estrague a ótima experiência.

    VEREDITO

    Batman traz uma das melhores versões do personagem já apresentadas no cinema. Com um roteiro bem desenvolvido e ótimas atuações, o filme de Matt Reeves se consagra como mais um ótimo acréscimo à filmografia do maior herói dos quadrinhos.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

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