Vidas Negras Importam: 10 filmes com protagonismo negro

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Vidas negras importam! Isso é um fato e nada vai mudar nosso pensamento aqui no Feededigno.

Nosso artigo tem como objetivo demonstrar a luta vivida por toda a população que sofre com preconceito e violência todos os dias. 

Confira abaixo alguns filmes que tem protagonismo negro e que merecem a mais devida atenção pela sua qualidade:

Duelo de Titãs (2000, Boaz Yakin)

Duelo de Titãs conta a história de Herman Boone, interpretado brilhantemente por Denzel Washington, um treinador de futebol americano negro que deve unir pretos e brancos no time de Alexandria , no estado da Virgínia, na época da segregação racial norte americana, em 1971. Boone e sua família tem que lidar com ataques racistas dos moradores do local enquanto deve se provar como técnico.

O filme  mostra as dificuldades profissionais da população negra que deve se provar mais do que os outros para conseguir seu merecido lugar ao Sol, além de abordar o preconceito e discriminação que tornam ainda mais tortuoso esse caminho, pois tem que lidar com isso a todo o momento. 

Denzel Washington tem uma atuação fantástica, provida de emoção e frieza de formas calculadas e intensas no emocionante longa de Boaz Yakin.

Django Livre (2012, Quentin Tarantino)

“Say goodbay to miss Laura…”

Django Livre é um dos melhores filmes da carreira do diretor renomado Quentin Tarantino

Na trama, Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto que tem como objetivo salvar sua amada Broomhilda (Kerry Washington) de uma família de escravocratas sulistas. O protagonista conta com a ajuda do Dr. King Schultz (Christoph Waltz), um homem branco com pensamentos progressistas para tocar o terror nos racistas.

Quentin Tarantino dá uma excelente visão ao personagem, colocando pontos importantes de gêneros que ele ama como o western no longa.

O fato de ser num passado nos dá o sentimento de catarse com as inventivas mortes e um terceiro ato que nos dá uma satisfação automática com a quantidade de mortes que Django deixa na fazenda dos escravocratas.

Os registros do sofrimento preto com a escravidão são de suma importância para sempre nos lembrarmos da nossa história, uma vez que o povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la.

Fruitvale Station: A última Parada (2013, Ryan Coogler)

Fruitvale Station: A Última Parada conta a história verídica de Oscar Grant, interpretado brilhantemente por Michael B. Jordan, morto pela polícia nas comemorações de ano novo de 2008 para 2009. 

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Ryan Coogler tem uma visão intimista da vida sofrida de Oscar Grant, um homem que teve poucas oportunidades na vida e que sofreu da brutalidade policial tão presente na vida das pessoas negras. 

A falta de preparo, racismo e abuso de poder da polícia são mostrados com maestria numa cena de tirar o fôlego e que nos deixa revoltados, pois demonstra o quão fácil é tirar a vida de um cidadão preto.

Sonhos Imperiais (2014, Malik Booth)

John Boyega dá vida a Bambi, um homem que quer ser escritor, mas vive imensas dificuldades na periferia, sendo pai solteiro e tendo que criar seu filho de forma precária com poucos recursos. 

Sonhos Imperiais mostra a dificuldade da população negra em ascender profissionalmente, visto que dependendo da sua situação e da cor de sua pele, o caminho se torna mais tortuoso e desigual, uma vez que as oportunidades se esvaem e restam poucas alternativas.

Selma: Uma Luta pela Igualdade (2015, Ava DuVernay)

Martin Luther King Jr. foi uma das maiores lideranças da história. Um homem pacífico, idealista e determinado que sempre lutou pelos seus ideais de forma ordeira e eficiente, mostrando que há mais de um caminho para ser trilhado contra a tirania e mostrar que vidas negras importam.

Selma: Uma Luta pela Igualdade mostra toda a vida do herói norte americano. Interpretado por David Oyelowo que se parece fisicamente com King, o longa mostra as maiores conquistas e derrotas do líder, mostrando o quão importante foi sua luta.

O texto muito bem escrito e a direção de Ava DuVerney dão o tom certo desse filme que é parada obrigatória para quem quer enxergar de forma mais correta a história.

Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016, Barry Jenkins)

TBT #50 | Moonlight: Sob A Luz Do Luar (2017, Barry Jenkins)

Moonlight: Sob a Luz do Luar fala de dois assuntos que deveriam ser um debate constante: homofobia e masculinidade tóxica.

Chiron (Alex R. Hibbert – criança – Ashton Sanders – adolescente – Trevante Rhodes – adulto) é um menino negro que cresceu na periferia. Com uma mãe viciada em drogas, teve como tutor Juan (Mahershala Ali), um traficante que cuida do garoto na ausência da sua mãe. 

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O longa dirigido por Barry Jenkins é um soco no estômago de quem assiste. Com um texto forte, cenas pesadas que mostram a brutalidade de ser diferente em um ambiente hostil são de uma sensibilidade tremenda por parte do diretor. 

O filme é extraordinário e suas atuações são incríveis, o roteiro é impecável, pois mostra toda uma jornada de autoconhecimento.

A 13ª Emenda (2016, Ava DuVerney)

Diversos estudiosos fazem uma análise completa do sistema carcerário dos Estados Unidos, mostrando que a população preta é a que mais sofre com o encarceramento.

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Ao mostrar que existe um projeto para aprisionar negros e fazê-los trabalhar de forma escrava para empresas e tornar as ruas mais “seguras” para os cidadãos brancos, a diretora consegue capturar de forma genial o racismo que há nas camadas mais altas da sociedade, uma vez que coloca presidentes como chefes do projeto.

Abordando de forma crua e realista o racismo estrutural e direto que existe na “Terra da Liberdade” que só existe para algumas castas.

Ava DuVerney fez um dos melhores documentários da história ao criar 13ª Emenda, pois consegue mostrar de fato como o sistema funciona.

Corra! (2017, Jordan Peele)

Uma das obras-primas do cinema contemporâneo não poderia ficar de fora dessa lista, uma vez que Jordan Peele foi genial.

Na trama, Chris (Daniel Kaluuya) vai passar por um processo que deveria ser natural: conhecer os pais da namorada Rose (Alisson Williams), todavia, Chris é negro e Rose branca. Além da situação desconfortável, segredos obscuros tornam a situação estranha.

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Com uma direção impecável que captura o melhor de cada personagem a cada minuto e um roteiro magnífico, por exemplo,  Corra! é uma aula de como um filme deve ser feito. 

Jordan Peele soube tirar todo o conforto com situações embaraçosas e macabras, por exemplo, de algo que já é um tabu na sociedade: um relacionamento inter-racial. 

Fazendo apologias à escravidão de forma sagaz, Peele nos presenteia com um longa intimista e completamente irreverente, visto que é inovador e nos faz pensar muito no que a população preta sofre com a questão racial.

Infiltrado na Klan (2018, Spike Lee)

Vidas Negras Importam

Seguindo a lista temos Infiltrado na Klan, filme dirigido por Spike Lee.

Ron Stallworth (John David Washington) é um policial negro do Estado do Colorado que consegue uma façanha indigesta: se infiltrar na Ku Klux Klan. Com a ajuda de Flip Zimmerman (Adam Driver), um policial branco e judeu, Ron consegue boicotar os planos do grupo nefasto.

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Infiltrado na Klan mostra dois grupos da sociedade que sofrem até hoje: negros e judeus. Ao abordar os membros da Ku Klux Klan como caipiras idiotas, Spike Lee subverte em alguns momentos o real perigo que eles representam, pois até os mais imbecis em grande número podem causar estrago.

David Duke (Topher Grace) é calmo, ponderado e poderoso, visto que mesmo com sua aparência tranquila, mostra todo o seu ódio de forma perversa. 

Ao mostrar que toda a forma de resistência é válida, Spike Lee nos diz com todas as letras que vidas negras importam nesse filme maravilhoso!

Pantera Negra (2018, Ryan Coogler)

Pantera Negra 2 terá volta de personagens!

O rei de Wakanda não poderia ficar de fora de uma lista tão empoderada! 

Pantera Negra conta a história de T’Challa (Chadwick Boseman), o príncipe de Wakanda, que se torna rei após a morte de seu pai, T’Chaka. Enquanto lida com a nova realidade, um homem chamado Killmonger (Michael B. Jordan) ameaça seu reinado lutando pelo trono.

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O filme de Ryan Coogler foi um marco no cinema em 2018, pois trouxe protagonismo para uma cidade com uma tecnologia extremamente avançada formada apenas por cidadãos negros, sem que eles seja subjugados por ninguém, sendo independentes de tudo e de todos, além de criar um grande vilão com motivações dignas.

Os jovens negros puderam olhar para a grande tela e se orgulhar, uma vez que temos um super-herói que nos represente com uma riqueza de cultura dos nossos ancestrais. 

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“WAKANDA FOREVER!”

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