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    CRÍTICA | ‘Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii’ game mergulha no que a franquia tem de melhor

    Após a dissolução dos clãs da Yakuza no Japão, muita coisa mudou, e isso pode ser visto ao longo da história de Like a Dragon: Infinite Wealth. À medida que mergulhamos na trajetória de Ichiban e Kiryu, percebemos como o mundo se tornou muito mais complexo do que quando o adentramos pela primeira vez. Em Pirate Yakuza in Hawaii, ainda sentimos a repercussão das escolhas dos patriarcas dos clãs e como alguns deles tentam fazer as pazes com as consequências do passado. Após uma guerra que durava tempo demais, decidiram que a dissolução resolveria o grande problema dos conflitos intermináveis.

    Aqui, no décimo game da franquia principal, controlamos um personagem com o qual não estamos acostumados. Goro Majima foi um personagem jogável em Yakuza 0 e no spin-off Yakuza: Dead Souls. Agora, controlamos um Majima desmemoriado, que, após um acidente, é levado até uma ilha. Lá, conhece o jovem Noah, que o ajuda a recuperar sua memória, e o pai de Noah, Jason.

    Com o desenrolar da história, Goro descobre a existência de piratas ao ser confrontado por um grupo e desenvolve um súbito interesse em se tornar um deles.

    GORO? UM PIRATA? OU UM YAKUZA?

    PIrate Yakuza

    Goro Majima é um dos personagens mais icônicos da franquia Yakuza, e controlá-lo aqui é tão satisfatório quanto em Yakuza 0 — além de enfrentá-lo nos outros games da série. Agradeço à Sega por nos enviar a chave para realizarmos a análise do game.

    Minha paixão pela franquia Yakuza começou, em grande parte, por uma curiosidade que surgiu após ouvir o podcast Joga Com Meu Jogo, do Jogabilidade, no qual Rafael Quina recomendava a série. Depois disso, decidi tirar um tempo para aproveitar cada detalhe dos jogos. E um dos principais aspectos da franquia sempre foi um problema para mim.

    Meu maior problema ao jogar os games da série são as missões secundárias, que não apenas me fazem dedicar tempo demais ao jogo, mas também me deixam cada vez mais impressionado com o trabalho dos roteiristas.

    PIrate Yakuza

    Utilizadas como uma técnica narrativa muito mais profunda do que simplesmente nos fazer esbarrar com personagens pelas ruas de Kamurocho, Sotenbori e até mesmo do Havaí, essas missões revelam detalhes da personalidade dos protagonistas e mostram quem eles realmente são — para além da brutalidade exigida de alguns dos membros mais notórios da Yakuza.

    Agora, além de um ex-patriarca, Goro Majima tem como sonho se tornar um dos piratas mais infames dos sete mares. A bordo do Goromaru, viajaremos pelos oceanos, enfrentando inimigos, competindo no Coliseu e recrutando piratas e tesouros para o nosso bando.

    JOGABILIDADE, YAKUZA PIRATA E MAIS

    PIrate Yakuza

    Lembra quando citei as missões secundárias? Então… Elas são um verdadeiro inferno para mim. Antes do capítulo 3, já havia aprimorado o Goromaru para seu último nível… em tudo. Desde um casco mais resistente até armas mais poderosas, além de ter melhorado os membros da tripulação até os níveis mais altos. E, claro, escolhi como meus capitães personagens como Daigo Dojima, Ichiban Kasuga e, obviamente, Kazuma Kiryu.

    Melhorar o Goromaru e navegar pelos mares é divertido, satisfatório e recompensador — talvez até mais do que em games como Assassin’s Creed IV: Black Flag e Skull and Bones. E aprimorá-lo pode ser tão empolgante quanto enfrentar inimigos pelas ruas e esconderijos do jogo.

    O game possui um sistema de obtenção de habilidades diferente dos outros títulos da franquia. As atividades distribuídas pelos mapas oferecem não apenas dinheiro, mas também pontos específicos. Seguindo o estilo de games anteriores da série, temos aqui um beat’em up misturado ao gênero RPG. Ao deixar de lado o combate por turnos de Like a Dragon, o jogo se torna muito mais dinâmico e divertido.

    PIrate Yakuza

    Tendo a ilha Rich como hub principal, podemos criar uma fazenda com animais resgatados e estabelecer alianças que impulsionarão nosso progresso e combates. E, mesmo que, em alguns momentos, a história seja colocada em segundo plano, diversas tramas secundárias se desenvolvem simultaneamente. Enquanto lidamos com as repercussões da dissolução dos clãs da Yakuza, também enfrentamos personagens do passado que insistem em surgir e atrapalhar a fantasia de Goro.

    Em busca de um tesouro — que recentemente entrou no radar do futuro pirata mais infame —, Goro Majima enfrentará inimigos desafiadores para desvendar os segredos mais profundos, conhecidos apenas pelo alto escalão dos piratas. Assim como Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, Pirate Yakuza in Hawaii tem apenas cinco capítulos em sua campanha principal, mas sua exploração e os minijogos podem facilmente proporcionar entre 40 e 50 horas de jogo — ou até mais.

    PIrate Yakuza

    O combate é muito mais divertido graças aos variados estilos de luta de Goro. Além do tradicional “Cachorro Louco”, o estilo “Bucaneiro” adiciona diversidade ao gameplay. Além de usar uma pistola, Goro empunha um par de espadas e um gancho, tornando os combates em ilhas verdadeiros musou — nos quais, por vezes, é necessário derrotar até 100 inimigos. Essas batalhas podem ser tão intensas quanto um confronto tradicional.

    UM VERDADEIRO YAKUZA, MAS NÃO COMO VOCÊ ESPERAVA

    Como um game emocionante, profundo e divertido da franquia Yakuza, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii ganha cada vez mais profundidade conforme avançamos. O jogo se torna mais recompensador e instigante ao explorar e batalhar no mar do que muitos títulos focados nessas mecânicas.

    Outro elemento que adiciona camadas e diversão ao combate são as habilidades de Goro. Além da técnica do “Cachorro Louco”, que cria clones sombrios, no estilo “Bucaneiro” podemos utilizar instrumentos amaldiçoados para trazer o caos às arenas de batalha.

    Munidos de um violino, uma ocarina, uma guitarra ou um saxofone, invocamos maldições dos mares — e da terra também —, alterando a maré dos combates, seja em terra firme ou em alto-mar após a destruição de um navio inimigo.

    Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii reúne tudo que a franquia desenvolveu de melhor até agora. Além de dar espaço para o desenvolvimento de um personagem que, até então, era secundário, o jogo permite que Goro Majima finalmente se torne aquilo que ele deseja, e não apenas o que a ocasião exige — como aconteceu tantas vezes no passado.

    Se ele já foi capanga da Yakuza, patriarca, dono de boate e empreiteiro, por que não ser um pirata?

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii foi lançado para o PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S no dia 21 de fevereiro.

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    CRÍTICA | ‘Lobisomem’ e a tentativa da Blumhouse de repagina-lo

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    Lobisomem, a mais recente criação da Blumhouse e do diretor e roteirista Leigh Whannell, conhecido por seu trabalho em O Homem Invisível (2020), promete levar o público a um novo nível de pavor.

    Estrelado por Christopher Abbott, Julia Garner e Matilda Firth, o filme promete atuações intensas e efeitos impactantes.

    Lançado em 16 de janeiro, a produção é realizada pela Blumhouse Productions em parceria com a Universal Pictures.

    SINOPSE

    A lua está cheia e o terror está à solta. Neste arrebatador conto de horror, um homem deve lutar para proteger a si mesmo e sua família quando eles se tornam alvos de um lobisomem mortal. À medida que a lua cheia ilumina a noite, o grupo é perseguido, aterrorizado e assombrado por uma criatura que personifica seus piores pesadelos. 

    ANÁLISE

    Crítica | "Lobisomem" e a tentativa da Blumhouse de repagina-lo

    O longa, inspirado no icônico monstro da Universal, reinventa vem com a missão de apresentar uma abordagem moderna e visceral. Com uma narrativa tensa e um visual soturno, o diretor entrega um filme que equilibra horror, suspense e carga emocional.

    Aqui, diferente da clássica maldição ancestral, o tema é abordado como uma aparente e terrível doença infecciosa; e a vítima é interpretada com intensidade por Christopher Abbott.

    Whannell imprime sua assinatura na direção, utilizando enquadramentos claustrofóbicos e sequências de ação bem coreografadas para intensificar a sensação de perigo constante. O uso de efeitos práticos e CGI não garante um melhor filme da criatura clássica, mas se esforça. 

    No centro da história, temos Blake Lovell (Christopher Abbott) que entrega uma atuação magnética, capturando com precisão o tormento de um homem perdendo sua humanidade e caminhando para o monstro, enquanto sua esposa Charlotte Lovell (Julia Garner), tem que ajudá-lo, proteger sua filha Ginger (Matilda Firth) e entender o que se passa; tudo ao mesmo tempo.

    É justo mencionar que o longa apresenta uma abordagem muito criativa na mudança de perspectiva entre humanos e criatura, deixando claro o esforço para trazer um CGI bem feito. 

    Já o roteiro equilibra com habilidade horror e drama, criando uma história que não apenas assusta, mas também emociona. Whannell, que já demonstrou sua aptidão para o horror psicológico em O Homem Invisível (2020), novamente utiliza o gênero para explorar a vulnerabilidade humana. 

    Lobisomem não é apenas sobre um monstro aterrorizante, mas também sobre perda, identidade e a luta contra forças que fogem ao nosso controle.

    VEREDITO

    Apesar de ser um tentativa válida de manter vivo uma das mais tradicionais criaturas da noite, Lobisomem não se firma como uma das melhores reinvenções do horror clássico nos últimos anos. 

    Infelizmente o novo filme da Blumhouse não figurará na lista de sucessos da produtora. 

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Noites Sombrias #53 | 10 lobisomens mais marcantes do cinema

    Nossa nota

    2,5 / 5,0

    Assista ao trailer dublado:


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    CRÍTICA | ‘A Substância’ é a obsessão pela juventude em forma de um horror corporal impactante

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    A Substância, que estreou em grande estilo no Festival de Cannes 2024, marca o retorno triunfal de Demi Moore a um papel de destaque, juntamente com Margaret Qualley e Dennis Quaid, está disponível nos cinemas.

    Nesta semana o longa da diretora Coralie Fargeat recebeu o Oscar na categoria Melhor Cabelo e Maquiagem.

    SINOPSE

    Em A Substância, Elisabeth Sparkle (Demi Moore) é uma celebridade em declínio que enfrenta uma reviravolta inesperada ao ser demitida de seu programa fitness na TV. Desesperada por um novo começo, ela decide experimentar uma droga do mercado clandestino que promete replicar suas células, criando temporariamente uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma. Agora, a atriz se vê dividida entre ela e sua nova versão Sue (Margaret Qualley), que devem coexistir enquanto navegam pelos desafios da fama e da identidade.

    ANÁLISE

    O horror sempre encontrou formas criativas de traduzir ansiedades sociais em imagens perturbadoras. Em A Substância, a diretora Coralie Fargeat leva essa ideia ao extremo, transformando a obsessão pela juventude e pela perfeição física em um pesadelo grotesco e estilizado. 

    A trama acompanha Elisabeth Sparkle (Moore), uma ex-estrela de TV que, ao ser descartada pela indústria devido à idade, encontra a oportunidade de se reinventar através de um tratamento secreto. A “substância” do título promete não apenas rejuvenescer, mas dividir a pessoa em duas: a versão mais jovem e bela, interpretada por Margaret Qualley, e a original, que passa a ser descartada. 

    O que começa como um sonho logo se torna um jogo de sobrevivência brutal, explorando os limites do horror corporal e da identidade.

    Fargeat constrói um filme visualmente deslumbrante e desconfortante, com um design de produção que abraça o surrealismo e o gore sem restrições. 

    O uso de cores vibrantes e cenas carregadas de simbolismo transformam o corpo humano em um campo de batalha, onde juventude e decadência travam uma luta impiedosa. 

    Cada transformação é registrada de maneira visceral, evocando influências que vão desde David Cronenberg até o cinema de horror europeu contemporâneo.

    A atuação de Demi Moore é um dos grandes trunfos do filme. Ela traz camadas de vulnerabilidade e fúria para sua personagem, ao mesmo tempo em que brinca com sua própria imagem icônica de Hollywood. 

    Margaret Qualley, por sua vez, assume um papel intrigante, transitando entre a fragilidade e a frieza calculada e a dinâmica entre as duas personagens é central para a narrativa e funciona como uma metáfora afiada para a pressão incessante exercida sobre as mulheres na indústria do entretenimento.

    O roteiro de A Substância não se contenta em ser apenas um horror visceral, mas também entrega crítica social em camadas. Ao abordar temas como a mercantilização do corpo feminino, a cultura da obsolescência e a violência simbólica contra mulheres que envelhecem, o filme se posiciona como uma obra relevante e corajosa. 

    Algumas escolhas narrativas podem dividir opiniões – especialmente no terceiro ato, onde o excesso pode parecer exagerado para alguns -, mas é inegável que a diretora tem pleno controle sobre sua visão.

    VEREDITO

    A Substância é um soco no estômago do espectador, tanto visual quanto tematicamente. Apesar de caricato, é um filme que não pede permissão para ser incômodo e que usa o horror de forma inteligentemente bizarra para provocar reflexão. 

    Para quem aprecia o gênero e não tem medo de narrativas intensas e imagens perturbadoras, esta é uma experiência cinematográfica imperdível.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:


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    Um Completo Desconhecido: Conheça alguns dos feitos de Bob Dylan

    Nascido em 24 de maio de 1941 – em Duluth, Minnesota – Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan, é um ícone da música e da contracultura. Sua carreira, que começou em bares e pequenos eventos na região, o levou a se tornar um dos artistas mais premiados e reconhecidos de todos os tempos.

    O álbum The Freewheelin’ Bob Dylan, lançado em 1963, marcou o início de uma jornada musical que influencia gerações até os dias de hoje. Com letras poéticas e melodias marcantes, Dylan conquistou uma legião de fãs e se tornou um símbolo de protesto e desejo por mudanças.

    No dia 27 de fevereiro, a vida de Bob Dylan chegou aos cinemas através da cinebiografia Um Completo Desconhecido, inspirada no livro Dylan Goes Electric! (2015), de Elijah Wald. Escrito e dirigido por James Mangold, o longa é estrelado por Timothée Chalamet e recebeu oito indicações no Oscar de 2025: Melhor Filme, Diretor, Ator, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Som e Figurino.

    Confira abaixo feitos e curiosidades sobre o astro:

    A voz de uma geração

    Bob Dylan usou sua arte para dar voz aos anseios e às inquietações de uma geração. Suas canções de protesto, como Blowin’ in the Wind e The Times They Are a-Changin’, se tornaram hinos de movimentos sociais importantes, como a luta pelos direitos civis e a oposição à guerra.

    Com letras poéticas e melodias marcantes, o cantor capturou o espírito de uma época de mudanças profundas, influenciando a cultura popular e inspirando milhares a questionarem o status quo. Seus hinos de protesto ecoaram entre a juventude da época, que buscava um mundo mais justo e igualitário, e suas músicas se tornaram a trilha sonora de manifestações e protestos, amplificando o impacto de suas mensagens e fortalecendo a luta por um futuro melhor.

    A música que deu origem ao nome do filme

    Considerada uma das maiores canções de todos os tempos, Like a Rolling Stone foi lançada em 1965 e marcou uma transformação na carreira de Bob Dylan. A música, com mais de seis minutos de duração, era inovadora para a época, combinando elementos de rock e folk com uma letra poética e ácida.

    A produção da música foi cercada de dificuldades. A gravadora não acreditava no potencial da canção e Dylan enfrentou resistência de outros músicos. No entanto, ele insistiu em sua visão e a música foi lançada, tornando-se um sucesso imediato, alcançando o segundo lugar nas paradas da Billboard.

    A letra de Like a Rolling Stone surgiu de um longo poema que Dylan escreveu após uma turnê exaustiva pela Inglaterra. Ele descreveu o processo de composição como um “vômito” de palavras, um desabafo sobre suas frustrações e desilusões. A canção fala sobre uma jovem mulher da alta sociedade que perde tudo e se vê “como uma pedra rolando”, sem rumo e sem identidade. Sua letra ressoou com uma geração de jovens que se sentiam deslocados e desiludidos com o mundo ao seu redor. A música também é notável por sua instrumentação inovadora, com destaque para o som da guitarra elétrica e do órgão elétrico.

    O nome do filme Um Completo Desconhecido, vem do refrão marcante:

    How does it feel?

    How does it feel?

    To be without a home

    Like a complete unknown

    Like a rolling stone

    Um afastamento repentino dos palcos

    Um Completo Desconhecido: Conheça alguns dos feitos de Bob Dylan

    Em 1966, Bob Dylan sofreu um grave acidente de moto em Woodstock, Nova York, quando ele pilotava sua moto Triumph Tiger 100 e derrapou, sofrendo fraturas na coluna vertebral e concussão. Na época, muito se especulou sobre a gravidade do acidente e se ele teria sequelas permanentes.

    Após o ocorrido, Dylan se afastou dos palcos e da vida pública, passando um tempo em sua casa em Woodstock com sua família. Esse período de recuperação, no entanto, permitiu que ele se concentrasse na composição e gravação de novas músicas, resultando em álbuns importantes como John Wesley Harding e Nashville Skyline.

    Em 1974, Bob Dylan retornou aos palcos com uma série de shows que marcaram sua volta à música ao vivo. A turnê Tour ’74, que passou por diversos países, foi um sucesso de público e crítica, mostrando que Dylan continuava sendo um artista relevante e influente.

    Reconhecido pelo Prêmio Nobel

    Um Completo Desconhecido: Conheça alguns dos feitos de Bob Dylan

    Em 2016, Bob Dylan recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, um reconhecimento por sua habilidade de contar histórias e expressar emoções complexas através de suas letras. A Academia Sueca justificou a premiação afirmando que Dylan “criou novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana“.

    O cantor foi o primeiro músico a receber o prêmio, o que gerou debates acalorados sobre a natureza da literatura e sobre a importância da música como forma de arte. Alguns argumentaram que as letras de músicas não deveriam ser consideradas literatura, enquanto outros defenderam que a poesia de Dylan era tão valiosa quanto qualquer outra forma de escrita.

    Independentemente da polêmica, a premiação recebida por Dylan consolidou sua importância como poeta e letrista, e sua influência na música e na cultura popular. Suas letras, que abordam temas como amor, perda, injustiça social e guerra, ressoaram com milhões de pessoas em todo o mundo e se tornaram parte da cultura popular. 

    O curioso da situação é que Bob Dylan não foi ao evento receber o prêmio. Quem recebeu a estatueta, representando o cantor, foi a cantora Patti Smith. Dylan se encontrou com a Academia Sueca para ser premiado quase quatro meses depois, ocasião em que recebeu, em Estocolmo, seu diploma e medalha do Nobel de literatura. 

    Ao receber o prêmio, Dylan afirmou que “nunca havia pensado em suas canções como literatura” e que se sentia “honrado e surpreso” com a premiação. Ele também reconheceu a influência de outros poetas e escritores em sua obra, como Woody Guthrie, Robert Johnson e Hank Williams.

    Discografia extensa

    Um Completo Desconhecido: Conheça alguns dos feitos de Bob Dylan

    Bob Dylan é um dos artistas mais prolíficos e influentes da história da música, com uma discografia vasta e diversificada que inclui mais de 50 álbuns de estúdio, além de álbuns ao vivo, compilações e singles. Sua produção musical é marcada pela experimentação e reinvenção, explorando diversos gêneros, como folk, rock, blues e country. Entre seus álbuns mais icônicos, destacam-se “The Freewheelin’ Bob Dylan“, um marco do movimento folk com canções de protesto e letras poéticas; “Highway 61 Revisited“, um álbum inovador que marcou sua transição para o rock, com a clássica música Like a Rolling Stone; e “Blonde on Blonde“, um álbum duplo considerado uma obra-prima do rock, com letras complexas e melodias marcantes.

    Dylan também é conhecido por suas apresentações ao vivo energéticas e imprevisíveis, registradas em álbuns como “Before the Flood“, gravado durante sua turnê com The Band, e “Hard Rain“, registrado durante a turnê Rolling Thunder Revue. Além dos álbuns de estúdio e ao vivo, ele lançou diversas compilações, como “Masterpieces” e “Biograph“, que reúnem seus maiores sucessos, além da série “The Bootleg Series“, que apresenta gravações raras e inéditas de sua carreira.

    Um Completo Desconhecido já está disponível nos cinemas brasileiros.


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    EU CURTO JOGO VÉIO #36 | ‘Spider-Man’ é aventura honesta em 32-bits

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    O Homem-Aranha sempre foi um dos meus heróis favoritos na infância. Além da animação clássica dos anos 90, ver ele em tela e poder controlá-lo fez na época, minha cabeça explodir. Mesmo tendo jogado The Amazing Spider-Man vs. The Kingpin no Mega Drive nos anos 90, mergulhar na aventura 32-bits, Spider-Man da Neversoft surpreende ao nos lançar em direção à adversários conhecidos do Cabeça de Teia, com a engine de Tony Hawk’s Pro Skater.

    Graças a limitação gráfica do game, a história se desenvolve de acordo com ela. Nos limitando em um primeiro momento ao topo dos prédios de uma Nova York tomada por um gás tóxico, o game brinca com as limitações, nos desafiando sempre.

    Enfrentando o Escorpião, Rhino, Venom, Carnificina e até mesmo o Lagarto, encontrando diversos heróis pela jornada, vestimos trajes icônicos e usamos a habilidade do Teioso para descobrir quem está por trás do gás que tomou a cidade.

    Este game do Homem-Aranha coça em mim algo muito pessoal, algo que só um jogo do Homem-Aranha é capaz de fazer comigo até hoje. Uma memória da infância dos momentos em que passei dias, talvez meses, em frente ao PlayStation e ao Mega, me lançando pelos prédios, escalando e lutando contra inimigos.

    Spider-Man

    Algo louvável do game dos anos 2000 da Neversoft, é o fato do game rodar todo na engine do Tony Hawk’s Pro Skater, lançado um ano antes. Graças às limitações gráficas dos consoles na época, mapas não tão grandes não podiam ser renderizados ao mesmo tempo, então técnicas para esconder isso eram feitas.

    Se olhássemos para uma direção ou para o chão, o mesmo tom, a mesma cor do “gás” que tomava a cidade podia ser visto.

    Spider-Man é retrato de uma importante era do mundo dos games

    Algo que pode ser notado apenas hoje, é a como o game envelheceu bem se comparados à outros games da mesma época, como o próprio Blade ou X-Men Legends II: Rise of Apocalypse, tendo o último sido lançado em 2005.

    Com uma jogabilidade tão limitada quanto os gráficos, coletar teia para lutar e cura pelo mapa nos fazem ver o game como um retrato de sua época. Divertido, engraçado, desafiador e curioso, o game tem o teor e o humor que as aventuras que o Teioso pedem.

    Spider-Man

    Funcionado como algo embrionário para grandes franquias do mundo dos games que dariam as caras hoje, Spider-Man foi um marco no desenvolvimento dos games da Activision, que mais tarde viria a publicar o brilhante “Ultimate Spider-Man” e também “Spider-Man: Shattered Dimensions”.

    Pular de cabeça em Spider-Man é como retornar à infância. Mesmo que hoje o jogue a caminho do trabalho no R36S, me diverti lutando contra os icônicos vilões da galeria e mesmo me lembrando de puzzles, explorei o que pude, pegando colecionáveis e rindo ocasionalmente com os gráficos do game.

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    EU CURTO JOGO VÉIO #35 | ‘Fatal Frame’ capturou o medo através de uma câmera

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    A fotografia é uma técnica de captação de imagens realizado mediante a exposição luminosa em uma superfície sensível sendo a primeira câmera fotográfica sendo desenvolvida em 1839 e depois de um tempo a marca Kodak popularizou este processo com sua própria marca de câmeras. Um século e algumas décadas depois surgiram os games que nos levaram a diversas aventuras tendo como ferramentas espadas, lanças, escudos e todo tipo de arma até as mais improváveis como uma lanterna ou uma máquina fotográfica. O Jogo Véio dessa semana traz um clássico do terror nos games.

    Há 24 anos atrás com os jogos de terror e sobrevivência ganhando muito destaque surgiu um novo título com uma proposta que pode ser considerada inovadora por não seguir os conceitos que estavam sendo uma fórmula de sucesso na época.

    Fatal Frame‘ foi lançado para Playstation 2, desenvolvido pela Tecmo, sendo lançado no final do ano de 2001 e chegando no ano seguinte ao mercado estrangeiro e acabou se tornando um dos grandes jogos deste gênero.

    Jogo Véio

    Tendo origem nas experiências sobrenaturais de Makoto Shibata, um dos criadores do jogo, Fatal Frame acabou se tornando uma franquia com cinco jogos, um spin off e até uma adaptação cinematográfica lançada em 2014.

    A história de Fatal Frame é dividida em suas partes começando com um prólogo sobre o aspirante a jornalista Mafuyu Hinasaki, que decide investigar a Mansão Himuro, pois diz-se que é mal assombrado, a fim de procurar o renomado novelista Junsei Takamine, que desaparece dentro da mansão. Levando consigo a Câmera Obscura, herança que possui da sua mãe, que é capaz de mostrar o que os olhos não podem ver, ele entra na mansão e acaba despertando a presença de espíritos malignos.

    A história retoma com a irmã mais nova do jornalista Miku Hinasaki, que decide ir até a Mansão Himuro atrás do irmão. Adentrando a mansão Miku presencia os espíritos que estão lá, encontra a câmera obscura e decide ir mais fundo na mansão descobrindo sobre os sacrifícios e um horrível ritual que acaba dando errado matando todos presentes.

    O cenário é o mais assustador e tudo o que você tem em mãos é uma câmera?

    Jogo Véio

    Fatal Frame é muito especial para mim a ponto de colocar ao lado de Silent Hill na minha lista pessoal como os melhores jogos de terror que já tive o prazer de conhecer. Isso devido ao fato de trazer uma experiência fora da curva do que outros jogos estavam fazendo, um terror que abordava a sua vulnerabilidade de não ter uma arma em mãos para colocar medo no seu coração.

    Eu sou uma pessoa muito fã de filmes de terror e acho que o primeiro Fatal Frame é uma das primeiras experiências de jogo que se propõe a ser imersiva utilizando apenas uma câmera como uma barreira entre Miku e consequente nós em relação ao desconhecido que habita nessa mansão.

    Mas a jogabilidade não se limitava a apenas apontar a câmera, pedir para o fantasma dizer “xis” e estava tudo resolvido era necessário encontrar o ângulo correto, o frame fatal, para que o disparo da câmera oculta realizasse o exorcismo perfeito caso o contrário era melhor sair o mais rápido daquela situação.

    Jogo Véio

    Além desse interessantíssimo confronto com fantasmas, existia todo um conteúdo de investigação para saber o que de fato aconteceu naquele local, algo que particularmente incentivou a minha cultura de sempre procurar pelos arquivos do jogo, fazer sua leitura e isso acaba enriquecendo de forma muito ampla a sua experiência como um todo.

    Todos esses elementos de fato conseguiam causar um bom frio na espinha, principalmente com o clássico ritual de se aventurar em um jogo de terror no período da noite com as luzes apagadas. Obviamente mais de vinte anos após o lançamento isso não vai acabar ocorrendo, até pela questão da geração do lançamento mas acaba se tornando uma joia que vale muito a pena conhecer.

    Por fim quando olho para o passado consigo ver claramente a razão de Fatal Frame ser um clássico dos jogos de terror porque literalmente ele nos desarma diante de uma situação de perigo tornando tudo muito mais interessante, assustador e absurdamente lindo.

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