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    CRÍTICA | Horizon Forbidden West: Burning Shores (2023, Guerrila Games)

    Horizon Forbidden West é um jogo com uma excelente história e jogabilidade interessante, com um final prometendo uma grande aventura. Contundo recentemente foi lançada o seu mais novo conteúdo adicional denominado Burning Shores. A DLC Burning Shores chegou para os gamers brasileiros como Litoral Ardente, sendo lançada em 18 de abril, exclusivamente para Playstation 5. Entretanto esta medida de exclusividade causou polêmica, pois a o jogo base teve uma versão para Playstation 4.

    O jogo base Horizon Forbidden West foi lançado em 18 de fevereiro de 2022 e desenvolvido pela Guerrila Games. Após seu lançamento o título recebeu indicações para o The Game Awards e BAFTA 2023 sendo o vencedor na categoria melhor realização técnica.

    O novo conteúdo adicional revela uma nova localidade no mapa de jogo, armas, vestimentas e bobinas além de novas máquinas e missões secundárias. Para acessar este conteúdo é necessário concluir a missão principal “Singularidade”, a ultima da história de Forbidden West. Após a conclusão e retorno a base Aloy irá receber um contato de Sylens, desta forma recebendo a nova missão.

    SINOPSE

    Na DLC Burning Shores Sylens explica a Aloy que um dos membros remanescentes da Far Zenith vem fazendo planos desconhecidos que podem colocar o futuro do planeta em risco e a envia para o “Litoral Ardente”, uma nova região do mapa, ao sul da mansão de Tilda.

    ANÁLISE

    Burning Shores

    O novo conteúdo adicional de Horizon tem uma quantidade interessante de coisas novas, um excelente complemento de história e algumas tarefas interessantes. Sendo assim é uma oportunidade interessante para se preparar para os acontecimentos futuros do jogo. O tempo de jogo fica em torno de 15 horas para completar todas as áreas disponíveis do mapa e suas tarefas em conjunto com a história principal.

    Em relação a jogabilidade algumas novidades são acrescentadas, principalmente em relação a combater máquinas de forma aérea. Temos alguns equipamentos novos como arco de caçador Reino do Imperador que possui cinco espaços de bobinas tornando-o uma arma de médio alcance muito eficaz.

    Além de armas temos os conjuntos de trajes relacionados ao povo Quen, possuindo proteção para todos os danos elementais e habilidades especiais para cada um. Estes itens são adquiridos por cacos (moeda do jogo), porém é necessário adquirir um itens chamado Brissal, algo muito semelhante ao Vidrilho, que pode ser adquirido em exploração.

    Quanto a exploração de mapa foram acrescentadas algumas máquinas novas, como por exemplo o Biliático (sapo) e Ferroada (mosca). De forma estas citadas são correlacionadas, e um desafio interessante combate-las em espaços abertos. Apesar de ser relativamente menor comparado ao conteúdo adicional do título anterior, a DLC Frozen Wilds, este novo local de exploração não é interior em aspectos visual. Assim é uma excelente dica para todos os jogadores dar um belo passeio pelo conjunto de ilhas que a região se tornou após a extinção da humanidade.

    Burning Shores

    Falando em região o mapa esta relacionado a uma região de Los Angeles completamente destruída após a praga Faro. Sendo mais um local visualmente impressionante de se observar, com referências a locais conhecidos e o letreiro de Hollywood.

    A história da missão principal gira em torno de uma ameaça remanescente do ataque a base Zenith, cujo um sobrevivente se escondeu em um local que lhe era familiar. Assim que se recebe o comunicado Aloy parte para região para enfrentar o desgarrado dos eventos em Singularidade.

    Quanto ao tema das missões secundárias esta relacionado a membros da tribo dos Quen, mesmo povo de Alva, e sua embarcação presa no conjunto de ilhas. Além de Seyka que acompanha Aloy conhecemos os Observadores, um grupo de pessoas que trabalha para o império e faz tudo ao seu alcance para manter o povo longe do conhecimento dos antigos.

    Em aspectos de narrativa o jogo traz mais elementos complementares a respeito dos Quen, cuja as informações são dadas através dos relatos de Alva. Além de usar a solidão da protagonista, algo que foi sempre abordado e comparado a deuteragonista do jogo Elisabet Sobeck. Particularmente é algo bem divertido ao longo que realizamos as missões principais, vemos a construção de relação entre Seyka e Aloy.

    Sendo opcional a cada jogador escolher seu desfecho, porém realizei a escolha que considerei mais óbvia, pois assim como seus amigos a protagonista de Horizon também merece ter momentos de afeto.

    VEREDITO

    O conteúdo adicional Burning Shores (Litoral Ardente) de Horizon Forbidden West é um excelente acréscimo de história, garantindo boas horas de jogo. Sendo assim uma excelente preparação para o que irá seguir para a franquia em sua provável sequência.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer da expansão:

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    Cinema Espanhol: Conheça alguns diretores e suas produções

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    Cinéfilos estão sempre tentando descobrir novos mundos para mergulhar e aprender novas perspectivas acerca da Sétima Arte. No cenário europeu, o cinema espanhol é frequentemente deixado de lado em favor de outros como franceses, italianos e britânicos, porém o país deu origem a grandes diretores com obras maravilhosas.

    Para você que quer expandir seu repertório cinematográfico, apenas ver um filme diferente sem pretensões ou complementar as aulas de espanhol assistindo obras no idioma, confira essa lista de grandes diretores do país e alguns de seus filmes essenciais.

    Conheça três diretores do país e alguns filmes para entrar nesse mundo

    LUIS BUÑEL

    Aragonês de Calanda, Luis Buñel teve uma carreira bastante internacional. O cineasta trabalhou, além do seu país natal, a Espanha, na França, onde iniciou sua carreira como diretor, nos Estados Unidos e no México, onde faleceu em 1983. Seu amor pelo país latino-americano era tanto que em 1949 renunciou à nacionalidade espanhola e se naturalizou mexicano.

    Nascido em 1900, ele começou a filmar na década de 1920, quando o surrealismo ganhava cada vez mais força e era uma das coisas mais revolucionárias da época em diversas artes. Seu conterrâneo, Salvador Dalí, ícone desse movimento, o popularizou nas artes plásticas, mas Buñel foi o surrealista que mais se destacou no cinema.

    Como começou a produzir filmes ainda na época silenciosa, seus primeiros trabalhos abusavam das experimentações visuais para induzir os mais diversos sentimentos no espectador. Morando em Paris desde 1925, o espanhol viveu a cidade saindo da chamada Belle-Époque, quando era um caldeirão cultural, reunindo artistas das mais diversas artes e de todos os cantos do planeta. Isso teve um grande impacto para sua obra.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Cinema Mudo: 10 filmes essenciais para conhecer o gênero

    Na década de 1930, quando voltou para a Espanha, o clima hostil que a Europa atravessava o fez bastante interessado em política, um tema que passou a ser bastante presente em seus trabalhos e que ele desenvolveu durante todo o resto de sua carreira. Ele é considerado por diversos críticos como um dos grandes diretores da história do cinema.

    Conheça alguns de seus filmes essenciais:

    Um Cão Andaluz (1929)

    Um curta-metragem mudo de apenas 21 minutos foi o bastante para Buñel se apresentar para o mundo do cinema. Gravado na França, se tornou um clássico do surrealismo. Um Cão Andaluz traz uma ambientação onírica, cronologia distorcida, com saltos temporais repentinos e um enredo que ao invés de uma narrativa sólida se apoia em fatos bizarros e incoerentes.

    O filme está na seleta lista de obras que contam com 100% de aprovação no tradicional site de crítica cinematográfica Rotten Tomatoes. O longa influenciou além de uma geração de cineastas, artistas de outras áreas, como David Bowie e a banda de rock americana Pixies.

    Os Esquecidos (1950)

    Este foi o primeiro filme da fase mexicana de Luis Buñel. O roteiro retrata a vida de um grupo de jovens delinquentes após escaparem de uma prisão de menores de idade na Cidade do México. Já com uma pegada bastante política, o diretor explora temas como a pobreza e as condições a que as crianças mexicanas são submetidas, desde as dificuldades sociais até conflitos familiares.

    Apesar de valorizar bastante o aspecto realista, como para mostrar uma realidade nua e crua, o espanhol não esquece sua veia surrealista e insere vários elementos dessa escola, que foi formadora para sua carreira.

    Esse Obscuro Objeto do Desejo (1977)

    O último filme de Buñel antes de sua morte é, como quase todo seu trabalho, imperdível. A narrativa abusa dos flashbacks para remontar a história do francês Mathieu e seu romance conturbado com a dançarina de flamenco espanhola Conchita.

    Drama e comédia se mesclam para explorar o tema do amor, tão batido não apenas no cinema como em diversas outras obras de arte, de maneira exótica e original. Foi indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme Estrangeiro, mas perdeu ambos.

    É considerado por muitos como a obra-prima do diretor.

    VÍCTOR ERICE

    Nascido na Biscaia em 1940, Víctor Erice começou sua carreira como crítico para um jornal. Após se aventurar produzindo alguns curtas-metragens, gravou como seu primeiro longa O Espírito da Colmeia, em 1973. Sua carreira foi bastante curta, tendo produzido apenas mais dois filmes depois desse, e bastante espaçados.

    Todos seus trabalhos, porém, foram bem recebidos. Guillerme del Toro, famoso diretor mexicano, o citou como influência direta para diversos de seus filmes, incluindo o aclamado O Labirinto do Fauno.

    Conheça um pouco mais sobre seus filmes:

    O Espírito da Colmeia (1973)

    Obra-prima de Erice, retrata uma vila rural de Castela nos anos 1940, em uma Espanha pós-guerra vivendo sob a ditadura de Francisco Franco. Ana, uma das crianças do local, se apaixona pelo cinema americano após assistir Frankenstein e passa a ficar cada vez mais imersa nesse mundo de fantasia, o que acaba mudando o jeito que ela reage a uma situação que acaba acontecendo com ela.

    A maneira como o diretor mostra como a imaginação infantil enxerga a realidade é o ponto no qual diversos críticos se derretem pelo filme.

    O Sul (1983)

    O roteiro mostra a jovem Estrella, que vive no norte da Espanha, tentando compreender seu amado, porém incompreensível pai, que migrou vindo do sul do país.

    O filme brilha ao inundar o espectador com a angústia e solidão da garota à medida que o tempo passa e ela não consegue se conectar e entender as peculiaridades do pai. O filme venceu a categoria de Melhor Filme na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

    PEDRO ALMODÓVAR

    O status cult que Pedro Almodóvar cultivou durante sua carreira provavelmente fez dele o diretor mais conhecido do cinema espanhol das últimas décadas. Seu estilo cheio de humor bem característico e uma fotografia que valoriza sua produção cheia de elementos de arte-déco e paletas de cores marcantes, deixam sua assinatura em um filme inconfundível.

    Durante sua carreira, de vários filmes aclamados, ele explorou diversos temas, desde a liberdade sexual, assunto recorrente no início da jornada como diretor, passando por debates sobre o senso de identidade, questões familiares e paixão. Outro ponto que o catapultou para o sucesso é o abuso de referências de cultura pop e suas icônicas colaborações com Antonio Banderas e Penélope Cruz.

    Confira um pouco mais sobre alguns de seus melhores filmes:

    Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988)

    Baseado em uma peça francesa, mostra o desespero de Pepa após ser abandonada pelo marido. A situação então passa a escalar quando sua amiga Candela chega no apartamento com notícias ainda mais alarmantes. Pouco depois um casal chega para alugar o local, o que vai criando um cenário cada vez mais desordenado, desaguando em uma deliciosa e caótica comédia.

    Tudo Sobre Minha Mãe (1999)

    Após ver o filho morrer em um acidente igualmente trágico e tosco, Manuela procura o pai do garoto, a travesti Lola – que nunca soube de sua existência. Uma série de coincidências passam a se desdobrar em um roteiro inesperado e que trata um grande leque de temas, de AIDS até existencialismo, bem ao estilo Almodóvar.

    A Pele Que Habito (2011)

    A história de um cirurgião plástico que experimenta em um prisioneiro para desenvolver uma pele à prova de queimaduras após viver uma situação traumatizante dá o tom desse terror psicológico inspirado em grandes nomes do gênero, não necessariamente do cinema espanhol.

    Além de mostrar um lado até então não visto do diretor, deixa claro a habilidade dele em trabalhar e extrair o máximo de diversas referências sem abandonar seu estilo característico.


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    CRÍTICA – Afterimage (2023, Aurongon Shanghai)

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    Afterimage é um jogo chinês desenvolvido pela Aurongon Shanghai a partir de um financiamento coletivo na Kickstarter. O jogo foi lançado no dia 25 de abril de 2023 para as seguintes plataformas: PlayStation 5, Xbox Series S | X, Nintendo Switch e PC.

    SINOPSE

    Afterimage é um jogo de aventura e ação 2D desenhado à mão com ênfase no combate acelerado com personagens diversos, fases não lineares e uma história fascinante que se passa nas ruínas de um mundo fantástico. Anos após um terrível cataclismo quase acabar com a civilização humana, uma garota amnésica, chamada Renee, desperta entre as ruínas
    da capital da cidade. Para recuperar suas memórias perdidas, ela embarca em uma jornada para resgatar seu mentor, desencadeando uma série de eventos que determinarão o destino do novo mundo.

    ANÁLISE

    Afterimage

    Afterimage é mais um excelente jogo inspirado no gênero metroidvania que apresenta esse estilo tão único que vem sempre se reinventando diante de novos jogos até hoje. Diante disso, em Afterimage temos um jogo que apesar de sua inspiração o mesmo tem uma excelente jornada nesse mundo de fantasia que vai cativar aos fãs do gênero.

    No jogo temos uma narrativa única e misteriosa juntamente com design incrível dos personagens que apresentam um traço de anime que deixa o jogo com charme único.

    Além disso, a jogabilidade de Afterimage é simplesmente maravilhosa visto que o mesmo tem um combate rápido e fluido e sendo digno de comparação com Bloodborne (2015). Durante minha horas de jogo esse ponto me agradou bastante.

    Afterimage

    Outro ponto bastante interessante é que apesar de ser um metrodivania o mesmo tem diversos elementos de RPG. Conforme você for derrotando os inimigos, seu personagem vai acumulando pontos de habilidade que serão utilizados para melhorar seus atributos de habilidade. Afterimage apresenta uma vasta árvore de habilidades.

    O grande destaque de Afterimage vai para seus designs gráficos que são belos e foram feitos a mão. Acredito que a grande base de inspiração para seguirem com esse estilo foi com o incrível Cuphead (2017) que também segue as mesmas técnicas de animação. Sério, os gráficos desse jogo são simplesmente memoráveis.

    No entanto, apesar do jogo ser visualmente lindo e com uma jogabilidade incrível, o mesmo acaba pecando em um enredo confuso e que apesar de ser misterioso torna a história não tão transparente. Essa linha narrativa lembra muito o estilo adotado pelos jogos Soulsborne que também pecam nesse ponto.

    Vale ressaltar que Afterimage é localizado totalmente em português.

    Afterimage é simplesmente sublime em sua proposta, mesmo tendo um enredo confuso o jogo vale cada hora de diversão nesse mundo fantástico repleto de magia e mistérios.

    VEREDITO

    Em suma, Afterimage impressiona com seu visual incrível, mas que apesar de ser mais um metrodivania o jogo simplesmente entra fácil em listas de melhores jogos do gênero.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer de Afteimage:

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    Nova Hollywood: O renascimento da Indústria Cinematográfica

    Após a Era de Ouro do cinema hollywoodiano, entre os anos 20 e 60, a Indústria Cinematográfica norte-americana enfrentou uma dura crise de consumo. Em 1969, as companhias de Hollywood perdiam mais de 200 milhões de dólares por ano.

    Como estratégia para reagir a essa crise, os produtores passaram a produzir filmes direcionados ao público jovem, seguindo tendências da contracultura. Os mais influentes foram Sem Destino (1969), M.A.S.H. (1970), Bonnie e Clyde (1967) e A Primeira Noite de Um Homem (1967).

    Filmes como estes proporcionaram uma nova abertura para outras produções que visavam audiências mais amplas. Os mais conhecidos são O Poderoso Chefão (1972), O Exorcista (1973), Tubarão (1975), Taxi Driver (1976) e Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977).

    O MOVIMENTO

    George Lucas e Martin Scorsese.

    Se grande parte dessas produções são consagradas até hoje como grandes filmes do cinema norte-americano, o mesmo podemos afirmar sobre seus diretores. Conhecidos como os “moleques do cinema” (movie brats), eles frequentaram em sua maioria escolas de cinema e aprenderam não apenas a mecânica da produção cinematográfica, mas também estudaram o cinema em sua estética e história.

    Com técnicas novas e recriadas, esses diretores aperfeiçoaram as estratégias narrativas tradicionais de Hollywood. Os autores citam Tubarão, de Steven Spielberg, que utiliza técnicas de foco profundo assim como Cidadão Kane (1941), de Orson Welles. Já George Lucas tornou-se líder na tecnologia de efeitos especiais com sua empresa Industrial Light and Magic (ILM), após desenvolver técnicas de controle de movimento para filmar as miniaturas em Star Wars.

    CARACTERÍSTICAS DA NOVA HOLLYWOOD

    Desafio às convenções tradicionais de Hollywood

    Os cineastas da Nova Hollywood desafiaram as convenções de Hollywood em relação a temas, estilos e narrativas. Eles questionaram a estrutura tradicional dos gêneros de cinema, como faroeste e filme de gângster, e deram a esses gêneros um novo toque. Por exemplo, o filme Bonnie e Clyde, de Arthur Penn, retratou dois criminosos em busca de fama e aventura, em vez de simplesmente apresentar a típica história de um casal de bandidos procurados pela polícia.

    Esses cineastas também utilizaram técnicas de filmagem não convencionais, como câmeras de mão e iluminação natural, para criar um visual mais realista e autêntico.

    Autenticidade

    A Primeira Noite de um Homem é um filme que retrata a geração dos anos 1960, a contracultura, o estilo da juventude e os valores da época

    Os filmes muitas vezes retratavam personagens e situações mais realistas, muitas vezes abordando temas controversos e explorando as complexidades da condição humana. Esses filmes apresentavam personagens com problemas e desafios da vida real, que os espectadores podiam se identificar. O filme A Primeira Noite de um Homem, de Mike Nichols, aborda a alienação da classe média e a dificuldade dos jovens adultos em encontrar um propósito na vida.

    Esses filmes também abordavam temas como sexo, drogas e política, que eram anteriormente considerados tabus em Hollywood.

    Autoria

    Os cineastas do movimento frequentemente exerciam um alto grau de controle sobre seus filmes, desafiando o modelo de produção em que os estúdios de Hollywood tinham mais poder criativo. Eles queriam criar filmes com sua própria visão artística e muitas vezes lutaram para manter a integridade de seus filmes contra os executivos de estúdio que queriam interferir na produção. Por exemplo, Francis Ford Coppola teve uma batalha com a Paramount Pictures durante a produção de O Poderoso Chefão, mas acabou conseguindo manter o controle criativo e criar um dos maiores filmes da história do cinema.

    Tecnologia e inovação

    A Nova Hollywood aproveitou as inovações tecnológicas para criar filmes mais ambiciosos, como o uso de técnicas de câmera inovadoras e trilhas sonoras não convencionais. Esses cineastas usaram técnicas como o uso de câmeras de mão, edição rápida e efeitos especiais para criar filmes mais dinâmicos e emocionantes. A trilha sonora também se tornou um elemento importante dos filmes, com músicas pop e rock sendo usadas em vez de orquestras tradicionais. O filme Sem Destino, de Dennis Hopper, usou músicas de artistas como Jimi Hendrix e The Byrds para criar uma trilha sonora icônica que se tornou um marco do movimento.

    Representavidade

    A Nova Hollywood apresentou uma representação mais diversa de personagens e perspectivas, incluindo mais representações de mulheres, pessoas negras e outras minorias. Isso foi uma mudança significativa da era anterior de Hollywood, onde a maioria dos personagens principais eram homens brancos. Outros filmes da Nova Hollywood apresentavam personagens femininas fortes e complexas, como Alice Não Mora Mais Aqui (1974), de Martin Scorsese, que retrata uma mãe solteira tentando reconstruir sua vida após a morte do marido.

    Essa diversidade de representação tornou os filmes da Nova Hollywood mais inclusivos e relevantes para uma ampla variedade de espectadores.


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    CRÍTICA – The Guise (2023, Ratalaika Games)

    The Guise nos ambienta à um conto de fadas sombrio. Enquanto avançamos mais neste mundo, descobrimos que este mundo vai muito além do que imaginamos. Com um visual que nos remete a obra de Tim Burton, vemos que o mundo repleto de criaturas sombrias nos desafiará. E no controle de Ogden, um órfão transformado em uma criatura, precisa encontrar a cura para sua assombrosa desventura.

    Repleto de escuridão, o metroidvania desenvolvido por Rasul Mono e publicado pela GameNet busca nos desafiar em todas suas curvas e nos levar por caminhos que apenas o terrível visual da história se propõe a contar.

    SINOPSE

    Enquanto somos lançados à história de Ogden, um órfão que deixou sua curiosidade vencer. Que quando ele adentrou em um quarto trancado e experimentou uma máscara amaldiçoada, foi transformado em um monstro.

    Em uma tentativa de não perder o que resta de sua humanidade, Ogden precisará utilizar seu corpo monstruoso e se acostumar com sua maldição.

    ANÁLISE

    The Guise

    Em uma tentativa de mergulhar na história, juro que tentei por diversas vezes perseverar na história. Mas sem sucesso. Após receber o game para Nintendo Switch, passei algumas horas a fio na frente da tv tentando tirar o melhor do jogo, que sem uma gameplay fluída, o game acaba por se provar como travado e infrutífero.

    É compreensível que o desenvolvedor tente nos levar por um caminho divertido, mas por meio de sua história macabra e cansativa, o metroidvania tenta mirar em Hollow Knight, mas acerta no bizarro e incômodo Anima: Ark of Sinners.

    Com um visual cansativo e escuro, o game tenta nos enganar de diversas maneiras, escondendo os problemas de seu level design com áreas escuras, que servem também para “enganar” os jogadores e fazê-los morrer.

    As habilidades de Ogden tendem a funcionar separadamente. Mas não que o game tenha sido planejado para ser assim. As habilidades dele ou melhor, suas limitações estão diretamente ligadas aos problemas de animação do personagem.

    Com um visual sombrio e por vezes bizarro, é necessário avançar no game com cuidado, pois nunca sabemos de onde perigos podem surgir. The Guise é absurdo no que diz respeito à sua progressão, que é dificultada pela falta de um mapa e uma claridade no objetivo.

    Ainda que localizado em português do Brasil, o game não se mostra claro em sua proposta, e parece querer forçar a avançar indiscriminadamente, apenas por avançar.

    VEREDITO

    The Guise

    The Guise é cansativo, repetitivo e desafiador. Sem falar no seu visual. Quando analisamos e aliamos todos esses aspectos, percebemos que ele nos causa um incômodo enorme no que diz respeito às horas que precisamos desprender a fim de avançar em sua história.

    Não apenas pela ansiedade causa pelo game e seu efeito repetitivo, ele nos desanima quando o assunto é um visual depressivo. Com games que abordam maldições e possessões de maneira muito mais tranquila, The Guise é completamente oposto do que um game deve ser, não instigando em nada a continuar sua história e a desenvolver seus personagens.

    Nossa nota

    2,5 / 5,0

    Confira o trailer do game:

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    CRÍTICA – Road 96: Mile 0 (2023, DigixArt)

    Road 96: Mile 0 é o game prequel de Road 96. Desenvolvido pelo estúdio francês DigixArt, ganhador de diversos prêmios Pégases por Road 96 e 11-11 Memories Retold e publicado pela Ravenscourt. Ao longo do game acompanhamos a história de Zoe e Kaito, dois amigos que vivem em mundos completamente diferentes, mas que logo, serão forçados à entrar em conflito. Ambientados à um mundo cujo perigo pode surgir de onde menos se espera, um sistema cármico pode nos colocar do lado certo, da revolução, ou do lado errado, apoiando um governo totalitarista.

    Em uma realidade parecida com a nossa, após os acontecimentos de 1986, em que uma bomba explodiu e levou à ascensão de um governo fascista ao poder. Logo nos primeiros momentos, somos ambientados à uma das principais mecânicas do game e isso é genial!

    SINOPSE

    Venha conhecer Zoe e Kaito, dois amigos com vivências diferentes, em uma história que precede os acontecimentos de Road 96. Descubra como tudo começou e desafie suas crenças!

    ANÁLISE

    Mile 0

    Com uma enorme disparidade de realidades que serve para nos apresentar um abismo entre Zoe e Kaito, os dois se tornam amigos mesmo entre as maiores adversidades. Sendo pertencentes à diferentes “castas” daquela sociedade distópica, os que são considerados de “classe mais baixa”, tendem a ser percebidos como menos importantes, ou menores.

    Como Zoe é filha de um membro do alto escalão do governo, sua vida é considerada de maior importância que a de Kaito, filho de dois faz-tudos da cidade. Como citado anteriormente, a forma como o game apresenta suas dinâmicas desde seus primeiros minutos, que nos força a entender que por ser um game guiado pela história, ele precisa de um respiro.

    E esses respiros se dão em momentos que somos transportados à sequências rítmicas. Seja com Kaito e seu skate, ou com Zoe e seus patins, somos transportados à uma imaginação de momentos corriqueiros.

    Mile 0

    Com uma história curta, o game pode ser finalizado com pouco mais de 8 horas. E preciso lhes contar, algumas sequências são muito difíceis.

    O sistema de carma no jogo proporciona aos personagens 4 finais diferentes, o que torna tudo mais curioso. Pois em meio às nossas respostas, precisamos tomar decisões que terão um grande impacto no final da história. Muito diferente de Road 96, que conta a história da jornada de Zoey com as pessoas que ela encontra no meio do caminho, Mile 0 conta sua origem, a história de onde ela veio e aprofunda ainda mais seu mundo, e o qual somos ambientados desde o primeiro game.

    Ainda que exista um enorme número de personagens presentes na nossa história, poucos deles cativam ao ponto de nos fazer sentir verdadeiramente imersos nesta trama. Ainda que o que mais cative seja o plano de fundo e como a manutenção de poder é feita naquela realidade, que acaba ficando em terceiro, quarto plano e apenas pequenas pílulas de fatos são reveladas.

    Para além do que vimos até o fim do game, a realidade na qual somos introduzidos, nos faz sentir tão entorpecidos quanto desnorteados. Enquanto parece ter o intuito de contar uma história dividida em muitos arcos e games, a Digixart parece querer contar diversos lados de uma mesma história em momentos diferentes. Seja na história de Zoe como no primeiro game na série, ou a história de Kaito em possíveis e vindouros games.

    VEREDITO

    Mile 0

    Se houver um movimento de retornar cada vez mais ao passado em jogos futuros, o jogo deixa claro em Mile 0 que pode ir muito além. Mergulhando ainda mais ao passado a fim de mostrar o que aconteceu naquela história, acompanhamos como dois personagens veem suas vidas pessoas se misturarem com do mundo no qual estão inseridos.

    Mesmo que não fique claro como isso se desenrolará no futuro, ver como dois personagens tão próximos estão em dois momentos diferentes e possivelmente em lados opostos de uma guerra em movimento, o game prepara o terreno para como essa história se desenrolará no futuro.

    Road 96: Mile 0 conta com protagonistas cativantes, gameplay divertida, mas história desinteressante. Focando no que não dará retorno algum à trama, o game foca no passado e parece passar longe do futuro.

    O game foi lançado no dia 4 de abril para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X, Series S, Nintendo Switch e PC.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Confira o trailer do game:

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