CRÍTICA – Homecoming (2ª temporada, 2020, Amazon Prime Video)

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A segunda temporada de Homecoming chega ao serviço da Amazon Prime Video no dia 22 de Maio e traz em suas costas a responsabilidade de ser tão boa – ou melhor – do que o seu primeiro ano. Com a saída de Sam Esmail da parte criativa da série, para focar em ser um dos produtores executivos, o novo ano mantém Micah Bloomberg e Eli Horowitz como responsáveis pelo roteiro, e traz Kyle Patrick Alvarez como diretor dos episódios.

Mantendo a estética visual criada no primeiro ano de seriado, Homecoming retorna com um novo mistério. Uma mulher – interpretada por Janelle Monáe – acorda em um barco à deriva. Ela não lembra de nada sobre o seu passado (nem mesmo o seu nome). Com alguns itens nos bolsos e sem saber para onde ir, a moça começa a refazer seus passos, tentando encontrar algum sentido em toda essa situação.

Paralelamente a esses acontecimentos, acompanhamos Audrey Temple (Hong Chau) lidando com as consequências dos experimentos feitos no Homecoming, cortesia de seu ex-chefe Colin Belfast (Bobby Cannavale). Sendo fundamental no afastamento de Colin da empresa Geist – cena que acompanhamos no pós-crédito da primeira temporada -, Audrey precisa lidar com as investigações do Governo e do exército dos Estados Unidos.

Em uma outra vertente temos Walter Cruz (Stephan James), peça-chave do enredo da primeira temporada, tentando refazer a sua vida após o Homecoming. Walter não lembra nada do que aconteceu e começa a questionar sua realidade e escolhas.

Com uma trama mais rápida e dinâmica, o novo ano possui 7 episódios com uma média de 30 minutos de duração – ao contrário de seu ano anterior que possuía a mesma quantidade tempo, mas 3 episódios a mais. Esses 3 episódios fariam toda a diferença no produto final, pois o que falta no roteiro desse ano é substância e explicações.

CRÍTICA – Homecoming: 2ª temporada (2020, Amazon Prime Video)

Todos as situações apresentadas são extremamente fáceis de resolver. Com uma trama sem grandes reviravoltas – e, quando força alguma delas, se mostra ineficiente – Homecoming não consegue manter o telespectador entretido com os dilemas apresentados em cena. Em alguns pontos, as situações desafiam a lógica, deixando lacunas de explicações que jamais serão preenchidas. Há furos em cima de furos, o que torna alguns pontos difíceis de serem aceitos.

O problema não está nas atuações, afinal Monáe e Chau, por exemplo, são ótimas atrizes e entregam trabalhos formidáveis em diversos filmes e seriados. O problema não está, também, na montagem e na estética, pois elas seguem exatamente o manual criado no ano anterior. Faltam interação entre personagens, um perigo real e uma história que valesse a pena ser adaptada.

CRÍTICA – Homecoming: 2ª temporada (2020, Amazon Prime Video)

Talvez o grande erro deste segundo ano de Homecoming seja tentar replicar a temporada anterior e amarrar uma história completamente nova ao pequeno gancho da cena pós-crédito. Com uma ideia nova e desconectada da trama criada em 2018, seria mais fácil desenvolver um fato novo interessante e que fizesse sentido – além de entreter como deveria.

O resultado é um efeito Game of Thrones de trama: quando seguindo a base de um material pré-existente (o podcast da Gimlet Media serviu como material para a primeira temporada), os shownrunners desenvolveram uma trama interessante e coesa. Tira-se o material e, sem ter onde se apoiar, as escolhas se tornam fracas e sem motivações interessantes.

Nossa nota

Assista ao trailer do seriado:

A temporada estreia dia 22 de Maio no serviço da Amazon Prime Video. Não esqueça de deixar a sua avaliação após assistir à produção.

Nota do público
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