CRÍTICA – O Justiceiro (1ª Temporada, 2017, Netflix)

    Depois de uma aparição arrasa quarteirão na segunda temporada de DemolidorFrank Castle retorna em sua série solo para continuar sua própria guerra. A origem do personagem até que já é bem conhecida pelo público, Castle é um veterano do Vietnã que busca vingança por terem matado sua mulher e seus filhos.

    Jon Bernthal é sem dúvidas o Frank Castle definitivo. Desde o fato de ser introspectivo até nas horas que está urrando de ira com alguma situação. Toda amargura do personagem gerada pelo sentimento de culpa é perfeitamente trabalhada na atuação do ator.

    Sabendo que é uma produção do JusticeiroMarvel e Netflix não economizaram na brutalidade, entregando cenas bem viscerais com bastante violência gráfica. Em contrapartida, pecaram no ritmo que a história é desenvolvida, usando demasiadamente os flashbacks e um arco paralelo levemente similar à história do protagonista.

    Os flashbacks têm um importante papel na trama, tanto para humanizar o Justiceiro, quanto para entender as motivações da tragédia com a família dele. O personagem é perseguido por essas lembranças e a série reforça isso a todo momento, sendo que poderia ser utilizado menos vezes porque a mensagem já foi passada com sucesso depois de ver 3 episódios seguidos com as mesmas memórias.

    Junto à história principal, desenvolve-se um subplot que dura 9 episódios dos 13 da primeira temporada. O também veterano Lewis Wilson, interpretado por Daniel Webber, sofre de um trauma pós-guerra. Ele ainda vive a guerra mesmo não estando nela mais e isso faz com que ele tome decisões radicais, se tornando um perigo para as pessoas, principalmente para Karen Page(Deborah Ann Woll). O maior problema dessa parte é o fato de não acrescentar nada de novo, pois levanta as mesmas discussões de fazer justiça com as próprias mãos que Castle trouxe em Demolidor e agora em Justiceiro.

    A nova produção da Marvel apresenta os personagens Microchip e Billy Russo (Ben Barnes). A interação do primeiro com Castle é outro ponto muito forte, a presença dele explora mais ainda o lado humano do protagonista e funciona quase como aquela mão na consciência. Enquanto o Billy Russo de Barnes divide opiniões, se você gosta do ator, é bem capaz de gostar do personagem também.

    Justiceiro está muito longe de ser perfeito e nem é a melhor série da parceira Marvel e Netflix. Mas apesar dos problemas de ritmo, agrada quem é fã das HQs e quem não é também. Provavelmente a exigência de 13 episódios obrigou a inserção desses elementos supérfluo s para prolongar uma história que caberia perfeitamente em 6 ou 7 episódios. E como era de se esperar, a Netflix anunciou a renovação para uma nova temporada.

    Nota: Razoável

    Confira o trailer:

     

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