CRÍTICA – Company of Heroes 3 (2023, Relic Entertainment)

    Para a alegria de muitos fãs do trabalho da Relic Entertainment, no dia 23 de fevereiro de 2023 foi lançado o tão aguardado Company of Heroes 3. A sequência da franquia de RTS em parceria com a SEGA já era aguardada há um tempo, tendo seu último título sendo lançado nos idos 2013.

    O ano já começa quente para a grande SEGA que, não só já tinha lançado Sonic Frontiers em novembro de 2022, como também entregou o grandioso Like a Dragon: Ishin! no dia 21 de fevereiro de 2023.-

    Company of Heroes 3 é um game atualmente exclusivo de PC via Steam, com lançamento previsto para Playstation 5 e Xbox Series X e S ainda sem data revelada.

    SINOPSE

    Assuma o comando no calor da batalha em tempo real e, em seguida, comande como um general guiando a campanha geral, onde cada decisão é importante. Subjugue seus oponentes com quatro facções únicas e novos grupos de batalha internacionais. Comande forças terrestres, aéreas e navais e construa linhas de abastecimento para esmagar os avanços inimigos no novo Mapa de Campanha Dinâmica – não há duas jogadas iguais! 

    Jogue no seu próprio ritmo nos modos de campanha e escaramuça antes de mergulhar na ação multijogador empolgante. Descubra as histórias não contadas de um impressionante teatro mediterrâneo com ambientes destrutíveis de última geração, todos movidos pelo Essence Engine proprietário da Relic.

    ANÁLISE DE COMPANY OF HEROES 3

    Quando tratamos de uma franquia tão adorada, é necessário cuidado para separar o carinho pelo título da análise mais técnica e focada em entregar informações válidas aos leitores. Company of Heroes 3 é uma sequência muito aguardada de uma das melhores RTS já produzidas. O game oferece tradução para PT-BR em todos os menus e legendas.

    O game oferece basicamente 2 modos: Campanha (dividida atualmente em duas modalidades) e Escaramuça (que pode ser experimentado tanto para um jogador quanto para multijogador). Ao longo desta análise, buscarei destacar relações entre os títulos anteriores da franquia e alguns detalhes específicos com opiniões pessoais sobre o game recém lançado.

    Company of Heroes 3

    TEMÁTICA

    Um ponto muito alto a se destacar, e que diferencia Company of Heroes 3 de seus antecessores é a precisão histórica e as narrativas construídas dentro de um cenário de Segunda Guerra Mundial. A inclusão de eventos reais e de histórias humanizadas ajudam a criar uma experiência mais envolvente e realista, ao contrário do feito nas edições anteriores do game.

    A proposta de trazer histórias de pessoas do front de batalha para o modo Campanha torna a perspectiva mais humanizada. A escolha de não contar histórias de epopéias bélicas, enaltecendo sim o esforço e o sofrimento de quem viveu a guerra sem as grandes glórias, foi um grande acerto da Relic.

    ARTE

    Graficamente, em comparação aos jogos anteriores, não identifiquei grandes evoluções. É evidente que isso se deve muito mais à alta qualidade dos anteriores do que a um demérito do novo. Company of Heroes 3 apresenta belos cenários e cinemáticas, com sprites (principalmente de veículos) muito detalhados e polidos. Talvez a grande qualidade gráfica seja um dos responsáveis por exigir tanto do PC, o que me gerou algumas longas esperas nas telas de loading.

    Company of Heroes 3

    A trilha sonora do jogo é incrível, dando o peso necessário às batalhas e agregando à narrativa com sua carga emocional. O design de som do jogo é cuidadosamente mixado, garantindo que os sons importantes não sejam perdidos. Apesar de não possuir dublagem em português, ela é muito bem executada e dá força à história dos personagens, permitindo uma melhor imersão.

    MECÂNICAS

    Nesta seção trarei alguns aspectos mais direcionados aos modos para apenas um jogador, destacando o modo Campanha, que é o que mais destoa dos anteriores. Vale ressaltar desde já que o modo multijogador, por compartilhar a maioria das mecânicas dos outros modos, oferece experiência similar, variando apenas em termos de dificuldade e tática.

    O game oferece duas Campanhas: uma sob a perspectiva do Eixo, com tropas nazistas no norte da África (mais semelhante aos títulos prévios), e a outra jogando a favor dos Aliados, com americanos e britânicos na invasão à Itália. Ambas têm seus méritos e divergem não só no lado em que o jogador assume.

    Campanha

    A primeira brilha por trazer não só a perspectiva das tropas do Eixo, mas as histórias dos habitantes da Líbia e o drama de todos os civis que estavam entre as trincheiras por uma escolha que nunca passou por eles. A segunda traz uma nova mecânica e uma modalidade mais estratégica e tática de jogar Company of Heroes.

    Além de termos a experiência usual de comandar os batalhões, direcionando tropas e veículos no campo de batalha, podemos também comandar o direcionamento da guerra, tomando uma visão mais macro. Aqui, o RTS dá lugar à uma estratégia por turnos, trazendo uma gameplay mais próxima de títulos como Iron Hearts e Humankind.

    As curvas de aprendizado e de dificuldade que o modo campanha oferece, em ambas as modalidades, denotam um equilíbrio que desafia ao mesmo tempo que permite entender melhores formas de progredir. Aqui podemos aprender melhor sobre cada tropa, veículo e habilidade oferecida pelo jogo, entendendo com qual melhor nos adaptamos para após nos aventurarmos no modo escaramuça (contra a IA ou no multijogador).

    VEREDITO

    Company of Heroes 3 segue o costume da franquia e entrega um marco na história dos RTS. Seu principal ganho em relação aos predecessores é o seu aspecto mais tático que não prejudica a dinâmica – pelo contrário, à melhora – combinado à otimização do que já era muito bem aplicado.

    Os principais contras do game são a alta exigência de hardware e o preço. A alta qualidade gráfica pode acabar se tornando um empecilho para PCs com configurações não tão avançadas. Ainda que eu não tenha presenciado grandes stutters ou crashes, os peso impactou mais nas telas de loading que acabaram sendo mais demoradas do que o esperado. Além disto, os altos preços, principalmente aqui no Brasil (R$ 299,99), podem acabar afastando muitos players, principalmente não conhecedores da série.

    Ainda assim, a jogabilidade fluída e com uma ótima dinâmica, as variedades táticas e estratégicas permitidas e a excelente narrativa do modo campanha tornam este game uma grata aquisição para este início de 2023, além do alto valor de rejogabilidade proporcionado.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer de Company of Heroes 3:

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