CRÍTICA – Sensor (2022, Junji Ito, Pipoca e Nanquim)

    Sensor é uma dos trabalhos mais recentes do mangaká Junji Ito. A obra foi publicada entre os anos de 2018 e 2019 no Japão pela revista Nemuki+. No Brasil o mangá foi publicado no ano de 2022 pela editora Pipoca e Nanquim. O mangá tem capa cartão impressa em cor especila, sobrecapa com verniz localizado e hotstamping prateado, 244, Páginas.

    SINOPSE

    O mestre do terror Junji Ito explora novas fronteiras com um grande conto de horror cósmico, no qual uma mulher misteriosa se torna a única oposição contra a manifestação das trevas do universo! A jovem Kyoko Byakuya passeava nas montanhas do interior do Japão quando conheceu uma curiosa vila totalmente coberta por fios dourados, expelidos pela cratera do vulcão Monte Sengoku, que faziam tudo parecer uma grande cabeleira reluzente. Apresentada pelos habitantes locais aos fabulosos efeitos que esses fios exerciam sobre eles, ela descobriu que sua chegada ali já estava prevista e foi convidada a participar de uma cerimônia de observação celeste, o que desencadeou uma série de acontecimentos aterrorizantes e transformou sua vida para sempre! Em meio a maquinações de uma seita megalomaníaca e um mergulho no passado das campanhas anticristãs no Japão, seguiremos os passos de Kyoko sob a ótica de Wataru Tsuchiyado, um jornalista que descobre a história dela e fica fascinado pelos sinistros eventos que a rodeiam.

    ANÁLISE

    Sensor é uma obra que acaba sendo um ponto fora da curva na carreira do mangaká Junji Ito, visto que o mesmo trabalha aqui com o horror cósmico com seu modo inconfundível de contar excelentes histórias de terror. A maneira que a história se desenvolve é semelhante ao início de Uzumaki.

    Ao longo do enredo a obra vai tendo várias camadas de suspense, horror e investigação. A história se inicia do ponto de vista da protagonista Kyoko Bayakura caminhando sobre os arredores do monte sengoku, mas logo tem sua atenção atraída por um “cabelo de pele” o que seria uma espécie fios de lava vulcânicas que são lavas endurecidas que o vulcão
    repele.

    Sensor

    Com isso, logo a mesma descobre uma aldeia foi tomada por essas fibras misteriosas e existe uma seita que venera esse material de maneira estranha e acreditam que a mesma foi guiada de maneira divina para essa aldeia para fazer parte da profecia. Após Kyoko, ser a suposta escolhida dessa aldeia, a trama tem uma reviravolta imprevisível e o enredo é contado sob o ponto de vista do jornalista Wataru Tsuchiyado que passa a investigar o desaparecimento de Kyoko Bayakura nesta vila.

    Desse modo, a história passa a ter um tom investigativo com esse novo personagem que logo se vê envolvido numa teia intensa de suspense e horror. A maneira como a narrativa é conduzida é envolvente e com reviravoltas arrasadoras.

    Assim como em boa parte das obras do mangaká, nesse mangá também temos personagens normais atraídos para uma trama bizarra e fora da realidade. Com isso, o enredo de Sensor é intenso e conduz de forma excelente e imprevisível para um final apoteótico. Além da história ser muito boa, o destaque da obra vai para sua ambientação em um Japão atual, mas com aspecto de vilas do interior do Japão que deixam toda a ambientação ainda mais aterrorizante.

    Sensor é diferente de tudo que o mangaká já trabalhou até então, ainda assim a obra segue chocando com cenas de grotescas apresentadas no momento adequado do enredo e causam repugnância ao leitor. No entanto, o terror desse mangá é voltado para horror cósmico, que é inspirado nas obras do autor H.P Lovecraft. Apesar da influência, o mangá transmite de maneira brilhante esse gênero com traço inconfundível do Junji Ito. Ainda assim, Sensor reforça a habilidade extraordinária que Junji Ito conta uma história que começa com algo simples, mas logo vai ganhando uma profundidade obscura que apenas o mangaká sabe realizar.

    VEREDITO

    Enfim, Sensor tem uma pegada Midsommar com o Chamado de Cthulhu mais com o horror oriental que só o Junji Ito sabe realizar de maneira brilhante e única. Sensor é um dos melhores trabalhos do mangaká desde Uzumaki e com um final bastante obscuro.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Sensor

    Autor: Junji Ito
    Editora: Pipoca e Nanquim
    Páginas: 244

    Acompanhe as lives do Feededigno na Twitch

    Estamos na Twitch transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

    Curte os conteúdos e lives do Feededigno? Então considere ser um sub na nossa Twitch sem pagar nada por isso. Clique aqui e saiba como.

    Artigos relacionados

    ANÁLISE: ‘Fullmetal Alchemist ESP. #1’ JBC relança saga dos irmãos Elric

    O volume 1 da versão Especial de Fullmetal Alchemist chegou ao Brasil pela editora JBC. Confira o que achamos do mangá.

    CRÍTICA: ‘Look Back’, um mangá que explora a dor de ser um mangaká

    Look Back é um mangá one-shot que chegou ao Brasil pela Panini. O mangá é de autoria de Tatsuki Fujimoto, criador de Chainsaw Man.

    CRÍTICA | Alice in Borderland – Volume 1 (2023, Editora JBC)

    A Editora JBC trouxe ao Brasil a primeira edição de Alice in Borderland. O mangá adaptado para a Netflix em 2020 nos apresenta a história de Arisu.

    CRÍTICA – Death Note Short Stories (2023, JBC)

    A história de Death Note continua nesta coleção de contos escritos pelos criadores da série. A história de Kira realmente acabou ou sua influência permanece?