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    TBT #49 | Onde Os Fracos Não Têm Vez (2008, Ethan Coen, Joel Coen)

    Enquanto caçava, Llewelyn Moss (Josh Brolin) encontrou vestígios de uma venda de drogas. Apesar de saber que não deve, ele não resiste e leva o dinheiro encontrado consigo. O caçador se transforma em caça quando o impiedoso assassino Anton Chigurh (Javier Bardem) encontra seus rastros. Como se não bastasse um matador atrás de Moss, o xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones), também passa a procurá-lo. Onde Os Fracos Não Têm Vez foi vencedor de 4 Oscars na edição de 2008 nas categorias: Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem), Melhor Direção e Melhor Filme.

    Tanto o filme dirigido pelos irmãos Coen quanto o livro de Cormac McCarthy trazem a necessidade e a marcante participação de Anton Chigurh, simbolizando o mal em um mundo de más escolhas e grandes falhas. A operação promovida pelos irmãos cineastas nesta obra é bastante complexa no que diz respeito a sua obra em geral por conta do seu final polêmico.

    A ausência da trilha sonora só pontua o tom seco que a ação se desenvolve – tal qual o olhar gélido e a voz mansa que a figura psicótica que Javier Bardem representa na obra, um indivíduo que não polpa sua personalidade sombria em cenas em que demonstram sua natureza sem qualquer indício de afetividade ou conexão com o humano. Um assassino que promove o sangue na tela. O Oscar de coadjuvante foi um prêmio justo à altura de uma composição tão transparente e cuidada em cena. Suas sequências colocam a narrativa em ponto de maior tensão por conta do medo que transmite – aos personagens e ao público.

    “Essa sociedade vai te matar. Mas, você não vai desistir.”

    O roteiro articula a situação do homem disposto a mudar de vida de qualquer forma, através do exercício de sua ganância – Josh Brolin defende bem essa persona em cena, contrapondo-se a Tommy Lee Jones que questiona essa terra “Sem país para homens velhos“, representando o homem cansado, um policial que ainda acredita na retratação de uma sociedade insana e caótica, mas que não vê alternativas para transformar o caos.

    Mas, temos a ganância também expressa na imagem do assassino psicopata que permanece no encalço e acentua a noção de violência na narrativa: são inúmeros os momentos em que vemos esse personagem agir com brutalidade sem medo de qualquer retaliação. A dureza na fria atuação de Bardem simboliza essa noção crua de um cinema que quer dialogar sobre o humano, sem estereótipos e cacoetes, através de possíveis reflexos de um mundo sem sentimentos, mas brutal.

    Outro fato impressionante é como o filme aborda o niilismo no sentido em como Anton de forma sempre extremamente calma enxerga completa ausência de sentido em absolutamente tudo. Para ele, a ideia que tudo é obra do acaso é algo extremamente importante e verdadeiro e isso nunca abala a sua calma. E ele ainda tenta fazer com que suas vítimas também enxerguem as coisas dessa forma.

    “Se a regra que você seguiu, lhe trouxe aqui, de que serviu a regra?”

    Contudo, é uma trama que retrata sobre a maturidade. Ou melhor, sobre a impossibilidade e imprecisão da ideia de maturidade num mundo, em última análise, incompreensível. A experiência humana marcada pela incerteza, a tendência quase inexorável ao erro e a impotência plena frente a uma lógica que coloca o homem em posição diminuta diante de sua natureza ao mesmo tempo implacável e incompreensível são características presentes em toda a obra dos irmãos Coen.



    Destacando também a parte técnica do filme: o design de produção consegue nos levar com êxito ao início dos anos 80, e principalmente, a fotografia de Roger Deakins (constante colaborador dos diretores) está impecável em seus enquadramentos muito precisos. Ele conseguiu criar o visual do noir contemporâneo que ainda possui muitas características da cinematografia original dos filmes de 1950, porém com toques difusos, sombras mais delicadas e tratamento barroco expressivo para a iluminação principal. As altas luzes da contraluz permanecem intocadas.

    Onde Os Fracos Não Têm Vez é um filme onde temos um estudo onde os personagens são o foco principal da trama. Nota-se a angústia de Tom Bell durante todo o filme e, principalmente, nos minutos finais, onde ele vê que não está mais inserido naquele “novo mundo”.

    É o exemplo de filme em que você precisa compreender a verdadeira mensagem transmitida. Há apenas uma quebra de elementos já estereotipados em filmes que envolvem o bem e o mal. A maioria das respostas está nos diálogos e não nas cenas de ação. Interpretar um diálogo parece muito mais difícil do que interpretar qualquer outra imagem e, nesse caso, interpretar é imensamente necessário. A trama, por si só, compreende uma formidável obra cinematográfica. Um triunfante final e uma espetacular adaptação de uma estória, no mínimo, aberta a interpretações.

    Nossa nota

    Assista ao trailer legendado:

    E você já assistiu ao filme Onde os Fracos Não Têm Vez? Deixe seus comentários e sua avaliação; caso esse não seja seu tipo favorito de filme, lembre-se de conferir nossas outras indicações do TBT do Feededigno.



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    As 5 equipes femininas mais icônicas dos quadrinhos

    Com Aves de Rapina – Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa programado para ser lançado em 2020, e seu elenco chegando ao Brasil para o painel de hoje na CCXP – Já estamos garantidos na primeira fileira, fiquem ligados em nosso Instagram – as equipes femininas de histórias em quadrinhos nunca foram tão predominantes na cultura popular. A Mulher-Maravilha e a Capitã Marvel abriram o caminho para super-heroínas na grande mídia, agora teremo Viúva Negra recebendo seu próprio filme em 2020 e um filme da Força A sendo pedido pelos fãs após uma cena popular em Vingadores: Ultimato.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Viúva Negra: Marvel Studios divulga o primeiro trailer legendado

    Há uma infinidade de equipes femininas populares da Marvel e da DC Comics e que certamente os fãs adorariam ver na tela grande em versões live-action. Alguns se tornaram supervilãs icônicas com suas próprias séries de sucesso, enquanto outros lutaram pela verdade e pela justiça, demonstrando um poder excepcional. Seja amiga ou inimiga, essas mulheres são uma força a ser reconhecida.

    Aqui estão dez equipes femininas icônicas das HQS!

    LADY LIBERTADORAS

    As Lady Libertadoras estreou originalmente como uma piada de mau gosto em resposta ao movimento feminista da década de 1970, com a Encantor controlando a mente das super-heroínas. A equipe foi revivida e renomeada com She-Hulk liderando uma outra equipe feminina da Marvel contra o Hulk Vermelho.

    Na série de 2008, She-Hulk lidera uma equipe composta por Mulher Invisível, Tempestade, Valquíria, Tundra, Mulher-Aranha, Tigra, Viúva Negra e Felina. Com muitos membros já existentes no Universo Cinematográfico Marvel, uma equipe semelhante em live-action seria facilmente possível.

    FÚRIAS FEMININAS

    As Fúrias Femininas são um grupo de vilãs superpoderosas que aparecem na DC Comics. Elas foram criados por Jack Kirby e estreou em 1972 no quadrinho Mister Miracle #6.

    As Fúrias são seguidoras de Darkseid e servem como as forças devastadoras de Apokalips. Os membros originais incluíam Bermadeth, Grande Barda, Lashina, Mad Harriet e Stompa, que eram as outras forças a serem consideradas.



    FORÇA A

    A equipe feminina Força A estreou em 2015 como parte do crossover das Guerras Secretas. A série teve fortes temas feministas, com cada mulher tendo seu momento para brilhar. Existe a possibilidade de que um filme da Força A seja desenvolvido pela Marvel Studios, afinal os fãs foram arrebatados pela icônica cena na batalha final de Vingadores: Ultimato.

    A equipe é composta por She-HulkCapitã Marvel, Vespa e diversas outras super-heroínas populares e poderosas do universo Marvel.

    AVES DE RAPINA

    Esta popular equipe feminina da DC está recebendo seu filme no UEDC, mas com Harley Quinn no comando, em vez de Barbara Gordon. Nos quadrinhos, o Aves de Rapina foi fundado pela Oráculo e Canário Negro, com a primeira estréia em quadrinhos em Dezembro de 1995.

    Desde então, a equipe se expandiu para incluir outras super-heroínas, como Caçadora, Katana e Lady Falcão Negro. A próxima adaptação live-action da parceria DC/Warner será Aves de Rapina – Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa que chegará aos cinemas em 2020 e seguirá os eventos do Esquadrão Suicida de 2016 , a Palhaça Princesa do Crime unindo forças com as Aves de Rapina para proteger uma jovem Cassandra Cain.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Aves de Rapina: Conheça os personagens mostrados no primeiro teaser

    SEREIAS DE GOTHAM

    As Sereias de Gotham City estreou em 2009 e contou com três das vilões mais populares de Gotham – Hera Venenosa, Mulher-Gato e Arlequina – unindo-se pela primeira vez. O trio se tornou icônico, com muitos fãs incentivando a DC a fazer uma adaptação ao vivo no UEDC.

    Harley Quinn (Arlequina) e a Dra. Pamela Lillian Isley (Hera Venenosa) são uma ótima dupla, mas a adição de Selina Kyle (Mulher-Gato) na equipe foi uma forma de humanizar as vilãs. Mulher-Gato diz a suas colegas de equipe no final da série como ela vê o bem ainda dentro delas antes de se separarem e seguirem caminhos distintos.

    MENÇÕES HONROSAS

    Além de equipes o universo dos quadrinhos também tem espaço para duplas e muitas delas são formadas por grandes personagens femininos como é o caso de Jean Grey e Tempestade, Batgirl e Canário Negro.

    Também há outras duplas não tão populares como As Filhas do Dragão que é uma dupla formidável formada por Colleen Wing e Misty Knight, que apareceram juntos pela primeira vez em 1977, em Deadly Hands Of Kung Fu #32. As duas heroínas, excepcionalmente habilidosas em artes marciais, tornaram-se figuras icônicas da série Punho de Ferro.

    A dupla de Harley Quinn e Power Girl é relativamente jovem, estreando nos quadrinhos durante o relançamento do selo Novos 52 da DC. As duas compartilharam uma série em 2015-2016, que viu Arlequina se afastar de suas raízes vilãs e abraçar uma personalidade mais heroica. Essa foi uma decisão lógica, considerando o apelo em massa de Harley Quinn e a popularidade entre os fãs. Sua emancipação do Coringa simboliza a descoberta de sua agência e a parceria com a Power Girl mostra que ela decide o que fazer algo bom com ela mesma.

    E você, gostaria de um filme de uma dessas equipes? Deixe seus comentários e aproveite para ler também:

    DC Comics: 10 personagens femininas que merecem um filme solo



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    The Witcher: Série da Netflix é “magistral,” de acordo com críticas iniciais

    The Witcher começou como uma série de livros de fantasia do escritor polonês Andrzej Sapkowski, mas foi popularizado pela CD Projekt Red por suas incríveis adaptações para os games. Falando em adaptações de The Witcher, a série da Netflix estará disponível no dia 20 de Dezembro na gigante do streaming.

    Henry Cavill (Liga da Justiça) é o personagem titular Geralt, Anya Chalotra dará vida a Yennefer, Freya Allan será Ciri – enquanto Lauren S. Hissrich será a showrunner. Apesar de ter até duas semanas até a estreia, alguns sortudos puderam assistir a série.



    Essas reações iniciais dizem que Hissrich fez um trabalho incrível e que o elenco fez um trabalho brilhante – notavelmente, Cavill como Geralt de Rívia. Muitas dessas críticas positivas vão para as coreografias de lutas e espadas. Você pode conferir abaixo algumas dessas reações nas redes sociais:

    Assisti à exibição fechada de @witchernetflix. Eu vou admitir, como um grande fã dos livros, eu estava um pouco preocupado, mas @LHissrich fez um trabalho incrível ao contar essa história. E também ajuda o fato do elenco ser incrível! E Henry Cavill… uau. #TheWitcher

    Acabei de sair da exibição a portas fechadas de The Witcher da Netflix, e eu preciso dizer: Eu estou gostando bastante! Eu terei mais a dizer quando o embargo cair, mas o elenco é ótimo, inteligentemente construída, e tem um ótimo ritmo.

    https://twitter.com/Garrick_KI/status/1197674569592647680?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1197674569592647680&ref_url=https%3A%2F%2Fgamefragger.com%2Fvideo_game_shows%2Fthe-witcher-netflixs-live-action-series-is-masterful-according-to-early-reviews-a17926

    A coreografia de luta é incrível. A primeira luta em que Geralt se mete é incrivelmente selvagem. A mistura de lutas de espadas e os Sinais de Geralt beira a perfeição #TheWitcher

    Eu assisti os dois primeiros episódios e posso dizer isso:

    – a melhor sequência de luta de espadas que eu já vi.

    – eu ri e chorei (duas vezes)

    Bem eu direi isso. As cenas de luta de The Witcher fazem as lutas de Game of Thrones parecerem briga de dois bêbados fora de um bar.

    Os protagonistas e os coadjuvantes estão mais que excepcionais. A escolha de elenco é incrível.

    The Witcher será lançada na Netflix no dia 20 de Dezembro. 

    The Outlast Trials: Game cooperativo de terror é anunciado!

    Outlast foi lançado originalmente para PC em 2013 e chegou aos consoles no ano seguinte. Outlast 2 foi lançado para PlayStation 4, Xbox One e PC em 2017 – e para o Nintendo Switch em Março do ano passado. Apesar da sequência não ter sido tão bem recebida como o primeiro game; Outlast segue vivo. A desenvolvedora da série de terror, Red Barrels anunciou recentemente The Outlast Trials.

    Diferente de Outlast 2 e seu antecessor, The Outlast Trials será um game cooperativo. E nem é necessário dizer que o game manterá seus aspectos de terror dos outros games da franquia, mas também permitirá que até quatro jogadores joguem cooperativamente. Entretanto, você pode jogar todo o game sozinho.

    The Outlast Trials é ambientado na Guerra Fria. Como o título ainda está em desenvolvimento, não sabemos muito sobre isso. Ainda não temos uma data de lançamento definida, mas podemos esperar que o game seja lançado antes da próxima geração de consoles ser lançada, que é no final do ano que vem.




    A Red Barrels lançou uma imagem estranha em seu Twitter que mostra três pessoas usando o que parecem ser óculos de visão noturna. O Twitter contém a seguinte sinopse:

    “Ambientado na época da Guerra Fria, The Outlast Trials permitirá que os jogadores encarem os horrores que os esperam com outras cobaias.”

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    Star Wars: A Ascensão Skywalker introduzirá novos poderes da Força

    A Força é uma fonte de poder que desde sempre esteve envolvida no universo de Star Wars, e em Star Wars: A Ascensão Skywalker, essa evolução continuará, de acordo com o diretor J.J. Abrams.

    Abrams contou a revista Vanity Fair:

    “Foi muito importante que nós não só refizemos as coisas que já foram vistas, mas nós adicionamos novos elementos – que nós sabíamos que deixariam alguns fãs cheios de raiva e outros ficariam super felizes.”

    Alguns dos novos aspectos da Força, tal como a projeção de imagem e comunicação mental a longa-distância, foram reveladas em Star Wars: Os Últimos Jedi, e foram de fato controversos entre os fãs. Em um dos trailers de A Ascensão Skywalker, Rey que é uma das usuárias da Força parece voar – possivelmente um exemplo de um dos poderes citados por Abrams.



    “O desafio nesse filme, sendo o fim de três trilogias, foi contar uma história que não apenas parece inevitável, mas também nos faz sentir como se fosse uma surpresa.”

    Os últimos filmes não foram os primeiros a expandir os poderes da Força. Star Wars: A Ameaça Fantasma introduziu a habilidade de super-velocidade e o famoso “Force push” que é o ato de lançar objetos a distância com a Força. Star Wars: Retorno de Jedi mostrou o Imperador Palpatine usando raios da Força, e Darth Vader, Luke Skywalker e Yoda todos demonstraram a habilidade de mover objetos maiores e menores em Star Wars: O Império Contra-Ataca.

    Então, apesar de alguns novos aspectos da Força serem controversos, é também tão velho quanto a franquia.

    Dirigido e co-roteirizado por J.J. Abrams, Star Wars: A Ascensão Skywalker é estrelado por Daisy Ridley, Adam Driver, John Boyega, Oscar Isaac, Lupita Nyong’o, Domhnall Gleeson, Kelly Marie Tran, Joonas Suotamo, Billie Lourd, Keri Russell, Matt Smith, Anthony Daniels, Mark Hamill, Billy Dee Williams, Carrie Fisher, Naomi Ackie e Richard E. Grant.

    O filme será lançado em 19 de Dezembro.

    A série do Obi-Wan faz muito mais sentido após The Mandalorian

    Após dois episódios de The Mandalorian, a decisão de seguir em frente com a série de TV de Obi-Wan Kenobi faz mais sentido. Com a franquia entrando em um curto hiato após o lançamento de Star Wars: A Ascensão Skywalker, o Disney+ está se provando um recurso com ainda mais valor para a Lucasfilm. Agora, há três séries live-action de Star Wars em planejamento (uma delas é o prefácio de Rogue One estrelando Cassian Andor), e pode ter mais por vir. É fácil ver a razão da Lucasfilm estar investindo tanto em séries de streaming, que os permite coisas que os filmes não necessariamente consegue, como o Baby Yoda.

    Desde que a Disney comprou a Lucasfilm em 2012, há um grande interesse por parte dos fãs que Ewan McGregor reprise seu papel icônico da trilogia prefácio. Essa é a razão de tanta empolgação na D23 de 2019, quando o ator pegou o público de surpresa ao revelar que o que antes era um filme, agora será uma minissérie, que começará produção no ano que vem. Entretanto, nem todo mundo se convenceu de que era uma boa ideia trazer Obi-Wan de volta. Mas The Mandalorian muda bastante isso.

    Porquê a série do Obi-Wan parece uma má ideia

    Obi-Wan

    Tendo aparecido em seis filmes, o papel principal em uma série animada (sem mencionar a sua participação em outra), mais vários quadrinhos e livros, Obi-Wan Kenobi foi mostrado exaustivamente em Star Wars. Os fãs testemunharam sua juventude como um Aprendiz Jedi, até sua ascensão como fantasma da Força, deixando pouco espaço em aberto. Mesmo o exílio de Obi-Wan em Tatooine (que a série de TV do Disney+ gira em torno) foi mostrada nesses materiais, com o antigo Jedi vigiando Luke Skywalker.

    No papel, o argumento é que Obi-Wan não tem muito para onde ir (de uma forma ou de outra). Mesmo Solo, que foi recebido com muitas críticas negativas, explorava uma parte da linha do tempo que ainda não havia sido explorada, fazendo parte da juventude de Han Solo canônica. Isso não vale como ponto de comparação para falar que Obi-Wan não é “necessária” – nenhuma história fictícia é “necessária” -, mas há uma direção óbvia a seguir na narrativa. Ao olhar rapidamente, Obi-Wan corre o risco de explicar demais as coisas, enquanto a Lucasfilm tenta extrair uma última história de seu legado mais memorável, ao invés de tentar alçar novos vôos. Mas, se a série inaugural de Star Wars no Disney+ é alguma indicação, a Lucasfilm pode ter algumas surpresas em sua manga.



    A série Obi-Wan faz mais sentido após The Mandalorian

    É cedo dizer se essa será a forma de abordagem para todas as séries de Star Wars no Disney+, mas The Mandalorian é um sinal do que as equipes criativas estão pensando no que se refere ao todo. O que foi vendido para o público era essencialmente “a série do caçador de recompensas” na verdade tem impactos muito maiores na lore da franquia. Baby Yoda é uma revelação incrível que faz The Mandalorian ainda mais interessante que meramente capitalizar décadas do hype de O Star Wars: Império Contra-Ataca. O criador Jon Favreau explicou que The Mandalorian podia conectar sua história com a origem da Primeira Ordem, e que há traços de quais remanescentes do Império estão presentes em planetas remotos. A série podia facilmente partir para a premissa “Recompensa da semana”, mas The Mandalorian é bem mais profunda. Sendo assim, não acreditamos que Obi-Wan não deve partir para o que parece ser mais óbvio (assim como The Mandalorian fez), mas isso pode não se mostrar uma coisa fácil no que se refere a narrativa.

    E vale ter em mente que a aclamada diretora Deborah Chow, do episódio “The Sin“, está coordenando as gravações da série do Obi-Wan. Ela ganhou um grande destaque após seu trabalho em The Mandalorian, e é fácil ver a razão da Lucasfilm querer manter Chow por perto. Não apenas por ela ter feito cenas animadoras, tensas e de ação, Chow também foi capaz de atingir um ponto mais emotivo na dinâmica entre The Mandalorian e o Baby Yoda.

    Com a série ambientada no trauma de Obi-Wan pós-Guerra dos Clones, há potencial para a franquia mostrar uma profundidade em seu drama nunca vista antes em seus filmes. Além disso, Deborah Chow já deixou claro que tem interesse em mostrar o estado político da galáxia, examinando o início do Império.

    O envolvimento de Chow como diretora já é intrigante, mas seus comentários acerca de Obi-Wan já implicam que ela está pensando no todo também, e a sua nova série será muito mais que um homem velho vagando pelo deserto.



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