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    Watchmen: 6 mudanças feitas por Zack Snyder em relação as HQs

    A adaptação cinematográfica de Watchmen do diretor Zack Snyder é um dos filmes mais fiéis se levarmos em conta o material fonte. Além disso, o compromisso de Snyder em transmitir mais precisamente o que Alan Moore e Dave Gibbons criaram, desconstrói os quadrinhos e o joga nas telonas, dando a ele aclamação e crítica.

    Apesar de ser quase um consenso de que o filme de Snyder é um banquete visual, muitos sentiram que a ideia servil ironicamente falhou em capturar o espírito do material fonte.

    O que foi comentado acima está aberto a debate, não tendo nenhuma verdade universal. Mas se tem algo que podemos ter certeza de algo, é que Zack Snyder, os roteiristas David Hayter e Alex Tse fizeram mudanças na lore de Watchmen. E apesar dessas pequenas mudanças, ajustes imateriais, essa lista ilustra outros momentos que tiveram uma grande importância.

    6. Sem tecnologia avançada

    Watchmen: 6 maiores mudanças feitas por Zack Snyder em relação as HQs

    Um subplot chave em Watchmen é que os poderes de deus do Dr. Manhattan são responsáveis pela tecnologia muito distante da ambientação de 1985. Sendo o mais notável, os automóveis elétricos, que seriam comuns muitas décadas mais tarde no mundo real.

    No filme, não há menção alguma de tecnologias avançadas. Muito pelo contrário, a conspiração de Ozymandias reside em enganar Dr. Manhattan a fim de construir uma revolucionária fonte de energia, sob o pretexto de resolver a ameaça que se passava por uma crise de energia global.



    5. Os Minutemen tem uma nova origem

    No filme Watchmen, o super-herói aposentado Hollis Mason relembra que os primeiros vigilantes eram policiais que tinham a intenção de buscar justiça por meio do trabalho de vigilante. Isso é uma invenção por parte de Snyder, sem qualquer base na continuidade estabelecida por Alan Moore.

    De acordo com Moore, apenas Mason era um policial, e ele – junto dos seus amigos super-heróis – ele havia sido inspirado pelo Justiça Encapuzada, sendo o primeiro super-herói de todos os tempos.

    É verdade que alguns dos parceiros de Hollis Mason tinham profissões que envolviam a lei (por exemplo, o Capitão Metrópolis serviu como um Marinheiro dos Estados Unidos), mas a maioria não tinha qualquer ligação.

    Na verdade, era implícito que o Justiça Encapuzada era na verdade um antigo “homem mais forte do mundo” de um circo. Seria essa mudança drástica? Na verdade não. Ainda que sutilmente, o diretor optou por quebrar em sua grande maioria a fetichização sexual, que – fora do Coruja e da Silk SpectreSnyder pareceu confortável em dirigir.



    4. Há muito mais ação

    Watchmen: 6 maiores mudanças feitas por Zack Snyder em relação as HQs

    No que se refere a quadrinhos do gênero de super-heróis, Watchmen tem poucas sequências de ação. Claro que há lutas que duram 12 edições, mas elas são mostradas de formas bem realistas: breve, confrontos brutais em contraste a lutas sem sangue, batalhas extensas que tipificam o gênero.

    O mesmo não pode ser dito da adaptação de Zack Snyder. No filme, os personagens pés no chão criados por Alan Moore e Dave Gibbons foram trocados por personagens fortes, com coreografias de lutas hiper-estilizadas que o público costuma esperar de qualquer blockbuster de heróis. Dito isso, há muito mais cenas gore do que a maioria dos filmes do gênero “capas e collant” – mas isso tudo ainda é exageradamente próximo aos quadrinhos.



    3. Terapia de Rorschach termina diferente

    Para ser justo com Snyder e os roteiristas David Hayter e Alex Tse, eles fizeram um incrível trabalho ao tentar capturar as profundas sessões de terapia de Rorschach, com o terapeuta da prisão Doutor Malcolm Long.

    Apesar de vários aspectos do perturbado vigilante terem sido tirados – a gênesis de sua incrível máscara que fica se movendo como uma mancha de tinta, a referência perturbadora ao ataque da vida real de Kitty Genovese – sua versão cinematográfica ainda acerta nos mais importantes aspectos.

    Crucialmente, as sessões de Rorschach com o Doutor Long terminam diferente. No filme de 2009, Long continua em grande parte imperturbável pelas experiências de seu famoso paciente até o final. Isso representa uma grande diferença dos quadrinhos, onde Long fica profundamente afetado pelo assombroso niilismo de Rorschach, que ironicamente o leva a ser uma pessoa menos egoísta.



    2. A participação do Comediante no assassinato de JFK é confirmado

    Watchmen: 6 maiores mudanças feitas por Zack Snyder em relação as HQs

    Os créditos de abertura de Watchmen são um dos melhores momentos do filme, que tem como intenção colocar os espectadores a par do que aconteceu ao longo de vários anos da timeline alternativa daquele universo. Um fato interessante é que essa sequência mostra uma das facetas do Comediante: o super-herói que se tornou um agente do governo é identificado como o verdadeiro assassino do presidente John F. Kennedy.

    Isso foi apenas citado por alto nos quadrinhos. Aparentemente, o diálogo do Comediante confirma que ele esbarrou com os repórteres do Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein antes que pudesse expôr o esquema de corrupção de Nixon, história que Alan Moore deixou de forma ligeiramente ambígua.



    1. Não há um cefalópode alienígena

    Facilmente, uma das maiores diferenças dos quadrinhos de Watchmen para o filme, são os respectivos finais. Ou melhor, o enredo final por trás de ambas as conclusões – uma atrocidade cometida para unir a humanidade por um inimigo em comum, evitando assim uma guerra nuclear – é o mesmo, mas eles se diferem um pouco no que diz respeito a execução. No filme, Ozymandias destrói algumas das maiores cidades do mundo, usando reatores nucleares a fim de recriar o decaimento radioativo que é a assinatura do Dr. Manhattan. Enquanto nos quadrinhos, ele apenas mira em Nova York, e coloca a culpa em um cefalópode alienígena invasor.

    Tornando Dr. Manhattan o centro do esquema de Ozymandias, significa que o filme não conta com uma ilha repleta de cientistas desaparecidos, artistas e físicos… ou um gigante, cefalópode interestelar que eles criaram. Apesar dos fãs terem lamentado alguns dos detalhes desse molusco enorme, outros compreenderam a visão que Snyder teve para aquele mundo.



    Mas então, o que você espera da série Watchmen da HBO? O primeiro episódio irá ao ar neste domingo (20) às 23h.

    Leia também:

    TBT #39 | Watchmen (2009, Zack Snyder)

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    TBT #42 | Tubarão (1975, Steven Spielberg)

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    Em 1975, Hollywood sofreu um ataque feroz que abalou as estruturas da indústria cinematográfica, depois de um item inovador nos sets de filmagens, a fórmula para fazer cinema nunca mais seria a mesma. Tratava-se do arrasador Tubarão, de Steven Spielberg, primeiro filme a ultrapassar a marca de US $ 100 milhões de dólares em bilheteria só em solo americano e que deu início a era dos blockbusters. Geralmente com obras pouco exigentes, sem necessariamente observar padrões técnicos. Para o bem ou para o mal, o longa revolucionou definitivamente a forma de se vender um filme.

    O longa-metragem começa quando uma jovem é morta por um tubarão enquanto nadava perto da cidade turística de Amity Island, na Nova Inglaterra. O chefe de polícia, Martin Brody (Roy Scheider) quer fechar as praias, mas o prefeito Larry Vaughn (Murray Hamilton) não permite, com medo de que o faturamento com os turistas deixe a cidade sem recursos. O cientista Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e o pescador Quint (Robert Shaw) se oferecem para ajudar Brody a capturar e matar a fera, e assim o trio se envolve em uma batalha épica entre o homem e a natureza.

    Pensado originalmente como filme de terror, Tubarão é um daqueles “happy accident“. Por conta dos recorrentes defeitos no animatrônico, o grande vilão/protagonista do filme simplesmente não funcionava dentro da água. A sugestão encontrada por Spielberg não poderia ter sido mais acertada: sugerir o animal, ao invés de mostrá-lo. Ao fazer isso, a trama se afasta do terror propriamente dito, e invade o gênero do suspense. É dirigido de forma tão impecável, que o longa quase o iguala ao mestre insuperável desse gênero, Alfred Hitchcock (o qual, inclusive, Steven Spielberg homenageia abertamente, ao usar o mesmo truque de câmera como na obra Um Corpo Que Cai em uma cena na praia). E durante a maior parte do tempo não vemos a criatura, mas sua presença é constantemente sentida pelos recursos cinematográficos.

    O resultado é uma experiência imersiva de tensão crescente, no qual o susto pode vir em qualquer momento, em qualquer direção. Apresentar a chacina, aqui, não é o objetivo, mas sim, deixar o espectador sempre em constante estado de alerta.



    Todos os personagens apresentam motivações individuais para estarem ali e isso é muito marcante no roteiro de Peter Benchley e Carl Gottlieb. Outro grande chamariz presente é a trilha sonora de John Williams, uma das mais marcantes da história, construindo tensão e estabelecendo o ritmo do filme.

    Steven Spielberg criou um clássico que impactou muitas gerações, o suspense constante e interminável, a trilha sonora, a ambientação, tudo se encaixa perfeitamente em sincronia com uma direção incrível. 

    O longa é uma prova viva de que não é preciso exagerar nos efeitos visuais para realizar um bom filme com esse tema. Steven até hoje é conhecido por suas obras altamente criativas e Tubarão com certeza é uma delas representando um marco na história do cinema.

    Nossa nota

    Já assistiu ao filme Tubarão? Deixe seus comentários e sua avaliação. E lembre-se de conferir nossas indicações anteriores do TBT do Feededigno.

    Curte o trabalho de Steven Spielberg? Fizemos um Martelada em que abordamos os principais filmes da carreira do diretor:

    Martelada #7 | Steven Spielberg – O Messi de Hollywood

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    Viúva Negra: Heroína pode ganhar franquia de filmes [RUMOR]

    Amada pelo público, a Viúva Negra de Scarlett Johanson pode ganhar mais filmes no Universo Cinematográfico Marvel! Pelo menos é a informação que a própria atriz deixou no ar durante o evento Women in Hollywood.

    De acordo com o Comic Book, durante o evento, Scarlett se referiu à Viúva Negra não como um filme no singular, mas como uma franquia.

    Kyle Buchanan do NY Times escreveu no Twitter durante o evento:

    “Scarlett Johanson pontuou que o filme Viúva Negra é o primeiro filme da Marvel produzido por um de seus atores. Ela também se referiu a ele como uma ‘franquia independente’, o que é interessante se você espera que seja uma experiência única baseada em… você sabe.”

    Até onde sabemos, o filme da Viúva Negra acontecerá entre o período de Capitão América: Guerra Civil e Vingadores: Guerra Infinita, mas é interessante pensar que outros filmes da heroína possam ser desenvolvidos entre outros longas do UCM – ou em outra linha do tempo, talvez.

    Johansson, que também produz o filme, disse ter trabalhado com bastante liberdade no projeto.

    “Sinto que estou no controle deste filme, o que me dá muito mais tranquilidade. Eu a conheço melhor do que ninguém. Como foi a infância dela? Qual é o relacionamento dela com figuras de autoridade? Essa personagem é corajosa e multidimensional, mas tem muitos traumas e levou uma vida complicada. Para trabalhar neste nível de elite, ela provavelmente teve que se afastar de muitas coisas.”

    Viúva Negra é dirigido por Cate Shortland e estrelado por Scarlett Johansson, Florence Pugh, David Harbour e Rachel Weisz. O longa tem previsão de chegar aos cinemas no dia 1º de maio de 2020 e terá como vilão o personagem Treinador.

    Bone: Obra de Jeff Smith ganhará série animada na Netflix

    Ao que parece, Bone – obra do escritor Jeff Smith – ganhará uma adaptação em série animada para o serviço de streaming da Netflix!

    De acordo com o Deadline, a Netflix garantiu os direitos da obra de Jeff Smith, o épico de fantasia extravagante que é amplamente visto como um “Santo Graal” entre os clássicos não adaptados dos quadrinhos. A Netflix desenvolverá a adaptação do best-seller internacional como uma série infantil animada.

    O escritor, artista e criador de Bone teve uma reação animada à aquisição da Netflix e suas ambições.

    “Eu esperei muito tempo por isso. A Netflix é o lar perfeito para Bone. Os fãs dos livros sabem que a história se desenvolve capítulo por capítulo e livro por livro. Uma série animada é exatamente a maneira de fazer isso! A equipe da Netflix entende Bone e está comprometida em fazer algo especial – essas são boas notícias para crianças e amantes de desenhos animados em todo o mundo.”



    Ainda de acordo com o Deadline, os direitos de Bone passaram 10 anos nas mãos da Warner Bros. A partir de 2008, várias tentativas da Warner de adaptar a saga a um longa-metragem não ganharam força. Então, em 2016, o estúdio anunciou que Mark Osborne (Kung Fu Panda, O Pequeno Príncipe) estava a bordo para co-escrever e dirigir a primeira parcela de uma franquia Bone. Quando essa tentativa também não deu certo, o cenário estava aberto para a Netflix e uma nova abordagem.

    As HQs contam a história dos primos Fone Bone, Phoney Bone e Smiley Bone em suas aventuras por um vasto deserto desconhecido que dá lugar a um vale misterioso cheio de criaturas maravilhosas e aterrorizantes. A obra de Smith possui influências de Tolkien, Charles Schulz e o trabalho da Disney de Carl Barks com Pato Donald e seus parentes.

    A série de livros acumula mais de 40 prêmios de publicação nacional e internacional, entre eles o Eisner Award, o Harvey Award e The French Alph Art.

    Assista ao nosso vídeo sobre porque achamos que a Netflix não vai acabar tão cedo:

    Pokémon GO: Regirock, Regice e Registeel retornam às reides

    Mais novidades da Niantic para os próximos meses em Pokémon GO! Regirock, Regice e Registeel estão retornando às reides!

    De  1º de novembro (sexta-feira), às 13h, até segunda-feira, 4 de novembro às 13h, Regirock, Regice e Registeel estarão disponíveis em reides cinco estrelas.

    Se você ainda não capturou todos, esta é a chance perfeita para preencher o Pokédex. Você também poderá encontrar Pokémon para contra-atacar na natureza e em Ovos para ajudar a formar uma equipe formidável para enfrentar essas forças da natureza.

    Regigigas, o Pokémon Colossal, aparecerá em Reides EX, a partir de novembro. Mediante compra de ingresso, você poderá encontrar Regigigas antecipadamente por meio de um evento especial que contará com a primeira aparição do Pokémon no Pokémon GO.

    Pokémon GO: Regirock, Regice e Registeel retornam às reides

    Novidades em Pokémon GO

    Os seguintes Pokémon aparecerão com mais frequência na natureza: Geodude, Magnemite, Swinub, Aron e Spheal.

    Os seguintes Pokémon chocarão mais frequentemente de Ovos: Aerodactyl, Shuckle, Sneasel, Skarmory, Snorunt e Beldum. Se você tiver sorte, poderá encontrar Skarmory Brilhante, Regirock Brilhante, Regice Brilhante ou Registeel Brilhante!

    2× eficiência de Incubadora de Ovo: Bônus disponíveis para Ovos chocados durante o evento.



    Uma Descoberta Colossal – o evento da pesquisa especial

    Uma Descoberta Colossal apresenta um Pokémon originário da região de Sinnoh que está intimamente relacionado a Regirock, Regice e Registeel: o Regigigas! Vocês pode comprar um ingresso para ter acesso a uma experiência única por tempo limitado, onde serão desafiados em diversas tarefas para conseguir um encontro com o Pokémon Colossal antes de ele estrear em Reides EX no final de Novembro.

    Esse evento não tem um local definido. Se você tiver um ingresso, poderá participar de qualquer lugar em que puderem jogar Pokémon GO.

    O evento da pesquisa especial estará disponível no sábado, 2 de Novembro, das 11h às 19h, no horário local.

    O acesso a este evento oferece:

    • Um novo evento da pesquisa especial, com um encontro de acesso antecipado com Regigigas, aparecendo no Pokémon GO pela primeira vez;

    • Uma medalha da Descoberta Colossal;

    • Até dez Passes de Reide adicionais, sem custo, durante o período do evento da pesquisa especial, quando você girar uma Poképarada em um Ginásio. Esses Passes de Reide não estarão disponíveis após o término do período do evento. Você não poderá ter mais de um Passe de Reide por vez;

    • Uma Pedra de Unova, uma Pedra de Sinnoh e uma Pose de Avatar exclusiva (confira abaixo) pela conclusão da Pesquisa Especial.

    Pokémon GO: Regirock, Regice e Registeel retornam às reides


    Detalhes do ingresso

    Para receber a pesquisa especial Uma Descoberta Colossal, você deve abrir o jogo durante o evento no sábado, 2 de novembro, das 11h às 19h, no horário local. Depois de coletá-lo, você poderá concluir a pesquisa especial quando quiser.

    O ingresso custa US $ 7,99 (mais ou menos R$ 35,00) e pode ser adquirido diretamente na loja. Ele não pode ser comprado com Pokémoedas. Os ingressos poderão ser adquiridos assim que forem disponibilizados e permanece até sábado (2/11), às 17h.

    Pokémon GO: Regirock, Regice e Registeel retornam às reides

    Antes do evento, você receberá uma medalha. Ao abrir o aplicativo durante o período do evento, o acesso à pesquisa especial Uma Descoberta Colossal será liberado.

    Depois de receber a pesquisa você poderá finalizá-la posteriormente, mesmo que não a conclua até o final do evento. Após o dia 2 de Novembro, o Pokémon Regigigas chegará às Reides EX em Dezembro deste ano.

    Confira também o nosso artigo sobre o evento de Halloween 2019 em Pokémon GO!

    CRÍTICA – A Luz no Fim do Mundo (2019, Casey Affleck)

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    Hollywood conta com diversos filmes e séries pós-apocalípticas, alguns de seus melhores exemplos são Mad Max, The Walking Dead, Um Lugar Silencioso, Birdbox, Jogos Vorazes, dentre tantos outros, a lista é imensa e já foram abordadas diversas temáticas sobre o gênero. Entretanto, Casey Affleck, que dirige, roteiriza e protagoniza A Luz do Fim do Mundo pensou de uma forma um pouco menos usual: exterminou as mulheres da Terra! A ideia em si é interessante, pois pensando de uma forma lógica, perdermos metade da população mundial ou uma boa parte dela, seja feminina ou masculina, seria catastrófica em diversos pontos na nossa sociedade. E Mad Max: A Estrada da Fúria nos comprova com maestria isso. Todavia, Affleck falha miseravelmente com uma história cafona e parada, com diálogos expositivos demais e até um constrangedor “mea culpa” por seus atos constatados nos bastidores.

    Para quem não lembra, Casey Affleck foi acusado por diversas mulheres de assédio sexual, colocando o ator na geladeira por três anos depois de ter ganho um Oscar por Manchester à Beira-Mar, algo que deveria ter dado um “boom” em sua carreira, mas por causa de suas ações, ele acabou esquecido.

    O longa conta a história de um pai (Casey Affleck) que perde sua esposa (Elisabeth Moss) após um vírus mortal exterminar a maioria das mulheres do planeta. A única sobrevivente é a filha de Casey (Anna Pniowsky), uma pré-adolescente que vive nas sombras para que não seja pega e vire alvo da perversidade dos homens que restaram, uma premissa que poderia nos prender, no entanto, as falhas do roteiro e incoerências narrativas nos fazem ficar lutando contra o sono por quase duas horas.

    Anna Pniowsky e Casey Affleck.

    A primeira, e mais gritante talvez, é de que os homens vivem em comunidades quase coloniais, racionando alimentos, muitas vezes sem energia elétrica e sem tecnologia ou armas. Sabemos que o fato de não termos mais a presença feminina que equilibra e melhora a sociedade em que vivemos faria dos homens selvagens em alguns aspectos, nos matando aos montes por diversos motivos, alguns sem razão alguma, porém, não existem mais cientistas, engenheiros, médicos e pessoas que possam manter tudo no eixo? Como o mundo ficou tão devastado a ponto de não ter nada que faça esses homens se manterem firmes e coerentes? Esse fato é algo que incomoda muito o espectador mais atento, uma vez que é um absurdo faltarem recursos e tais tecnologias e serviços básicos num planeta com pessoas capazes de mantê-los.



    O segundo aspecto negativo do longa são seus diálogos intermináveis e trama extremamente sonolenta. O filme fica em um marasmo gigante e só tem algum movimento brevemente no segundo e no terceiro ato.

    A escolha do enfoque do relacionamento entre pai e filha num mundo tão duro seria mais positivo para a trama se não fosse tão repetitivo e artificial, culpa de uma direção ruim e de um roteiro preguiçoso que se auto explica o tempo inteiro.

    As atuações são boas, Affleck quando está sozinho em cena, nos passa suas angústias, tornando críveis seus anseios e medos de perder a filha a qualquer momento, se preocupando a cada segundo com ela. Anna Pniowsky entrega uma atuação segura num papel que possui dificuldade: uma menina que está crescendo e que tem que amadurecer obrigatoriamente, não podendo desfrutar dos prazeres da infância, ao mesmo tempo em que começa a ter um pensamento mais crítico em sua puberdade, formando um caráter e uma personalidade forte, algo que a atriz nos mostra com eficácia no seu tempo de tela. Elisabeth Moss faz uma ponta tão insignificante que poderia ter ficado de fora do filme.

    Com uma trama fraca e cafona, A Luz no Fim do Mundo é um longa esquecível e sem brilho, com pouca inspiração e que não vale o valor do ingresso.

    Nossa nota


    Assista ao trailer legendado:

    A Luz no Fim do Mundo chega aos cinemas nesta quinta (17).


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