Olá meu caro leitor do Feededigno, desde minha chegada por aqui estava entre os meus planos estava realizar esta reflexão sobre personagens pretos. Mas seja obra do destino ou o inconformismo de mais um daqueles casos isolados que acontecem todo dia, decidi trazer este conteúdo e já começo com a seguinte pergunta:
“O que Sam Wilson, Corlys Velarion, Arondir, Carter Hall, Barbara Gordon e Ariel têm em comum?“
A resposta mais óbvia: sua etnia; mas para ser mais preciso, a quebra do padrão social que o sucesso, poder ou qualquer posição de destaque atribuía apenas a etnia branca nas obras ficcionais.
A reação de estranhamento incomodo ou repúdio seja em redes sociais e, até mesmo, na crítica especializada mostra o quanto estes padrões estão enraizados no inconsciente coletivo, porém estas narrativas não só merecem como são vitais ganharem espaço.
Talvez a nota mais triste deste nicho da indústria cultural é o preconceito que vem de todas as formas, como as reações ao cancelamento de Batgirl determinando o filme uma “bomba” pela interprete ser a atriz Leslie Grace, uma mulher preta; o repúdio com a série O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder pela existência do Elfo-Silvestre Arondir, muito bem retratado pelo porto-riquenho Ismael Cruz Córdova ou as críticas ao imponente Corlys Velaryon, o Serpente Marinha, interpretado por Steve Toussaint na série A Casa do Dragão.
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Assim como as manifestações racistas direcionadas para Halle Bailey que será a nova Ariel na futura adaptação de A Pequena Sereia e lembrando que esta versão que as pessoas dizem como “correta” é só mais uma versão dentre tantas.
Termos como “lacração”, “estragou a minha infância”, “me soa errado determinado personagem ter ou ser” são reflexos destes padrões além de uma das pautas sociais que mais ganham força nos últimos anos, a luta contra o racismo.
Primeiramente se um personagem ser preto ou qualquer figura não branca estragou a sua infância, procure terapia isso não é algo esperado dentro do seu desenvolvimento. É importante ressaltar que o Capitão América, Sam Wilson (Anthony Mackie) é o verdadeiro Capitão América, assim como Corlys é um verdadeiro valiriano e Arondir um Elfo, sendo estes personagens pretos figuras inspiradoras e formadores de subjetividade.
Sempre existe o questionamento sobre a originalidade deles, o que pode ser facilmente refutado, pois são originais pelo simples fato de existirem, dada a sua identificação com uma etnia ou grupo; o que me leva ao cerne desta reflexão.
“Por que incomoda o poder seja ele aquisitivo ou político estar nas mãos de uma pessoa preta?“
Infelizmente a resposta está na questão social do racismo, assim como nós lutamos para ter espaço e voz na sociedade estas representações também, tendo uma resistência de uma ala conservadora, mas todos merecem um exemplo inspirador para chamar de seu e por isso continuamos lutando.
Dentre tantas inspirações que vieram da minha infância uma delas é John Stewart, uma versão negra do herói Lanterna Verde, que se estabeleceu de tal forma no imaginário comum a ponto de Hal Jordan ser lembrado para o público geral como “o outro Lanterna Verde”, mas isto só se torna possível quando estas figuras podem se estabelecer.
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Eu não me tornei arquiteto, mas a existência de um personagem que me inspirou a algo maior foi uma contribuição para a formação da minha personalidade, pois o que consumimos também mostra muito sobre nós.
Assim como o meu exemplo, acho fundamental a existência destes personagens como uma fonte de valores que eles carregam para o futuro e principalmente por suas personalidades marcantes.
A ficção ou os universos fantásticos também devem refletir o que existe na realidade, pois independente de qual seja a mídia, não se deve apenas refletir as regras heteronormativas e assim como o mundo é de todos a cultura pop também é.
E acredito que haverá no futuro não haverá um retrocesso deste movimento, assim como a luta contra o racismo na vida real, esses personagens pretos ficcionais, ricos e poderosos vieram para ficar e estabelecerem-se como inspirações para as gerações futuras.
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