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    CRÍTICA – Uma Mulher no Limite (2019, Abner Pastoll)

    Uma Mulher no Limite (A Good Woman Is Hard to Find), thriller dirigido por Abner Pastoll, estreou nas plataformas digitais no dia 7 de maio. Protagonizado por Sarah Bolger, o longa apresenta a história de uma jovem mãe que tenta retomar sua vida após o assassinato de seu marido.

    SINOPSE

    Após o assassinato de seu marido, uma mulher busca por respostas. Cansada de sofrer na mão dos homens ao seu redor, ela resolve tomar as rédeas da própria vida e planejar sua vingança.

    ANÁLISE

    Uma Mulher no Limite é um longa diferenciado que consegue surpreender em vários momentos de sua trama. Um dos seus grandes trunfos é a ótima atuação de Sarah Bolger que consegue se adaptar muito bem ao desenvolvimento de sua personagem, também chamada Sarah.

    No roteiro de Ronan Blaney, Sarah é uma mulher vulnerável que se encontra em uma situação difícil após o assassinato de seu marido. Com o aparente descaso da polícia local sobre o caso, Sarah tenta buscar justiça ao mesmo tempo em que precisa cuidar de suas duas crianças pequenas.

    Sem renda, morando em um bairro perigoso e sendo constantemente assediada pelos homens à sua volta, é quase impossível não sentir raiva ou angústia ao assistir todos os desafios que a personagem precisa superar ao longo dos 97 minutos de filme.

    CRÍTICA – Uma Mulher no Limite (2019, Abner Pastoll)

    Em meio a todo esse contexto, Sarah acaba se envolvendo – de modo inusitado – em uma rede de crimes executados pelas gangues locais. E é nesse momento que a personagem deixa de ser vulnerável e assume o controle de sua própria vida.

    A construção do suspense é gradual e bem conduzida, criando espaço para o grande clímax final. Matthew Pusti fez um ótimo trabalho de trilha sonora para Uma Mulher no Limite. Suas composições criam momentos tensos e instigantes, principalmente quando temos Sarah e Leo Miller (Edward Hogg) em cena.

    O longa possui boas doses de humor, sem que isso quebre os momentos de ação e suspense. Algumas cenas pitorescas, como as que envolvem o vibrador rosa de Sarah, são divertidas, mas também encontram espaço para tecer algumas críticas.

    Mesmo que no trailer passe a impressão de que se trata de um grande filme de vingança, com muitas cenas de ação e violência, Uma Mulher no Limite está mais para uma ideia similar à Bela Vingança. Por mais que haja, obviamente, cenas de violência, não há uma visão masculinizada da personagem principal como uma grande justiceira.

    CRÍTICA – Uma Mulher no Limite (2019, Abner Pastoll)

    Por se tratar de um filme independente, as locações são pequenas e, da mesma forma, são as cenas de ação. Não há grandes efeitos especiais envolvidos na história e claramente o orçamento foi usado em cenas muito específicas envolvendo próteses e sangue. Entretanto, o que poderia “faltar” em grandes cenas de ação é compensado em todo o restante. É uma produção pequena, mas bem executada.

    VEREDITO

    Uma Mulher no Limite me surpreendeu positivamente. Um filme que possui a dose certa de ação, suspense e humor, entregando uma produção com grande qualidade técnica.

    3,5/5,0

    Uma Mulher no Limite está disponível na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, Google Play, YouTube Filmes e iTunes/Apple TV para compra e aluguel.

    Assista ao trailer

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    CRÍTICA – Castlevania (4ª temporada, 2021, Netflix)

    Castlevania é uma animação da Netflix baseada na franquia de jogos da Konami. Neste dia 12 de maio, a quarta e última temporada chega ao serviço de streaming. Com isso em mente, farei uma breve análise dessa última temporada sem spoilers.

    SINOPSE

    A influência de Drácula cresce à medida que Belmont e Sypha investigam os planos para ressuscitar o famoso vampiro. Alucard tem dificuldades para abraçar seu lado humano.

    ANÁLISE

    Nessa última temporada temos a solução de diversas pontas soltas dos anos anteriores. A produção segue com um bom ritmo e não perde seu brilho ao longo de todo a história, sendo uma excelente adaptação da famosa franquia da Konami.

    Ao longo dos 10 episódios dessa temporada temos a apresentação de novos personagens que tem seu background explicados por flashback. A maneira que essa narrativa é introduzida na animação é bem lenta e acaba se alongando, utilizando a metade de um episódio para explicar as reais intenções desses personagens.

    No entanto, esse recurso narrativo acaba sendo bastante exaustivo, pois acredito que daria para ser explicado em poucas cenas e não se expandindo tanto. Apesar disso, o enredo principal segue bem desenvolvido e caminhado para um final épico.

    Além disso, eu senti que a trama demorou cerca de três episódios para realmente engatar. No entanto, seu desenrolar desencadeia  nos eventos do enredo principal, que tem a ver com a tentativa de trazer Drácula de volta.

    CRÍTICA – Castlevania (4ª Temporada, 2021, Netflix)

    A partir desse ponto, seguimos Belmont e Sypha em sua investigação sobre os novos personagens da história. Os desfechos que temos para Belmont e Sypha são realmente satisfatório, bem como o desfecho de Alucard, que certamente vai agradar os fãs.

    Em relação a animação, o anime continua sensacional e apresenta excelentes cenas com batalhas épicas que são realmente de tirar o folego. No entanto, em alguns momentos a animação tem uma leve queda de qualidade, principalmente quando existem muitos personagens em uma mesma cena, mas nada que seja tão gritante.

    Apesar do final satisfatório, acredito que futuramente exista a possibilidade de criarem spin-off com outros personagens da série. Pois, temos um leque de possibilidades para contar outras histórias dentro de universo.

    VEREDITO

    Por fim, essa última temporada de Castlevania entrega um final excepcional com uma trama bem desenvolvida e que com certeza trará novos fãs para franquia de jogos da Konami – que infelizmente encontra-se esquecida. Mas a série é uma ótima porta de entrada para conhecer esse universo sombrio de Castlevania.

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração é mais uma produção original da Netflix focada em investigação criminal que busca trazer à tona fatos desconhecidos, ou que a polícia e o Poder Judiciário deliberadamente escolheram não olhar.

    Dirigida por Joshua Zeman (Montanha Mortal), essa minissérie documental conta a história da investigação obsessiva feita pelo jornalista Maury Terry a respeito de um serial killer que assassinou diversas pessoas nos Estados Unidos, na década de 1970.

    David Berkowitz, o “Filho de Sam”, é réu confesso nesse caso que chocou o mundo e foi condenado à prisão perpétua. Apesar da confissão, Terry dedicou sua vida para comprovar que mais pessoas participaram dos assassinatos em série.

    SINOPSE DE OS FILHOS DE SAM

    O caso Filho de Sam se tornou uma obsessão para o jornalista Maury Terry, para quem os assassinatos estavam associados a uma seita satânica.

    ANÁLISE

    A minissérie documental é mais uma tentativa de Maury Terry ser ouvido. O jornalista faleceu em 2015, mas deixou sua última cartada: Joshua Zeman recebeu caixas com materiais da sua investigação sobre o envolvimento de Berkowitz com uma seita satânica e a participação de mais pessoas nos assassinatos em Nova Iorque, entre 1976 e 1977.

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração inicia contextualizando bem o cenário caótico que Nova Iorque vivia no período: criminalidade, desemprego e insalubridade em alta. Além de assaltos fazerem parte da rotina, prostituição e tráfico de drogas ocorriam com naturalidade aos olhos da população em plena luz do dia.

    Conhecer o contexto sociopolítico da cidade é fundamental para entender as possíveis motivações da polícia local (NYPD) e do prefeito, Abraham Beame, desde o começo dos assassinatos. As investigações policiais sempre optaram por trabalhar com a hipótese de que se tratava de um único assassino.

    O motivo para essa única linha de investigação é que o serial killer adotava o mesmo modus operandi a cada crime, sempre usando um revólver calibre .44. Isso o tornou conhecido como o Assassino do Calibre .44.

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração conta a história de um jornalista obcecado por um caso que chocou o mundo na década de 1970

    No entanto, o jornalista Maury Terry identificou diversas falhas logo cedo. A postura errática e intransigente da NYPD o motivaram a deixar seu emprego na IBM para atuar como jornalista investigativo independente.

    O fio condutor do documentário é o caso do Assassino do Calibre .44, posteriormente conhecido como Filho de Sam. Mas a verdade é que a produção da Netflix é biográfica, e trata sobre a vida de Terry após a investigação se tornar uma verdadeira obsessão.

    Espaço para versões distintas

    Um dos grandes acertos de Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração é dar espaço para versões distintas dos fatos.

    Além do rico acervo histórico e dos materiais organizados por Maury Terry, a minissérie da Netflix conta com vários entrevistados de diferentes fases da vida do jornalista e da investigação do caso.

    Isso inclui até quem discorde das teorias estudadas por Terry. No entanto, em muitos momentos os fatos apresentados pelo documentário deixam nítido que o contraponto não se sustenta.

    A montagem é bem feita e garante uma boa fluência à narrativa. Apesar disso, há algumas imagens de arquivo que se repetem sem necessidade, além de uma transição genérica (também repetitiva) que pouco acrescenta.

    Terry está certo?

    É seguro afirmar que a obsessiva investigação de Maury Terry rendeu registros que comprovam que existiu (ou existe) uma seita satânica influente nos Estados Unidos. Os argumentos do jornalista e de fontes entrevistadas (inclusive um sobrevivente do serial killer) reforçam que a NYPD errou ao não considerar a possibilidade de mais de um assassino no caso.

    Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração conta a história de um jornalista obcecado por um caso que chocou o mundo na década de 1970

    Cabe à audiência definir se toda a investigação de Terry foi correta e seus argumentos se sustentam. Apesar disso, também não é exagero dizer que a minissérie vai agradar quem ama produções sobre crimes reais (true crime) e teorias da conspiração.

    Não é de se duvidar que Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração faça barulho, reabra a investigação e dê um novo desfecho ao caso. A própria Netflix já produziu séries que apresentaram versões alternativas às condenações do Judiciário (e da imprensa), como Olhos que Condenam e Making a Murderer – essa última chegou a motivar a reabertura do caso.

    Uma coisa é certa: quem se frustrou com a falta de resolução dos casos apresentados em Mistérios Sem Solução (também da Netflix) certamente já começa gostando de Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração. Afinal, o caso aqui está oficialmente resolvido. Resta saber se em definitivo…

    VEREDITO DE OS FILHOS DE SAM

    Com apenas 4 episódios, Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração é uma minissérie documental bem editada e que consegue situar a audiência em todos os pontos da obsessiva investigação de Maury Terry.

    A produção da Netflix também acerta por dar espaço a contrapontos, mesmo que a intenção do documentário seja explícita em apresentar diversos argumentos consistentes encontrados por Terry ao longo dos anos.

    Esse documentário biográfico é mais um trunfo da Netflix com potencial de prender a atenção dos fãs de true crime e teorias da conspiração.

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Oxigênio (2021, Alexandre Aja)

    Oxigênio é a nova produção francesa da Netflix que estreia no dia 12 de maio. O longa tem direção de Alexandre Aja (Predadores Assassinos) e roteiro de Christie LeBlanc. No elenco estão Mélanie Laurent (Esquadrão 6) e Mathieu Amalric.

    SINOPSE

    Em Oxigênio, presa dentro de uma câmara criogênica, uma mulher deve agir com precisão e calma para conseguir escapar. Quanto mais o tempo passa, mais desaparece o oxigênio e mais diminuem suas chances de sair dali com vida.

    ANÁLISE

    Um filme que brinca entre o sci-fi e o suspense, mas também flerta com o gênero de terror. A nova produção local da Netflix chamada Oxigênio vem da França e não se esforça para chamar a atenção. É fato que para uma história de suspense prender o espectador são necessárias várias revelações ao longo do filme que não deturpe sua conjuntura total.

    Logo, o filme de Alexandre Aja não só consegue ser íntegro em cada reviravolta de roteiro, como utiliza de suas limitações para criar uma narrativa focada em um único objetivo: descobrir a verdade.

    Mélanie Laurent interpreta uma mulher que acorda dentro de uma câmara criogênica, desorientada e sem saber sua própria identidade.  Logo, ela percebe que seu oxigênio está acabando e uma corrida contra o tempo começa, com a ajuda da inteligência artificial, Milo (Mathieu Amalric).

    O resto da história, com certeza, seria entregar demais o que Oxigênio promete. O diretor Alexandre Aja, já conhecido do cinema de terror com filmes como Piranha 3D (2010) e Amaldiçoado (2013), constrói um cenário perfeito para seu filme. A partir da câmara criogênica, o espectador embarca na história daquela mulher misteriosa, sentindo todos os desconfortos vividos pela personagem.

    CRÍTICA - Oxigênio (2021, Alexandre Aja)

    Essa imersão se dá, em parte, pela ótima atuação de Mélanie Laurent que, com poucos recursos para sua atuação, utiliza suas expressões para mostrar o desespero da personagem. Outra ressalva do filme está na relação que a mulher, identificada como biomassa-267, desenvolve com a inteligência artificial. Suas frustrações, pequenas alegrias e tristezas se propagam através de sua voz a partir de conversas com Milo.

    Ainda assim, Oxigênio demora para engatar, visto que sua narrativa lenta no primeiro ato busca preparar o espectador para uma onda de plot twists. Contudo, é a partir do segundo ato que o filme se torna realmente interessante e faz crescer aquela curiosidade e temor pelo personagem. Isso porque o longa se preocupa muito mais em apresentar questões para a personagem resolver.

    Sendo assim, Oxigênio é similar a um quebra-cabeça, onde a última peça nem sempre monta aquilo que esperávamos. Já que, seus minutos finais vacilam em alguns clichês. Dessa forma, o filme não reinventa a premissa de “lugares claustrofóbicos” e nem se apoia tanto em seu sci-fi para explicar o roteiro.

    Essas características colocam Oxigênio no meio termo entre um ótimo filme para passar o tempo e um péssimo filme para ter grandes expectativas.

    VEREDITO

    Oxigênio de Alexandre Aja, se consagrada pela ótima atuação de Mélanie Laurent, mas demora para mostrar sua verdadeira força. Por isso, o meio do filme é mais interessante que seu início e consequentemente, seu final.

    3,0/5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2021, Michael Rianda)

    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é uma animação original da Netflix e conta com um elenco de peso na dublagem. Olivia Colman (Meu Pai), Maya Rudolph (The Good Place) e Danny McBride (É o Fim), por exemplo, integram o elenco original. O longa é dirigido por Michael Rianda, responsável pela animação de sucesso Gravity Falls, disponível no Disney Plus.

    SINOPSE

    Katie (Abbi Jacobson) é uma cineasta amadora que tem o objetivo de se tornar uma grande diretora de cinema no futuro. Ela faz parte de uma família nada normal e agora deve enfrentar uma revolução das máquinas com seus pais e irmão desajustados.

    Agora eles devem sobreviver juntos e tentar salvar a humanidade de tudo que está acontecendo.

    ANÁLISE

    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas

    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é uma animação que no primeiro momento causa estranhamento por seus traços que misturam stop-motion com um formato mais dinâmico. Além disso, em algumas cenas, a animação pega trechos reais de vídeos e os transporta diretamente para a tela de nossa tv, e os méritos do filme estão justamente nisso: o longa é extremamente dinâmico e divertido.

    Sua trama é simples e bastante usual, pois traz uma família que tem desavenças por suas diferenças, mas que ao longo da jornada vai descobrindo que suas virtudes vem justamente do diferente. Os clichês e breguices estão muito presentes sim, todavia, não atrapalham em nada a experiência do espectador.

    O trabalho de dublagem é sensacional, uma vez que o time de estrelas é complementado com nomes já conhecidos como os de Eric Andre e Abbi Jacobson, de Desencanto, também da Netflix.

    Os personagens tem características únicas e são bem engraçados em sua essência. A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas bebe de algumas fontes para ter referências como, por exemplo, O Exterminador do Futuro, Kill Bill e paródias sarcásticas de Mark Zuckerberg e o já falecido Steve Jobs, gurus da tecnologia.

    A TECNOLOGIA EM A FAMÍLIA MITCHELL E A REVOLTA DAS MÁQUINAS

    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas consegue ser complexo em um momento, quando faz a reflexão sobre a tecnologia. 

    O fato dela nos fazer reféns em alguns momentos é abordado aqui, entretanto, a animação também mostra o quanto a tecnologia pode fazer a diferença em nossas vidas. Uma das discussões mais interessantes do longa está no fato de que temos que reverenciar o passado e nos atualizar para o presente, construindo um equilíbrio.

    Além disso, o filme passa também que a tecnologia pode unir ou afastar, a questão é a forma como a usamos em que acima de tudo, as pessoas que amamos sempre devem estar por perto, mesmo que seja longe.

    VEREDITO

    A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é divertido, lúdico e competente, pois passa sua mensagem de forma leve e bem construída. 

    Por mais que tenha seus problemas, a direção e roteiro conseguem contornar com muito bom humor e carisma, uma vez que trazem excelentes personagens. 

    O novo filme da Netflix é o que precisamos agora apara desopilar nesses tempos sombrios. Vale cada minuto e com certeza será um bom entretenimento, pois entrega boas risadas.

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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    CRÍTICA – Mães de Verdade (2020, Naomi Kawase)

    O longa japonês Mães de Verdade estreia nos cinemas brasileiros no dia 13 de maio. Dirigido por Naomi Kawase e baseado no romance “Asa ga Kuru”, de Mizuki Tsujimura, o filme apresenta diversas visões sobre os desafios da maternidade em várias fases da vida.

    SINOPSE

    Kiyokazu Kurihara (Arata Iura) e Satoko (Hiromi Nagasaku) são um casal que, no desejo de ter um filho, adota um bebê. Seis anos depois, enquanto vivem um feliz casamento, eles recebem uma ligação de uma mulher chamada Hikari Katakura (Aju Makita), alegando ser a mãe biológica de Asato (Reo Sato), o filho adotado pelo casal.

    Hikari diz querer seu filho de volta, chantageando a família pedindo uma alta quantia de dinheiro.

    ANÁLISE

    Mães de Verdade traz uma visão diversa sobre os desafios de ser mãe. Apesar de ter como personagens principais as mães biológica e adotiva de Asato, o longa de Kawase traz outras situações e visões da maternidade que agregam muito ao roteiro.

    A sinopse passa a impressão de que o filme se trata de um thriller, mas a realidade é que Mães de Verdade é um retrato sincero e melancólico sobre como a maternidade pode alterar a vida das mulheres, tanto de uma maneira boa, quanto de uma maneira ruim.

    Sem julgar nenhuma das personagens e suas motivações, a trama é formada por arcos que apresentam, separadamente, as histórias de Satoko, Kiyokazu e Hikari. O casal Kurihara quer muito ter um filho e, após tentarem por muito tempo, resolvem adotar uma criança. Hikari tem apenas 14 anos quando descobre estar grávida de seu namorado, que a abandona. O destino dos três se encontra nesse ponto.

    Hikari é obrigada a amadurecer rapidamente. Além disso, sua família é extremamente conservadora, e ela vive em um ambiente tóxico. Todos esses fatores mudam sua vida para sempre e, claro, a deixam completamente perdida, buscando viver em qualquer lugar que não seja o seu lar.

    CRÍTICA – Mães de Verdade (2020, Naomi Kawase)

    Kiyokazu também não sonhava em ser mãe, mas acaba cedendo às vontades do marido. É ela quem tem que abdicar de seu trabalho para criar Asato, tudo em busca da tal família perfeita. Mesmo que, com o tempo, o sonho de um acabe se tornando também o do outro, a solidão da maternidade é algo fácil de mensurar em tela.

    O contraste entre a vida de Hikari e a de seu antigo namorado é notório. Ele segue sua vida como se nada tivesse acontecido, enquanto a garota carrega o sentimento de vazio completo, tanto por perder alguém que ela considerava o amor de sua vida, quanto por ser obrigada a abrir mão de seu filho.

    O ritmo de Mães de Verdade é lento, tomando todo o tempo para mesclar belas imagens do Japão com os acontecimentos na vida dos personagens. O arco de Hikari em Baby Baton é o melhor momento do filme, pois há um grande sentimento envolto na situação daquelas várias meninas, enquanto todas elas partilham as mesmas dores.

    CRÍTICA – Mães de Verdade (2020, Naomi Kawase)

    No final, temos um desfecho agridoce para toda a situação, sem apelar para o grande drama. Entretanto, para um filme de 2 horas de duração, as definições do desfecho são abruptas e apressadas. Várias cenas poderiam ser condensadas durante a apresentação de cada personagem, sobrando mais espaço para explicar as escolhas criativas do final.

    VEREDITO

    Mães de Verdade traz um olhar sincero e melancólico sobre a maternidade. Sua construção é simples, mas delicada, com uma fotografia que consegue captar bem as belezas da paisagem. Entretanto, seu final é apressado e não consegue impactar da forma que deveria. Mesmo assim, é um bom filme.

    3,5/5,0

    Assista o trailer

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