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    CRÍTICA – Mank (2020, David Fincher) | Feededigno

    Adentro do universo da sétima arte, tudo é capaz de se transformar, principalmente o que está por trás dos bastidores de uma determinada obra. Este é o caso de Mank, pincelando a vida do escritor Herman J. Mankiewicz, que escreveu o roteiro de Cidadão Kane, um dos maiores clássicos da história do cinema.

    “Este é um negócio onde o comprador só ganha uma lembrança do que pagou. O que ele comprou ainda pertence a quem vendeu. Essa é a verdadeira magia dos filmes, e não deixe que digam o contrário.”
    Meyer, Louis B.

    O lendário diretor David Fincher retorna honrando o legado de seu pai, Jack Fincher, falecido em 2003. Filmando o roteiro que o veterano jornalista havia escrito e que estava planejado para ser produzido no final da década de 90, Mank aborda o conturbado desenvolvimento daquele que viria a ser celebrado pela crítica mundial por décadas como o melhor filme de todos os tempos, o eterno Cidadão Kane, de Orson Welles.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | TBT #98 | Cidadão Kane (1941, Orson Welles)

    SINOPSE 

    Contada de forma não linear, a trama acompanha o esforço de Herman J. Mankiewicz (Gary Oldman) para escrever o roteiro de Cidadão Kane a mando do prodígio Orson Welles (Tom Burke), que prepara sua grande estreia em Hollywood. Lutando contra um tremendo alcoolismo, Mank vai se lembrando de períodos de sua vida que trarão inspiração para o texto, como a turbulenta eleição para governador em 1934 e sua relação com o magnata da imprensa, William Randolph Hearst (Charles Dance).

    ANÁLISE 

    O longa-metragem não discorre sobre os bastidores de Cidadão Kane, e a própria relação de Herman com Welles fica em segundo plano. Temos o preto e branco, característico de Cidadão Kane, com uma bela fotografia e técnicas que remetem ao filme de 1942. David Fincher homenageia a obra-prima de Orson Welles, como tentou fazê-la nos anos 90 e não conseguiu. Isso porque filmes em preto e branco sofrem certa resistência em Hollywood, mas enfoca uma figura importante que é pouco conhecida de sua história: o roteirista.

    Fincher aplica de forma magistral todas as técnicas que Orson Welles não necessariamente inventou, mas apurou a ponto de se tornarem lugar comum na produção cinematográfica. Como, por exemplo, a técnica da câmera baixa e a profundidade de campo.

    Elas fazem com que o espectador tente absorver tudo o que está na tela. De fato, o cineasta foi auxiliado pelo grande diretor de fotografia Greg Tolland.David Fincher conta com Eric Messerschmidt pra se utilizar disso e da luz natural de uma forma soberba.

    CRÍTICA – Mank (2020, David Fincher)

    Usando desse próprio preciosismo, Fincher consegue apontar como Hollywood é um mundo que constrói uma áurea bela e mágica para esconder seus segredos. É nesse momento em que a reconstituição estética e narrativa acaba dando força e andando junto com uma fortíssima crítica social sobre o que de nefasto se esconde por trás desse “mundo de sonhos” que Mank passa o filme inteiro passeando em sua jornada, tanto literalmente quanto pela sua mente.

    É uma realidade onde ricos e poderosos se reúnem em jantares autocentrados para saciar suas próprias vaidades. Um mundo onde apoios políticos caminham juntos com os interesses do capitalismo selvagem, ideologias são impostas como negócio onde os personagens vivenciam um sistema que silencia, corrompe e destrói quem estiver no seu caminho.

    É como se Mank e Marion Davies (Amanda Seyfried) com todos os seus defeitos e falhas fossem para David Fincher as únicas figuras que verdadeiramente transparecem verdade e sinceridade naquele mundo de mentira. São humanos e realistas acima de tudo. Não é à toa que eles se encantam um pelo outro e encantam o próprio Hearst.

    A composição de Seyfried é inspiradíssima, quase como uma jovem Norma Desmond ao contrário. Ela é destaque sempre que está em cena, por mais que seja em poucos momentos. Amanda Seyfried toma o filme para si nesses pequenos momentos quase que hipnoticamente, e impressiona a sutileza com que conduz os tiques de Marion e também os menores olhares e gestos. Assim como o próprio filme mostra, ela é em seu interior muito diferente do que aparenta externamente.

    Sua Marion é um reflexo cênico da Hollywood de Fincher: cintilante e bela por fora, encantadora, mas por dentro desesperadamente triste e preocupada com o que há em sua volta.

    CRÍTICA – Mank (2020, David Fincher)

    Mais uma vez, Gary Oldman tem aqui outra oportunidade de brilhar como um ator genial e carismático. Mas tão delinquente a ponto de ir apostando em qualquer coisa até chegar ao fundo do poço. Enquanto isso, seus pares estão muito mais cientes do poder que ele tem em mãos. Especialmente o personagem William Randolph Hearst interpretado por Charles Dance, um notório influente na política de uma época em que o nazismo e o comunismo já eram considerados uma ameaça ao modo de vida americano.

    A trilha sonora é extremamente magnética. Os aclamados compositores Trent Reznor e Atticus Ross que juntos, contém um belíssimo histórico já trabalharam com David Fincher em Garota Exemplar, A Rede Social e Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres. A dupla utilizou apenas instrumentos de época para trazer o máximo de naturalismo possível, ou seja, nos transmitindo a visão dos anos 40 de forma mais autêntica possível.

    Entretanto, acredito que falta ainda um certo ritmo ao longa-metragem, o que pode ser parcialmente explicado pelo fato de que o roteiro tenha sido desenvolvido nos anos 1990, texto que, por todo o contexto, deve ter sido tradado com preciosismo pelo diretor, que chegou a fazer 100 tomadas de uma mesma cena.

    Um filme para poucos, em suma, mas que deve marcar presença na temporada de premiações, e quem sabe, se consolidar como um clássico certeiro daqui alguns anos.

    CRÍTICA – Mank (2020, David Fincher)

    VEREDITO

    David Fincher realiza um psicodrama cerebral que recompensa o público cinéfilo engajado em sua mira, mas mesmo quando frio ao toque, o filme oferece um olhar complexo e perspicaz sobre as estruturas de poder americanas e o potencial de uma centelha criativa para usar como inspiração o argumento de Cidadão Kane com um olhar sobre a ‘golden age‘ de Hollywood.

    Mank é um retorno formidável de Fincher para os longas-metragens, ainda que seja um filme difícil de absorver sem que o espectador faça uma boa “lição de casa” sobre o período e suas referências. Apesar de uma narrativa outrora distraída, é uma perfeita recriação de época e um estudo de personagem fascinante, carregado por um elenco impecável e uma técnica irretocável.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    Rick & Morty: Série é renovada para o seu sétimo ano

    Rick & Morty vão ter ainda mais aventuras! Em um painel da CCXP Worlds, Dan Harmon confirmou que a sétima temporada já está em desenvolvimento.

    Harmon fez parte do painel da Adult Swim, produtora de séries como Sem Maturidade Para Isso e Uma Família da Pesada, o showrunner da dupla mais doida das animações afirmou que a sétima temporada já está indo de vento em popa, mesmo que o quinto e sexto ano sequer tenham estreado.

    Complementando, o produtor Scott Marder conta que haverá “cânone épico na 5ª temporada”. Apesar disso, nenhuma outra novidade sobre o próximo conjunto de episódios foi revelado.

    Rick & Morty conta a história de um cientista e seu neto em diversas aventuras espaciais. Com um humor ácido, sexo e violência, a série se tornou um ícone na cultura pop.

    Não há previsão de estreia da quinta temporada de Rick & Morty. No Brasil as quatro primeiras estão disponíveis na Netflix.

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    CRÍTICA – Hyrule Warriors: Age of Calamity (2020, Koei Tecmo)

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    Hyrule Warriors: Age of Calamity é um hack and slash desenvolvido pela Omega Force e publicado pela Nintendo, sendo exclusivo para Nintendo Switch.

    ENREDO

    Junte-se à luta que deixou Hyrule de joelhos. Saiba mais sobre Zelda, os quatro campeões, o Rei de Hyrule e muito mais por meio de cenas dramáticas enquanto tenta salvar o reino da calamidade. O jogo Hyrule Warriors: Age of Calamity é a única maneira de ver em primeira mão o que aconteceu 100 anos atrás.

    UMA MESCLA ENTRE DYNASTY WARRIORS E BREATH OF WILD

    Para os fãs que estão órfãos de uma aguardada continuação de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, a desenvolvedora Koei Tecmo responsável pela série de jogos Dynasty Warriors veio suprir essa ausência com o fantástico Hyrule Warriors: Age of Calamity que faz uma sensacional combinação de elementos de Dynasty Warriors com o universo de Zelda.

    Age of Calamity é um prequel de BOTW, sendo que outro jogo de Hyrule Warriors já havia sido lançado em 2014 para Wii U Nintendo 3DS.

    UMA JOGABILIDADE SUPER FLUÍDA

    CRÍTICA - Hyrule Warriors: Age Of Calamity (2020, Koei Tecmo)

    Em Age of Calamity temos um game com uma jogabilidade imensamente ágil, fluída, frenética e divertida. Resultado: esse game certamente vai agradar aos fãs de Bayonetta, Nier: Automata e Devil May Cry. Sério, a jogabilidade desse jogo é incrível.

    O game além de ter a magnifica master sword, apresenta um vasto arsenal de armas e equipamentos. Junto ao seu sistema de progressão, ao levar seus equipamentos a um ferreiro, você poderá realizar melhorias e fusão de armas.

    Além das missões principais, Hyrule Warriors: Age of Calamity tem um mapa imenso e recheado de missões secundárias a serem realizadas, aprimorando as habilidades de toda equipe.

    Detalhe: o game não apresenta um mundo aberto assim como foi em Breath of the Wild. É possível apenas ver o mapa e selecionar qual a missão você irá realizar.

    Portanto, assim que escolher a área do mapa o seu personagem será teletransportado para a fase determinada.

    MUITO ALÉM DE LINK

    Certamente você está achando que irá jogar apenas com o formidável Link. Mas não, é possível jogar com Zelda, Daruk, Impa, Urbosa, Revali e Mipha. Cada personagem apresenta habilidades e armas diferentes.

    Garanto que todos os guerreiros têm uma excelente jogabilidade. No entanto, a minha personagem favorita foi a Impa. Ela possui habilidades ninjutsus que lembram bastante o anime Naruto.

    CRÍTICA - Hyrule Warriors: Age Of Calamity (2020, Koei Tecmo)

    Durante as épicas batalhas é possível alternar para qualquer um dos personagens. Existem fases que é possível jogar com cada uma das quatro Divine Beasts.

    Sim, você pode jogar com as Divine Beasts. Achei bem bacana essas fases, pois causei a imensa destruição de diversos inimigos.

    Ao longo de cada campo de batalha você enfrenta hordas e mais hordas de Bokoblin, mas não se preocupe: eles são bem fracos e simples de serem derrotados.

    No entanto, o complicado mesmo são os chefes principais. Esses sim vão exigir bastante habilidade.

    As batalhas que tive com esses chefes foram extremamente épicas e sensacionais, pois me causou uma imensa satisfação ao derrotá-los. Satisfação tal qual aos jogos da série Soulsborne.

    Assim como em outros games, ao final de cada batalha, você recebe um bônus como armas, equipamentos e receitas que servem para melhoria do desempenho e dar resistência a cada guerreiro de sua equipe.

    TRILHA SONORA

    Por fim, mas não menos importante, temos a trilha sonora de Hyrule Warriors: Age of Calamity. O game apresenta novas mixagem da trilha de BOTW que são excelentes. Junto a clássica Zelda Main Theme Song que foi um prato cheio para o fanservice.

    VEREDITO

    Por fim, minha experiência com Hyrule Warriors: Age of Calamity foi extremante gratificante e satisfatória. Age of Calamity tem quase a mesma vibe de Genshin Impact.

    Não exatamente com o mundo aberto, mas com a forma como o combate flui. É realmente diferente em comparação até mesmo com os primeiros guerreiros hyrule.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

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    Veja a programação do 1º Festival de Cinema Russo

    Pela primeira vez o Brasil sedia uma edição do Festival de Cinema Russo, produzido pela Roskino – organização promotora de conteúdos russos em todo o mundo – e que acontece também de forma online na Austrália, México e Espanha.

    O festival online é gratuito e terá sua programação exibida no Brasil através da plataforma Spcine Play, a partir do dia 10 até o dia 30 de dezembro, com todos os filmes exibidos com legendas em português e também a opção de assistir aos filmes de animação totalmente dublados.

    A programação completa é composta por oito longas-metragens, além de documentários e animações de diversos gêneros que não costumam estar facilmente disponíveis para se assistir.

    Alguns dos longas passaram por festivais prestigiados de cinema como o Festival de Internacional de Cinema de Toronto, o Festival Internacional de Cinema de Veneza e o Festival Internacional de Cinema de Roterdã para citar alguns.

    Conheça os oito longas-metragens que estarão disponíveis no Festival de Cinema Russo:

    ARRITMIA (Аритмия)
    Drama, 2017, 116min
    Direção: Boris Khlebnikov

    Sinopse: Oleg é um jovem paramédico talentoso. Sua esposa Katya trabalha como médica no pronto socorro do hospital. Ela ama Oleg, mas está farta dele se importar mais com os pacientes do que com ela. O novo chefe de Oleg é um gerente impiedoso, que pretende implementar novas regras rígidas. Oleg não se importa com as formalidades, apenas tenta salvar o máximo de vidas. Tal atitude afeta suas relações com o novo chefe. A crise no trabalho coincide com a crise na vida pessoal. Oleg e Katya precisam encontrar algum vínculo que os manterá juntos entre toda essa confusão com pacientes, problemas com álcool e perturbações no sistema de saúde.

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    BOLSHOI (Большой)
    Drama, 2016, 132min
    Direção: Valery Todorovsky

    Sinopse: Oriunda de uma pequena cidade mineradora, a jovem e excepcionalmente talentosa dançarina Yulia Olshanskaya tira a sorte grande: o ex-bailarino Pototsky a descobre e prevê um futuro brilhante para ela como bailarina, digna do palco principal do país. No entanto, mesmo os diamantes mais incríveis precisam ser lapidados, e o caminho para Yulia ao lendário palco do Teatro Bolshoi passa por uma escola de balé, onde a resiliente provinciana fica sob a tutela de uma professora ainda mais obstinada. A carreira de primeira bailarina requer uma incrível abnegação, e Yulia entenderá que o grande balé não se resume apenas aos tutus brancos, teatros deslumbrantes e sapatilhas de ponta. Mas nenhum obstáculo impede quem sonha grande.

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    O CORAÇÃO DO MUNDO (Сердце мира)
    Veja a programação do 1º Festival de Cinema RussoDrama, 2018, 124min
    Direção: Natalia Meshchaninova

    Sinopse: Egor trabalha como veterinário em uma escola de treinamento de cães de caça, no meio do nada. Raposas, cervos, texugos e cachorros são sua vida dele. Egor mora em uma extensão adjacente à casa do chefe, curando animais, limpando gaiolas, monitorando os funcionários, atendendo clientes e seus cães. Ele se sente mais à vontade com os animais do que com pessoas e aceita qualquer tarefa apenas para entrar no círculo de pessoas próximas ao dono da escola, Nikolai Ivanovitch, e seus parentes. Egor quer algo quase impossível: fazer parte dessa família.

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    O FRANCÊS (Француз)
    Drama histórico, 2019, 128min
    Direção: Andrei Smirnov

    Sinopse: Em 1957, o estudante francês Pierre Durand vai a Moscou para um estágio na Universidade Estatal. Lá ele conhece Kira Galkina, bailarina do Teatro Bolshoi, e o fotógrafo
    Valera Uspensky. Graças a seus novos conhecidos, Pierre mergulha nas vidas culturais de Moscou, a oficial e também a underground. Neste ano em Moscou, Pierre vive uma vida inteira, completamente diferente de tudo que ele conhecia. Mas o estágio e o envolvimento em vários aspectos da vida do povo soviético não são os únicos objetivos de Pierre. Ele procura por seu pai, um oficial do exército branco, Tatishchev, que foi preso no final dos anos 30.

    O HOMEM QUE SURPREENDEU A TODOS (Человек, который удивил всех)
    Drama, 2018, 104min
    Direção: Natasha Merkulova, Aleksey Chupov

    Sinopse: Egor é um guarda-florestal destemido da taiga siberiana. Ele é um maravilhoso pai de família, respeitado por seus conterrâneos. Mas um dia, Egor descobre que tem uma doença mortal e que nenhum medicamento tradicional, nem a magia xamânica podem salvá-lo. Egor decide lutar contra a doença de uma forma incomum, tentando se tornar uma outra pessoa para enganar a morte. Sua família e seus conhecidos devem se acostumar-se com sua nova personalidade.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – O Homem que Surpreendeu a Todos (2018, Natasha Merkulova, Aleksey Chupov)

    O REINO GELADO: TERRA DOS ESPELHOS (Снежная Королева: Зазеркалье)

    Veja a programação do 1º Festival de Cinema RussoAnimação, 2018, 80min
    Direção: Alexey Tsitsilin, Robert Lence

    Sinopse: O rei correu o risco de perder sua família pelas ações malignas da Rainha da Neve. Quando ele encontra uma forma de acabar com a magia do mundo, todas as criaturas com poderes mágicos são banidas para a “Terra dos Espelhos”. Somente uma pessoa pode manter os seres mágicos no mundo e impedir que fiquem presos para sempre. O desenho ficou entre as 3 melhores bilheterias mundiais de um filme russo em 2019.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos (2019, Aleksey Tsitsilin e Robert Lence)

    O TEXTO (Текст)
    Drama/Suspense, 2019, 132min
    Direção: Klim Shipenko

    Sinopse: Baseado no best-seller de Dmitry Glukhovsky, o filme conta a história de Ilya Goryunov, um rapaz de 27 anos, que durante toda a sua estadia em um presídio sonha em se encontrar com o homem culpado por sua prisão, um jovem oficial do Serviço Federal de Controle de Drogas, Pyotr Khazin. Ilya também espera encontrar sua mãe, a namorada e o melhor amigo esperando por ele em casa, porém, ao ganhar sua liberdade, ele descobre que a antiga vida, pela qual ansiava, está arruinada e é impossível voltar a ela. O encontro com Pyotr acontece e Ilya, em um descuido do oficial, consegue acessar os dados de seu telefone – todas as fotos e vídeos, correspondências com seus pais e com a namorada, Nina, e estranhas negociações com seus colegas. Ilya então se faz passar por Pyotr e as consequências são inimagináveis.

    VAMOS NOS DIVORCIAR (Давай разведемся)
    Veja a programação do 1º Festival de Cinema RussoComédia / Romance, 2019, 92min
    Direção: Anna Parmas

    Sinopse: Masha, médica ginecologista, é tão focada em seu trabalho que não percebe que está prestes a ser abandonada pelo marido. Porém, acostumada a conseguir o que quer, Masha começa a lutar para reconquistar seu marido infiel, Misha. Ela não está pronta para simplesmente perdê-lo para uma personal trainer, Oksana, que tem pouco mais de vinte anos. A seu favor, Masha tem uma rica experiência de vida e seus dois filhos pequenos. Nesta situação, ela está pronta para usar todo o seu “arsenal de combate”, que inclui forças sobrenaturais.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Vamos Nos Divorciar (2019, Anna Parmas) 

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    CRÍTICA – The Wilds: Vidas Selvagens (1ª temporada, 2020, Amazon Prime Video)

    The Wilds: Vidas Selvagens chega ao Amazon Prime Video no dia 11 de dezembro. Criado por Sarah Streicher (Demolidor), a série também será transmitida de graça pelo Twitter oficial da Prime Video BR na mesma data.

    SINOPSE

    Parte drama de sobrevivência, parte realidade distópica, The Wilds: Vidas Selvagens segue um grupo de meninas adolescentes de diferentes origens que devem lutar pela sobrevivência depois que um acidente de avião as deixa em uma ilha deserta.

    ANÁLISE

    O seriado adolescente original da Amazon Prime Video pode ser classificado como uma mistura de Lost, Big Little Lies e o drama juvenil Euphoria. Com uma trama que envolve uma queda de avião e a necessidade de sobrevivência em uma ilha paradisíaca, The Wilds consegue prender a atenção do espectador devido aos diversos mistérios atrelados ao acidente.

    Fatin (Sophia Ali), Dot (Shannon Berry), Martha (Jenna Clause), Rachel (Reign Edwards), Shelby (Mia Healey), Nora (Helena Howard), Toni (Erana James), Leah (Sarah Pidgeon) e Jeanette (Chi Nguyen) são protagonistas plurais e com histórias interessantes. A série consegue criar uma dinâmica muito efetiva na hora de apresentar a personalidade, traumas e desejos de cada personagem, permitindo que o público entenda as pressões e os desafios que essas adolescentes passam em suas vidas.

    De lares despedaçados à pressão por perfeição, a adolescência é a fase mais conturbada na transição de jovem para adulto. Todos os problemas parecem o fim do mundo e, em The Wilds, confrontar esses problemas em uma realidade de sobrevivência eleva o drama à décima potência.

    Mesmo que a série se proponha a ter uma personagem que conduz a história principal, é um mérito da produção dar espaço e papel de liderança a todas elas em determinados momentos da trama. Com uma média de 50 minutos por capítulo, há espaço para todas as meninas mostrarem seu talento e defenderem suas personagens com unhas e dentes.

    Assuntos como sexualidade, autoaceitação, abusos e bullying são recorrentes durante o seriado, sendo apresentados de forma coerente e com responsabilidade. Debates sobre o papel da mulher, sociedade patriarcal e feminismo também encontram seu espaço.

    CRÍTICA – The Wilds: Vidas Selvagens (1ª Temporada, 2020, Amazon Prime Video)

    Além do núcleo jovem, há também o núcleo adulto comandado pela veterana Rachel Griffiths, que interpreta a personagem Gretchen. Essa outra parte da história serve para amarrar as pontas soltas no “mundo real”, fora da realidade da ilha paradisíaca.

    Mais do que a falta de comida, de roupas limpas ou de água, um dos principais desafios que as meninas precisam superar durante seu tempo na ilha é a manutenção da saúde mental.

    Em uma situação de desespero e que atinge o limite, se manter sã e buscar por soluções práticas é uma das coisas mais difíceis. A proposta de colocar tantas pessoas diferentes juntas – e fazer com que elas aprendam a fazer tudo em equipe – funciona, pois o elenco possui uma ótima química.

    CRÍTICA – The Wilds: Vidas Selvagens (1ª Temporada, 2020, Amazon Prime Video)

    Dentre as atrizes, podemos destacar as ótimas atuações de Sophia Ali, Mia Healey, Chi Nguyen e Reign Edwards. Cada garota possui seu próprio carisma e todas elas crescem muito durante os momentos de drama.

    VEREDITO

    Mesmo mesclando ideias e elementos de outras produções, The Wilds: Vidas Selvagens é uma série adolescente divertida e interessante. Mesmo tendo alguns momentos não tão inspirados, a maioria dos episódios é bem conduzida e possui elementos que mantém a audiência entretida até o desfecho final.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Confira o trailer:

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    CRÍTICA | Babenco – Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou (2019, Bárbara Paz)

    Babenco – Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, já foi selecionado para mais de 20 festivais e conquistou quatro prêmios, incluindo o Leão de Ouro no 76º Festival de Veneza e o prêmio de Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema de Mumbai, na Índia. E agora, será o indicado pelo Brasil na corrida para Oscar 2021 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

    Eu já vivi minha morte, agora só falta fazer um filme sobre ela” – disse o cineasta Hector Babenco à Bárbara Paz, ao perceber que não lhe restava muito tempo de vida. Após a descoberta do câncer, ela aceitou a missão e realizou o último desejo do companheiro: ser protagonista de sua própria morte.

    Babenco faleceu em 2016 após uma parada cardíaca. E sozinha, Bárbara seguiu sua jornada, descobrindo aos poucos o filme que tinha em suas mãos, experimentando cada imagem, buscando parceiros e colaboradores que entendessem a verdadeira essência do projeto.

    SINOPSE

    Um dia, depois de acudir Hector Babenco num hospital em Paris, ela começa a filmá-lo. Ele aos poucos permite que ela, apenas ela, o filme. Em paralelo, Bárbara Paz inicia com ele uma série de conversas gravadas sobre todos os temas possíveis da vida do homem e do cineasta. E assim, somos introduzidos a este precioso documentário-ensaio repleto de afeto, simplicidade e parceria entre o casal.

    Nesta imersão amorosa na vida do cineasta, ele se desnuda, consciente, em situações íntimas e dolorosas. Revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e fragilidade física que marcou sua vida.

    ANÁLISE

    CRÍTICA - Babenco: Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou (2019, Bárbara Paz)

    Hector Babenco se apaixonou pela arte de contar histórias e em sua carreira foram ao todo 10 filmes e todos têm sua importância. O Rei da Noite (1975), Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977),  Pixote, a Lei do Mais Franco (1980), O Beijo da Mulher Aranha (1984), Ironweed (1987), Brincando Nos Campos do Senhor (1990), Coração iluminado (1998), O Passado (2007) e seu último filme, Meu Amigo Hindu (2016).

    Intercalando por cenas de arquivo pessoal do próprio Babenco, é notório o quão Bárbara interpretou este projeto como uma carta de amor póstuma. Totalmente em preto e branco, o clima noir é representado por um motivo simplório: o plano de fundo deste documentário, era na época pela qual ele estava em tratamento de seu diagnóstico de câncer.

    Bárbara tenta captar utilizando obras dele e imagens caóticas, em uma fotografia sentimentalista, um contraponto a sua finitude da vida, com momentos de calmaria, com Babenco, em sua fragilidade, tendo suas  reflexões espontâneas, com uma bela mistura de loucura e caos com realismo e esperança, já que ele sabe que a única maneira de superar sua explosão interior é seguir em frente da melhor forma possível com toda a sua bagagem de conhecimento e ternura.

    A montagem do documentário é extremamente  significativa em recolocar todas as cenas em ordem e transformar a cinematografia de Babenco quase em um universo compartilhado. Todos os seus filmes dialogam entre si dentro da premissa do longa e, dessa maneira, é possível notar as características marcantes de cada um deles. Essa oportunidade de homenagear um conjunto de obras transporta o espectador para um limbo, como se entrássemos no purgatório particular de Hector Babenco e ali fossemos convidados à assistir suas lembranças.

    Tanto a trilha sonora atmosférica quanto o preto e branco auxiliam nessa jornada de recordações, que utiliza bastante metalinguagem para ressaltar o valor de cada filme dirigido por Babenco. O excepcional ator Willem Dafoe (O Farol), além de produtor, faz parte da trama por ter estrelado o último filme de Hector Babenco, Meu Amigo Hindu, uma espécie de autobiografia realizada durante o período que esteve doente antes de falecer.

    Nesse documentário é também revelado o fazer cinema na mente de um homem que viveu isso sua vida toda, e fez a gente sonhar com suas construções. Muito mais do que uma homenagem, Bárbara faz um estudo da mente deste lendário cineasta, revelando pequenos gestos que mostram sua grandiosidade.

    VEREDITO

    Babenco – Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou é o resultado do trabalho intenso e apaixonante que registra o nascimento de uma diretora obstinada e multitalentosa que é Bárbara Paz.

    Em apenas 1h15min de projeção, ela pincela a imagem do homem consciente do seu destino e temeroso em realizar os seus últimos anseios.

    O documentário segue todos os elogios possíveis para ganhar uma indicação na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2021, pois muito mais que uma homenagem ao diretor, o filme também é uma ode ao fazer cinema, a sua arte e sua importância a todos.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer:

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