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    Hela: Conheça a Deusa dos Mortos, filha de… Loki

    Criada por Stan Lee e Jack Kirby, Hela é baseada na personagem da mitologia nórdica deusa do Reino dos Mortos e fez sua primeira aparição em Journey into Mystery #102 (1964) como inimiga do nosso querido Thor, o Deus do Trovão.

    Senhora de Hel tentou várias e várias vezes expandir seus poderes e controlar os que habitam em Valhala (O “céu” dos guerreiros que morreram em batalhas e são escolhidos por Odin, o Pai de Todos para lutar em suas fileiras quando chegar a hora do Ragnarok).

    MITOLOGIA

    Em relação ao título dessa publicação, sim, você não leu errado! De acordo com a mitologia nórdica Hel (ou Hell, ou Hella) é filha de Loki, o Deus da Trapaça com a gigante Angrboda, e irmã mais nova do lobo gigante Fenrir e da serpente gigante Jörmungandr, também conhecida como a Serpente do Mundo, que circunda toda Midgard (Terra).

    Hel nasceu com a metade de seu corpo perfeita, aparentando uma linda mulher, porém a outra metade era de um corpo terrivelmente em decomposição. E como os Aesir de Asgard não toleravam a aparência repugnante da filha de LokiOdin para atender aos pedidos de seus súditos ordenou que Hel fosse responsável pelo Mundo Inferior que recebeu seu nome, Helheim, que fica nas profundezas de Niflheim. Lá, recebeu o poder de dominar nove mundos ou regiões, onde distribui aqueles que lhe são enviados, isto é, aqueles que morrem por velhice, doença, morte natural ou de forma indigna em batalha.

    Como agradecimento por fazê-la governante do Mundo Inferior, Hela deu a Odin os seus dois famosos corvos Hugin Munin, que são os mensageiros entre Asgard e os outros reinos.

    A personalidade da deusa Hel difere dos deuses do Mundo Inferior das demais mitologias: Ela não é boa e nem má, simplesmente justa. Quando os espíritos dos bondosos, dos doentes e dos idosos são levados à sua presença, ela cuida deles e lhes dá conforto. Mas àqueles a quem ela julgava como maus, impiedosamente os arremessava nas profundezas geladas de Niflheim.

    De acordo com os principais contos da mitologia nórdica, Hel não podia ser derrotada em seu mundo e nenhum Deus se dispunha a enfrentá-la em seus domínios, nem mesmo Odin ou Thor.

    Curiosidade: O termo inglês Hell (Inferno, em português) origina-se do nome dessa deusa.



    CINEMA

    No Universo Cinematográfico Marvel tivemos Cate Blanchett dando vida a Hela no filme Thor: Ragnarok (2017) e em uma entrevista, a atriz australiana disse que para fazer todos aqueles movimentos do filme, teve que aprender capoeira.

    OUTRAS MÍDIAS

    Hela já apareceu outras vezes em outras mídias, tais como nas animações Vingadores: Os Heróis Mais Poderosos da Terra e Avengers Assemble, apareceu também nos jogos Marvel Ultimate Alliance e Marvel Avengers Alliance.



    QUADRINHOS

    Nas HQs, o Deus do Trovão já morreu pelas mãos da Deusa dos Mortos, que tem como objetivo principal recolher as almas de Odin e Thor, a Hela até conseguiu roubar uma parte da alma do Pai de Todos que resultou em uma entidade chamada “Infinito” o que causou um grande caos sobre os Nove Reinos.

    Enquanto Odin batalhava com Infinito, Hela aproveitou a situação para matar Thor que estava desprotegido, até que Vidar, o Deus Silencioso se sacrificou para salvá-lo e assim Odin destruiu Hela, que logo em seguida voltou a vida porque era necessário um equilíbrio entre a vida e a morte.

    Curiosidade: Hela já se aliou a Thanos e chegou a matar a integrante da Ordem Negra, Próxima Meia-Noite, como forma de lealdade ao Titã Louco.

    No ano passado a Marvel Comics mostrou Thor como o Deus da Morte.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Thor: Testemunhe a estreia do Deus do Trovão como o Deus da Morte

    Hela como deusa do Reino dos Mortos tem o poder de controlar a vida e a morte, e com um toque é capaz de matar uma pessoa, controlar e comandar os mortos que habitam em seu reino; além de todos os atributos de uma asgardiana como: força, velocidade, durabilidade, longevidade e cura.



    FUTURO NO UCM

    Para os próximos anos teremos duas oportunidades para revermos a personagem que foi tão bem apresentada por Cate Blanchett. Será que veremos Hela na série Loki, do Disney+ e/ou no filme Thor: Love & Thunder? Sinceramente, esperamos que sim! E você, qual sua expectativa? Deixe seus comentários abaixo!



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    5 filmes trashes para se ver numa sexta-feira 13

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    Sexta-feira 13 é um dia sagrado para quem ama filmes de terror! Sangue, criaturas malignas e histórias assustadoras nos movem e hoje vamos fazer uma lista um pouquinho diferente das usuais. Abaixo, seguem os cinco filmes de terror trash para vocês se deliciarem nessa data tão magnífica:

    5. Poultrygeist: a noite das galinhas zumbis

    5 filmes trashes para se ver numa sexta-feira 13

    Um terror/comédia/musical abre nossa lista. Nossos heróis tem que enfrentar nada mais, nada menos que galinhas zumbis! Um feito que ninguém ainda conseguiu em séculos. O filme é cheio de nojeiras e gore. Quem ama obras do gênero vai se deliciar com essa maravilha da sétima arte.



    4. Plano 9 do Espaço Sideral

    Se há alguma coisa que mais se tem na indústria dos filmes B é criatividade. Alienígenas vem à Terra para reviver os mortos e conquistar o planeta, apesar de eles reviverem apenas três, um plano infalível, ou melhor, Plano 9 do Espaço Sideral, uma obra-prima do trash! Não é por menos que Ed Wood ficou marcado por ser o pior diretor de todos os tempos por causa do longa. Béla Lugosi está em metade do filme e foi substituído pelo dentista de Ed Wood em suas cenas finais, incrível!



    3. House of the Dead

    Lista de trash sem Uwe Boll é golpe! O pior filme de zumbi de todos os tempos conseguiu a medalha de bronze da nossa lista! Com péssimos atores, uma maquiagem tosca e uma das piores tramas de todos os tempos, House of the Dead é um prato cheio para quem curte longas non-sense. Um grupo de jovens parte para uma rave numa ilha e lá é atacado por zumbis. O filme possui uma das cenas mais absurdas com muita ação, câmera lenta e mortes flashbacks giratórias, além de trechos do jogo no meio das cenas, algo extremamente tosco.



    2. Manos – The Hands of Fate

    Um vendedor de fertilizante faz uma aposta com seus amigos bêbado num bar. Depois de alguns meses juntando dinheiro, consegue a grana, pega seu melhor cliente, uns atores do teatro local, seus empregados e sua família e filma uma relíquia do cinema: Manos: As Mãos do Destino! O longa conta a história de uma família que se perde e acha abrigo num hotel no meio do nada. Lá, encontra Torgo (John Reynolds), um homem estranho que aguarda a volta de seu Mestre (Tom Neyman). Duas curiosidades: John Reynolds gravou o filme entorpecido de LSD. Seus tiques eram reais em cena, uma vez que Reynolds estava muito drogado. Quentin Tarantino é um dos maiores fãs do filme, considerando ele uma das suas comédias favoritas.



    1. Trolls 2

    5 filmes trashes para se ver numa sexta-feira 13

    Claudio Fragasso e sua esposa vão tirar uns dias de férias no interior dos Estados Unidos. Para matar o tédio, Fragasso resolve fazer um filme de terror com os atores do teatro local. Joe D’Amato, financiador de filmes pornográficos aceita apadrinhar o projeto e Trolls 2 nasce e brilha na nossa lista! Com uma história bizarra, na qual goblins vegetarianos transformam humanos em plantas para devorá-los, não é de se supor que o filme lideraria nossa seleta lista de singularidades da sétima arte. O maior destaque do longa é Deborah Reed com sua druida Creedence Leonore Gielgud, a líder dos goblins de Nilbog, ou goblin ao contrário. Com um roteiro pífio, péssimas atuações e gore vergonhoso, Trolls 2 é o que temos para hoje de melhor do gênero de terror trash.

    Opções não faltam nesta sexta-feira 13!

    E para vocês? Quais filmes faltaram na lista? Vai assistir algum desses nessa sexta-feira 13? Comentem!



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    League of Legends: Riot Games apresenta Sett, seu mais novo Campeão

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    Depois de anunciar mais um novo Campeão de League of Legends recentemente, a Riot Games revelou um primeiro olhar para Sett, juntamente com a história de origem do campeão jônico. Sett é meio Vastaya, meio humano e adora bater nos inimigos com os punhos. Ainda não sabemos o que suas habilidades realmente fazem, mas certamente envolverão muitos combates corpo a corpo, já que o campeão deve ser um lutador e um Juggernaut, mais especificamente, com base no que a Riot disse antes desta revelação.

    O título de Sett é “O chefe”, e quando você lê a história dele, encontrada na página do universo do campeão, é fácil ver por que ele se chama assim. O Campeão nasceu na adversidade por ser um personagem Vastaya, que é parte jônica graças à mãe e parte Noxian graças ao pai. Os jônicos o rejeitaram por causa de sua natureza, e com o desaparecimento de seu pai das lutas de boxe as pessoas passaram a culpá-lo por isso, mas ele encontrou um novo lar nos campos de luta de Noxian, onde subiu ao topo.

    Ele venceu partida após partida por puro poder e, enquanto procurava mais dinheiro do que jamais poderia gastar, tornou-se o chefe da arena de combate pela força. Isso o levou a adquirir o título de “O Chefe”, já que ele é essencialmente um criminoso que tem uma liga de combatentes e outras operações ilícitas à sua disposição.

    A história de Sett conta:

    “O meio-animal que reinou supremo nos ringues agora dirige seus empreendimentos ilícitos com o mesmo punho de ferro. Sempre que alguém desafia sua autoridade, ele pessoalmente os lembra onde eles estão. Cada soco que Sett dá é um duro golpe para sua antiga vida de pobreza e ostracismo, e ele pretende garantir que a velha vida permaneça no passado.”

    É claro que há algumas perguntas sem resposta em sua história, mas isso sempre faz parte do mistério dos novos Campeões. Há a questão de quem sua mãe e pai podem ser, principalmente se assumirmos que eles são mesmo personagens conhecidos (a identidade de seu pai seria mais interessante de conhecer, dadas as tendências violentas do personagem e como ele alimentou a busca de poder de Sett). Se você olhar para os Campeões que estão relacionados a Sett de alguma forma por brigas ou talvez por laços familiares, verá que Alistar e Draven são conhecidos por Sett. Seu relacionamento com esses dois personagens provavelmente será revelado nas histórias curtas que normalmente acompanham as revelações dos Campeões, além de citações no jogo que revelam seus pensamentos sobre eles.

    Sett sendo um Juggernaut significa que sua jogabilidade será semelhante à de campeões como Darius, Trundle, Illaoi, Urgot e outros personagens.



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    CRÍTICA – Perdi Meu Corpo (2019, Jérémy Clapin)

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    Perdi Meu Corpo é uma animação francesa, originalmente chamada de J’ai Perdu Mon Corps, que vem chamando a atenção de diversos críticos nas últimas semanas. Depois de passar por diversos festivais ao longo do ano, o filme entrou na Netflix de vários países, incluindo o Brasil, no final de Novembro.

    O longa de Jérémy Clapin conta a história de Naoufel, um garoto que perdeu os pais em um acidente de carro ainda quando criança. Agora adulto, trabalha como entregador em uma pizzaria e em uma de suas entregas acaba se apaixonando por uma das clientes, apenas conversando com ela pelo interfone. Naoufel agora tenta conquistar essa garota, chegando ao ponto de começar a trabalhar com o tio dela, mesmo sem ela saber quem ele é, a fim de se aproximar dela. Paralelamente, vemos a história de sua mão andando por Paris após a mesma ser decepada a procura de seu corpo original.

    Você leu certo, temos também a história de uma mão em busca de seu corpo após ter sido decepada por um descuido. Sim, pode parecer um pouco macabra e um mórbida, porém a forma como é apresentada é muito interessante e com um ótimo traço. Além de original, o filme prende e instiga o espectador à chegada do ponto crucial da história que é saber como e por que aquilo aconteceu.

    Nota-se que o filme se chama Eu Perdi Meu Corpo e não, Eu Perdi Minha Mão, trazendo assim, a própria mão como a protagonista em si em busca do que lhe foi tirado, a história é sobre alguém tentando se completar novamente. E é bem legal a forma como o filme vai construindo essa relação entre o garoto e sua própria mão.

    Mesmo que o protagonista seja um pouco stalker, você consegue se afeiçoar a ele e torcer para que tudo dê certo. O longa também funciona muito bem em toda questão do luto e culpa que Naoufel carrega, trazendo uma carga dramática tocante que ajuda o espectador a se conectar.

    Um ponto interessante dessa animação, que a difere das demais, e até foi ponto de discussão a pouco tempo na Internet, é o fato dela ser protagonizada por um negro que fica o tempo todo em seu corpo original, algo que não acontece muito nas animações da Disney. Geralmente, filmes da Disney protagonizados por pessoas negras ou de outras etnias, acabam se transformando em “outra coisa” ao longo do filme e isso acaba gerando incomodo em uma parcela de pessoas que são desses grupos. Mas é claro que existem exceções e que são ótimas por sinal.



    A nova animação da Disney que será lançada ano que vem, Soulentra nessa problemática, assim como Viva – A Vida É uma Festa em que o protagonista, mexicano, passa a maior parte do filme maquiado de dia dos mortos. Contudo essa é uma discussão pra outra hora.

    Perdi Meu Corpo é a estreia de Jérémy Clapin na direção e já começou muito bem. A animação tem uma média 81 no Metacritic e 96% de aprovação no Rotten Tomatoes. Ela também vem vencendo as favoritas Frozen II e Toy Story 4 em premiações de críticos nessas últimas semanas, em Los Angeles, Nova Iorque, San Diego e outros, além de uma das vencedoras desse ano em Cannes. Atualmente está disputando melhor animação no Critics Choices.

    Será que essa notoriedade que o filme está ganhando nas últimas semanas vai ser o suficiente pra receber uma indicação ao Oscar? E quem sabe até vencer? Tá na hora de quebrar um pouco essa hegemonia da Disney nas animações. Pois qualidade esse filme tem.

    Assista ao trailer oficial:

    Perdi Meu Corpo está disponível na Netflix. E você, já assistiu a animação? Deixe seus comentários e sua avaliação.



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    TBT #50 | Moonlight: Sob a Luz do Luar (2017, Barry Jenkins)

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    “Em algum momento você tem que decidir quem quer ser. Não pode deixar que ninguém decida por você.”

    (Juan)

    Moonlight: Sob a Luz do Luar me marcou por inúmeros motivos, e tem uma palavra com a qual posso resumir todos eles: identificação. Acredito que qualquer pessoa LGBTQI+ ao assistir a esse filme irá se identificar com o personagem principal em algum momento, principalmente se essa pessoa precisou – ou precisa -, reprimir, ou teve a sua orientação sexual reprimida – não demonstrando fragilidade ou sensibilidade – como se fosse algo errado e que necessitava ser escondida para não ser alvo de homofobia, dentro ou fora de casa.

    O longa tem um roteiro dividido em três atos e acompanhamos a jornada de autodescoberta, preconceitos e desejo de encontrar seu lugar no mundo de Chiron (interpretado pelos atores Alex R. Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes em momentos distintos), um menino negro, pobre e homossexual que vive na periferia de Miami. Ao longo dos 110 minutos de duração do filme, é contada a história do personagem em três fases diferentes da vida dele (infância, adolescência e vida adulta) e como sua relação com a mãe, uma dependente química interpretada impecavelmente por Naomie Harris (007 – Operação Skyfall) e com o traficante Juan, vivido pelo incrível Mahershala Ali (Green Book: O Guia), influenciam no adulto que ele virá a se tornar.



    BARRY JENKINS E A SUA JORNADA ATÉ ESTA OBRA-PRIMA

    Barry Jankins cresceu em Liberty City, Miami, teve uma infância bem complicada por causa da sua raça e classe social, e através do esporte conseguiu mudar a sua vida. Barry jogava futebol americano, o que lhe rendeu uma bolsa na Florida State University. Inicialmente ele queria ser professor, depois escritor e só mais tarde decidiu fazer cinema, mas só depois de cinco anos após se formar conseguiu realizar seu primeiro longa-metragem Medicine For Melancholy, de 2008 e escrito por ele mesmo. O filme foi produzido com pouco dinheiro e com equipe reduzida, no entanto, passou em vários festivais.

    Oito anos depois, tendo como base a peça In Moonlight Black Boys Look Blue de Tarell Alvin McCraney, Jankins fez a sua obra-prima Moonlight: Sob a Luz do Luar, e com esse trabalho conseguiu algo que era considerado impossível: ter um filme escrito, dirigido e atuado por negros reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, levando, inclusive, a estatueta da categoria principal.



    ROTEIRO, DIREÇÃO E FOTOGRAFIA

    Barry Jenkins assina o roteiro ao lado de Tarell Alvin McCraney. O texto não permite reduzir o Moonlight a um longa apenas de questões raciais ou LGBT, ele une vários dramas humanos para criar uma história simples, mas tematicamente complexa e que prova como o talento é a peça fundamental para criar uma obra capaz de encantar, emocionar e fazer refletir. O longa não cai no óbvio em momento algum, optando sempre por tomar caminhos inesperados ao longo da projeção. A última sequência mostra isso, ao invés de revelações bombásticas ou algo do tipo, a conclusão nos apresenta uma cena de delicadeza e sensibilidade quase inigualáveis onde a vida afetiva de dois homens está em jogo.

    Jenkins conduz o filme com maestria, movimentando a câmera com muita leveza e sabendo a hora de deixa-la parada para intensificar momentos. O diretor sabe criar cenas marcantes e simbólicas. Por falar em simbolismos, gostaria de destacar aqui a cena em que o Juan – que nos presenteia com uma quebra do estereótipo do traficante que estamos acostumados a ver e o personagem no qual o protagonista encontra uma figura paterna – ensina Chiron a nadar. Essa parte do longa nos permite associar o processo do garoto aprender a dar as primeiras braçadas no mar com ele aprendendo a superar seus medos, e em ambas a situações a presença de alguém em que se possa confiar é extremamente importante.

    O diretor de fotografia James Laxton (Se A Rua Beale Falasse), faz um excelente uso das cores. Para exemplificar isso podemos analisar a cena em que Paula, mãe de Chiron, é vista banhada em vermelho ao sair do quarto onde provavelmente estava com um cliente (ela se prostitui para bancar seu vício em drogas).



    AS CONQUISTAS DE MOONLIGHT

    Moonlight: Sob a Luz do Luar ganhou o Oscar de Melhor Filme.

    Após duas edições do Oscar criticadas pela falta de diversidade entre os indicados, Moonlight: Sob a Luz do Luar foi o grande vencedor na categoria principal da noite da premiação em 2017, desbancando o favorito La La Land de Damien Chazelle. O filme foi indicado em oito categorias e venceu em três: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante para Mahershala Ali.

    Barry Jenkins foi o quarto diretor negro a concorrer na categoria de Melhor Direção – os outros foram John Singleton, por Os donos da Rua (1991); Lee Daniels, por Preciosa: Uma História de Esperança (2010); e Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão (2014). Um feito inédito alcançado pelo longa foi a indicação da primeira mulher negra para disputar a estatueta de Melhor Montagem, a Joi McMillon infelizmente não venceu, mas com certeza fez história.



    “NÓS SOMOS AQUELE GAROTO”

    A jornada de Chiron que vemos no filme é baseada na vida do diretor e do criador da peça que deu origem ao roteiro – ambos cresceram em bairros periféricos de Miami e também tiveram mães viciadas em drogas -, exatamente por conta disso a história é contada com tanta propriedade. Por terem compartilhado a mesma vivência a qual o protagonista está inserido no longa, Barry e Tarell fizeram com que fosse possível imprimir veracidade ao tratamento dos fatos.

    Após a cerimônia do Oscar 2017, Barry Jankins divulgou o discurso que tinha preparado e não leu por causa da confusão na hora de anunciar o filme vencedor da noite. No texto, o diretor fala sobre a relação dele com o personagem e sobre sonhos.  Leia-o na íntegra abaixo:

    “Tarell [Alvin McCraney] e eu somos Chiron. Nós somos aquele garoto. E, quando você assiste Moonlight, você não supõe que um garoto que cresceu como e onde crescemos iria crescer e criar uma obra de arte que ganha Oscar. Eu falei muito disso, e eu tive de admitir é que introjetei aquelas limitações em mim mesmo, eu neguei aquele sonho a mim mesmo. Não você, não qualquer outra pessoa – eu. E então, a todas as pessoas que, assistindo a isso, se enxergarem em nós, deixem que isso seja um símbolo, uma reflexão que leve vocês a amar a si próprio. Porque fazer isso pode ser a diferença  entre sonhar e, de alguma forma, graças à Academia, realizar sonhos que vocês nunca se permitiram ter. Amor.”

    Confira o trailer legendado abaixo:

    Moonlight: Sob a Luz do Luar está disponível no catálogo da Netflix. E aí, o que achou da recomendação desta semana? Conta para a gente aqui nos comentários e lembre-se de deixar sua avaliação!

    Confira também os outros TBTs do Feededigno.



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    Esqueceram de Mim: Elenco de reboot do Disney+ é anunciado e mais!

    O Disney+ lançará um reboot de Esqueceram de Mim estrelado por Archie Yates, Ellie Kemper e Rob Delaney. Esse reboot tem potencial de ser um sucesso tão grande quanto seus antecessores. É o primeiro filme original anunciado pelo Disney+ desde que o serviço foi lançado.

    O serviço de streaming da Disney atingiu a marca de 10 milhões de assinantes no primeiro dia. É ainda mais preocupante para a Netflix o fato da gigante de streaming estar correndo risco de perder 10 milhões de seus próprios assinantes. Muitos nostálgicos dos anos 90 que assinaram o Disney+ procurando por clássicos do Disney Channel com certeza irão esperar ansiosamente por esse reboot que foi sucesso em sua versão original.

    O Esqueceram de Mim original foi lançado nos cinemas em 1990 e foi um sucesso de arrecadação, tendo conseguido atingir a marca de US $ 476,7 milhões ao redor do mundo. A história gira em torno de um jovem chamado Kevin McCallister, vivido por Macaulay Culkin, cujos pais acidentalmente esquecem dele e o deixam sozinho em casa enquanto viajam para Paris. Dois ladrões, vividos por Joe Pesci e Daniel Stern, tentam invadir a casa, deixando Kevin como o único capaz de impedi-los e salvar o dia. A sequência, Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York novamente contou a história de Kevin, dessa vez deixado em Nova York enquanto era perseguido pela mesma dupla de ladrões.

    De acordo com a Variety, o Kevin que todos os fãs de Esqueceram de Mim conhecem e amam não aparecerá no reboot. Ao invés disso, Yates dará vida ao novo personagem que se encontra em uma situação parecida à de Kevin. Kemper e Delaney darão vida à novos personagens também, apesar dos personagens não serem os pai e a mãe do personagem de Yates. Apesar de não estar confirmado, é provável que Ellie Kemper e Rob Delaney terão uma certa culpa no fato do personagem de Yates ser esquecido em casa. Nenhum dos atores originais de Esqueceram de Mim foi escalado até o momento. Toda a equipe criativa também foi mudada, com um diretor e roteiristas diferentes do filme original.



    Archie Yates é um ótimo ator infantil, que teve seu papel de maior destaque no filme Jojo Rabbit, e foi indicado ao Globo de Ouro. O primeiro grande papel de Ellie Kemper foi a personagem Erin Hannon em The Office. Seus últimos trabalhos foram a série Unbreakable Kimmy Schmidt, e dublando Kate em Pets 2: A Vida Secreta dos Bichos. A carreira de Rob Delaney também está em ascensão. Após seu papel principal em Catastrophe, ele atuou também em Hobbs & Shaw, Uma Segunda Chance para Amar e O Escândalo, todos lançados em 2019.

    Os pais que curtiram o filme original quando ainda crianças, poderão apresentar aos filhos o reboot da franquia. Entretanto, com essa moda de reboots, remakes, e reunions, será que o reboot de Esqueceram de Mim poderá se sustentar? O Disney+ planeja lançar também remakes de Doze É Demais, Uma Noite no Museu, O Pai da Noiva e Operação Cupido. O destino de todos esses projetos, incluindo de Esqueceram de Mim, estão nas mãos dos assinantes do Disney+.