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    CRÍTICA – Wandinha (1ª temporada, 2022, Netflix)

    Wandinha é a nova série original do catálogo da Netflix. Criada por Alfred Gough e Miles Millar, a produção conta com episódios dirigidos por Tim Burton, James Marshall e Gandja Monteiro.

    Fazem parte do elenco principal os atores Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán e Christina Ricci. O seriado estará disponível na Netflix no dia 23 de novembro.

    Confira abaixo nossa crítica sem spoilers da produção.

    SINOPSE DE WANDINHA

    Inteligente, sarcástica e apática, Wandinha Addams (Jenna Ortega) pode estar meio morta por dentro, mas na Escola Nunca Mais ela vai fazer amigos, inimigos e investigar assassinatos.

    ANÁLISE

    A Família Addams é uma franquia muito conhecida e adorada no mundo todo. Desde o seu surgimento, o grupo familiar gótico e sombrio dominou a cultura pop, sendo uma marca forte e lembrada até os dias atuais. Seja por meio dos quadrinhos, das adaptações live-action para o cinema e TV, ou dos jogos de videogame, a família se saiu muito bem em diversos formatos, angariando fãs de diversas gerações.

    Dentre os personagens mais carismáticos da família está Wandinha, uma pequena garota com ar apático, mas que possui muita empolgação para assuntos macabros. Para o novo mundo da Geração Z, talvez Wandinha seja a personagem ideal para exemplificar a fadiga social que toma conta do contexto pós-pandêmico: uma jovem fiel à sua originalidade e que simplesmente tem aversão à opinião alheia.

    Portanto, adaptar a personagem para uma série solo foi uma ótima sacada dos criadores Alfred Gough e Miles Millar. Mesmo que a produção já tenha ganhado o status de “série do Tim Burton”, o famoso diretor só participa de alguns episódios e, mesmo sendo produtor executivo, o seriado está longe de imprimir suas marcas registradas na história – principalmente quando falamos de visuais.

    Trazer a personagem para o século XXI, como feito com outros personagens clássicos em produções recentes, é uma atitude ousada e que, de certa forma, tira um pouco o charme da história. Porém, quando bem adaptado, pode ser um grande acerto. Entretanto, Wandinha possui diversos deslizes em sua história, o que torna o resultado um pouco decepcionante.

    Em Wandinha, a personagem principal já foi expulsa de diversas escolas comuns ao longo dos anos. Se vingando dos colegas (com requintes de crueldade), Wandinha cria grandes problemas para a sua família, que acaba decidindo matricular a menina na Escola Nunca Mais para Excluídos.

    CRÍTICA - Wandinha (1ª Temporada, 2022, Netflix)

    Com uma pegada Hogwarts macabra, a Escola Nunca Mais abriga diversos tipos de criaturas. Lobisomens, Sereias, e outros tantos “monstros” que conhecemos na cultura folclórica. Mortícia (Catherine Zeta-Jones) e Gomez (Luis Guzmán) também fizeram parte da escola em sua época de juventude, e entendem que esse seja o caminho ideal para Wandinha encontrar satisfação via sofrimento.

    A série, portanto, se passa boa parte na escola e também na cidade de Jericho, município que se mantém às custas do dinheiro provido pela escola. Jericho é um município fundado por peregrinos e historicamente existe um desdém da população com os Excluídos, tornando esse impasse uma tensão entre moradores e alunos.

    Com 8 episódios, Wandinha avança lentamente em sua história, criando uma possível ameaça para a personagem principal com uma trama adolescente de suspense. Verdade seja dita, não fosse pelo nome Wandinha, a série poderia se encaixar como qualquer outra trama juvenil de suspense da Netflix.

    Visualmente, o seriado também não se diferencia dos demais. Por se tratar de uma série com uma personagem de A Família Addams, eu esperava que os visuais fossem melhor aproveitados, criando uma atmosfera mais parecida com o que vemos nas mídias da franquia. Entretanto, tirando a ótima Jenna Ortega como Wandinha, todo o restante parece… comum.

    Apesar do roteiro não ter uma ótima história para a Wandinha, a direção é muito bem executada. Não só os episódios dirigidos por Burton como, também os encabeçados por James Marshall e Gandja Monteiro. O recurso de utilizar Mãozinha em momentos que valorizam a história, acabam nos lembrando do charme que a franquia possui e quebram um pouco o ritmo de drama infantil do roteiro.

    Dentre Harry Potter e A Família Addams, Wandinha vai mais para a primeira opção, mas infelizmente há diversos dramas desnecessários envolvendo outros personagens que acabam atrasando a trama e deixam os episódios do meio da temporada um tanto quanto morosos.

    Apesar da consistente season finale, o melhor episódio da temporada é o número 5. Com ótimas atuações e uma subtrama interessante, o capítulo dá uma pequena amostra do que a série poderia ser se mantivesse um pouco mais fiel às suas raízes.

    Quanto ao elenco, todos funcionam muito bem em cena. Apesar de alguns atores não parecerem adolescentes, como é o caso de Hunter Doohan que dá vida ao personagem Tyler Galpin, o elenco possui uma boa química. Além de Jenna Ortega, Christina Ricci, Emma Myers e Gwendoline Christie também estão ótimas em seus papéis, e é bem legal ver Ricci – a Wandinha das produções clássicas – e Ortega atuando juntas.

    A primeira temporada de Wandinha é, portanto, uma produção interessante, mas longe de alcançar as expectativas criadas para a personagem e para o elenco envolvido. Se houver a possibilidade de uma segunda temporada, é torcer que haja espaço para a trama investir em um suspense mais complexo e interessante, deixando as amarras dos clichês adolescentes um pouco de lado.

    VEREDITO

    Com bom humor e um ótimo elenco, Wandinha é um entretenimento regular, mas que provavelmente fará bastante sucesso devido à personagem principal. Os personagens são cativantes e, apesar das derrapadas de roteiro e ritmo, a série é muito bem dirigida.

    Com potencial para alcançar o Top 10 da Netflix e se tornar muito popular no TikTok e Twitter, talvez Wandinha possa ser renovada para um novo e trazer uma trama mais coesa e interessante, à altura da perspicácia da filha exemplar dos Addams.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – God of War Ragnarök (2022, Santa Monica Studios)

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    Produzido pela Santa Mônica Studios, o game God of War Ragnarök foi lançado no dia 9 de novembro, sendo lançado de forma exclusiva para o PlayStation 4 e PlayStation 5. E com isso, o inverno sem fim chegou para o Deus da Guerra, um dos jogos mais aguardados do ano finalmente está disponível e podemos conhecer o desfecho da aventura nórdica de Kratos neste universo.

    O título foi adiado em quase dois anos por alguns obstáculos na produção até que sua data oficial foi confirmada no começo de 2022.

    O elenco de vozes conta com o retorno de nomes conhecidos da franquia como Christopher Judge (Kratos), Sunny Suljic (Atreus) e Danielle Bisutti (Freya) e a novidade em destaque é Ryan Hurst como o imponente Thor. Para a nossa língua temos novamente Ricardo Juarez, Lipe Volpato e Beatriz Villa como Kratos, Atreus e Freya, respectivamente.

    SINOPSE

    Kratos e Atreus devem viajar pelos Nove Reinos em busca de respostas enquanto as forças asgardianas se preparam para uma batalha profetizada que causará o fim do mundo. Nessa jornada, eles explorarão paisagens míticas impressionantes e enfrentarão inimigos aterradores: deuses nórdicos e monstros. A ameaça do Ragnarök se aproxima. Kratos e Atreus terão de escolher entre a segurança deles próprios e a dos reinos.

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    ANÁLISE

    O maior segredo de nós Anões podemos construir qualquer coisa é porque entendemos que tudo é sobre a natureza e não a forma das coisas.”

    O ano de 2022 foi um dos melhores na história no aspecto de jogos de grande qualidade e God Of War: Ragnarok é a cereja do bolo de um ano que foi tão especial.

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    O título não inova em mecânicas de jogo, mas as aperfeiçoa, assim temos uma jogabilidade muito mais fluída e dinâmica em relação ao anterior, melhorando a experiência de um jogo que já é trabalhado em plano sequência.

    Neste novo capítulo temos também uma melhoria do sistema de armas e aprimoramento de habilidades, com a chegada de novas runas de ataque que se misturam com ataques já conhecidos, além dos novos espaços de amuleto que podem ser editados de acordo com o estilo de cada jogador.

    Acredito que o diferencial de Ragnarök em comparação a tantos outros títulos neste ano tão especial está em sua narrativa. God of War é sobre fins, seja no aspecto mitológico ou o fim de um período para um garoto que deixa de seguir os passos do pai e passa a seguir o seu próprio caminho, cometer seus erros, viver amores, desafios e inclusive ter seus próprios aliados e inimigos.

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    Apesar da narrativa mostrar uma disruptura de jornada entre Kratos e Atreus, é perceptível o estreitamento entre os laços familiares perante a um fim eminente, principalmente porque finalmente temos os pensamentos, reflexões e angustias do protagonista.

    Kratos é um personagem estabelecido no universo dos games e cultura pop, mas ainda não havia um aprofundamento de personagem tão intenso como nos últimos dois títulos da franquia, dando camadas muito importantes para o personagem que amadureceu após as suas desventuras da trilogia anterior.

    Um Deus da Guerra que compreende que a violência é o ultimo recurso foi um passo evolutivo surpreendente em relação a jornada do agora mais heroico Kratos que defende seu filho, amigos e aliados contra os planos nefastos de Odin, o Pai de Todos.

    Talvez a maior lição a respeito da narrativa deste jogo é sobre amadurecimento e tanto a desenvolvedora quanto o diretor do jogo entendiam que era necessário, pois o jeito troglodita uma hora se tornaria algo saturado e a condução desta mudança foi feita no tempo certo e com as decisões criativas adequadas.

    As surpresas em questão do roteiro do jogo não ficam apenas centralizadas em Kratos e Atreus que dividem o protagonismo e a jogabilidade neste título. Freya tem o seu próprio arco de redenção e reparação nesta história de uma mulher presa a uma maldição e vingança de um filho até se tornar novamente forte, independente e livre.

    Uma metáfora muito interessante sobre este momento é quando se percebe uma mulher que luta para sair de um relacionamento abusivo. Sem força e principalmente a sua coragem, simbolizada na perda do seu espirito de luta, ela os recupera quando finalmente quebra as raízes da maldição que a persegue se tornando livre e dona de seu destino.

    A dupla de anões Sindri e Brok também tem seus momentos de brilho, destacando o anão azul que divide o papel de alívio cômico nos momentos de tensão, quanto nos momentos tocantes e surpresas a respeito de suas origens.

    Não é apenas o grupo de protagonistas que tem esta profundidade tão bem construída, já que o núcleo asgardiano também nos entrega personagens intensos como um poderoso, porém muito desacreditado, Thor e sua família, que conseguem entender o caráter do Pai de Todos nas entrelinhas.

    Acredito que Odin será lembrado no futuro como um dos grandes antagonistas desta nova geração de jogos que exploram mais profundamente as suas narrativas. Um deus dissimulado e manipulador, mas sempre com uma voz carinhosa e falsamente acolhedora que mostra o Rei de Asgard como um vilão digno deste capítulo da franquia.

    Outro destaque relaciono está na dificuldade do jogo, que considero bem balanceada para todos os tipos de players, podendo ter um bom desafio no modo Normal até para os mais pro-players com o modo Ragnarök, onde qualquer ataque é quase uma morte certa.

    A história tem muitas reviravoltas e surpresas, mas quando você necessitar dar uma pausa na intensidade pode realizar missões secundárias que ajudam a aumentar o poder de Kratos e seus companheiros de viagem; além de aumentar sua qualidade da jornada ao admirar as lindas paisagens dos Nove Reinos.

    VEREDITO

    God of War Ragnarok é anunciado para o PS5

    Em relação aos grandes lançamentos que naturalmente geram grande expectativa para a comunidade, God of War Ragnarök é a cereja do bolo, que torna 2022 um dos melhores anos para fãs de jogos.

    Uma narrativa intensa, uma jogabilidade balanceada e muito bem aperfeiçoada temos umas das experiências mais completas dentro do universo da franquia, indicando que existe um potencial de ainda proporcionar ótimos títulos no futuro.

    Por tudo isso, o game foi um dos indicados ao Jogo do Ano, no The Game Awards!

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    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer do game:


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    10 filmes que retratam a vida de grandes filósofos

    Os filósofos têm a função de investigar e questionar a essência e a natureza do universo, do homem e de fatos, por meio de análises, reflexões e críticas. Além disso, eles buscam a compreensão teórica de conceitos, como os de espaço, tempo e verdade.

    Se essa área te interessa vale a pena conferir a lista que separamos. São 10 filmes referente à biografia de grandes filósofos. Eles são considerados estudiosos de problemas fundamentais relacionados à existência, aos valores morais e estéticos. São os questionadores de dogmas, da mente e da linguagem humana. Geralmente, essas pessoas são movidas pela curiosidade e levantam grandes indagações refletindo em mudanças sociais, religiosas, políticas e existenciais.

    Ficou curioso para saber mais sobre esses Mestres da Filosofia? Então confira a lista! 

    Sócrates (1971)

    10 filmes que retratam a vida de grandes filósofos

    A cinebiografia trata uma parte da vida de Sócrates, um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga. É reconhecido como um dos fundadores da filosofia ocidental. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza e da alma humana.

    O filme mostra o final da vida de Sócrates (470 – 399 a.C.), seu julgamento e sua condenação à morte, além de célebres diálogos socráticos, como “Apologia“, “Críton” e “Fédon“.

    Pascal (1972)

    10 filmes que retratam a vida de grandes filósofos

    O diretor Roberto Rossellini acompanha a trajetória de Pascal, dos 17 anos até sua morte precoce, mostrando seus célebres estudos de Matemática e Geometria, incluindo a criação da primeira calculadora mecânica; seus trabalhos revolucionários sobre o vácuo, os fluidos e a pressão atmosférica; sua relação com o Jansenismo e a concepção de suas principais obras filosófico-religiosas.

    Com austeridade, ternura e realismo, Rossellini realizou um filme de extrema beleza sobre os conflitos religiosos e filosóficos de um personagem histórico fascinante.

    Cartesio – René Descartes (1974)

    10 filmes que retratam a vida de grandes filósofos

    Penso, logo existo“. Com certeza você já ouviu essa frase, criado pelo filósofo e matemático francês, Descartes. Ele foi o fundador do pensamento cartesiano, sistema que deu origem à Filosofia Moderna.

    No filme contém trechos inteiros de algumas das obras fundamentais do pensador, que visa a autonomia do pensamento racional diante da fé. Naquela época, todo esforço racionalista tinha de ser negociado com as autoridades religiosas. Diante disso, a trama mostra como Descartes precisa provar que a razão é sustentável por si só.

    A Vida de Galileu (1975)

    10 filmes que retratam a vida de grandes filósofos

    Sob a direção de Joseph Losey, a produção A Vida de Galileu, do American Film Theatre, apresenta o típico mosaico brechtiano que funde teatro e imediatismo através de um drama pessoal extremamente cinematográfico que opõe a responsabilidade pública à dúvida individual.

    Desafiado por um novo estudante, o tutor e teórico Galileu se utiliza da emergente tecnologia telescópica e descobre provas irrefutáveis da noção herética de que a Terra não é o centro do universo. Porém numa sociedade rígida guiada pela aliança entre a aristocracia e o clérigo e já debilitada pela Peste e pela Reforma, a ciência é uma ameaça e o iluminismo, um luxo.

    Posto diante da morte pelas mãos da Inquisição ou a retratação ao um Papa tão hipócrita quanto poderoso, Galileu deve escolher entre sua própria vida e a incansável curiosidade científica pela qual havia rejeitado sua família, amigos e a própria saúde.

    Foucault Por Ele Mesmo (2003)


    Filósofo, teórico social, professor e crítico literário. Foucault fala como as relações entre poder e conhecimento são usadas para obter controle social. Embora muitas vezes seja citado como um pós-estruturalista e pós-modernista, ele se classificava como crítico da modernidade.

    O documentário é uma coletânea de entrevistas com críticos, historiadores e filósofos contemporâneos que buscam construir novas formas de pensar os mecanismos de dominação da sociedade a partir das ideias de Foucault e suas contraditórias produções intelectuais. Com isso, é possível relacionar pensamentos, carreira e vida pessoal do filósofo.

    Amantes do Café Flore – Simone de Beauvoir e Sartre (2006)

    O filme, baseado em fatos reais, aborda a vida e a relação amorosa ente a escritora Simone de Beauvoir Jean-Paul Sartre, um teórico existencialista. Trata-se de uma boa oportunidade para conhecer essas personalidades com seus dilemas, angústias e desconstruções cotidianas, além de poder compreender o momento histórico do filme.

    Quando Nietzche Chorou (2006)

    O filósofo alemão é tido como um dos mais influentes e importantes filósofos modernos do século XIX. Suas obras pautavam-se em críticas à cultura, religião e a filosofia ocidentais. Ele ainda defendia a liberdade de qualquer tipo de controle cultural e moral.

    O filme conta a história de um encontro fictício entre Nietzche e o médico Josef Breuer. Nietzsche é ainda um filósofo desconhecido, pobre e com tendências suicidas. Em busca de tratamento para a depressão, a consulta vira uma verdadeira aula de psicanálise. Os dois terão que mergulhar em si próprios, em um processo de autoconhecimento.

    A Batalha pelo Império – Confúcio (2010)

    Confúcio foi um pensador e filósofo chinês. Suas ideias salientaram a moralidade pessoal e governamental, os procedimentos corretos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. Tais ensinamentos representam muito mais um sistema de ética e política do que uma religião.

    O filme retrata a história dramática do lendário filósofo na idade da guerra no Estado chinês, durante a qual incontáveis batalhas foram travadas para unificar os reinos. Para salvar o estado o rei recorre a Confúcio, que os livram de uma guerra perpétua. No entanto, os centros políticos do Estado passam a se sentir ameaçados pelo filósofo e o exila. Após anos indo de um estado para outro, Confúcio não perder os seus ideais de paz e harmonia.

    Hannah Arendt (2012)

    Alemã de origem judaica, Hannah Arendt (1906 – 1975) foi uma filósofa-política do século XX. Ela defendia o conceito de pluralismo, liberdade e igualdade no âmbito político. 

    O filme aborda o julgamento de Adolf Eichmann, um colaborador de Hitler e coordenador dos campos de concentração. Hannah Arendt acompanhou o julgamento e escreveu uma série de artigos sobre o caso. No entanto, as publicações e o conceito de “banalidade do mal” defendidos por ela provocam uma série de controvérsias sobre os envolvidos nos crimes de guerra.

    O Jovem Karl Marx (2017)

    Karl Marx foi um filósofo, sociólogo e jornalista e revolucionário socialista. Seus trabalhos versam sobre história, filosofia, economia e sociologia e, invariavelmente, seu nome está associado às teorias sobre comunismo, socialismo e revolução.

    O filme começa aos 26 anos de Marx, quando é exilado junto com sua esposa, Jenny. Em Paris, de 1844, ele conheceu Friedrich Engels, filho de um industrialista que investigou o nascimento da classe trabalhadora britânica. O encontro desses dois teóricos, pilares de uma corrente de pensamento que perdura até hoje, entre a repressão política e tumultos, lideram o início do movimento operário em meio a era moderna.


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    Noites Sombrias #92 | Terrifier (2016, Damien Leone)

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    Terrifier ou Aterrorizante no Brasil é um longa dirigido por Damien Leone que conta a história de Art, o Palhaço e sua sede de sangue.

    SINOPSE DE TERRIFIER

    Tara (Jenna Kannel) e Dawn (Catherine Corcoran) querem curtir sua noite de Halloween em uma balada e bebendo em lugares diferentes. Entretanto, Art, o Palhaço (David Howard Thorton) pretende estragar os planos da dupla com uma série de assassinatos aterrorizantes.

    ANÁLISE

    Terrifier é um longa que possui muitas valências por conta do baixíssimo investimento para a execução do longa. Ao todo, foram gastos míseros 6 mil dólares, não sendo nem troco para balas quando se trata de filmes.

    O trabalho de Damien Leone na direção é espetacular com tão poucos recursos. Toda a magia da obra está em sua extrema violência, com efeitos práticos de cair o queixo, apresentando um gore dos mais viscerais que embrulham o estômago de quem está acostumado com o terror de shopping center.

    O cineasta sabe chocar e estica as cenas propositalmente para que o horror esteja no máximo. Normalmente em slashers usuais, os diretores costumam mostrar o assassino dando um golpe brutal que acaba com a vítima, apresentado o corpo sem vida no corte seguinte com os ferimentos. Alguns ainda fazer uma morte um pouco mais violenta para marcar a obra.

    Já em Terrifier, Leone faz o seguinte: mostra Art atacando sua presa, temos um take para outra cena e em seguida o cineasta volta de onde parou, mostrando o palhaço assassino destruindo o pobre corpo que sofre até as últimas com suas atrocidades. Há um assassinato especifico que gera muita agonia por conta da tamanha violência.

    Um dos destaques é justamente o nosso serial killer que dá um show aqui. Sem dizer uma palavra sequer, David Howard Thorton consegue esbanjar carisma e uma atuação macabra com seus sorrisos esquisitos e sua fisicalidade absurda baseada na mímica. A maquiagem e traje de Art tem tudo para ser um fenômeno no próximo Halloween por conta de Terrifier 2.

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    De negativo, as atuações toscas e um filme um pouco esticado, mesmo que tenha apenas em torno de 01h30min, ele é longo demais por não ter muito a dizer. O roteiro apenas dá o mínimo para que o antagonista empilhe corpos pela cidade, o que pode ser bom para quem curte o sangue jorrando na tela, mas quem busca algo com o mínimo de complexidade, talvez Terrifier não seja para você.

    VEREDITO

    Com o orçamento de centavos, mas com muito coração e tripas, Terrifier é um divertimento puro para os fãs de horror mais hardcore que não tem estômago sensível. Com a trama de uma linha, todavia, com muita sanguinolência, assista para ver um trash divertido e sem compromisso com nada.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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    Um de Nós Está Mentindo: Resumo da 1ª temporada

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    Um de Nós Está Mentindo é a adaptação do livro homônimo de Karen McManus. A segunda temporada da série chegou à Netflix e junto dela, trazemos um resumo da primeira temporada da história que parece misturar a trama de diversas franquias de terror, com um mote de whodunit.

    Enquanto a primeira temporada se baseava quase que inteiramente na morte de um dos personagens em seu primeiro episódio, e em nos fazer descobrir quem chantageava os principais suspeitos da trama, segredos de todo colégio Bayview eram revelados.

    ESTE POST CONTÉM SPOILERS DA PRIMEIRA TEMPORADA DA SÉRIE

    RESUMO DA 1ª TEMPORADA DE UM DE NÓS ESTÁ MENTINDO

    primeira temporada

    O roteiro da série brinca com a clássica brincadeira americana “Simon says“, ou aportuguesando “Seu mestre mandou”.

    • Simon Kelleher (Mark McKenna) é conhecido por saber os podres de todos da escola e da cidade de Bayview. Em seus comunicados semanais, ele revela detalhes da intimidade de diversos personagens, e isso volta para assombrá-lo;
    • Em um dia, quando Addy Prentiss (Annalisa Cochrane), Bronwyn Rojas (Marianly Tejada), Nate Macauley (Cooper van Grootel) e Cooper Clay (Chibuikem Uche), – um grupo completamente improvável – é enviado para a detenção, algo completamente inesperado acontece, a pessoa mais odiada da escola, Simon Kelleher, morre após uma crise alérgica e nenhum remédio foi encontrado na escola;
    • Após a morte de Simon, Addy, Bronwyn, Nate e Cooper passam a receber ameaças acerca de segredos seus, os obrigando à realizar coisas controversas, e segredos de outros alunos, e até mesmo da diretora da escola são revelados. Tudo isso, enquanto os 4 passam a ser vistos como os principais culpados pela morte de Simon não apenas pelos alunos da escola, mas passam também a ser investigados pela polícia;
    • Enquanto muitos segredos são revelados, descobrimos os mistérios por trás da morte de Simon. A partir daí, revivemos os acontecimentos que giraram em torno da traição de Addy – que traiu seu namorado Jake com um amigo dele. A partir daí, entendemos que o personagem que anteriormente parecia calmo e pacífico, se viu possesso e combinou com Simon realizar uma “brincadeira” nada inocente;
    • Nessa “brincadeira”, Jake era o responsável por buscar o medicamento que salvaria a vida de Simon. Entretanto, em um último momento, Jake decidiu não ajudar Simon, e apagou qualquer tipo de envolvimento seu com Simon e culpou Nate, que chegou a ficar preso. Neste ponto, Janae (Jessica McLeod) uma das únicas amigas de Simon se une ao “Clube do Assassinato” para descobrir quem assassinou seu amigo. E busca vingança;
    • Quando o chamado o grupo confronta Jake na festa de Halloween, ele pega a arma para proteger o segredo do assassinato de Simon. Mas durante uma briga acalorada, a arma de Jake dispara, acertando-o no processo;
    • A primeira temporada da série chega ao fim, revelando que as chantagens continuam, mesmo após a morte de Jake. Mostrando que mais alguém sabe dos segredos daquele grupo.

    Um elemento presente na trama de Um de Nós Está Mentindo, é que todos possuem segredos, alguns mais sombrios do que outros. Mas que qualquer um fará o possível e o impossível para mostrar que seus segredos não sejam expostos e analisados sob um microscópio por todos da escola e da cidade.

    Um de Nós Está Mentindo ganhou uma segunda temporada, que foi lançada no dia 15 de novembro na Netflix.

    Confira o trailer da série:

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    CRÍTICA – Desencantada (2022, Adam Shankman)

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    Desencantada é uma sequência de Encantada, filme de 2007 que trouxe a Princesa Giselle, interpretada por Amy Adams às telas dos cinemas. O longa de 2022 traz a atriz novamente no papel principal e é dirigido por Adam Shankman.

    SINOPSE DE DESENCANTADA

    A Princesa Giselle (Amy Adams) sonha em viver seu conto de fadas após chegar ao nosso mundo, mas depois de viver um grande amor em 2007, ela agora tem uma rotina pacata e bem longe do que esperava. Após a visita de velhos conhecidos, a protagonista consegue mudar sua história com um toque de mágica, entretanto, as coisas dão errado e se não conseguir reverter o feitiço, Giselle se tornará uma vilã.

    ANÁLISE

    Encantada foi um filme disruptivo e que quebrou bastante o conceito dos contos de fada, caminhando para outras obras como Frozen poderem correr. O longa de 2007 mostrava uma princesa de um mundo fantástico vivendo o nosso dia a dia estressante e com momentos de felicidade a conta gotas que se misturam em uma rotina normal e cheia de vícios.

    Já Desencantada vai no caminho inverso, mostrando como a “realidade” nos torna chatos, vazios e problemáticos, ainda mais em uma geração que parece ter saído das letras de Kurt Cobain ou da banda My Chemical Romance. A obra agora quer mudar o conceito de “felizes para sempre”, já que mostra que tanto Giselle quanto todos que a rodeiam não são plenamente alegres, mas sim, em busca de seu lugar ao Sol, assim como todos nós.

    Como destaques nós temos os números musicais que são afiados. Em dado momento, Amy Adams e a excelente Maya Rudolph fazem um duelo em uma canção sobre vilãs que é super maneiro, criando o melhor momento do filme. As atuações de Adams, Rudolph e Idina Menzel são as mais interessantes aqui, mesmo que o roteiro não seja caprichado e entregue muitos clichês de comédias românticas besteirol.

    Como pontos negativos, a trama é completamente batida, o que demonstra que Desencantada é um erro de percurso para lucrar com uma obra que já havia sido esquecida. Por mais que seja interessante mostrar o depois de Giselle e sua família, o longa não traz muito mais do que momentos sem inspiração, com uma trama de madrasta má contra um a pobre jovem que quer ir ao baile. A escolha aqui é apresentar as dificuldades da maternidade, principalmente quando se tem um relacionamento com uma pessoa que já tem filhos. Patrick Dempsey está completamente no automático, o que é péssimo para um ator mediano como ele.

    Atualizar a história, trazendo ainda uma rivalidade que até funciona, mas muito mais pelo carisma das atrizes do que pelo texto em si só nos deixa com a sensação que Desencatada tinha potencial para ser muito melhor. Como já fora produzido, que tivesse então mais capricho e que se seguisse uma linha de trama voltada para as dificuldades de se adaptar em um mundo tão competitivo, cruel e cheio de frustrações, sem a saída infantil que o longa decidiu ter, colocando todos em uma fantasia paralela que tem o objetivo de encher os olhos e usar uma nova estética, abordando temas complexos de forma leve demais. Não precisava ser um drama denso, mas poderia ser divertido e tratar a temática de forma mais bem ajustada.

    VEREDITO

    Desencantada é um filme que deveria ser muito mais e que tem em seus pilares de sustentação algumas cenas interessantes musicais e em sua protagonista Amy Adams, assim como em sua vilã, Maya Rudolph, que carregam o peso nas costas. De fato, o potencial foi jogado no lixo mas, pelo menos, deve ser apreciado por quem gosta de nostalgia e é fã da franquia.

    Nossa nota

    2,5/5,0

    Confira o trailer:

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