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    TBT #54 | As Vantagens de Ser Invisível (2012, Stephen Chbosky)

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    Essa é a minha primeira vez aqui no TBT e eu não poderia estreá-lo se não fosse com um dos meus filmes favoritos e provavelmente o que mais revi: As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower, título original).

    Lembro de ter visto esse filme por volta de 2013-14 e logo em seguida procurei o livro pra ler, pois, naquele instante, já havia se tornado um dos meus filmes favoritos e ao ler o livro – de nome homônimo – não foi diferente, se tornou também um dos meus livros favoritos e provavelmente o mais.

    Ao se ver o filme e ler o livro, você percebe quão boa e bem feita essa adaptação foi. Dá pra ver toda a emoção e características pertencentes ao livro refletida na tela, acompanhada de um elenco que conseguiu capta-las perfeitamente.

    As Vantagens de Ser Invisível é um coming-of-age que acompanha a história de Charlie (Logan Lerman), que ao sofrer diversos abalos emocionais, agora tem que enfrentar uma das piores fases da adolescência: o Ensino Médio. E, sem amigos, ele embarca nessa aventura emocional que acaba se cruzando com a história dos veteranos de Patrick (Erza Miller) e Sam (Emma Watson), na qual ele acaba se apaixonando, e terá que lidar com o fato de agora, seus únicos amigos, estarem no último ano.

    Stephen Chbosky (de camisa azul) orientando o elenco.

    Mas não é a toa a qualidade adaptativa dessa obra, o diretor e roteirista, Stephen Chbosky, é também o autor do livro, e isso provavelmente ajudou muito na hora de adaptar. Isso me faz recordar de quando Harry Potter ainda estava sendo filmado e lançado, que sempre saia noticias da própria J. K. Rowling indo visitar o set e dando seus palpites. São coisas assim que contribuem para uma adaptação mais fiel e que provavelmente agradaria uma maior quantidade de fãs. Será que Percy Jackson teria sido uma adaptação melhor se Rick Riordan se envolvesse na obra? Será que ele irá se envolver em adaptações futuras que provavelmente a Disney fará? Esperamos que sim.



    De cara, o que mais me conquistou nesse filme foi o elenco em si. Ele é repleto de grandes nomes e que também fizeram parte da minha adolescência. O trio principal é composto por Logan Lerman (Percy Jackson), Emma Watson (Harry Potter) e Ezra Miller (Animais Fantásticos e Liga da Justiça). Enquanto o elenco de apoio conta com Nina Dobrev (The Vampire Diaries), Paul Rudd (Homem-Formiga), Kate Walsh (Grey’s Anatomy), Dylan McDermott (American Horror Story) e Joan Cusack (Shameless).

    Todo o filme é repleto de emoções, em um momento você está rindo, no outro chorando e às vezes os dois ao mesmo tempo. A carga dramática nesse filme é enorme e tem-se ainda mais sucesso ao se apoiar nesse elenco maravilhoso e com atuações verdadeiras. Charlie é quem protagoniza a maior parte dessas emoções, um garoto introvertido por conta de acontecimentos passados de sua vida, guardando um mundo de emoções dentro de si e que uma hora explode. É facilmente possível se ver em personagens como esse.

    O filme carrega uma fotografia muito bem feita e que chega a transformar momentos-chaves em algo único, principalmente quando combinado à excelente trilha-sonora do filme – alias, graças a ela que conheci Asleep do The Smiths e Heroes do David Bowie.

    A trama aborda diversos assuntos importantes, principalmente para a fase da vida que o filme retrata, como, a adolescência e o crescimento, sexualidade, amizade, drogas, depressão, suicídio e abuso. Pode parecer muita coisa para se tratar em menos de 2 horas, mas eles conseguem, e muito bem. Principalmente na questão do abuso que é abordado praticamente durante todo o filme, mas que o expectador só irá compreende-la completamente e como isso afeta alguém nos momentos finais do filme.

    Ao ler o livro, você se depara com uma cena na qual Charlie lê um de seus poemas junto de seus amigos – e é um poema incrível. Essa cena chegou a ser gravada para o filme, contudo acabou sendo tirada no corte final, mas que ainda pode ser encontrada no YouTube. Vale a pena vê-la depois do filme. Para assisti-la, clique aqui.

    As Vantagens de Ser Invisível foi bem recebido, tanto pelo publico, quanto pela crítica. Com uma aprovação de 86% no Rotten Tomatoes e uma média de 67 pontos no Metacritic – o que, sinceramente, acho baixo para ele -. O filme entrou em várias listas de melhores do seu ano. Venceu uma categoria no GLAAD – premiação voltada a produção inclusivas à comunidade LGBT -, foi indicado ao Critics Choice e venceu uma categoria no Spirit Awards – premiação voltada a filmes independentes -.

    Além de uma excelente recepção do público, o longa de Chbosky também fez uma ótima bilheteria. Com um orçamento estimado em 13 milhões de dólares, fez, durante sua passagem nos cinemas, 33 milhões, sendo uma margem muito boa para um filme do gênero.

    Um fato curioso é que o filme inicialmente receberia uma classificação Rated R por “uso de drogas e álcool por adolescentes e algumas referências sexuais”, mas, após cineastas recorrem, conseguiram que o filme se tornasse PG-13 “material temático maduro, uso de drogas e álcool, conteúdo sexual incluindo referências e uma briga – todos envolvendo adolescentes”.

    Infelizmente o filme não chegou a ser indicado a nenhuma categoria do Oscar, mas eu indicaria facilmente a Melhor Roteiro Adaptado. Na verdade, chegou até a ser indicado ao Sindicato de Roteiristas, um dos principais termômetros pro Oscar dessa categoria, mas foi o máximo.

    Nossa nota

    Assista ao trailer legendado:

    As Vantagens de Ser Invisível está disponível na Amazon Prime Video. Curtiu nossa indicação? Veja também todas as indicações anteriores do TBT do Feededigno. Se você já assistiu, deixe sua avaliação e seus comentários!



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    Andy Muschietti confirma a trama Ponto de Ignição!

    Andy Muschietti foi confirmado como diretor do filme sobre o Velocista Escarlate da DC Comics: The Flash. O cineasta acaba de confirmar que a trama Ponto de Ignição será adaptada para as telonas, rumor que já estava no ar há algum tempo.

    Na história, Barry Allen volta no tempo para salvar sua mãe e assim muda toda a linha temporal, alterando diversos fatos como as origens de Superman e Batman, além de uma batalha mortal entre Aquaman e Mulher-Maravilha que podem destruir o mundo. O vilão é Eobard Thawne, o Flash Reverso. Ezra Miller está confirmado como o super-herói.

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    Em entrevista, Muschietti afirmou que os eventos do longa serão um pouco diferentes da HQ Ponto de Ignição, criada por Geoff Johns e Andy Kubert em 2011; arco que reiniciou todo o universo na época. Será que veremos Jason Momoa e Gal Gadot um contra o outro nos cinemas? Ou Thomas Wayne (Jeffrey Dean Morgan) como Batman e Martha Wayne (Laurie Cohen) como Coringa? Ou os retornos de Ray Fischer (Ciborgue), Henry Cavill (Superman), Jesse Eisenberg (Lex Luthor) e Zachary Levi (Shazam!) em seus papéis? Nós do Feededigno queremos muito isso!

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    Besouro Azul: Série em desenvolvimento para a HBO Max

    O Besouro Azul tem sido bem popular ao longo dos últimos anos, e parece que a mais jovem encarnação do herói pode ganhar um palco muito maior.

    Daniel Richtman revelou que a HBO Max está desenvolvendo uma série baseada no personagem da DC Comics. Outros detalhes estão indisponíveis no momento, mas ela representaria outro grande risco para a empresa enquanto eles tentam aumentar seu leque de opções, enquanto acontece a “guerra dos streamings“.

    A Netflix, Hulu, Disney+ e outros serviços estão competindo pela dominância na economia hoje. A HBO terá que fazer algo para se destacar entre os vários disponíveis hoje. O Besouro Azul junto de outros personagens da DC podem ir muito longe ao tentar atribuir um certo valor ao serviço. Já há uma certa amostra dessa tentativa para ser lançada com Stargirl e alguns outros personagens do DC Universe já estão prontos para serem compartilhados com outras plataformas. Então, os fãs terão que esperar para ver o que vai de fato acontecer ou não.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Stargirl: Conheça a adolescente membro da Sociedade da Justiça da América

    Dois anos atrás, o The Wrap revelou que Gareth Dunnet-Alcocer estava trabalhando em um roteiro para o filme do Besouro Azul e do personagem Jamie Reyes como personagem principal. O roteirista anteriormente havia escrito o roteiro do reboot de Scarface para a Universal Pictures.

    Reyes apareceu em Young Justice, Batman the Brave and the Bold, e Liga da Justiça em Ação. Os fãs mais jovens ficarão alegres de ver que o personagem ganhou um maior impulso da DC e ganhará um maior destaque em live action. Mas, ninguém sabe quando a série será lançada no HBO Max.

    Anos atrás, Greg Berlanti e Zak Penn produziriam um filme do Gladiador Dourado e do Besouro Azul, mas o projeto parece ter sido deixado de lado. Enquanto maiores opções de conteúdo estão abertos para produção, faz sentido que mais dessas séries aparecessem.



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    Arlequina: Conheça a Palhaça Princesa do Crime

    Harleen Frances Quinzel a Rainha de Gotham mais conhecida como Arlequina fez sua primeira aparição em Batman: The Animated Series, Episódio 22 – Joker’s Favor em 1992.

    Criada por Paul Dini e Bruce Timm, Arlequina foi inspirada na atriz, comediante, dubladora e roteirista americana Arleen Sorkin.

    Sorkin é conhecida por retratar Calliope Jones na série da NBC, Days of Our Lives e por dar voz à Harley Quinn em sua estreia na série animada, em jogos relacionados, entre outros.

    Arleen Sorkin em 2009.

    ORIGEM

    Contada no quadrinho Louco Amor (no original: Mad Love), de fevereiro de 1994, vencedor do prêmio Eisner. O nome da personagem é baseado no arlequim, com a intenção de ser um trocadilho ao seu nome original, Harleen Quinzel.

    Harleen conseguiu uma bolsa na universidade porque tinha grande habilidade como ginasta, porém nem sempre foi uma boa aluna e trocava “favores” com os professores para ganhar boas notas. Com o seu diploma em mãos se formou em medicina e começou a trabalhar no Asilo Arkham como psiquiatra.



    RELACIONAMENTOS

    Originalmente inimiga do Batman e já foi cúmplice/par romântico de Coringa, Harley trabalhava como psiquiatra no Asilo Arkham e o Palhaço Príncipe do Crime era o seu paciente. Porém, a mesma se apaixonou por Coringa porque acreditou nas histórias que a infância dele tinha sido infeliz e o ajuda a fugir do asilo, algum tempo depois Batman prende Coringa novamente no asilo e Harley ao ver o seu “pudinzinho” todo machucado, rouba uma fantasia de arlequim, invade o asilo e liberta seu louco amor; e foi assim que a Harley se tornou a Arlequina.

    A personagem uma vez contou para Canário Negro que teve uma filha com Coringa chamada Lucy no universo de Injustice – Deuses Entre Nós, porém ela entregou Lucy a sua irmã, para que a menina tivesse uma vida normal, longe de toda loucura que a vida de sua mãe era na época de seu nascimento.

    Coringa e Arlequina tiveram um relacionamento louco e abusivo. O próprio Coringa já realizou vários jogos mentais, testes de fidelidade e algumas experiências extremamente perigosas que põem a vida dela em risco.

    Arlequina já teve um relacionamento amoroso com Pistoleiro nas páginas de Esquadrão Suicida e com Hera Venenosa que foi a responsável por fornecer uma injeção que lhe proporcionou aumento de força e agilidade, sem contar a imunidade contra qualquer tipo de toxina. A relação de Harley e Hera foi levada ainda mais adiante, que se tornou um dos casais mais adorados do universo dos quadrinhos.



    EQUIPES

    No episódio Harley and Ivy de Batman: A Série Animada, Coringa expulsa Arlequina de sua gangue; lhe deixando frustrada. E então como prova de valor, ela resolve roubar o Diamante Arlequim do Museu de Gotham City, junto com Hera Venenosa, que tentava roubar plantas tóxicas do museu. As duas se tornam amigas e se tornam as Rainhas do Crime.

    O reboot da personagem em Novos 52, lhe garantiu uma própria série, longe das histórias do Batman e do Coringa, criando para a personagem uma personalidade própria e também histórias próprias, em que foi retratada como anti-heroína, agindo como justiceira ao invés de uma criminosa, o sucesso da série solo da personagem garantiu a ela uma continuação durante o evento Renascimento, da DC.

    Arlequina já participou de vários grupos, tais como Esquadrão Suicida, Aves de Rapina e Sereias de Gotham.

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    “MIMOS”

    Sua arma favorita é uma marreta; apesar de no filme Esquadrão Suicida usar um taco de basebol. Além de toda a sua peculiaridade, Arlequina possui dois “animaizinhos”; duas hienas malhadas, chamadas de Bud e Lou, as hienas tendem a servir como cães de guarda da anti-heroína.

    ADAPTAÇÕES

    As 5 equipes femininas mais icônicas dos quadrinhosComo já vimos, a personagem já apareceu em animações, cinema, diversos games – incluindo a franquia Injustice.

    Nas telas Arlequina é interpretada por Margot Robbie no filme Esquadrão Suicida, e o sucesso da personagem foi tão grande que a atriz foi confirmada para o filme do The Suicide Squad, de James Gunn, também já foi confirmada para Sereias de Gotham e em 6 de Fevereiro no filme Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa.

    Curtiu conhecer mais sobre a Arlequina? Qual personagem você gostaria de uma publicação especial? Deixe seus comentários e lembre-se de compartilhar com seus amigos!



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    CRÍTICA – Adoráveis Mulheres (2020, Greta Gerwig)

    A sexta adaptação de Adoráveis Mulheres no cinema tem um elenco estelar: Eliza Scanlen (Beth March), Saiorse Ronan (Jo March), Emma Watson (Meg March), Florence Pugh (Amy March), Laura Dern (Margaret March), Meryl Streep (Tia March), Timotheé Chalamet (Laurie) e Bob Odenkirk. Com um roteiro bem escrito e um texto consistente, o longa tem vários pontos positivos, mas… vários negativos também.

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    Comecemos pela trama: o filme mostra os desafios das mulheres em uma sociedade patriarcal e machista nos anos 20. A ideia de Greta Gerwig é nos apresentar de forma simples, mas com importância devida, as suas personagens ao público, nos dando um aperitivo de suas dificuldades financeiras e emocionais. O problema está na execução. As histórias de cada uma das protagonistas é interessante, porém, o uso excessivo de flashbacks atrapalha demais a fluidez da trama, cansando demais o espectador.

    Temos duas linhas temporais aqui, passado e presente, sendo que o roteiro usa o recurso de flashback como muleta de enredo. Cada cena do presente no qual somos apresentados a um problema, logo na sequência há uma cena do passado explicando o porquê de tal fato estar acontecendo, algo que por vezes testa a paciência de quem está assistindo, pois há muita exposição em diálogos: nos momentos de sutileza, existem mensagens fortes de empoderamento e em outras soam forçadas e bregas.

    Quanto as atuações, todos os personagens citados no primeiro parágrafo estão muito bem, os destaques maiores são:

    Saiorse Ronan, com sua protagonista empoderada, a frente do seu tempo que luta contra os costumes e tradições daquela época.

    Emma Watson também tem um papel relevante por ser a irmã mais velha que tem que segurar a barra quando as coisas ficam feias, papel que é dividido com Jo (Saiorse Ronan). A atriz entrega uma atuação segura.

    Florence Pugh também é um destaque sendo um contraponto de Ronan: uma mulher mais envolvida nas tradições e costumes, mas que não perde sua força interior, indo contra o sistema nos momentos certos.

    Laura Dern também rouba a cena com seu papel de mãe compreensiva e que praticamente abraça o espectador, sem dúvida Dern está em um grande momento de sua carreira.

    Meryl Streep recebeu um papel genérico de uma mulher ranzinza e sem coração e entrega uma atuação boa para quem não possui muito destaque.

    Timotheé Chalamet faz um bom trabalho apesar de seu personagem ser desinteressante para a trama, ficando mais como um pivô amoroso do que de fato alguém que dê alguma relevância para a história.

    Com uma trama inconsistente, digna de uma novela das seis da Globo, mas com boas atuações, Adoráveis Mulheres é um filme que vale pela sua mensagem de empoderamento e por seu brilho de elenco, bons figurinos e fotografia, entretanto, não serve como uma grande obra se comparada aos demais concorrentes as premiações de 2020.

    Nossa nota

    Assista ao trailer legendado:

    Adoráveis Mulheres chega aos cinemas nesta quinta-feira (09). Depois de assisti-lo, volte aqui para deixar seus comentários e sua avaliação!



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    CRÍTICA – Drácula (2020, Steven Moffat e Mark Gatiss)

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    Hoje irei falar da minissérie Drácula, da BBC e que está disponível na Netflix. Desenvolvida pelos criadores da série Sherlock – Steven Moffat e Mark Gatiss – , ela conta com um elenco menos famoso; tendo Claes Bang como o icônico protagonista.

    Se você curte o centenário conde chupador de sangue, e quiser saber desde a origem, as principais adaptações, curiosidades e referências, veja nosso especial de 122 anos do Drácula no texto abaixo:

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Drácula: Dissecando a criatura mais popular da cultura pop 

    A minissérie Drácula estreou na Netflix no último sábado (4 de Janeiro) e conta com 3 episódios de pouco mais de uma hora cada um. E por isso esse texto terá uma analogia dividida em 3 partes; uma para cada episódio.

    ALERTA DE SPOILER: Se você ainda não assistiu a minissérie, recomendo que leia mesmo assim. Eu provavelmente irei salvar umas 3 horas da sua vida. Sim, a série é ruim e é como um salto de paraquedas mal sucedido.

    Episódio 1: O salto

    DráculaAssim como um salto de paraquedas, Drácula é uma criatura que inspira medo e ao mesmo tempo curiosidade; a obra de Bram Stoker – que esse ano completa 123 anos – é uma das mais adaptadas para o cinema e TV e para os fãs ávidos por uma nova adaptação, a ansiedade é sempre grande.

    O primeiro episódio, A Regra das Trevas (1h29min), começa como a adrenalina inicial do salto de paraquedas. Ao ver as referências ao romance de Bram fiquei extasiado. Temos ali a chegada de Jhonatan Harker (Thomas Hutter) aos Cárpatos e o medo quase palpável do povo local, temos também o cocheiro, a transação imobiliária dos imóveis em Londres, incluindo a Abadia de Carfax, um castelo sombrio e soturno e um Conde Drácula (Claes Bang) que é nitidamente uma homenagem ao Drácula de Christopher Lee; com direito à icônica frase:

    Eu não bebo… vinho.

    Mas… aos 30min do episódio você descobre que seu paraquedas não abriu.

    Temos zumbis, com direito a um bebê zumbi que deixariam a equipe de efeitos especiais de The Walking Dead com vergonha, o professor Abraham Van Helsing aqui é uma freira chamada Agatha Van Helsing (ok, até temos uma série na Netflix de uma Van Helsing e a gente precisa realmente de mais representatividade feminina), mas termos Johnatan Harker como um zumbi-vampiro (WTF!?) e Mina Harker como “A” esnobada, foi triste.

    O bom é que podemos pensar: Temos o paraquedas reserva (o segundo episódio).



    Episódio 2: A queda

    Sangue a Bordo (1h28min) é interessante por nos apresentar um novo olhar da viagem de Drácula para Londres a bordo do navio Deméter, e o assassinato da tripulação.

    Com personagens inéditos, o episódio traz uma versão totalmente diferente do romance, porém com um desenvolvimento arrastado. Posso dizer que aqui é “o momento em que aproveitamos a queda-livre para admirar um ângulo que não costumamos ver”, porém ao final do episódio, os diretores nos apresentam o plot twist: você descobre que o seu paraquedas reserva também não abriu.

    Assista ao trailer legendado:



    Episódio 3: O impacto

    Todos os trailers mostrados foram do primeiro episódio, fazendo com que os fãs acreditassem que Drácula desembarcaria numa Londres vitoriana, no século XIX. Mas, a minissérie da parceria formada entre a BBC e Netflix nos apresenta Drácula acordando depois de um sono de 123 anos em uma Londres do século XXI. Ok, a sacada de dar um salto temporal de 123 anos foi inteligente pelo fato de ser exatamente a idade da obra de Bram Stoker, mas infelizmente, nesse momento eu pensei: “MEU DEUS!” E me veio um flashback do esquecível filme Drácula 2000.

    Em Bússula Sombria (1h31min) temos uma “tataraneta” da freira Agatha Van Helsing também vivida pela atriz Dolly Wells; descobrimos também que personagens clássicos foram repaginados, com direito a Lucy Westenra (Lydia West) como uma “instagramer” com um amigo gay (lembre-se que Mina foi esnobada pela série) e Drácula no Tinder! Me desculpe Claes Bang, mas para seu “cosplay de Lucifer” ficar bom, tem que chupar muito sangue pra ter o charme do Estrela da Manhã de Tom Elis.

    Como descobrimos que o paraquedas reserva não vai mesmo abrir, agora é só curtir a queda… e torcer pra que seja rápida e indolor. Mas nada é como queremos, e temos aí o velório de Lucy ao som de Robbie Williams com a canção “Angel“. SENHOR! Forçaram no quesito ressuscitar os mortos!

    Nesse último episódio tudo é corrido, confuso e personagens que deveriam ser importantes são apresentados sem nenhum aprofundamento. É como se a produção tivesse se dado conta de que perderam muito tempo no segundo episódio e que ainda tinham uma história pra contar. Bom, pelo menos a queda está sendo rápida… mas, aí vem o impacto.

    No fim, além das diversas bizarrices que transformam a minissérie em um verdadeiro freak show, Drácula não queima ao Sol. Pensei: “Bram, perdoe-os eles não sabem o que fazem“. Temos mais um Blade! Sério, eu rezei com muita força pra ele não brilhar ao Sol.

    Resumindo: Steven Moffat e Mark Gatiss fizeram uma reunião com a equipe de produção, e após ler até a 5ª página do romance de Bram Stoker, perguntaram:

    Gente, o que está em alta?
    E provavelmente a equipe foi respondendo, aleatoriamente, sem entender:

    • The Walking Dead?
    • Lúcifer?
    • Tecnologia?
    • Diversidade?
    • Representatividade?

    E então, jogaram o livro no lixo e disseram:

    Blz, vamos fazer essa p#%@ do nosso jeito.

    Nossa nota



    Existem diversas adaptações de livros que são sucesso seja no cinema ou na TV, temos: Jurassic Park, Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Game of Thrones e por mais que não sejam adaptações perfeitas e possuam suas liberdades criativas, ainda assim seguem próximas de sua fonte. Mas Drácula da BBC/Netflix é o oposto disso. É como um salto para a morte. E espero que não tenha uma pós-vida. E você, assistiu a minissérie ou não irá assistir?

    Deixe seus comentários e sua avaliação (caso tenha encarado essa ingrata tarefa).



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