Início Site Página 769

    Mortal Kombat: Scorpion e Shang Tsung são escalados para reboot

    Bem, Lewis Tan não dará vida ao Scorpion, segundo muitos especulam há semanas. O elenco do novo Mortal Kombat da New Line Cinema, está sendo revelado aos poucos, e agora, dois personagens clássicos do game original foram anunciados!

    De acordo com a Variety, Chin Han (O Cavaleiro das Trevas, O Arranha-Céu) dará vida ao vilão Shang Tsung, e Hiroyuki Sanada (Wolverine: Imortal e Vingadores: Ultimato) será Scorpion. Eles se juntam a lista dos anteriormente anunciados membros do elenco Joe Taslim (Sub-Zero), Mehcad Brooks (Jax), Ludi Lin (Liu Kang), Jessica McNamee (Sonya) e Josh Lawson (Kano).

    Chin Han e Hiroyuki Sanada.

    E o ator de Punho de Ferro, Lewis Tan, também foi escalado para um papel que está sendo mantido em segredo.

    Detalhes do roteiro do novo filme continuam sendo um mistério, mas provavelmente seguirá a história original do primeiro game: um grupo de guerreiro precisam competir em um torneio para proteger a Terra das forças demoníacas do Outworld.

    Mortal Kombat é uma série de jogos criados pelo estúdio Midway Games. Em 2011, depois da falência da Midway, a produção de Mortal Kombat foi adquirida pela Warner Bros, tornando-se em seguida na Netherealm. A Warner detém atualmente os direitos da série.



    A produção do primeiro jogo foi baseada na ideia original que Ed Boon e John Tobias tinham em fazer um jogo em que participasse Jean-Claude Van Damme, mas a ideia foi deixada de parte, e em vez disso foi criado Mortal Kombat, um jogo de luta com temas de fantasia e ciência, lançado em Outubro de 1992.

    O jogo original, gerou muitas sequências, vários jogos de ação-aventura, filmes (animados e live-action) e séries de televisão (animadas e live-action).

    A série é conhecida pelos altos níveis de violência sangrenta, incluindo mais notavelmente, os Fatalities (movimentos finalizadores, que requerem uma sequência de botões e movimentos para serem executadas). Os Fatalities, em parte, levaram à criação da ESRB, o sistema norte-americano que classifica os vídeo-games.

    Os primeiros jogos são reconhecidos especialmente pelos seus sprites realisticamente digitalizados (os jogos contemporâneos usam sprites desenhados manualmente) e o uso extensivo de troca de paleta para criar novos personagens.

    Mortal Kombat começará a ser produzido no Sul da Austrália no fim de 2019, e deve ser lançado em 5 de Março de 2021.

    Marvel’s Spider-Man: Edição de Game do Ano está disponível!

    O game desenvolvido pela Insomniac, Marvel’s Spider-Man do PlayStation 4 acabou de ganhar uma Edição de Game do Ano, e já está disponível. O game foi bem recebido pelos fãs, se tornando rapidamente um dos games mais vendidos em um menor período de tempo.

    Na verdade, Marvel’s Spider-Man vendeu 9 milhões de cópias em quatro meses, mais de três milhões dessas cópias foram vendidas só nos três primeiros dias. O game foi um dos seis indicados para o Melhor Game do Ano na The Game Awards 2018.

    A Insomniac se tornou um dos estúdios mais aclamados no último ano pelo trabalho que fizeram com Spider-Man, com uma história intensa, e mecânica divertida. O game sofreu do que alguns dizem ser falta de expansão em um mundo aberto, e combate repetitivo, mas tem charme o suficiente para garantir que diversas DLCs e novos trajes melhorem a experiência do game original.



    A Edição de Game do Ano de Spider-Man contém todas as DLCs e o game base em um pacote completo. A Insomniac Games anunciou a nova edição no PlayStation Blog. A Versão do Game do Ano é uma edição comemorativa, do game que fará 1 ano em 7 de Setembro. Essa versão contém o game base e um voucher para baixar a DLC chamada The City That Never Sleep (A Cidade que Nunca Dorme), e você terá que baixá-las separadamente. A DLC é dividida em três partes, e conta com personagens clássicos da lore do Homem-Aranha, como a Gata Negra e a Sabre de Prata.

    Foi anunciado recentemente durante a Gamescon 2019, que a Sony comprou a desenvolvedora Insomniac. A desenvolvedora que anteriormente havia produzido as franquias exclusivas da PlayStation: Resistance e Ratchet & Clank, então não é surpresa que a Sony finalmente tenha comprado a empresa após encontrar um sucesso tremendo com o novo exclusivo do PlayStation, Marvel’s Spider-Man.

    A Insomniac também criou o game exclusivo do Xbox, Sunset Overdrive na época do lançamento do console da Microsoft, então o futuro da franquia ainda é incerto. Em uma mensagem aos fãs após a compra, o CEO da Insomniac Ted Price disse que se juntar a Sony foi como voltar ao lar, e incluiu uma imagem que mostrava Sunset Overdrive, então talvez a franquia continue de alguma forma. De qualquer forma, a Sony provavelmente financiará a sequência do Homem-Aranha, já que o game foi um sucesso de crítica e comercial.

    CRÍTICA – Yesterday (2019, Danny Boyle)

    Se existe uma banda que deixou a sua marca de forma significativa na história da música, essa banda é o The Beatles. Basicamente uma unanimidade quando falamos sobre influências musicais e impacto cultural, o quarteto de Liverpool transformou a forma como entendemos a arte. Você já imaginou um mundo em que Let It Be não exista? Ou que Something não embale os corações apaixonados? Esse é o cenário que Danny Boyle criou para o seu mais novo filme: Yesterday.

    Estrelado por Himesh Patel e Lily James, Yesterday conta a história de Jack Malik (Himesh) um cantor que, quando jovem, foi considerado uma possível estrela da música durante um show de calouros em sua escola. Cantando Wonderwall do Oasis, Jack chamou a atenção de Ellie (Lily) e, desde então, a dupla tenta emplacar a carreira de Jack como um grande cantor.

    A verdade é que boa vontade e talento às vezes não é o suficiente. Em um mundo onde uma banda como The Beatles fez sucesso – meninos que, despretensiosamente, ganharam o mundo com canções de amor e positividade – é difícil, nos tempos atuais, encontrar grandes potências musicais que não possuam uma grande indústria por trás de sua carreira. E isso é algo que Jack acaba percebendo ao longo da sua trajetória na música.



    Cantando em bares, em festinhas infantis e tendo como sua grande marca a terrível Summer Song, Jack resolve abandonar a carreira e, nesse momento, algo acontece. O mundo inteiro esquece que os The Beatles alguma vez existiram – menos Jack. Lembrando mais ou menos das composições, Jack resolve pegar essas canções e dizer que são suas, realizando o sonho de se tornar grande e conhecido. Como nada vem fácil, o desenrolar da trama nos aponta as consequências de suas escolhas: da fama à vida pessoal.

    Yesterday tem todos aqueles elementos que nos mantêm entretido ao longo dos seus 117 minutos. Apesar de uma montagem por vezes não convencional, o longa entrega uma ótima homenagem ao quarteto de Liverpool, fazendo jus ao legado desses músicos que mudaram a vida de milhares de pessoas para sempre.

    Himesh Patel está super confortável no papel de Jack. Desajeitado e definitivamente sem “tempero” para ser um pop star, Patel encontra o tom do personagem nas cenas divertidas, entregando momentos interessantes. Lily James é certamente a grande atuação do longa -mesmo que sua personagem, algumas vezes, fique perdida ao longo do filme.

    O roteiro de Richard Curtis para Yesterday tem seus bons momentos, referenciando situações históricas dos The Beatles e tornando muitos fatos da carreira da banda em momentos engraçados. Há uma cena em específico, no término do longa, que aquece o coração e nos faz pensar em como as coisas poderiam ter sido diferentes no mundo. Infelizmente a grande baixa é o péssimo trabalho de Ed Sheeran como ator, que tem muito mais tempo em tela do que deveria.

    Apesar de ser um híbrido de momentos musicais com um romance, Yesterday traz questões mais amplas, sérias e importantes sobre a indústria fonográfica nos dias atuais. Questões que quem consome – e incentiva – essa indústria, muitas vezes, opta por ignorar.

    O longa dirigido por Danny Boyle é um ótimo entretenimento e te faz querer dar play naquela playlist do Spotify com os top 40 do quarteto mais amado do mundo.


    Yesterday estreia dia 29 de agosto nas salas de cinema de todo o Brasil!

    Assista ao trailer:

    Não esqueça de deixar sua avaliação sobre o filme

    Venom 2: Woody Harrelson confirma retorno na continuação

    0

    Woody Harrelson está, de fato, retornando em Venom 2. A confirmação vem do diretor de fotografia de Venom 2, Robert Richardson. O próprio Richardson confirmou isso em uma recente entrevista ao Collider.

    Na verdade, Robert Richardson havia sido escalado para The Batman de Ben Affleck, mas saiu depois que Matt Reeves (Planeta dos Macacos: A Guerra) assumiu. Durante a entrevista, Richardson admitiu que queria entrar em uma propriedade de super-heróis em algum momento, que foi o ponto principal em atraí-lo para a sequência de Venom da Sony. Na mesma entrevista, Richardson fez questão de salientar o envolvimento de Woody Harrelson como um grande incentivo para ele juntar à produção.

    “Ele [Harrelson] não foi explorado, e vai explodir, e esse filme, eu acho, vai ajudar a explodir, porque você tem um personagem central notável junto com Venom. Mas agora você tem Woody Harrelson, que obviamente fará sua própria entrada aqui, e veremos o que mais virá com a colaboração da Sony e Marvel.”

    Richardson também admite que é um grande fã da estrela de Venom, Tom Hardy, dizendo que o ator está sempre no alvo.

    “Estou ansioso para isso. É uma mudança enorme para mim, mas estou animado. Acho que Hardy é um dos nossos melhores. Ele nunca se perde. Estou tão ansioso para sentar com ele e vê-lo dar vida ao Venom.”

    Apesar de ser duramente criticado pelos críticos, Venom foi um sucesso entre os fãs. O longa de Ruben Fleischer teve 80% de Fresh Audience Score no Rotten Tomatoes. Esses mesmos fãs também deixaram seu dinheiro falar, já que o filme foi um sucesso comercial, arrecadando mais de US $ 850 milhões em todo o mundo, US $ 642 milhões dos quais vieram internacionalmente.

    Em resumo, Robert Richardson não deixou transparecer muito sobre o que os fãs podem esperar, embora ele tenha dito os planos da equipe em homenagear o trabalho feito por Matt Libatique no filme inicial – até o ponto em que os fãs podem esperar ver alguns locais familiares. O diretor de fotografia, em seguida, revelou que o cineasta Andy Serkis já começou a pré-produção do filme e planeja se juntar ao seu colega de trabalho em setembro.

    O que você achou da rápida aparição de Woody Harrelson como o serial killer Cletus Kasady? Você acha que vamos realmente ter a presença do Carnificina em Venom 2? Deixe-nos seus comentários abaixo!

    Venom 2 está agendado para outubro de 2020.

    Brasil Game Show revela agenda do BGS Meet & Greet

    A Brasil Game Show acaba de revelar uma prévia da agenda do BGS Meet & Greet, uma das atrações mais badaladas do evento, em que milhares de visitantes têm a oportunidade de ficar frente a frente com grandes ídolos do universo dos games, tirar fotos e pegar autógrafos, tudo gratuitamente. A 12ª edição da BGS será realizada entre 9 e 13 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP.

    Contando pela segunda edição consecutiva com o patrocínio da Intel, o BGS Meet & Greet ocupará uma área de 300m², por onde passarão, pela primeira vez, nomes de peso como John Romero, de DOOM e Quake, além de personalidades que já participaram de edições anteriores da Brasil Game Show, como Charles Martinet, dublador de Mario, icônico personagem da Nintendo; Yoshinori Ono, produtor de Street Fighter, e Shota Nakama, criador da Video Game Orchestra, que este ano se apresentará com sua banda em dois dias do evento.

    Também estarão no BGS Meet & Greet: Al Lowe, de Leisure Suit Larry, e Howard Scott Warshaw, criador de E.T., influenciadores como The Darkness, e o time de Counter Strike: Global Offensive (CS:GO), da Vivo Keyd.

    Até o início do evento, a agenda do BGS Meet & Greet pode ser atualizada.



    Abaixo, a programação parcial do palco 1 do BGS Meet & Greet:

    Quarta-feira (9/10)

    14h – Shota Nakama, criador da Video Game Orchestra

    15h – Yoshinori Ono, produtor de Street Fighter

    16h – Al Lowe, programador de Leisure Suit Larry

    Quinta-feira (10/10)

    13h – Charles Martinet, dublador de Mario, icônico personagem da Nintendo

    14h – Charles Martinet, dublador de Mario, icônico personagem da Nintendo

    15h – Howard Scott Warshaw, criador de ET

    16h – Shota Nakama, criador da Video Game Orchestra

    17h – Yoshinori Ono, produtor de Street Fighter

    Sexta-feira (11/10)

    13h – Howard Scott Warshaw, criador de ET

    15h – John Romero, criador de DOOM e Quake

    16h – Shota Nakama, criador da Video Game Orchestra

    19h – Charles Martinet, dublador de Mario, icônico personagem da Nintendo

    Sábado (12/10)

    14h – Al Lowe, programador de Leisure Suit Larry

    15h – John Romero, criador de DOOM e Quake

    16h – Shota Nakama, criador da Video Game Orchestra

    17h – Howard Scott Warshaw, desenvolvedor do game E.T.

    Domingo (13/10)

    13h John Romero, criador de DOOM e Quake

    14h – Howard Scott Warshaw, desenvolvedor do game E.T.

    15h – Al Lowe, programador de Leisure Suit Larry

    16h – Shota Nakama, criador da Video Game Orchestra

    Abaixo, a programação parcial do palco 2 do BGS Meet & Greet:

    Quarta-feira (9/10)

    14h – Charles Martinet, dublador de Mario, icônico personagem da Nintendo

    17h – Patife, influenciador convidado pelo Intel

    18h – Fluyr, influenciador convidado pela Intel

    Quinta-feira (10/10)

    14h – Fluyr, influenciador convidado pela Intel

    15h – Al Lowe, programador de Leisure Suit Larry

    Sexta-feira (11/10)

    13h – Charles Martinet, dublador de Mario, icônico personagem da Nintendo

    14h – Charles Martinet, dublador de Mario, icônico personagem da Nintendo

    15h – Al Lowe, programador de Leisure Suit Larry

    16h – Yoshinori Ono, produtor de Street Fighter

    17h – Gabriela Zambrozuscki, influenciadora convidada pela Intel

    20h – The Darkness, influenciador convidado pela Intel

    Sábado (12/10)

    14h – Vivo Keyd, equipe de eSports de CS:GO convidada pela Intel

    15h – Yoshinori Ono, produtor de Street Fighter

    18h – The Darkness e Nicole Diretora, influenciadores convidados pela Intel

    Domingo (13/10)

    17h – Milena Esquierdo, influenciadora convidada pela Intel

    18h – RIKEditor, influenciador convidado pelo Intel

    *A programação está sujeita a alterações.



    Serviço – BGS 2019

    Quando: 09 a 13 de outubro (1º dia exclusivo para imprensa e negócios)

    Onde: Expo Center Norte

    Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo/SP

    Horário: 13h às 21h

    Ingressos

    5º lote (até 6/9)

    Individual: R$ 105,00 (ingresso válido para um dia de evento aberto para público – 10, 11, 12 (esgotado) ou 13 de outubro) – 19% de desconto.

    Passaporte: R$ 315,00 (acesso a todos os dias de evento abertos ao público – 10, 11, 12 e 13 de outubro) – 19% de desconto.

    Premium: R$ 649,00 (acesso a todos os dias de evento, incluindo o dia exclusivo para imprensa e business – 9,10, 11, 12 e 13 de outubro). No dia 9/10, a entrada será permitida a partir das 15h, e nos dias abertos ao público a partir das 12h. O ingresso Premium também permite o acesso diferenciado e sem fila – 18% de desconto.

    Business: R$ 649,00 (acesso a todos os dias de evento, incluindo o dia exclusivo para imprensa e business – 9,10, 11, 12 e 13 de outubro). Em 9/10, a entrada será permitida a partir das 15h, e, nos dias abertos ao público, a partir das 12h por entrada diferenciada. O ingresso também dá acesso à área B2B – 18% de desconto.

    Para mais informações sobre a Brasil Game Show, acesse: www.brasilgameshow.com.br

    Sintonia: “A favela venceu!”

    Sintonia é a nova produção nacional da Netflix que acompanha três amigos de infância: Nando (Christian Malheiros), Doni (MC Jottapê) e Rita (Bruna Mascarenhas).

    Nascidos e criados na realidade da “quebrada” paulistana, eles lutam diariamente para conquistarem seus sonhos, porém em caminhos completamente diferentes – Doni sonha em se tornar um cantor famoso de funk; Rita trilha seu caminho na igreja evangélica; já o Nando vai ganhando ascensão no mundo do crime organizado e do tráfico – mas, acima de tudo, a amizade entre os três prevalece e é um dos pontos mais altos da primeira temporada.

    IDEALIZAÇÃO DO PROJETO, INSPIRAÇÃO E DIREÇÃO

    A série foi idealizada por KondZilla – quem não acompanha o mundo do funk talvez não tenha ouvido falar dele antes. Esse é o nome artístico do produtor Konrad Cunha Dantas, que começou dirigindo clipes e hoje é um dos mais bem-sucedidos empresários do gênero, que começou na periferia e abalou o país. Além disso, seu canal no Youtube é o maior do Brasil, com quase 51 milhões de inscritos, na frente de YouTubers conhecidos, como Whindersson NunesFelipe Neto.

    Kond é o criador, produtor executivo e também dirigiu alguns episódios de Sintonia. Ele contou com a parceria de Guilherme Quintella e Felipe Braga para fazer o projeto avançar. Com produção de Losbragas (formada por Alice Braga, Felipe Braga e Rita Moraes), a primeira temporada tem 6 episódios de mais ou menos 40 minutos cada um.

    Entre os diretores que inspiraram o diretor no processo de criação da série estão: José Padilha (Tropa de Elite), Kátia Lund (Cidades dos Homens) e Luiz Bolognesi (Uma História de Amor e Fúria).

    Sintonia se destaca muito por conta da direção – que não impecável, mas acerta bastante. As escolhas de câmera são muito bem feitas e os planos utilizados nunca se tornam cansativos. Existe uma estética de videoclipe de funk em alguns momentos – o que já era esperado –, no entanto isso fortalece ainda mais a ideia do criador de se aproximar de um público específico.

    O roteiro tem acertos – falarei mais a respeito a seguir –, porém, infelizmente, ele peca em algumas escolhas que acaba deixando a série sem um foco. Além disso, a falta de consequências para determinadas ações tomadas pelos personagens prejudicam um pouco a série.

    Outro problema é a escolha narrativa adotada em alguns momentos que se assemelha muito com as narrativas de novelas, onde um personagem precisa expor através de diálogos algo que é óbvio.



    UM OLHAR DA FAVELA DE DENTRO PARA FORA: FUNK, IGREJA E TRÁFICO

    Inicialmente, a ideia do KondZilla era desenvolver um curta-metragem sobre três amigos que se esforçavam para comprar um tênis de R$ 1.000,00. No entanto, quando ele se juntou com os produtores foi decidido que o melhor era fazer uma série sobre esse universo pouco falado e retratado, e de pessoas pouco representadas.

    KondZilla nasceu e cresceu na periferia do Guarujá, em São Paulo, assim como a maioria dos atores que também são de origem periférica. Isso torna Sintonia uma série que apresenta um olhar da favela de dentro para fora. Não é algo feito por alguém que nunca vivenciou aquela realidade, muito pelo contrário.

    A história de Sintonia explora a interconexão da música, tráfico de drogas e religião, narrados do ponto de vista de pessoas diferentes. Felizmente, a equipe responsável pelos roteiros conseguiu construir algo surpreendente.

    A produção tem uma sensibilidade que acaba quebrando alguns estereótipos, como o do MC, o da pessoa da igreja e até mesmo o do criminoso. Isso acontece por conta da abordagem humana que é feita dos personagens, que têm camadas e não são definidos apenas como o funkeiro, a evangélica ou o traficante; vai muito além.



    PERSONAGENS

    Da esquerda para direita, Nando (Christian Malheiros), Doni (MC Jottapê), Rita (Bruna Mascarenhas).

    Alguns dos pontos mais altos de Sintonia são os personagens e a relação de amizade entre o trio protagonista que é bastante convincente e um dos maiores acertos do roteiro.

    Christian Malheiros (Sócrates) dá vida ao Nando, um rapaz forte, estratégico, que precisou amadurecer cedo e aprendeu a sobreviver naquele meio. Ele é casado, tem uma filha para criar e viu no tráfico uma maneira de ascender e dar uma vida melhor para a família. O ator injeta muita sagacidade no personagem e consegue, aliado ao texto, tornar Nando uma pessoa com a qual o telespectador pode se identificar em vários momentos, principalmente se você for negro e da periferia.

    MC Jottapê (O Menino da Porteira) interpreta Doni, um garoto que tem o sonho de viver da música, porém a família dele não compartilha dessa mesma vontade. Dos três protagonistas ele é o que teve uma melhor estrutura familiar e exatamente isso acaba tornando-o uma pessoa muitas vezes mimada e inconsequente, mas o personagem não se resume a isso. Em um dos momentos mais fortes da história, o ator precisa colocar bastante emoção na atuação, resultando na cena com maior carga dramática do programa.

    Bruna Mascarenhas vive a Rita, uma mulher independente –  devido a uma família problemática -, forte, que assim como Nando, precisou amadurecer cedo. A atriz teve apenas duas semanas para se preparar para interpretar a personagem, e ela se saiu muito bem. O arco dela é um dos que mais poderia ser afetado no que diz respeito à aceitação e identificação do público, porém o roteiro e o ótimo trabalho da atriz conseguem “burlar” isso, sem precisar apelar para algo estigmatizado.

    São personagens diferentes que estão em busca de seus sonhos e o que os unem além da amizade é o desejo de encontrar seu lugar no mundo.

    É válido ressaltar que o elenco é formado integralmente de talentos desconhecidos do público da televisão. Alguns dos atores são ex-detentos formados em um curso de teatro dentro da Penitenciária Desembargador Adriano Marrey, que fica em Guarulhos, São Paulo. O grupo de traficantes que aparecem nas reuniões do crime é interpretado por pessoas que fizeram parte desse projeto, reforçando mais uma vez o poder da arte e da cultura na vida das pessoas.

    As cenas dessas reuniões mostram o talento desses atores, eles conseguem passar muita veracidade através dos diálogos e da tensão, um ótimo trabalho que deve sim ser reconhecido.



    TRILHA SONORA

    A trilha sonora de Sintonia foi produzida pelo Tropkillaz, que também assina a música instrumental da série, e conta com bastante funk, como hits dos MCs Hollywood, Kekel, Kevinho, o rapper Hungria, entre outros.

    Temos também as três músicas do MC Doni, Te Amo Sem Compromisso, que já bateu mais de 11 milhões de visualizações e é um hit absoluto, Passei de Nave e Não Vai Ser Fácil.

    A playlist completa está disponível em todas as plataformas digitais para você conferir e ficar viciado. Corre lá!

    POR QUE É UM EQUÍVOCO DIZER QUE SINTONIA ROMANTIZA A VIDA NA FAVELA E O TRÁFICO

    É indiscutível que Sintonia toca em temas sensíveis e que isso, na maioria das vezes, levanta polêmicas na internet e fora dela. Com o lançamento da série no dia 9 de agosto, começaram surgir comentários sobre uma possível romantização da vida na favela e sobre o estereótipo do negro que vive na “quebrada”.

    Os atores Christian Malheiros e Bruna Mascarenhas falaram a respeito disso em entrevistas.

    Para o MDEMULHER, Malheiros declarou:

    “Romantiza quem tem um olhar podre e estereotipa quem não entendeu nada do que a gente está falando. Porque a gente está trazendo pessoas reais para cena, não um estereótipo, não está defendendo o bandido. Eu não sou a favor do crime, mas eu entendo porque aquele cara está no crime. É entender para transformar.”

    Mascarenhas disse o seguinte para o GQ:

    “[…] Precisamos encarar a realidade com muito pé no chão, sem preconceitos, para aí sim mudarmos realmente o panorama. É essencial que possamos retratar o tráfico sem endeusar ou maquiar nada. E não só o tráfico, mas o que vem por trás dele. Não podemos esquecer da milícia, todo um jogo de interesse que tem por trás desse falso moralismo de que bandido bom é bandido morto. Enquanto a gente não enxergar por todos os lados, as coisas nunca vão mudar – ou talvez mudem, mas não para todos. Ter a oportunidade de mostrar isso numa plataforma como a Netflix, que alcança 190 países, é quase um ato de resistência. Vide o momento do nosso país.”

    Durante a produção, Paulo Bronks, homem da periferia que atua na série e é uma figura muito conhecida na internet e na cena do funk, teve um papel importante como consultor de roteiro. Cuidados como esse serviu exatamente para não ter um resultado final repleto de clichês e estereótipos – como já vimos bastante em outras mídias que retratam essa realidade.



     “A FAVELA VENCEU!”

    Sintonia busca se conectar com o comportamento do jovem da favela e faz isso muito bem. O que não seria possível sem a visão do KondZilla e o seu lema “a favela venceu!”.

    O lema, que direciona e inspira seus negócios, surgiu depois de assistir ao documentário Reincarnated, do rapper norte-americano Snoop Dogg em sua guinada para o reggae. Na reflexão de Dogg, o reggae é um estilo que fala de um povo que luta. E há muito mais pessoas que lutam do que vencem.

    Em entrevista para o site Glamurama, Kond falou:

    “Eu acredito que ao projetar a vitória fica mais fácil vencer. Foi daí que surgiu o lema, para que as pessoas acreditem que irão vencer.”

    Ao criar uma série que fala sobre sonhar e correr atrás de seus objetivos, ele reforça ainda mais esse lema incentivando mais pessoas.

    KondZilla fala sobre a série e o sonho de criar e dirigir uma ficção:

    https://www.instagram.com/p/BohCqdRF5MC/

    Sim, Kond, a favela venceu!

    Não julgue Sintonia erroneamente por conta da temática – funk, periferia, tráfico e igreja –, pois esse é mais um produto audiovisual nacional de muita qualidade, não deixe isso passar despercebido, não no momento em que estamos vivendo uma gigantesca desvalorização da nossa cultura.

    Confira o trailer:

    Todos os episódios de Sintonia estão disponíveis na Netflix. Ainda não foi confirmada uma segunda temporada, mas o final da primeira deixa tudo preparado para uma possível renovação. Ademais, essa história tem bastante potencial e merece continuar sendo contada.

    Já assistiu a série? Deixe seus comentários e sua avaliação.