Maboroshi, no título em inglês Alice to Therese no Maboroshi Koujou é um longa-metragem animado do Studio Mappa e uma produção original Netflix, estúdio responsável por adaptações de mangá como Jujutsu Kaisen, Attack on Titan e muitas outras. Na história da animação, acompanhamos a história do jovem Masamune e de seus amigos, que após testemunharem um acidente na usina da cidade, veem suas vidas transformadas para sempre. Enquanto abordam fanatismo religioso, estranhezas ligadas ao isolamento e conta com uma narrativa única, o longa apresenta tópicos incômodos, por serem bizarros e indigestos, e mostra que o plano de fundo poderia ser outro que não uma narrativa bizarra e confusa.
Quando um acidente da usina causa um grande estrondo, o céu da cidade parece rachar. A única coisa que parece fazer essas rachaduras fecharem são as fumaças em formato de dragão que parecem fluir da usina em direção à elas.
SINOPSE
A explosão de uma fábrica deixa uma cidadezinha congelada no tempo. Agora, o adolescente Masamune e seus amigos precisam se adaptar a essa realidade.
ANÁLISE
Ainda que a sinopse da Netflix faça um bom trabalho nos preparando para o que vem por aí – o que é raro, pois quase sempre entregam todo o enredo das tramas – ouso dizer que a classificação indicativa do filme de 12 anos é um erro. Não apenas por normalizar elementos como a sexualização de adolescentes por outros adolescentes, como também por nos lançar em elementos incômodos da vivência destes.
Masamume, que perdeu o pai após os acontecimentos na usina da cidade é criado por sua mãe, seu tio e seu avô. Como um adolescente naturalmente estranho dada sua idade, ele e seus amigos passam a ver que aquele mundo possui problemas além dos que naturalmente existem para indivíduos nesta faixa etária.
Enquanto precisa lidar com a possibilidade de não envelhecer, ou nunca mais se ver livre, sua relação com aquele mundo muda quando uma das crianças de sua escola desaparecer diante dos seus olhos.
Como um recorte de mundo em que bizarrices ocorrem o tempo todo, a interação e os claros problemas de relação interpessoais me causam um desconforto à todo tempo. Não apenas pelo longa analisar a ótica daqueles personagens ante um fato completamente único, mas também por não parecer saber onde quer chegar com sua história, a animação conta com uma história confusa e truncada. E que nela, o diretor não parece ter o intuito de oferecer nenhuma clareza em relação à sua história ou seu enredo.
Quando analisamos o visual da história e a animação, ela se mostra única e brilhante. Mas a forma dos jovens agir em uma época tão confusa, é horrível e incômoda. Não apenas por como eles lidam com sua sexualidade, como também por como eles nos fazem entender como eles lidam com isso tudo em meio ao simples fato de estarem preso no tempo.
Quando fanáticos religosos tomam o palco, tudo muda de figura e o que até então é “sabido” sobre os acontecimentos do filme, não passam de uma enganação. Ou seja, o “congelamento no tempo” tem muito mais do que entendemos ou sabemos.
VEREDITO
Enquanto conta uma história curiosa, acredito que os diretores Mari Okada, Seimei Kidokoro pudessem ter escolhido um pouco melhor o pano de fundo para as histórias que queriam contar. Não apenas por poder nos lançar em um núcleo mais maduro, ou deixar elementos bizarros de fora da equação. Isto, pois dada a complexidade do filme, o entendimento dos acontecimentos por um público mais jovem é quase impossível.
Ou seja, ver como um adulto a relação entre adolescentes e suas descobertas são incômodas e fogem do que era de se esperar em uma trama quase de sci-fi. Sem explicações científicas ou um embasamento, a história nos guia apenas por como aqueles personagens veem sua realidade. Os incômodos frequentes vem do longa não ser um filme infantojuvenil, não possuir uma linguagem adequada e tampouco transmitir o que se é esperado das relações interpessoais.
Quando qualquer fator relacionado à explicação é mencionado, o longa é encaminhado para o filme. Sendo forte, pouco identificável, Maboroshi perde a oportunidade de ser uma incrível animação. Sendo apenas um longa esquecível e incômodo, o longa falha em tentar replicar o sucesso que Your Name fez, mas em diferentes aspectos e deixa a desejar quando seu fim chega.
Fevereiro já está chegando e nada melhor que ficar por dentro dos próximos lançamentos Netflix: Conheça os filmes, séries, documentários e animes que chegarão ao catálogo da gigante do streaming.
Veja abaixo a lista completa com os lançamentos Netflix:
SÉRIES
Dia 2 – Minha Vez de Amar – T1
A vlogger Chu Ai usa seu canal para falar abertamente sobre sexo. Mas, na vida real, o assunto é muito mais difícil de lidar.
Dia 8 – Um Dia – Minissérie
Após passarem a noite de formatura juntos, Emma e Dexter seguem caminhos diferentes, mas suas vidas continuam interligadas. Baseada no livro de David Nicholls.
Dia 9 – A Killer Paradox – T1
Quando uma morte acidental leva a outra, um universitário se envolve em um jogo de gato e rato com um detetive obstinado.
Dia 9 – Machos Alfa – T2
Nada muda do dia para a noite. Por mais que tentem, estes quatro amigos acabam causando confusões na vida profissional, familiar e sexual.
Dia 14 – Bom Dia, Verônica – T3
Em busca de justiça, Verônica forma alianças improváveis e descobre a verdade sobre seu passado nesta temporada final de tirar o fôlego.
Dia 14 – Casamento às Cegas – T6
Em Charlotte, este grupo de solteiros agita a busca pelo grande amor embarcando em uma jornada de romance e auto descoberta por quatro semanas.
Dia 15 – AlRawabi School for Girls – T2
Na exclusiva Escola para Garotas AlRawabi, um novo ano significa uma nova turma, novas regras e, claro, novas rainhas da popularidade.
Dia 15 – Batalha das Solteiras – T1
Em um universo em que a população masculina está cada vez mais escassa, uma jovem comum participa de uma competição de namoro patrocinada pelo governo.
Dia 15 – House of Ninjas – T1
Anos depois de se aposentar da incrível vida ninja, uma família problemática precisa voltar à ativa para combater uma série de ameaças.
Dia 22 – Avatar: O Último Mestre do Ar – T1
Água, Terra, Fogo e Ar. Há muito tempo, essas quatro nações viviam em completa harmonia, mas tudo mudou. Uma série live action baseada na famosa animação.
Dia 28 – Rojst: Milênio – T1
Perto do ano 2000, as autoridades investigam um assassinato, um esqueleto encontrado na floresta de Gronty e uma série de sequestros terríveis.
FILMES
Dia 13 – Me Mate, Querido
Um casal com um relacionamento complicado acaba tirando a sorte grande quando ganha na loteria. E decidem ficar juntos, mas só até que a morte os separe.
Dia 14 – Agência do Amor
Um jornalista cético aceita participar de uma terapia para corações partidos em prol de uma reportagem, mas acaba abrindo o coração para a terapeuta.
Dia 14 – Jogos de Amor
Uma jornalista esportiva cheia de estratégias de sedução acaba se apaixonando por um de seus alvos. Será que agora ela vai levar o jogo do amor a sério? Gina Rodriguez, Damon Wayans Jr. e Tom Ellis (“Lucifer”) estrelam essa comédia romântica dinâmica.
Dia 23 – Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos
Mesmo saindo com outras pessoas, Raquel e Ares não conseguem virar a página. Será que eles vão encarar as pressões familiares e ficar juntos no capítulo final da trilogia?
Dia 23 – Mea Culpa
Depois de pegar o caso de um artista acusado de assassinato, uma advogada criminalista precisa escolher entre a família, as obrigações e o desejo. Estrelado por Kelly Rowland e Trevante Rhodes, este suspense romântico e sedutor tem roteiro, direção e produção de Tyler Perry.
Dia 28 – Code 8: Renegados – Parte II
Em um mundo em que as pessoas com superpoderes vivem vigiadas e oprimidas, um ex-criminoso e um traficante se unem para salvar uma adolescente das garras de um policial corrupto. Robbie Amell e Stephen Amell voltam a trabalhar juntos neste filme dirigido por Jeff Chan.
O Sunderland só quer um pouco de estabilidade, mas um novo técnico é convocado para tirar o clube da League One e subir de divisão.
Dia 16 – Einstein e a Bomba
O que aconteceu depois que Einstein fugiu da Alemanha nazista? Com imagens de arquivo e as palavras dele, este drama documental mergulha na mente do gênio.
Dia 23 – F1: Dirigir para Viver – T6
Em uma temporada implacável de Fórmula 1, pilotos, gestores e donos de equipes vivem grandes emoções dentro e fora das pistas.
Dia 28 – Conspiração Americana: Os Crimes da Octopus
Em busca da conspiração política do século, o jornalista Danny Casolaro acaba morto na banheira de um hotel em West Virginia. Seus amigos e familiares ficaram encarregados de terminar a investigação que ele começou: um caso que conecta softwares de espionagem roubados do governo, o nascimento da era da vigilância digital, a testagem de armas não regulamentadas, uma cadeia de assassinatos não resolvidos e a vitória emblemática de uma pequena tribo da Califórnia que instituiu cassinos indígenas nos EUA. Casolaro acreditava que esse caso reescreveria os últimos 30 anos de história do país.
No vasto universo dos quadrinhos da Marvel Comics, poucos personagens têm cativado os leitores tanto quanto X-23. Sua história intricada e complexa, permeada por elementos de tragédia, experimentação genética e autodescoberta, a transformou em uma das heroínas mais fascinantes e resilientes da mitologia dos mutantes.
Para aqueles que desejam explorar os contornos profundos de sua história, selecionamos cinco histórias essenciais que oferecem uma visão abrangente de sua jornada emocional e suas incríveis habilidades. Através de cada trama, presenciamos não apenas as proezas de suas habilidades letais, mas também os dilemas éticos, as conexões emocionais e as escolhas que moldaram a trajetória única de X-23 no Universo Marvel.
X-23: Inocência Perdida
A narrativa desvela a cruel experimentação genética do Projeto Arma X, revelando não apenas a natureza brutal de sua criação, mas também os desafios emocionais enfrentados por Laura Kinney ao tentar entender sua própria identidade. Ao longo dessa jornada, testemunhamos a evolução de X-23 de uma arma viva para uma lutadora em busca de autonomia e propósito.
X-23: Alvo X
“Alvo X” continua a história de X-23 após sua fuga do complexo da Arma X. Este arco expande ainda mais as complexidades da personagem, mostrando suas lutas para se adaptar a um mundo exterior desconhecido. O enredo destaca não apenas as habilidades mortais de Laura, mas também seu lado humano enquanto ela enfrenta dilemas éticos e tenta encontrar seu lugar em um mundo que muitas vezes a vê como uma ameaça.
X-Men: Operação Tolerância Zero
“Operação Tolerância Zero” coloca X-23 no centro de uma equipe de elite mutante. Neste arco, ela se destaca como uma força formidável na luta contra ameaças mutantes. A história explora não apenas suas habilidades letais, mas também as relações dinâmicas que ela desenvolve com outros membros da equipe, revelando seu papel crucial na proteção da comunidade mutante.
Novíssima Wolverine Vol. 1
Após a morte de Wolverine, X-23 assume o manto icônico neste arco emocionante. “As Duas Mortes de Wolverine” apresentam Laura Kinney tentando honrar o legado de Logan enquanto enfrenta desafios únicos. Ao adotar o título de Wolverine, ela não apenas enfrenta ameaças físicas, mas também descobre mais sobre si mesma, formando laços significativos e continuando a explorar a complexidade de sua própria identidade.
Laura contará com a ajuda dos novos amigos Doutor Estranho e a Vespa, e novos inimigos letais como o Capataz.
Novíssima Wolverine – Vol. 2: Guerra Civil II
Integrando-se aos eventos de Guerra Civil II, “As Sete Lápides” explora a resposta de X-23 aos acontecimentos da trama. Este arco não só destaca suas habilidades em meio a um conflito entre super-heróis, mas também examina as implicações éticas de suas escolhas em um mundo marcado por dilemas morais.
O terror tem vários mestres e um de seus mais emblemáticos diretores éJohn Carpenter e no dia 16 de Janeiro comemorou 76 anos de idade. John Howard Carpenter nasceu em Carthage, Nova Iorque em 1948 e se formou na Escola de Artes Cinematográficas em 1971 na Universidade do Sul da Califórnia. Se consagrou pelas décadas, principalmente nos anos 70 e 80 ao dirigir clássicos como Halloween – A Noite do Terror (Halloween – 1978),Eles Vivem (They Live – 1988), Fuga de Nova Iorque (Escape from New York – 1981), e seus mais emblemático filme O Enigma de Outro Mundo (The Thing – 1988).
Podemos entender o fazer cinematográfico de John Carpenter de uma forma singular, onde ele explora ao extremo as dificuldades do baixo orçamento e fazendo disso de uma forma não proposital de trunfo, criando contextos e obras com pouco.
A dinâmica narrativa direta e a dissociação de perspectivas transpassam as suas tramas, histórias que falam sobre personagens excluídos e estranhos da sociedade, com inserção de traços de dor e violência apenas quando tal recurso se faz extremamente necessário.
John conhecido por inquietar, mesmo em seus filmes estruturalmente mais irregulares, o diretor é reconhecido por resgatar e revitalizar elementos clássicos de suas bases. E para além das câmeras ele roteiriza e compôs várias trilhas sonoras de suas obras, colocando um tom de suspense e melancolia dançante, sendo hoje em dia inspirações para artistas do synthwave, sem falar das cores de seus filmes, indo de uma coloração comum para um tom neon berrante evidenciando o perigo próximo. E sem mais delongas, falarei hoje de um de meus filmes favoritos do diretor, falarei de À Beira da Loucura (In the Mouth of Madness – 1994).
SINOPSE
O investigador John Trent (Sam Neill) é contratado para achar Sutter Cane (Jürgen Prochnow), um escritor de histórias de terror que, após terminar seu último livro, misteriosamente desapareceu. Mesmo desconfiando que isso não passa de uma jogada publicitária, aceita o trabalho. Passa a ler seus livros, procurando pistas da cidade onde Cane possa estar escondido, mas estes livros são macabros e, após sua leitura, as pessoas agem de um modo bem estranho.
ANÁLISE
Na literatura, uma das mentes mais influentes (e problemáticas) quando se fala em terror e horror é H.P. Lovecraft. Seu trabalho explorando o medo diante desconhecido e das sutilezas do estranhamento humano sobre aquilo que lhe amedronta, misturando conceitos do ocultismo e ficção científica vem inspirado inúmeros artistas, trazendo novas abordagens para o gênero. Um dos subgêneros mais interessantes que surgiram é o terror cósmico, que vai além dos elementos comuns do terror para nos aterrorizar com o senso de desamparo e insignificância diante de eventos de escala grandiosa, maiores até mesmo que a matéria comum, onde o estranho e o além podem vir de outros mundos.
Michael De Luca, o roteirista de “A Beira da Loucura”, foi inspirado pelo trabalho de Lovecraft ao compor esta obra. John Carpenter, conhecido por explorar o medo alienígena em filmes como “O Enigma de Outro Mundo”, traz agora um fenômeno cósmico que remete ao terror mais tradicional. O filme abraça o horror existencial para falar sobre a relação entre a crença e a concepção da realidade.
O filme conta a história de um investigador contratado por uma editora para descobrir o paradeiro de um famoso escritor chamado Sutter. Às vésperas do lançamento de seu último livro, Sutter desapareceu, deixando a editora onde publicava em intenso frenesi, pois eles ainda não tinham o final da história. O investigador, chamado John Trent (Sam Neil), embarca em uma jornada que vai além de sua compreensão, transformando sua percepção sobre o mundo ao seu redor.
John é inicialmente apresentado como um homem centrado e seguro de si, alguém tão bom em seu trabalho que tinha total liberdade sobre sua própria realidade. Entretanto, à medida que ele se envolve na investigação, ele vai se tornando cada vez mais imerso em sua própria loucura. Sutter Kane, o escritor desaparecido era um fenômeno literário, e talvez o roteiro quisesse colocar em Kane um ar de Stephen King, aliás os dois têm as iniciais com as mesmas letras.
Ao decorrer da narrativa, pessoas que viviam fora da realidade, imersas em suas narrativas de fantasia, e apresentavam traços de paranoia e agressividade começaram a ser afetadas tanto pelo desaparecimento do escritor quanto por seus livros. O sumiço de Kane às vésperas do lançamento de seu novo livro era algo alarmante.
John começa a analisar os livros anteriores de Kane em busca de pistas e logo percebe que as capas dos livros contêm linhas que, quando unidas, indicam uma localização desconhecida. Ele acredita que esta seja a pista para encontrar Kane e parte para esse lugar junto com a editora de Kane, Linda Styles.
A viagem de John o leva a uma cidade fictícia onde aconteciam as histórias de Kane. A princípio, John acredita que tudo não passa de uma encenação, uma armação para promover o livro e levar os fãs a gastarem dinheiro naquela cidade habitada por atores vestidos como as criaturas de Kane. Porém, logo ele percebe que a realidade vai além da encenação.
À medida que a trama se desenvolve, o protagonista percebe que a realidade está se desfazendo. Ele descobre que todos os grandes pesadelos descritos por Kane são reais e que ele está prestes a trazer ao mundo o final do seu novo livro, uma obra poderosa capaz de impactar a realidade.
VEREDITO
A forma de guiar a trama que Carpenter escolhe para narrar a película é perspicaz, se utilizando de uma confusão narrativa brusca, onde muitos espectadores podem achar um filme quebrado, na realidade nos demonstra um pouco da visão e insanidade do protagonista, tentando mostrar o quão louco ele está.
Os efeitos visuais utilizando efeitos práticos são extremamente criativos, criando cenários e monstros que rompem a realidade, mas não é um dos melhores trabalhos da equipe da Industrial Light & magic, deixando as criaturas com uma estética muito elástica, só que direção é ágil em conseguir mascarar esses problemas, e sendo sincero, isso deixa o visual dos seres próximos do vale da estranheza.
“A Beira da Loucura” é um filme atmosférico que utiliza elementos visuais para transmitir o terror cósmico. Desde a sinistra viagem pela estrada até as criaturas bizarras que aparecem ao longo do filme, nota-se a atenção aos detalhes e ao simbolismo. A trilha sonora, composta por John Carpenter, Jim Lang e David Davis da banda The Kings, complementa perfeitamente a atmosfera do filme.
O filme é uma grande homenagem ao estilo de horror de Lovecraft, tanto que seu título original, “In the Mouth of Madness”, remete diretamente a uma das histórias mais populares do autor, “Nas Montanhas da Loucura”. A obra de Carpenter retrata o fim do mundo diante de forças que colocam a humanidade em uma posição de insignificância. É uma história que explora o terror, colocando seus personagens em situações de isolamento e desamparo.
“A Beira da Loucura” é uma viagem alucinante para quem aprecia o bom e velho terror cósmico. O filme aborda a relação entre a crença e a concepção da realidade, levando o espectador a questionar sua própria percepção do mundo. No final, somos confrontados com a ideia de que talvez não estejamos no controle de nossas ações, mas sim inseridos em uma narrativa maior definida por algo inimaginável.
Nossa nota
4,3 / 5,0
Confira o trailer do longa:
À Beira da Loucura pode ser assistido no Prime Video e no Apple TV+.
Estrelado por Eric Bana e Joel McHale, Livrai-nos do Mal nos lança pela história do detetive Ralph Sarchie, que quase sempre é guiado por uma espécie de “radar,” que o leva a quase sempre atender chamados terríveis. Após um caso envolver o assassinato de uma criança, estranhos chamados começam a acontecer na cidade. Dirigido por Scott Derickson, o longa de horror conta com muito terror corporal, gore e elementos que vão deixar os mais fracos nauseados.
Ao longo de seus quase 120 minutos, percorremos um mundo repleto de de um horror antigo, contigo apenas em alguns dos piores pesadelos que alguém poderia ter.
Enquanto o longa avança, Sarchie precisa encontrar algo além das suas crenças que o faça acreditar que os terrores que se desenrolam diante de seus olhos são reais. Ou pelo menos tão reais quanto parecem ser.
SINOPSE
O policial Ralph Sarchie (Eric Bana) tem uma intuição especial, que sempre o leva a combater casos extremos e perigosos. Em uma mesma semana ele se depara com um bebê jogado no lixo e uma mãe que atira seu filho na jaula dos leões em um zoológico. Intrigado pelos acontecimentos, ele começa a investigar as pessoas responsáveis, suspeitando que alguma força sobrenatural esteja por trás das histórias. Com a ajuda de um padre especializado em demonologia, Sarchie descobre uma verdade assustadora, muito além do seu mundo cético e racional.
ANÁLISE
O horror parte do princípio de brincar com o mais terrível que acreditamos, ou que está no limiar entre o acreditar e o mais terrível ceticismo. Enquanto nos envereda por um mundo e sequências escuras, o longa brinca sempre com as nossas expectativas, de que algo virá da escuridão das cenas. Ao romantizar os terrores da guerra com um twist, o longa nos apresenta elementos muito mais fantásticos que reais e críveis.
Quando terríveis acontecimentos começam a se desenrolar diante dos olhos de Sarchie, seu ceticismo precisará ser deixado de lado a fim de chegar ao fundo de tudo que existe de ruim nesta história.
Distante de subverter o gênero de horror, ao colocar um cético no papel principal da trama, o longa coloca essa subversão em nossas expectativas. Além de Bana e McHale, o longa de 2014 coloca no papel da criança assombrada a jovem Lulu Wilson, estrela de filmes como Ouija: Origem do Mal, Annabelle: A Criação, Becky e outros. A jovem atriz entrega uma atuação absurda e ao lado dos outros atores, nos levam por essa jornada de terrível perseguição.
VEREDITO
Ao nos jogar em uma terrível história Scott Derickson encaminha sua direção por um caminho que não parece ter volta. Causando terríveis incômodos e nos fazendo entender que este mundo vai além do que podemos compreender em um primeiro momento. As atuações e expressões de Sean Harris (Missão Impossível: Nação Fantasma) nos levam a um novo nível de estranheza. Colocando os espectadores quase sempre em sequências que nos deixam sem chão, somos lançados pelo terror mais horrível e cru, que apenas estes são capazes de nos fazer sentir um verdadeiro incômodo do início ao fim.
Livrai-nos do Mal assusta, diverte e nos lança por um mundo terrível, nos fazendo ficar na beirada da cadeira o tempo todo. O filme completa 10 anos em 2024 e se mostra como um dos mais poderosos thrillers de possessão demoníaca já lançados. Sendo extremamente impactante. O longa estrelou na minha lista de sugestões da Netflix há algumas semanas e foi reassistido por esse que vos escreve após muitos anos.
Enquanto se aproxima mais dos títulos em que coloca Kiryu como seu protagonista, Like a Dragon: Infinite Wealth nos lança por desafios curiosos e aventuras semelhantes às que apenas Ichiban Kasuga já havia vivido. Ao passo em que deixa a dramaticidade para a linha principal da franquia, Infinite Wealth brinca, subverte diferentes gêneros em um RPG, o que era um game de ação e aventura ganha tons cômicos e não desafia, apenas diverte.
Sendo recompensador à sua maneira, Like a Dragon: Infinite Wealth nos faz entender que seu mundo fantástico e as aventuras que Ichiban precisa enfrentar nessa nova empreitada pós dissolução da Yakuza, o levará por caminhos que talvez não tenham volta. Mas não para apenas ele, como para Kazuma Kiryu e toda sua party.
Com um destaque muito maior para personagens secundários e terciários, estes, agora nos levarão por aventuras e ganharão uma maior profundidade do que vista até aqui, em outros games da franquia. Ao mudar para sempre o status quo de alguns personagens, nossa aventura no Havaí nos fará questionar quanto da nossa história pode ser visto em um primeiro momento e nos faz entender que tudo pode ter um fim, um dia.
SINOPSE
Dois gigantescos heróis juntam-se pela mão do destino, ou talvez algo mais sinistro… Vive à grande no Japão e explora tudo o que o Havai tem para oferecer numa aventura tão grande que atravessa o Pacífico.
ANÁLISE
Após os acontecimentos de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased his Name, a história da Yakuza nunca mais foi a mesma. Com a dissolução da organização por parte dos maiores grupos, o Clã Tojo e o Clã Omi, vemos que Ichiban continua procurando um propósito na vida. Ele passa então a auxiliar ex-yakuzas a encontrar empregos que possam usar suas habilidades, desta vez para o bem. Quando difamado e antigos segredos vem à tona, Kasuga precisa viajar ao Havaí a fim de solucionar mistérios antigos ligados à sua origem e aos mistérios anteriormente citados.
Ao longo dos capítulos do game Kasuga se envolve em confusões que vão além do que foi visto antes. Tudo isso, adicionado às tramas já profundas da Yakuza e da Facção Daidoji, Kasuga, Kiryu e sua equipe precisam resolver tramas complicadas que os levarão por caminhos inesperados e uma história complicada.
Com diferentes modos de jogo, minijogos e curiosas histórias, a viagem de Kasuga não vai ser só paz e tranquilidade como ele espera. Após uma rápida estadia em Yokohama, Kasuga viaja ao Havaí a fim de cumprir a missão à qual foi incumbido, tudo isso para ver uma trama ainda mais complexa se desenrolar diante dos seus olhos.
Ainda que o protagonismo mais sério de Kiryu me prenda mais na franquia principal, Kasuga tem potencial de ser um personagem carismático. Fora sua atitude altruísta, a visão simplista de mundo do personagem o faz ser relativamente menos cativante do que Kiryu.
DIFERENTES OCUPAÇÕES, AVENTURA, TAMANHO DO MAPA, DODONKO ISLAND E OS DRAGÕES DA YAKUZA
Alguns elementos de Yakuza: Like a Dragon retornam, mas de uma maneira ligeiramente diferente. Assim como no primeiro game de Ichiban, ele e os membros de sua party tinham a oportunidade de ter diferentes tipos de trabalho, o que o garantia diferentes estilos de combate, armas e habilidades. Não sendo tão diferente assim, neste, as habilidades dos nossos personagens estão mais ligadas ao clima “havaiano” do game. Ao avançar na história, o Havaí se torna um ambiente vivo, um lugar em que perigos se apresentarão com ainda mais frequência do que em Kamurocho, Sotenbori, Yokohama e todos os lugares pelos quais a franquia já passou.
A aventura e os perigos que se espalham por toda ilha, parecem seguir nossos heróis onde quer que eles estejam. A frase de Nietzsche faz sentido se lembrarmos dela ao longo do game, pois quanto mais investigamos e olhamos para o “abismo,” mais perigos surgirão em nossa direção. Enquanto brinca com tramas mais sérias, Like a Dragon: Infinite Wealth por vezes não parece passar disso, absurdismos e aventuras que nos lançam por perigos que não parecem ser capazes de ser levados à sério.
Desde viajar nas costas de um golfinho, ajudar na reconstrução de um resort tomado por lixo tóxico, ou ver inimigos despencando de coqueiros Like a Dragon não parece saber se levar a sério e por vezes essa falta de seriedade impacta na profundidade do game.
Em Infinite Wealth, o Havaí é agora um lugar a ser explorado. Sendo o maior mapa até hoje em um game da franquia Yakuza, o Havaí possui três vezes o tamanho de Yokohama, por isso, navegar pela cidade pode ser tão perigoso quanto demorado. Assim, as missões nos lançam pelos mais diferentes cantos da cidade, uma das missões secundárias pode nos oferecer um dos meio de transporte mais divertidos da franquia: um Segway. O Segway é o meio de locomoção mais rápido do game, isso se não levarmos em conta os taxis espalhados pelo mapa.
A Dodonko Island é um dos aspectos que faziam Infinite Wealth ser um dos games mais esperados da franquia desde seu anúncio. Por haver um fator como o de Stardew Valley, Animal Crossing ou Cozy Grove. Ao contrário do muitos pensavam, de que o game simplesmente transporia as jogabilidades destes previamente citados, o game muda a forma como entendemos este mundo, nos apresentando novas mecânicas e dinâmicas. Com elementos inspirados neste cozy games, a Dodonko Island é um local inóspito, e é o antigo lar de um resort tomado pela sujeira. Após ser resgatado por pessoas fantasiadas, podemos optar por ajudá-los a restaurar o lugar, ou não. Ainda que divertido, um fator de replay parece faltar.
Como citado anteriormente, Like a Dragon: Infinite Wealth só exacerba o abismo narrativo que existe entre os dois personagens que hoje são a cara da franquia, Kazuma Kiryu e Kasuga Ichiban. Enquanto um é profundo, e vê a vida como ela é, apesar dos pesares, o outro passa por todas as dificuldades como se nada o atingisse, dando a outra face, o que acaba por ser decepcionante.
Ainda que os dois personagens funcionem ligeiramente bem neste game, parece existir uma espécie de subserviência narrativa à um dos maiores e mais bem desenvolvidos personagens da história dos games até aqui, Kazuma Kiryu. Após todos os games estrelados por ele, em que pudemos conhecê-lo melhor e ver como ele sai de um soldado raso à um dos patriarcas da Yakuza, Kiryu infelizmente é colocado como uma espécie de escada de Ichiban, o que é triste.
Mesmo que a franquia nem sempre, ou quase nunca se leve a sério, seu cerne está focado no que realmente importa, um desenvolvimento narrativo que nos leva a algum lugar. E por mais que os games que possuem Ichiban como seu protagonista possuam um fio condutor, o personagem parece quase nunca se desenvolver. A não ser quando se desvencilha da Yakuza, mas parece ser apenas isso.
VEREDITO
À medida em que o game parece por vezes focar na nostalgia, Like a Dragon: Infinite Wealth foca sua gameplay no que importa: na construção de seus personagens e no fio condutor de suas histórias. Ao nos lançar por um mundo único, em que os absurdos de uma realidade irreal surgem a todo momento, ver como nossa história se desenvolve ao lado de personagens marcantes faz com que vejamos a franquia Yakuza como uma das mais ambiciosas e mais incríveis já feitas. Não apenas por seu estilo gráfico único, mas por ter se tornado o que é hoje, Infinite Wealth mergulha no que há de mais estranho deste universo criado pela Ryu Ga Gotoku Studio e brilha.
Ao nos brindar com incríveis minijogos, dinâmicas e mecânicas criadas única e exclusivamente para estes, permitem que o game seja mais do que um game de aventura ou ação e mais com um RPG linear, cuja progressão depende apenas da vontade de explorar de seus jogadores.
Assim como tudo no game, nem a história de Ichiban, nem a de Kiryu, ou do mundo de Like a Dragon são o que parecem ser em um primeiro momento. Ainda que alguns dos personagens sejam mais simples de entender, as múltiplas facetas dos personagens que podemos controlar vão além dos papéis que eles desempenham. Algumas delas inclusive combinam melhor quando mudamos suas ocupações do que outras.
Para além da violência e da ação desenfreada, a franquia Yakuza sempre foi mais sobre como a bondade destes personagens perseveram em meio à toda a destruição e ferocidade imposta por esta organização criminosa, organização essa que em sua maioria eles cresceram fazendo parte. Ainda que Kiryu seja o melhor exemplo de como agir neste mundo, talvez Ichiban seja o melhor retrato do meu entendimento relacionado à atitude destes.
Tudo que Like a Dragon: Infinite Wealth faz, é nos lançar por um mundo não tão conhecido como anteriormente. Mas de uma maneira ainda melhor. Chafurdando ainda mais nos aspectos de RPG do que no passado, o game inova em aspectos que falhou no passado, mas ainda parece faltar algo no roteiro que faça com que Ichiban tenha força para ser um protagonista. O desinteresse por parte dos jogadores pode se dar por causa da herança que Kiryu deixou nos últimos jogos.
Quando deparados com as surpresas e as novidades não tão convenientes deste game, precisamos avançar sem olhar pra trás, esperando que no fim o melhor aconteça de alguma forma. Like a Dragon: Infinite Wealth brilha no que diz respeito à como ele se comporta no PlayStation 4 e deve se sair ainda melhor no PlayStation 5.
Enfrentando as dificuldades cujas limitações são impostas apenas pela vontade de exploração dos jogadores, ele nos faz entender que um mundo vasto, desafiador e instigante se revela o tempo todo quando adentramos no mundo do game.
Ao longo das horas de gameplay, me vi imerso, me emocionei, me senti desafiado e me vi chorando em uma franquia que apenas me fez sorrir desde que adentrei em seu mundo pela primeira vez. O cuidado da Ryu Ga Gotoku não parece ser dos maiores. Pois ao sacrificar o protagonismo e parecer preterir o maior personagem da franquia, coloca em seu lugar um personagem com pouco carisma e que mesmo nas partes que deveriam ser emocionantes, nos fazem sentir menos do que deveriam.
Apesar dos pesares e dos pontos negativos anteriormente citados, Like a Dragon: Infinite Wealth cumpre o papel de ser mais um capítulo da franquia Yakuza. Ao nos fazer entender que a história precisa continuar, mesmo ante dos perigos que parecem insistir em surgir de todos os lados, a franquia continua e não parece ter intenção de chegar ao fim. O que torna tudo ainda melhor para seus fãs.
No mais, com todas as loucuras que se desenrolam na história, o game poderia facilmente ser ambientado na Flórida.
Nossa nota
5,0 / 5,0
Confira o trailer do game:
Acompanhe as lives do Feededigno na Twitch
Estamos na Twitch transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.
Curte os conteúdos e lives do Feededigno? Então considere ser um sub na nossa Twitch sem pagar nada por isso. Clique aqui e saiba como.