CRÍTICA – Hulk: Cinza (2003, Marvel Comics)

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CRÍTICA - Hulk: Cinza (2003, Marvel Comics)

Hulk: Cinza chegou até a minha casa como uma surpresa. O exemplar de capa dura lançado pela Panini em Outubro de 2019, foi escrito por Jeph Loeb e ilustrado por Tim Sale e Matt Hollinsgworth entre 2003-2004. A arte de Sale e Hollinsgworth dão ao roteiro de Loeb uma roupagem única ao personagem já utilizado à exaustão nas mais diversas mídias.

Hulk: Cinza fez parte de uma sequência de lançamentos na época que traziam histórias do início da carreira heroica de personagens conhecidos mais pé no chão, e eram chamadas de “A Série das Cores”, que contou com Demolidor: Amarelo, Homem-Aranha: Azul, Hulk: Cinza e mais tarde, Capitão América: Branco.

Trazido ao Brasil pela Panini pela primeira vez em 2004, o quadrinho que originalmente foi lançado em 6 partes em 2003 nos Estados Unidos, foi publicado agora pela editora brasileira em um volume único de 168 páginas com capa dura.

Dando ao personagem conhecido nos dias de hoje como Golias Esmeralda a cor entendida na época de seu lançamento — por um erro nas impressões na época, a editora nunca conseguia acertar o cinza; e o personagem passou a ser conhecido por um tom esverdeado —, a cor cinza ficou responsável por caracterizar até mesmo uma das fases mais conturbadas do personagem que mais tarde viria a se juntar a equipes de grande renome.

De maneira rápida e pouco profunda, somos reapresentados ao acidente que deu poderes a Bruce Banner, em um ambiente de testes da Bomba Gama — qualquer semelhança com o Doutor Manhattan não é mera coincidência — Banner precisa entrar no ambiente de teste a fim de retirar o jovem Rick Jones de uma iminente exposição aos raios da bomba que está prestes a atingi-lo.

Mostrando de forma rápida o passado do personagem e sua atitude altruísta de maneira mais esmiuçada, além da criação e o desenvolvimento de seu alter-ego.

Bruce Banner nos é apresentado em uma consulta com seu terapeuta que parece o auxiliar desde o começo de sua transformação por meio da exposição por raios gama. Banner nos é mostrado em um tom fúnebre que nos faz pensar na sua condição de um verdadeiro golem ou uma imparável força da natureza.

Por ser como uma criança recém-nascida ao se transformar pelas primeiras vezes, o Hulk não tem conhecimento de suas ações que por se tratar de um gigante de mais de uma tonelada não consegue mensurar suas atitudes, estando quase sempre em algo como um “Modo Berserker” que procura assegurar sempre sua sobrevivência nos faz questionar por vezes de qual lado o personagem está.

Ao abraçar o passado de forma livre, somos apresentados na fixação tanto do Hulk por Betty Ross, como do General Ross por Hulk. A fim de garantir uma maior imersão, somos colocados na história como uma espécie de narrador-observador. Sendo colocados como um mero observador de fatos que antecedem o que parece ser qualquer tipo de interação sabida do Hulk cinza com outros heróis, ou confronto contra o próprio Exército dos Estados Unidos, somos surpreendidos ao sermos apresentados de forma íntima alguns dos pensamentos persistentes de Bruce Banner e questionamentos que trazem todo o peso de suas ações do que parecem ser memórias recém-recuperadas, ou apenas consciência pesada.

A HQ Hulk: Cinza é rápida de ser lida, apesar de ser profunda, assim como seus antecessores Demolidor: Amarelo e Homem-Aranha: Azul, o quadrinho inova na sua forma de contar a história, nos colocando como narrador-observador, nos introduzindo mais profundamente à história a qual anteriormente éramos colocados apenas como meros narradores-testemunhas, que acompanhavam os fatos conforme eles iam se desenrolando. Os belos quadros de Tim Sale abusam da cor do título, cinza. Além do enorme golem cinza que se apresenta em toda sua brutalidade e falta de tato, o céu estrelado de Sale nos faz sentir imersos em ambientes quase que desolados e destruídos pelo Hulk.

Nossa nota

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