CRÍTICA – Love, Death and Robots (3ª temporada, 2022, Netflix)

    A antologia de animação vencedora de 11 Emmys está de volta em seu terceiro volume, com produção executiva de Tim Miller (Deadpool, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio) e David Fincher (Mindhunter, Mank). Os novos episódios de Love, Death & Robots misturam medo, imaginação e beleza, com histórias curtas de fantasia, terror e ficção científica que vão da descoberta de um antigo mal a um apocalipse cômico, sem abrir mão da perspicácia e da inventividade visual.

    O elenco conta com nomes como Joe Manganiello, Rosario Dawson e Seth Green.

    SINOPSE GERAL

    Criaturas aterrorizantes, surpresas bizarras e humor ácido. Tudo isso e muito mais nesta série de animação de Tim Miller e David Fincher.

    ANÁLISE

    S3E1 – Os Três Robôs

    Sinopse: Três robôs chegam ao pós-apocalipse… e fazem um tour para ver as últimas tentativas de salvação da humanidade.

    Duração: 11 min.

    Pela primeira vez temos na antologia de animação a continuação de um dos curtas. Os três robôs continuam em seu passeio pela Terra pós extinção e com humor típico sobre as decisões controversas dos humanos vemos como hoje caminhamos a passos largos para um futuro da humanidade parecido com o visto pelos três robôs.

    Entre os vários curtas excelentes das duas temporadas anteriores, Os Três Robôs não seria minha primeira escolha para uma continuação, mas ainda assim é muito bem vinda e é tão boa quando seu antecessor.

    S3E2 – Viagem Ruim

    Sinopse: Libertem o thanapod! Navegando em um oceano alienígena, um marinheiro faz um acordo com um monstro das profundezas.

    Duração: 21 min.

    Um mar sombrio, um navio de pesca, uma tripulação maltrapilha e um caranguejo gigante devorador de gente. Tem como piorar? Sim, em Love, Death and Robots sempre tem e aqui isso acontece. Com um estilo de animação excelente, vemos pessoas desesperadas tomarem decisões nada fáceis e difícil de serem questionadas dada a situação. A pergunta que muitos não querem responder é: Sua vida vale mais que a dos outros?

    S3E3 – O Mesmo Pulso da Máquina

    Sinopse: A única sobrevivente de uma missão de exploração a uma jovem lua começa uma jornada alucinante para tentar se salvar.

    Duração: 17 min.

    Toda temporada tem um episódio meio “psicodélico” e O Mesmo Pulso da Máquina é o episódio da vez. Muitas cores e formas é a definição aqui. Como toda temporada da série, há curtas excelentes, bons, medianos e ruins. Este fica na classe dos medianos.

    S3E4 – Noite dos Minimortos

    Sinopse: Uma transa profana no cemitério acaba mal e dá início a uma praga mundial de zumbis. É o apocalipse mais fofo que você vai ver na vida!

    Duração: 7 min.

    Nem toda história precisa de diálogos e como já dizia filósofo chinês Confúcio: “Uma imagem vale mais que mil palavras”; aqui no caso, as várias imagens do pequenino apocalipse zumbi que compõem o curta ao final é clara: somos todo pequeninos.

    Definitivamente foi a versão de apocalipse zumbi mais fofo e filosófico que já vi.

    S3E5 – Matança em Grupo

    Sinopse: As Forças Especiais dos EUA são treinadas para neutralizar qualquer ameaça, até mesmo uma máquina de matar cibernética criada pela CIA. Sua arma secreta? O humor.

    Duração: 14 min.

    Definitivamente o melhor episódio da terceira temporada! Nas duas temporadas anteriores meus favoritos foram os de maior qualidade gráfica: S1E1 – A Vantagem de Sonnie e S2E4 – Snow no Deserto, respectivamente. Neste temporada minhas expectativas estavam altas para o último episódio, mas fui arrebatado por Matança em Grupo por seu humor extremamente ácido, gore e cenas divertidas em meio ao terror imposto por uma máquina de matar fora de controle.

    S3E6 – Enxame

    Sinopse: Dois cientistas humanos estudam os segredos de uma entidade alienígena, mas logo descobrem que a sobrevivência tem um preço terrível em um universo hostil.

    Duração: 17 min.

    Um belo visual, cenas nojentas, mas uma história um pouco confusa. Particularmente achei bem mediano.

    S3E7 – Ratos de Mason

    Sinopse: Bem-vindos ao ratopocalipse! O fazendeiro Mason sabe que tem um problema sério com as pragas quando elas começam a revidar. É sangue para todo lado!

    Duração: 11 min.

    A primeira animação com estilo caricato da temporada mesmo com muito sangue, consegue ser divertida.

    S3E8 – Sepultados na Caverna

    Sinopse: Guerra moderna vs. deuses anciãos. Em uma missão de resgate, um esquadrão das forças especiais acaba preso em uma caverna que abriga um mal antigo.

    Duração: 15 min.

    Aqui temos um curta “lovecraftiano”. Se na segunda temporada tivemos a participação de Michael B. Jordan (Creed II), nesta temos Joe Manganiello (Liga da Justiça de Zack Snyder) em sua versão digital. Soldados em uma missão que são surpreendidos por criaturas mortais em um templo oculto. Como sobreviver a um antigo ser maligno com poderes além da imaginação? A resposta pode ser assustadora. Um ótimo episódio com final surpreendente.

    S3E9 – Fazendeiro

    Sinopse: Um cavaleiro surdo e uma sereia mitológica se envolvem em uma dança mortal, repleta de sangue, morte e riqueza.

    Duração: 17 min.

    Após assistir ao trailer da terceira temporada de Love, Death and Robots, mesmo sem saber o nome do episódio e detalhes dele, este era o que eu mais aguardava para assistir. Entretanto, apesar de visualmente belo, Fazendeiro que já começa com o titulo sem sentido se comparado com a história apresentada, faria mais sentido se mantivesse seu título original, Jirabi.

    Visualmente impecável, a qualidade gráfica aqui impressiona e nos faz questionar se o curta é 100% animado ou se há partes em live action tamanha é a perfeição. Mas, já diz o provérbio: “beleza não põe mesa” e mesmo o curta sendo visualmente maravilhoso, conta uma história simplória de ganância sobre a ingenuidade de um ser solitário. Já vimos isso em Malévola (2014).

    VEREDITO

    Love, Death and Robots é uma produção que conquistou um grande público desde sua estreia em 2019 e como poucas séries mantém a qualidade a cada nova temporada. Ao meu ver o grande “defeito” é que as temporadas sempre terminam, obviamente; mas, a temporada atual deu uma esperança de que os curtas podem sim ter continuações. E isso é muito bom, afinal, a grande maioria deles apresentados deixam um gostinho de quero mais, provando ser a maior qualidade do projeto criado por Tim Miller e David Fincher.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    LEIA TAMBÉM:

    CRÍTICA – Love, Death and Robots (1ª temporada, 2019, Netflix)

    CRÍTICA – Love, Death and Robots (2ª temporada, 2021, Netflix)

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