#52filmsbywomen 4 – Lou (2016, Cordula Kablitz-Post)

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Lou é outra estreia desse ano nos cinemas brasileiros, de mais uma diretora estreante. Cordulá Kablitz-Post é produtora e diretora na TV alemã, sendo Lou seu primeiro longa na direção. O filme é baseado na história real de Lou Andreas-Salomé (Katharina Lorens), filosofa, poetisa e psicanalista russa. A protagonista é mais conhecida por sua influência nas obras de Nietzsche e Freud, mas aqui conhecemos sua personalidade rebelde, espírito livre e a frente de seu tempo, e vemos pinceladas de sua vasta e importante obra.

A primeira vista, Lou parece uma mulher definida por seus relacionamentos com homens mais conhecidos que ela. Friederich Nietzsche, Rainer Rilke, Paul Reé e Sigmund Freud são algumas das amizades que ela conviveu e influenciou em sua constante busca por conhecimento e liberdade. Um dos triunfos de Kablitz-Post em Lou é a capacidade de subverter essa noção, da mesma forma que Andreas-Salomé foi capaz de se libertar dos conservadorismos de seu tempo. O longa se desenvolve transitando entre flashbacks da juventude e as interações entre Lou, já com 72 anos, e um escritor que a ajuda a escrever suas memórias, agora em uma Alemanha em que Hittler ameaça todas as liberdades que a pensadora lutou para conquistar.

Lou

Katherina Lorens é excelente como a jovem Lou, e a ambientação bucólica dos anos 1880 entram em choque com os ambientes escuros e claustrofóbicos da casa dela em 1934, na qual era se cercada de livros e memórias. O que mantém a unidade da trama é a personalidade da personagem e a sua dedicação para com sua liberdade e exercício da mente. Cordula faz um excelente trabalho expondo essa personalidade histórica invisibilizada e reduzida pela história.

Lou foi a maneira perfeita de encerrar esse primeiro mês de desafio. Assim como Lou, Catrin Cole (Gemma Arteton), protagonista de Sua Melhor História, Rosália (Magalí Biff) de Pela Janela, Elizabeth Marston (Rebecca Hall) e Olive Byrne (Bella Heatcote) de Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas são mulheres complexas, falhas, que lidam com inseguranças e adversidades de seu tempo, sejam internas ou externas. Em Lou, encontramos mais uma mulher que se recusa a desistir da busca por seu espaço. As diretoras vistas aqui, estreantes ou experientes, apresentam um olhar otimista para a realidade feminina e suas possibilidades. Começamos bem esse 2018 de filmes realizados por mulheres!

Confira o trailer:

Para saber mais sobre a campanha #52FilmsByWomen, leia nosso primeiro filme do desafio: 

#52filmsbywomen 1 – Sua Melhor História (2016, Lone Scherfig)

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