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    CRÍTICA – Até os Ossos (2022, Luca Guadagnino)

    Até os Ossos (Bones and All) é a adaptação de Luca Guadagnino e David Kajganich para o romance homônimo escrito por Camille DeAngelis. O longa traz em seu elenco os nomes Timothée Chalamet, Taylor Russell, Mark Rylance, Chloë Sevigny e Michael Stuhlbarg.

    O filme já está disponível em sessões especiais nos cinemas de todo o Brasil. Confira nossa crítica sem spoilers.

    SINOPSE DE ATÉ OS OSSOS

    O amor floresce entre um casal enquanto eles embarcam em uma odisseia pelas estradas da América do Norte.

    ANÁLISE

    Se você ler apenas a sinopse de Até os Ossos, irá pensar que esse é mais um road movie romântico protagonizado por um dos atores mais famosos da atualidade. Entretanto, o longa se diferencia por sua temática um tanto peculiar.

    Dirigido por Luca Guadagnino, diretor do indicado ao Oscar “Me Chame pelo seu Nome” e da série “We are Who We are” da HBO, a produção já nasceu com status de grande concorrente às próximas premiações. O longa arrebatou dois prêmios no Festival de Veneza deste ano, incluindo um Silver Lion de Melhor Direção para Guadagnino.

    O fato de Guadagnino trabalhar novamente com Chalamet também chama a atenção do público e da crítica. Afinal, a dobradinha anterior rendeu bons frutos, com “Me Chame pelo seu Nome” se tornando um instantâneo clássico cult.

    Até os Ossos é roteirizado por David Kajganich, que se baseia na obra homônima lançada por Camille DeAngelis. Na história, Maren (Taylor Russell) vive uma vida comum com seu pai Frank (André Holland), até que uma situação acaba os afastando e fazendo com que Maren trilhe seu caminho em busca de respostas.

    Durante sua jornada para reencontrar sua mãe Janelle (Chloë Sevigny), Maren esbarra em diversos personagens distintos, cada um com sua própria história. É em uma dessas andanças que ela conhece Lee (Timothée Chalamet), um jovem andarilho que também possui problemas familiares e que ajudará Maren a se desenvolver por meio de uma conexão específica.

    O roteiro de David Kajganich transita diversas vezes entre o suspense, o drama e o romance. É possível se sentir envolvido e intrigado pela história de Lee e Maren, dois jovens que pouco sabem sobre a vida e que buscam uma conexão real, e sincera, em um mundo bem estranho.

    Taylor Russel está ótima em cena, sendo um dos destaques da produção. A atriz iniciante se sai muito bem ao lado de Chalamet, e ambos conseguem conduzir a trama sem que se torne algo cansativo ou repetitivo. Entretanto, a atuação que em nenhum momento abandonou a minha memória após a exibição do longa foi a de Mark Rylance.

    Mark Rylance é arrebatador. Seu personagem Sully transita entre o ingênuo e o amedrontador sem, necessariamente, fazer algum movimento ou ato agressivo para isso. Sua presença em cena é surpreendente e o desenrolar da história de seu personagem é um dos pontos que eu gostaria que tivesse um aprofundamento maior.

    CRÍTICA - Até os Ossos (2022, Luca Guadagnino)

    Por se tratar de um road movie, a produção transita por diversos cenários distintos, com a facilidade de introduzir personagens sem a necessidade de mantê-los por perto por muito tempo. Desta forma, o filme realmente se concentra nas atuações de Russel e Chalamet, o que eu acredito que funciona muito bem.

    A montagem de Até os Ossos ajuda muito no ritmo da história. Com duas horas e 11 minutos de duração, e diversos altos e baixos na trama, o longa entretém bastante e você quase não percebe o tempo em que permaneceu no cinema.

    O longa de Guadagnino possui vários pontos positivos, mas acredito que seja os diversos ápices de situações e sua sensação de urgência que causem o maior impacto. Há sempre um suspense no ar, mesmo nos momentos mais dramáticos, e a produção consegue tomar caminhos pouco óbvios em alguns arcos.

    Entretanto, a finalização de Até os Ossos é bem previsível. Mesmo graficamente impactante, o encerramento talvez seja o ponto menos inspirado do roteiro, e a falta de um pouco mais de tempo dedicado a outros personagens acaba sendo também um problema nesse sentido.

    Mesmo assim, Até os Ossos é uma boa adição a filmografia de Guadagnino, colocando o diretor como um dos grandes destaques da sua geração. Para algumas pessoas pode ser que o filme pareça uma eterna busca por alcançar um ápice grandioso, mas são os pequenos momentos entre os protagonistas, e o desenrolar de sua relação, que realmente tornam a produção interessante.

    VEREDITO

    Em uma viagem incomum, Até os Ossos conduz o espectador por momentos de suspense, terror e drama de uma forma natural. As atuações estão no ponto, sendo Mark Rylance o grande nome da produção. A direção de Guadagnino está impecável e consegue extrair o melhor do roteiro de David Kajganich.

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    TBT #204 | A Família Addams 2 (1993, Barry Sonnenfeld)

    A série Wandinha já está na Netflix e muita gente deve estar ansioso para ver a nova adaptação da Família Addams nas telas. A atração é dirigida por Tim Burton e apresenta os personagens já conhecidos do público, como Mortícia (Anjelica Huston) e Gomez (Raul Julia), os pais da protagonista.

    Aproveitamento esse momento da série, vale a pena você revisar os filmes e conferir a nossa crítica da série!

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    SINOPSE

    Morticia e Gomez Addams têm um novo bebê, que provoca muito ciúme nos dois outros filhos. Wandinha (Christina Ricci) é mandada para um campo de férias (onde encontra um namorado igualmente gótico). Mas os problemas maiores são com o Tio Chico (Christopher Lloyd), que se casa com o babá do bebê, uma jovem carreirista e louca que deseja matá-lo e ficar com todo o dinheiro da família.

    ANÁLISE

    A premissa da história continua ressaltando o contraste entre a família excêntrica e o restante da sociedade padronizada. Neste ponto o maior destaque, e momento mais memorável do filme é a subtrama do acampamento de férias. Onde fica nítido que muitas vezes o que é visto como “normal” na sociedade é na realidade o mais bizarro, as pessoas só não percebem isso pois já foram doutrinadas neste circo desde que nasceram.

    As piadas criam um enredo onde vários Addams têm seus momentos, carregando a subtrama de um personagem socialmente perigoso invadindo um ambiente familiar, o que apenas sugere a estranheza. No fim das contas, isso não chega a ser uma discussão direta pela mistura rápida de piadas que articulam o andamento do filme para não perder o fôlego e o ritmo, mas é um exagero visual de uma noite chuvosa, com raios e trovões, revela a psicopata Debbie (Joan Cusack) ela mesma como um problema para a comunidade familiar, o que por si só permite mais variedade cômica no filme. Instala-se a narrativa da “babá má”, que é o desejo sexual do tio Chico Addams, e ela se torna uma vilã admirável pela estranheza que explica a formação de sua psicopatia.

    O figurino e a fotografia é algo à parte, devido ao seu tom propositalmente sinistro. Note-se sempre há uma faixa de luz nos olhos de Mortícia, em contraste com sua roupa sempre preta que dá um jeitão “noir” ao personagem.

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    Se não bastasse essa conexão de uma crítica social presente na retomada dos ícones televisivos ao cinema, ela é verbalizada comicamente no filme, mas não se torna gratuito porque o aleatório é o artifício lógico para resolução e problematização entre cada piada narrativa.

    Dessa forma, mesmo as piadas envolvendo o âmbito temporal do lançamento do filme fazem surgir a grande narrativa da iconização dos personagens tratados na obra, ou de compreensão temporal para o humor. O apreço pelas piadas físicas concomitantemente às verbais, conciliadas com a engrenagem na base de eventualidades, energiza a estranheza espiritual da família e a liberta de qualquer prisão nostálgica evidente – o bebê é completamente submisso às mudanças da história, como também ativo pelo conceito que quebra as expectativas durante todo o filme.

    Ele resolve o conflito principal rindo como bebê que é em meio a conveniências físicas dentro de casa, que como um efeito cascata ativa a armadilha cômica e bizarra que permite um encerramento mortal e coerente do longa.

    VEREDITO

    A Família Addams 2 é uma ótima sequência que mantém o nível e respeita o legado do seu antecessor com ainda mais humor negro e críticas sociais. Mérito também por conseguirem manter praticamente todo o elenco original. Há uma clara evolução em relação ao original é sem dúvidas o roteiro, que está melhor desenvolvido e bem mais coerente.

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    4,5 / 5,0

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    CRÍTICA – 1899 (1ª temporada, 2022, Netflix)

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    1899 é uma série original da Netflix e foi criada por Baran bo Odar e Jantje Friese, showrruners de Dark, sucesso mundial da vermelhinha.

    SINOPSE DE 1899

    Um grupo de pessoas de diversas nacionalidades está a bordo de um barco. Coisas estranhas começam a acontecer quando um misterioso garoto aparece e vários tripulantes morrem misteriosamente.

    ANÁLISE

    Dark foi um fenômeno de crítica e audiência, trazendo mistérios incríveis e uma trama cheia de reviravoltas bem elaboradas, sendo finalizada de forma bastante satisfatória para os fãs.

    A Netflix não perdeu tempo e jogou no colo de Baran bo Odar e Jantje Friese mais uma produção que promete preencher uma lacuna para os órfãos da série de sucesso alemã.

    1899 é instigante e logo de cara já nos deixa com uma pulga atrás da orelha, pois quem já está acostumado com o produto antecessor da nova empreitada da gigante do streaming sabe que temos que ficar atentos a cada detalhe da trama.

    Acertadamente, temos personagens diversos e suas características étnicas são respeitadas e fazem com que a história cresça muito. Temos aqui espanhóis, franceses, japoneses, alemães, ingleses e uma mistura de culturas, línguas e costumes. Individualmente, as histórias funcionam, fazendo o público entrar de cabeça em cada detalhe do protagonista do episódio. Os mistérios aqui são intrigantes, misturando tecnologia com o passado, algo que casa muito bem com a estética da série, que discute temáticas muito boas ao passo que o roteiro vai ficando cada vez mais denso.

    Temos discussões como o problema do fanatismo religioso, a homossexualidade, a maternidade indesejada, além dos traumas e perdas de entes queridos e o luto como uma forma de vida. Cada um dos personagens está ali para deixar seu passado sombrio para trás, o que é muito válido.

    Como problema, infelizmente 1899 não tem ainda uma identidade própria, usando Dark como bengala a todo o momento. A direção usa os mesmos artifícios, como uma trilha esquisita e irritante, a fotografia lavada um roteiro que se você piscar, a compreensão fica complicada. Um exemplo contrário que funcionou muito bem sem usar uma grande série anterior de legado foi A Casa do Dragão que já possui um fandom próprio e não lembra em quase nada Game of Thrones.

    VEREDITO

    Com um bom cartão de visitas, mas com algumas amarras de Dark, 1899 tem tudo para ser um novo hit dentro da Netflix. A série começa bem e possui uma trama cheia de momentos tensos e misteriosos. Com mais desenvolvimento, há a chance de ser uma das melhores em seu segundo ano, já que foram prometidos três. Agora é esperar para ver.

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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    Os animes mais violentos de todos os tempos

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    Muitos animes modernos combinam diferentes métodos de produção que se adaptaram em resposta às tecnologias emergentes. Enquanto alguns animadores e roteiristas se esforçam meticulosamente para elaborar ambientes bonitos e bem detalhados, outros dedicam seu tempo para dar vida a projetos notoriamente mais grotescos e brutais.

    Hoje o Feededigno vai falar sobre o lado sombrio dos animes: aqueles que fazem você se sentir como se estivesse assistindo a uma cena live-action de carnificina. Se você gosta de animes com uma dose extra de violência e gore, temos certeza que irá desfrutar desta seleção com as produções mais sanguinárias dentre as animações japonesas.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA – Noites Sombrias #2 | 6 animes de terror para maratonar

    Confira abaixo a nossa lista com os animes mais violentos de todos os tempos:

    Tokyo Ghoul

    Ano de lançamento: 2014

    Tokyo Ghoul narra a história de Kaneki, um sujeito sem muita sorte em relacionamentos. Ele, sem perceber, marca um encontro com uma garota ghoul (uma criatura que consome carne humana) e acaba quase sendo morto. Milagrosamente, os dois “pombinhos” sofrem um acidente durante a luta, o que acaba matando a ghoul.

    Mais tarde, Kaneki acorda em um hospital e percebe que algo não parece certo. O médico cirurgião transplantou alguns dos órgãos da ghoul para o corpo de Kaneki, tornando-o um meio-ghoul. Agora ele precisa lidar constantemente com seu desejo por carne humana, enquanto tentar esconder sua identidade do público.

    Parasyte: The Maxim

    Ano de lançamento: 2015

    Uma raça parasita alienígena começa a infectar a população da Terra, porém tais parasitas não são como uma tênia ou micose: eles tomam conta de todo o corpo do humano que infectarem. Caso não consiga se apossar de um corpo, o parasita morre devido ao contato com a nossa atmosfera.

    Um parasita tenta infectar Shinichi Izumi visando atingir seu cérebro e assumir o controle total de seu corpo. Em vez disso, o parasita só consegue assumir o controle da mão do rapaz. Shinichi agora possui um parasita vivo e falante em sua mão, o qual dá o nome de Migi. Juntos, eles trabalham para derrotar outros parasitas e garantir a sobrevivência de ambos.

    Terra Formars

    Ano de lançamento: 2014

    Na tentativa de colonizar Marte, os cientistas do século XXI têm a tarefa de terraformar o planeta vermelho. Seu objetivo é semear o planeta com algas modificadas para absorver a luz solar e purificar a atmosfera, além de baratas, cujos cadáveres espalhariam as algas pelo planeta conforme se alimentam delas.

    Cerca de 500 anos depois, uma doença misteriosa assola a Terra e a única cura está em Marte. Quando um grupo de astronautas pousa no planeta para procurar a cura, eles são bombardeados por insetos humanóides mutantes com tamanho e força sobre-humanas.

    Se você é daqueles que têm medo de insetos, melhor nem começar a assistir!

    Gantz

    Ano de lançamento: 2004

    Gantz acompanha a história de Kei Kurono, um adolescente comum e de bom coração. Kei e um amigo tentam resgatar um sem-teto nos trilhos do trem, apenas para serem atropelados por uma locomotiva que se aproximava.

    Embora ambos tenham morrido com o impacto, eles são transportados para uma sala incomum junto com um grupo de outras pessoas que também tiveram um encontro com a morte. Os dois logo descobrem que para voltarem a viver devem participar de um jogo macabro que envolve encontrar e eliminar alienígenas espalhados pelo Japão.

    Berserk

    Ano de lançamento: 1997

    Desde pequeno, Guts só conheceu a violência. Depois de crescer como um mercenário e assassinar seu pai adotivo, ele se junta a um grupo chamado Bando do Falcão e seu líder Griffith.

    O grupo é contratado pelo reino de Midland para ajudar em sua guerra de um século contra o Império Chuder. Guts descobre o desejo de Griffith de governar um reino próprio e seu misterioso pingente conhecido como Behelit. O Behelit é instrumental quando eles são poupados por um monstruoso ser imortal, conhecido como Nosferatu Zodd. A criatura deixa Guts com uma profecia enigmática de uma morte dolorosa por ser amigo de Griffith.

    Em temros de violência e cenas impactantes, Berserk pode ser considerado como o Game of Thrones do mundo dos animes. Imperdível!

    Elfen Lied

    Ano de lançamento: 2005

    A história gira em torno de Lucy, uma jovem de uma raça mutante, conhecida como Diclonius. Sua mutação faz com que ela tenha habilidades telecinéticas, junto com um par de chifres e braços invisíveis. Um grupo de cientistas a capturam e passam a fazer experimentos para tentar transformá-la em uma arma humana.

    Lucy consegue matar os cientistas e guardas com facilidade, ao escapar do centro de pesquisa. Infelizmente, ela acaba caindo de um penhasco e batendo com a cabeça. Isso a deixa com uma personalidade dividida: parte dela é assassina enquanto a outra é inofensiva.


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    PRIMEIRAS IMPRESSÕES – The Unliving (2022, Team17)

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    The Unliving é um rogue-lite com elementos de RPG lançado em acesso antecipado no dia 07 de novembro de 2022. Desenvolvido pelo RocketBrush Studio em parceria com a incrível Team17 (Greak: Memories of Azur), o título vinha sendo acompanhado por nós desde o Steam Vem Aí de fevereiro desse ano, assim como Batora: Lost Haven.

    O jogo está disponível em acesso antecipado para PC, mas ainda não tem data prevista para lançamento completo. The Unliving também está previsto para ser lançado para PS4 e Xbox One.

    SINOPSE

    O mundo dos vivos está completamente corrompido e tem uma tempestade vindo para abalá-lo: você, um poderoso Necromante capaz de renegar a morte e comandar legiões de mortos-vivos. Clérigos e governantes tentarão se esconder, mas fortaleza nenhuma será capaz de protegê-los da sua ira. Massacre as multidões que se opuserem a você e transforme-as em servos de sua nobre causa.

    The Unliving é um RPG de ação dinâmico e estratégico com elementos de rogue-lite. Traga os mortos de volta, desfrute de um amplo arsenal de feitiços e explore um mundo místico, tudo embelezado por um estilo de arte pixelado sinistro e extravagante.

    ANÁLISE DE THE UNLIVING

    Ao conhecer The Unliving, ainda em sua versão demo, percebi que ele possuía desde aquele momento uma proposta promissora. Gostava bastante de jogar como Necromancer em Diablo II. A oportunidade que o jogo da RocketBrush Studio me dava era de viver uma experiência narrativa sobre a classe que mais gostava.

    O jogo em acesso antecipado tem algumas diferenças principais da versão demo como mais tempo de jogo, melhor refinamento, variedade das habilidades e alguma otimização de bugs e travamentos.

    Jogabilidade

    Mecanicamente, o jogo lembra bastante RPGs clássicos onde podíamos invocar criaturas e utilizar magias básicas. Com instruções simples podemos reviver mortos, lançar uma magia de dano e conjurar outras magias que liberamos pelo caminho.

    Some esta base a um rogue-lite de geração procedural, com um cenário repleto de inimigos que querem te exterminar. A variedade de oponentes (e suas respectivas versões reerguidas) é bem interessante, com ataques e secundárias variados e bem implementados.

    Por sermos um necromante imortal, ainda que não se consiga completar uma run e percamos nossos pontos de vida, sempre poderemos retornar à nossa base e tentar mais uma vez, utilizando os pontos obtidos na anterior para algum aprimoramento.

    Existe um sistema de árvore de habilidades onde com tipos específicos de recursos podemos liberar novas magias ou passivas para cada run. Este sistema é dividido em runas de sacrifício e feitiços, sendo um voltado para o seu exército, e outro para o próprio Necromante.

    The Unliving é um rogue-lite com elementos de RPG que está disponível em acesso antecipado no Steam
    Créditos: Divulgação / Team17

    Gráficos

    The Unliving oferece uma belíssima pixel art, muito bem trabalhada e com um excelente uso de cores. O estilo de arte pixelado traz leveza e jocosidade à sanguinolência que presenciamos durante o game.

    Houve também um aprimoramento de algumas sprites da demo para a versão em early-access, mostrando a preocupação em melhorar a experiência. É necessário o destaque ainda à qualidade deste trabalho porque apesar da proposta de jogo envolver uma tela lotada de mobs, raros são os momentos em que se presencia uma confusão visual em relação ao seu exército, oponentes e o cenário em si.

    Acesso antecipado de The Unliving

    A movimentação e a IA dos mortos-vivos que controlamos ainda é um pouco limitada, fazendo com que eles se tranquem, fiquem imóveis no meio de uma batalha ou até mesmo ataquem inimigos já caídos.

    Estas aleatoriedades da IA podem te fazer morrer sem nem entender o motivo em alguns momentos. O foco no rogue-lite, com o reset de todas as habilidades (e de sua horda) a cada nova run, tira um pouco a percepção de progresso ou evolução, dando a sensação de que, ainda que novas magias sejam liberadas, não percebemos nosso personagem mais forte.

    Conheça este rogue-lite com elementos de RPG onde controlamos um necromante em uma rica e instigante história, desenvolvido pelo RocketBrush Studio e publicado pela Team17
    Créditos: Divulgação / Team17

    Existem também alguns recursos exigidos para magias ou para upgrades que não fica claro como são coletados. Falando sobre clareza, também, me refiro às próprias habilidades que muitas vezes são pouco específicas em suas descrições, fazendo com que não se saiba qual a real finalidade de cada uma.

    VEREDITO

    Após o longo período de espera por uma nova build depois da demo experimentada em fevereiro deste ano, The Unliving entregou importantes sinais de intenção de melhoria. O jogo ainda possui limitações, é claro, até mesmo em relação ao desempenho (com alguns travamentos ou loadings demorados), o que é estranho para um jogo em pixel art. 

    Apesar dos pesares e de todos os pontos negativos trazidos nesta análise de primeiras impressões, ainda acredito que o jogo possua um enorme potencial. Com a atenção que o RocketBrush Studio tem dado aos feedbacks da comunidade, tendo entregue até mesmo tradução em vários idiomas, acredito que a build final de The Unliving possa surpreender e agradar muito ao público.

    Confira o trailer de The Unliving:

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    CRÍTICA – Andor (1ª temporada, 2022, Disney+)

    O anúncio de Andor chegou para mim como um enorme alerta. Alerta de que a série não teria nada novo para apresentar, e também um alerta de que ela se apoiaria na nostalgia já estabelecida no passado pelo legado Skywalker. Minha alegria foi testemunhar ao longo dos episódios da série o quão errado eu estava. Andor se mostra como um respiro em meio às repetições narrativas presentes na franquia, provando como o mundo de Star Wars pode ser vasto, diverso e maduro.

    A 1ª temporada de Andor é pesarosa, dolorida e mostrou muito do que ficou subentendido dos prequels. Explora o quão brilhante Star Wars pode ser, mesmo em meio ao caos estabelecido pela Disney.

    SINOPSE

    Em uma era repleta de perigo, enganação e intriga, Cassian Andor descobrirá a diferença que ele pode fazer em uma luta contra o tirânico Império Galático. Ele embarca em uma jornada que está destinada a torná-lo no herói rebelde que conhecemos em Rogue One: Um História Star Wars.

    ANÁLISE

    Andor

    Durante o lançamento de Andor, fiquei imensamente surpreso por receber antecipadamente os 4 primeiros episódios da série. Um aspecto interessante disso, é entender como esses primeiros episódios liberados nos causam uma falsa sensação de incompletude. Isso porque parecia faltar algo na trama da série algo capaz de transformar o Cassian do primeiro episódio, no Cassian que conhecemos quando o vimos pela primeira vez durante os acontecimentos de Rogue One.

    Como era de se esperar, dado os detalhes explicitados acima, o desenvolvimento de Andor é lento, e nos apresenta a construção daquele mundo e o desenvolvimento de como Cassian Andor passa a desenvolver a revolta responsável por torná-lo o líder e o espião rebelde que conhecemos.

    A princípio, como entendemos Cassian com o jovem ladrão que habita a Ferrix – que parece ter como único objetivo para viver encontrar sua irmã, há muito separada – entendemos sua relutância por tomar um partido contra o controle do Império Galáctico de Palpatine que dura 18 anos.

    Andor

    A ambientação do mundo ao qual somos apresentados desde os primeiros minutos da série não é místico, não nos apresenta Jedi ou Sith.

    Andor nos apresenta os mais intrínsecos aspectos das vivências humanas e de como eles relacionam as batalhas diárias dos seres comuns contra a máquina de moer gente do Império – que é alimentada não por monstros ou entidades poderosas, mas por corporações e pessoas ruins, de índoles duvidosas que farão de tudo para oprimir e castigar qualquer um que se ponha contra a missão impiedosa do Império de controlar e limar qualquer esperança de vitória que exista na galáxia.

    RETORNO A UMA GALÁXIA CONHECIDA, EM UMA VIAGEM INTEIRAMENTE NOVA

    Andor

    Enquanto mergulhamos na história de Andor, testemunhamos o retorno e a reaparição de alguns personagens já conhecidos. Além de Cassian Andor, vivido por Diego Luna, testemunhamos o retorno de Mon Mothma (Genevieve O’Reilly) e Saw Gerrera (Forest Whitaker). Quando vimos Saw pela primeira vez em sua versão live-action em Rogue One, testemunhamos que seu distanciamento de sua pupila a época, Jyn Erso havia se distanciado do homem que havia jurado protegê-la quando sua mãe foi morta e seu pai tomado pelo Império – na série entendemos o porquê.

    Além de Cassian, Mon e Saw, temos a apresentação de novos personagens que acabam por dar a trama inúmeros níveis de profundidade. Do lado da resistência, conhecemos Maarva Andor (Fiona Shaw), Luthen Rael (Stellan Skarsgård), Bix Caleen (Adria Arjona) e Vel Sartha (Faye Marsay). Do lado do Império, testemunhamos o pior que há na humanidade, na pele de Syril Karn (Kyle Soller), Dedra Meero (Denise Gough) e Major Partagaz (Anton Lesser).

    A apresentação de novos mundos, e a belíssima ambientação tornam Andor parte de um lindo universo conhecido, no qual a série parece se encaixar perfeitamente nos anos que antecedem Rogue One. O retrofuturismo e os rutilantes novos mundos com suas peculiaridades são algo que nos fazem ficar na beirada do assento em diversas sequências, Aldhani é um belo exemplo disso.

    Andor

    Um brilhante aspecto de Andor é como é mostrado de diversas maneiras como a presença do Império é nociva e tende a destruir os planetas que tomam controle. Um grande exemplo disso é Kenari, planeta no qual Cassian nasceu, mas que após um desastre causado pelo Império, deixou de ser habitável e era extremamente venenoso.

    Com planetas como Aldhani, Ferrix e Morlana One, vemos como a presença do Império é desoladora e tende a oprimir seus habitantes/visitantes – isso sem falar de Narkina 5, o planeta prisão onde um dos arcos mais interessantes da série se desenrola.

    VEREDITO

    Andor é altamente volátil, assim como a galáxia no período na qual é ambientada. Os perigos podem surgir de onde menos se espera. Como uma bela homenagem à Star Wars, a franquia alça novos ares enquanto preenche o período de tempo em que existe um vácuo de informação, que aos poucos está sendo preenchido por Andor no período que sucede os acontecimentos de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, pós ascensão do Império.

    Ambientada cerca de 5 anos antes dos eventos de Rogue One e Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança, a série é feliz em nos ambientar à polarizada galáxia, na qual pessoas perversas, apoiadores do Império exibem com orgulho o apoio ao regime totalitário, tudo isso sem se importar com quem sofre, ou com planetas que são destruídos.

    Em um momento em que é necessário se levantar, se revoltar, a Rebelião precisa fazer mais pela galáxia do que ela acredita ser necessário, indo até as últimas consequências. Andor é adulta, madura e não tem medo de mostrar até onde por vezes precisamos ir para lutar contra grandes inimigos.

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer da série:

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