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    CRÍTICA – King Richard: Criando Campeãs (2021, Reinaldo Marcus Green)

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    King Richard: Criando Campeãs estreia nos cinemas no dia 2 de dezembro, o filme é uma cinebiografia sobre Richard Williams, pai das famosas tenistas Venus e Serena Williams. Ambas as irmãs e Will Smith (Bright), que interpreta Richard, são os produtores executivos do longa. O filme é dirigido por Reinaldo Marcus Green e roteirizado por Zach Baylin. No elenco também estão Demin Singleton, Saniyya Sidney e Aunjanue Ellis

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    SINOPSE DE KING RICHARD: CRIANDO CAMPEÃS

    Destinado a fazer de suas filhas futuras campeãs de tênis, Richard (Will Smith) usa métodos próprios e nada convencionais, seguindo sua visão clara que construiu para as filhas Serena (Demi Singleton) e Venus (Saniyya Sidney). Determinado, o pai das garotas vai fazer de tudo para fazer com que elas saiam das ruas de Compton para as quadras do mundo todo.

    ANÁLISE

    king richards

    O filme que poderá levar Will Smith novamente para o tapete vermelho do Oscar infelizmente é morno e raso. Isso porque, King Richard: Criando Campeãs não está verdadeiramente disposto a debater aquelas personalidades – e isso fica evidente quando o filme opta por não contar toda a história de Richard -, mas em fazer um discurso positivo sobre “superação de obstáculos”. 

    De fato, é uma pena que uma história tão potente se torne tão sem gosto, que tenta de várias formas mascará sua falta de efervescência. O que fica exposto tanto na figura de Will Smith e seus monólogos sobre humildade, superação e perseverança. 

    Mas também se caracteriza na direção de Reinaldo Marcus Green, apenas as cenas em quadra atrelada ao trabalho de montagem parecem chamar o diretor para dentro do filme. Por isso, os melhores momentos do filme são dentro dos jogos de Venus e Serena, quando o filme parece funcionar em sua melhor forma. 

    Nesse sentido, como cinebiografia, o roteirista Zach Baylin faz o feijão com arroz. Apresenta o potencial dos personagens e as adversidades enfrentadas por eles. Em duas horas de filme, o texto se torna bastante repetitivo e alguns discursos parecem não fazer mais efeito à medida que o longa se afasta. 

    Tanto Richard, como Venus e Serena são o ponto chave do filme. Mas sem dúvida, Aunjanue Ellis como Brandi, mãe das meninas, é uma das melhores surpresas do longa por justamente fazer um contraponto ao Richard de Will Smith. Dessa forma, além da história de Richard, Venus e Serena têm-se um trama familiar que por vezes funciona, mas quando é preciso é simplesmente descartada para dar ênfase aos protagonistas. 

    Ainda sim, um dos grandes trunfos de King Richard é saber lidar com questões financeiras e raciais de forma lúcida. São assuntos que aparecem de forma exponencial no longa, mas que trazem uma certa credibilidade à medida que entende-se qual era o plano de Richard para suas filhas. 

    No mais, a produção sabe que está lidando com dois fenômenos esportivos e que não precisa contextualizar que essas irmãs alcançaram o estrelato. Por isso, o filme termina de uma forma bastante provocativa, Venus perde seu primeiro torneio, mas o legado dela e se sua irmã estava apenas começando. 

    VEREDITO

    king richards

    King Richard: Criando Campeãs é o típico filme mediano de Oscar, apesar da atuação de Will Smith ser formidável e ter verdadeiras chances de ser indicado, não é uma atuação impactante. O filme peca em excesso de tempo, falta aprofundamento e entrosamento. Contudo, é um filme que apela emocionalmente e pode conquistar espectadores.

    3,5/5,0

    Confira o trailer de King Richard:

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    Noites Sombrias #42 | 10 easter eggs de Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City

    Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City estreou nos cinemas brasileiros no dia 02/12 e trouxe diversos easter eggs. Confira dez deles na nossa lista:

    O PRIMEIRO ZUMBI DA MANSÃO SPENCER

    resident evil bem vindo a raccoon city

    Uma das cenas mais clássicas de Resident Evil 1 do Playstation é quando Chris (Robbie Amell) encontra o primeiro zumbi do game devorando Kenneth J. Sullivan. No longa, a cena é praticamente igual, contudo, um policial diferente é atacado por um dos cientistas da Umbrella.

    TUBARÃO E SERPENTE GIGANTES DE RESIDENT EVIL 1

    resident evil bem vindo a raccoon city

    Em um dos diálogos do longa, Jill Valentine (Hannah John-Kamen) pergunta a Wesker (Tom Hopper) em uma brincadeira se ele prefere ser engolido por um tubarão ou cobra gigantes.

    O que era para ser apenas uma conversa banal na verdade é um easter egg, pois em Resident Evil 1 dois monstros que você pode enfrentar são justamente uma cobra e um tubarão.

    HUNK E O ALPHA TEAM

    Além dos vários personagens importantes de Resident Evil 1 e 2 que são fundamentais em Bem-Vindo a Raccoon City, mais um dos protagonistas dos jogos se encontra em uma cena curta.

    Trata-se de Hunk, do Alpha Team da Umbrella Corporation. Responsável por fazer a queima de arquivo, o personagem aparece matando civis que tentam fugir da terrível cidade.

    CLAIRE E SUA MOTO

    Outro easter egg que aparece no filme é quando Claire Redfield (Kaya Scodelario) rouba a moto de Chris e sai perambulando pela cidade.

    A cena é muito parecida com a da protagonista chegando em Racoon City em Resident Evil 2, na abertura do jogo.

    O CAMINHONEIRO DE RESIDENT EVIL 2

    resident evil

    Se temos Claire e sua moto, temos também o caminhoneiro que separa os caminhos de Leon (Avan Jogia) e Claire também.

    O homem é infectado pelo T-Vírus e acaba se acidentando, fazendo com que o caminhão exploda e vire um obstáculo entre nossos heróis. No longa, essa cena tem uma comicidade envolvendo Leon que não nota a explosão em sua frente, gerando um momento inusitado.

    O JORNALISTA BEN BERTOLUCCI DE RESIDENT EVIL 2

    resident evil

    Ben Bertolucci (Josh Cruddas) é um jornalista investigativo que descobre os segredos da Umbrella Corporation. Ele é bem importante na trama de Resident Evil 2 e aqui também tem algum destaque. Assim como nos jogos, Ben acaba morrendo dentro de sua cela de forma bastante trágica sendo mordido por um zumbi.

    OS GÊMEOS ASHFORD

    Quando Claire e Leon chegam na Mansão Spencer, lá eles acham um rolo de filme com os dizeres “Gêmeos Ashford”. O casal apareceu pela primeira vez em Resident Evil: Code Veronica, sendo uma criação de Alexander Ashford. Os dois possuem habilidades formidáveis, além de uma inteligência muito acima do normal e são uma grande ameaça na franquia de jogos.

    ITCHY TASTY

    Um dos easter eggs que mais causou alvoroço nos fãs foi quando uma cidadão infectada de Raccoon City escreveu com sangue Itchy Tasty numa vidraça. O termo é uma referência a um arquivo encontrado em Resident Evil 1, mais precisamente o “Keeper’s Diary“, que mostra os efeitos da mutação nos corpos das vítimas da Umbrella. A cena é bastante macabra no longa.

    OS ÓCULOS DE ALBERT WESKER

    Na cena pós-créditos, Albert Wesker acorda da morte com bastante sensibilidade em seus olhos. Para ajudá-lo, uma personagem alcança os seus clássicos óculos escuros, fazendo uma referência clara à aparência original do vilão. No longa, ele não utiliza seus óculos, todavia, temos essa sacada após o final de Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City.

    ADA WONG NO FUTURO DE RESIDENT EVIL?

    resident evil bem vindo a raccoon city

    Falando da cena acima, a personagem que deixa Wesker no estilo se trata de Ada Wong (Lily Gao), uma agente dupla superimportante para a trama de Resident Evil 2. Com sua confirmação, é bem provável que ela seja fundamental em filmes futuros, pois ela é bem importante em Resident Evil 2, 4 e 6.

    E vocês? Gostaram do filme? Comentem!

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    CRÍTICA | Gavião Arqueiro – S1E3: Ecos

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    Ecos foi o terceiro episódio de Gavião Arqueiro e apresentou um pouco mais da personagem vivida por Alaqua Cox na trama da série da Disney Plus. Os episódios vão ao ar toda quarta-feira.

    ANÁLISE

    ecos

    O novo capítulo da trama de Gavião Arqueiro trouxe muita qualidade narrativa, uma vez que tivemos um aprofundamento maior de seus personagens. Ao mostrar Eco (Alaqua Cox), vemos as consequências das atitudes de Ronin (Jeremy Renner), pois o sanguinário vigilante empilhou corpos de mafiosos pelas ruas de Nova Iorque.

    A complexidade de Eco é muito bem apresentada aqui, visto que ela desde sempre fez parte de um grupo de excluídos por conta de suas necessidades especiais, mas nunca se sentiu uma vítima. Suas habilidades na verdade foram amplificadas por conta de suas condições como surdez e usar uma prótese na perna.

    Ao dar uma história para uma futura anti-heroína, a Gangue dos Casacos ganha um pouco mais de camadas, pois até o momento eram apenas um bando de paspalhos. O próprio personagem Kazi (Fra Fee) se mostrou um bom coadjuvante da trama.

    Como outro ponto positivo, temos uma evolução bastante rápida de Kate Bischop (Hailee Steinfield) que já se mostra muito madura e carismática. Hailee Steinfield domina o papel já e poderá ser uma boa líder em projetos que vem por aí.

    O próprio Clint está mais interessante como personagem, uma vez que agora ele possui um peso dramático que o dá cada vez mais significância dentro do MCU. De negativo, apenas mais uma vez a fórmula Marvel com piadas bobas e deslocadas dentro do reflexivo episódio Ecos.

    VEREDITO

    Com um texto intimista e bom desenvolvimento de personagens, Ecos foi um episódio marcante e que desliza apenas em seu humor escrachado.

    Se continuar nessa toada, Gavião Arqueiro entregará uma boa trama, mesmo que não tenha uma luz azul em sua season finale, o que é ótimo!

    4,0/5,0

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    CRÍTICA – Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City (2021, Johannes Roberts)

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    Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City é o novo longa da franquia e tem Johannes Roberts (Medo Profundo) na direção e conta com Hannah John-Kamen e Tom Hopper (Ascensão do Cisne Negro).

    SINOPSE DE RESIDENT EVIL: BEM-VINDO A RACCOON CITY

    A empresa Umbrella faz testes na população de Raccoon City e Claire Redfield (Kaya Scodelario) quer desvendar tudo que está acontecendo. Enquanto isso, um grupo das forças especiais da cidade vai investigar em uma mansão o desaparecimento de membros da sua equipe.

    ANÁLISE

    Resident Evil é uma franquia de games que deu muito certo, mas que sofreu por muitos anos com filmes questionáveis estrelados por Milla Jovovich.

    Eis que em 2021 recebemos um novo longa de orçamento abaixo do comum, na casa dos 25 milhões de dólares, todavia, com um elenco conhecido em alguns trabalhos com Avan Jogia (Zumbilândia 2), Tom Hopper, Hannah John-Kamen e Robbie Amell (Code 8).

    A pobreza do custos aparece de forma veemente no CGI, pois os monstros são extremamente fakes e o sangue digital é tenebroso. As maquiagens são ruins e todo o investimento foi colocado no elenco e cenários que são bastante fiéis aos jogos.

    Um roteiro sem inspiração

    A ideia de misturar as tramas de Resident Evil 1 e 2 não foi acertada, uma vez que o excesso de personagens e uma história dividida em dois núcleos tira toda a dinâmica do filme, deixando-o picotado. Quando há um momento de possível clímax, a direção nos dá um balde de água fria segurando o momento e mostrando os outros personagens.

    Sobre os atores e personagens, todos estão medianos, com algum destaque para Kaya Scodelario e Avan Jogia que conseguem entregar algo um pouco acima. Contudo, o segundo tem um problema por conta de uma péssima escolha de roteiro que faz Leon Kennedy ser um alívio cômico pateta. Além disso, estava na cara que alguns personagens teriam armaduras de roteiro absurdas, visto que a todo o momento decisões estúpidas deles nos fazem não acreditar em como conseguem sobreviver.

    De fato, há uma preocupação em apresentar os protagonistas, entretanto, a forma é péssima, pois, assim como em Mortal Kombat, a todo o momento eles dizem seus nomes e sobrenomes de jeito cafona. Como se não bastasse tudo isso, a forçação com a quantidade absurda de easter eggs soltos é apenas para agradar os fãs mais ávidos por uma história interessante que acaba ficando em segundo plano com um roteiro medíocre.

    VEREDITO

    resident evil

    Com um argumento fraco, péssimas escolhas e uma direção perdida, mas com algumas pequenas semelhanças do game de sucesso, Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City é uma decepção completa.

    Por mais que haja alguma coisa interessante ali, tudo que foi construído não foi suficiente para apresentar um filme coeso e divertido, restando apenas uma obra pobre.

    1,8/5,0

    Confira o trailer de Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City:

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    CRÍTICA – Viagem ao Topo da Terra (2021, Patrick Imbert)

    O longa animado Viagem do Topo da Terra (Le Sommet des Dieux) é baseado no homônimo mangá japonês de Jiro Taniguchi (O Gourmet Solitário e O Homem Que Passeia), a versão do mangaká foi publicada de 2000 a 2003 na Business Jump, da editora Shueisha, ficando com 5 volumes compilados; ainda inédita no Brasil.

    A animação que havia sido lançado originalmente em julho deste ano no Festival de Cannes, chegou na última terça (30) ao catálogo da Netflix.

    O elenco de vozes original conta com Lazare Herson-Macarel, Éric Herson-Macarel, Damien Boisseau, Elisabeth Ventura, Kylian Rehlinger e François Dunoyer.

    SINOPSE

    Um fotojornalista que investiga a primeira expedição ao Everest acaba se envolvendo na busca por um respeitado alpinista que desapareceu.

    ANÁLISE

    A adaptação da adaptação: “O pico mais alto do mundo, o Everest, já foi escalado várias vezes. Que tipo de história da montanha ainda podemos escrever hoje?” pergunta o romancista Baku Yumemakura. A resposta a essa pergunta pode ser encontrada, sem dúvida, em seu livro Kamigami no Itadaki (Around the Summit of the Gods) que viria a ser adaptado para mangá e agora para animação.

    Aqui, acompanhamos Fukamachi, um fotojornalista japonês, em busca de pistas para encontrar uma antiga câmera fotográfica que pode mudar a história do alpinismo e para isso, precisa encontrar um fantasma do esporte.

    Montanhista incansável, escalador incomparável, o personagem de Habu Jôji é diretamente inspirado por Masaru Morita, um verdadeiro alpinista japonês que, em seus primórdios, não tinha um tostão e não podia financiar expedições extremamente caras no Himalaia ou nos Alpes, parte na subida de uma parede considerada impossível no inverno, Oni-Sura, a “laje de demônios” para fazer seu nome no alpinismo. 

    A começar pela incrível aventura de Masaru Morita nas Grandes Jorasses, nos Alpes. Lá, com a perna quebrada e um braço fora de serviço após uma queda de 50 metros, o escalador luta para escalar a parede usando seu único braço válido e, literalmente com a força de seus dentes, se iça até seu equipamento, antes sendo resgatado no último minuto. 

    Ao mesmo tempo, Baku Yumemakura também se inspirou em outra estrela do montanhismo japonês: Tsunego Hasegawa, com quem compete Masaru Morita, na obra ele é Hase Tsuneo, oponente de Habu Jôji. Os dois homens, tanto na realidade como em suas adaptações, respeitam-se e confrontam-se, sempre com um objetivo último em mente: conquistar o Everest, o cume dos deuses.

    VEREDITO

    Não é de hoje que afirmo que animação não precisa ter um visual maravilhoso e realista para ser perfeita. Viagem do Topo da Terra tem uma estética que lembra muito a animação Akira (1988), e sua trilha sonora em conjunto com a imponência dos picos montanhosos faz o coração gelar e a alma encontrar a paz na vastidão do topo.

    Sem dúvidas o reflexivo longa animado entrou para a lista dos melhores de 2021.

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    TBT #153 | Razão e Sensibilidade (1995, Ang Lee)

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    O TBT desta semana aborda um dos clássicos literários de Jane Austen que ganhou adaptação para os cinemas em 1995, com lançamento no Brasil em 1996. Razão e Sensibilidade, dirigido por Ang Lee (Projeto Gemini) e roteirizado por Emma Thompson, ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Thompson também atua no filme ao lado de Kate Winslet, Hugh Grant e Alan Rickman.

    SINOPSE DE RAZÃO E SENSIBILIDADE

    Em virtude da morte do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras, pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento. Neste contexto, enquanto uma irmã prática (Emma Thompson) usa a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) se mostra emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade à flor da pele.

    ANÁLISE

    Considerada por muitos a melhor adaptação das obras literárias de Jane Austen, Razão e Sensibilidade mistura drama com toques de um humor cotidiano. Isso é, o romance que envolve o filme consegue tanto arrancar suspiros, como também divertir o espectador com os erros e desencontros do amor. 

    Mas essa é uma questão sutil no filme que ganha ênfase em suas protagonistas. Se por um lado Elinor, interpretado genuinamente por Emma Thompson, apela para o bom senso e vê com nitidez a realidade em que sua família vive; por outro, Marianne, vivida incrivelmente por Kate Winslet, é sentimentalista e pura emoção. Dessa forma, a dupla dispõe de uma dinâmica balanceada, em que o público entende os preceitos de uma época difícil para as mulheres.   

    Como um filme de romance, têm-se pares legitimamente interessantes. Elinor se interessa pelo encantador Edward Ferrars (Hugh Grant), mas suas diferenças de classe social são o bastante para afastar o casal apaixonado. Por sua vez, Marianne desperta o interesse do charmoso Christopher Brandon (Alan Rickman), mas ela acaba se apaixonando por John Willoughby (Greg Wise). 

    De fato, existe um jogo de amor em Razão e Sensibilidade, no qual palavras às vezes não são ditas, e gestos valem mais que tudo. E isso se deve ao grande trabalho de adaptação de Thompson, que concretizou uma história cercada de ênfases. O texto é inteligente, divertido e bonito, dando espaço para que esses personagens do século XIX cresçam em tela.

    Lançado em 1995, Razão e Sensibilidade adapta o livro homônimo de Jane Austen. O filme ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 1996.

    Da mesma forma, a direção de Ang Lee é um primor, captura um certo humor entre os olhares dos personagens, ao mesmo tempo em que sabe utilizar dos planos abertos para mostrar o esplendor dos campos ingleses. Logo, Razão e Sensibilidade é um conjunto de bons direcionamentos que levam a obra a ser esplêndida. 

    Ainda assim, em certos momentos, o filme se arrasta. No segundo ato há uma perda de foco do seu real objetivo, e alguns personagens secundários são tão desinteressantes que realmente realçam os personagens principais. No entanto, é um filme sobre as aventuras e desventuras do amor e como isso pode ser encarado por seus participantes, com razão e sensibilidade.

    VEREDITO

    Razão e Sensibilidade é um filme que evoca drama e romance, mas sem nunca apelar ou se tornar meloso. Têm um bom humor típico das obras de Austen e um elenco afiadíssimo que dá grandeza ao roteiro e direção. 

    4,5 / 5,0

    Razão e Sensibilidade atualmente está disponível para assistir na Netflix. Veja o trailer:

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