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    CRÍTICA – Sombra e Ossos (1ª temporada, 2021, Netflix)

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    A nova produção de fantasia da Netflix chega ao streaming no dia 23 de abril. A série Sombra e Ossos é uma adaptação da trilogia Grisha, da autora Leigh Barbugo, com os livros:

    • Sombra e Ossos;
    • Luz e Tormenta;
    • Ruína e Ascensão.

    Porém, a obra televisiva que conta com Eric Heisserer (A Chegada, Bird Box) como showrunner também adapta outros livros do universo, como a duologia Ketterdam, formada pelos livros:

    • Six of Crows: Sangue e Mentiras;
    • Crooked Kingdom: Vingança e Redenção.

    No elenco estão Jessie Mei Li, Archie Renaux e Ben Barnes (Westworld).

    SINOPSE

    Sombra e Ossos conta a história do Reino de Ravka, que há milênios se encontra dividido em dois por uma tenebrosa barreira chamada de A Dobra. Nesse mundo vive Alina Starkov (Jessie Mei Li), uma órfã que foi recrutada pelo Primeiro Exército do Rei para acompanhar os Grishas. Esses são figuras com poderes responsáveis por combater as forças malignas dentro da Dobra e também os inimigos do reino. Para vencer a guerra contra o mal e unir seu país, a jovem vai aprender a controlar seus poderes e a confiar em si mesma.

    ANÁLISE

    A série pode ter a típica jornada do herói e o velho drama do triângulo amoroso, mas sua trama é extremamente fascinante e se destaca em meio aos personagens. Isso porque, esse universo fantástico tem como pano de fundo uma trama política e social que, inspirado por fatos históricos reais, servem para familiarizar o espectador e imergi-lo em um mundo atraente.

    Dessa maneira, a nova produção de fantasia da gigante do streaming se prova à altura das mais recentes, como The Witcher (2019), por exemplo. Até mesmo, existe uma semelhança com Game of Thrones (2010). Visto que, ambas as tramas tratam de confrontos políticos por trás dos agradáveis e interessantes personagens.

    Contudo, apesar dos esforços da Netflix em emplacar a nova série de fantasia e ficção do momento, Sombra e Ossos ainda precisa mostrar forças e fugir do convencional. Por isso, seu grande marco está na criação de um mundo que ao mesmo tempo que é mítico, também é pautado na ciência e tecnologia.

    Mas, de fato, a história da série se mostra bastante complexa nos primeiros episódios, tal como GoT são diversos nomes de lugares, eventos e nações para gravar. Além disso, Sombra e Ossos conta mais de uma história ao mesmo tempo.

    Enquanto a brava Alina traça sua jornada a fim de controlar seus poderes como a Conjuradora do Sol ao lado do General Kirigan (Ben Barnes), a trama também foca na história do trio de ladrões chamados de The Crow. Formado pelo calculista Kaz Brekker (Freddy Carter), o pistoleiro Jesper Fahrey (Kit Young) e a habilidosa Inej Ghafa (Amita Suman).

    O grupo, que é bastante conhecido e adorado dos fãs do universo, funcionam como uma espécie de “segunda trama” na série. Logo, por vezes, a trama heroica de Alina Starkov e o mundo sarcástico dos Crow não parecem fazer sentido e nem se relacionarem. E mesmo em certos momentos, onde ambas as histórias se cruzam ainda há a sensação de estranheza.

    O mesmo acontece com a terceira trama que Sombras e Ossos acompanha, Nina Zenik (Danielle Galligan) e Matthias Helvar (Calahan Skogman) são de povos diferentes e se encontram em meio a uma situação. Apesar da química entre o casal e dos momentos divertidos entre troca verbais, sua trama fica muito distante do foco principal.

    O que torna evidente que o showrunner, Eric Heisserer, optou por mostrar diferentes perspectivas do mesmo mundo. O intuito é apresentar um universo vasto com personagens complexos. Essas narrativas são amplamente melhor aproveitadas nos livros, onde contar histórias em diferentes espaços e tempos se torna fundamental. Porém, em uma série, no qual o visual é o essencial se torna por vezes desconexo.

    Entenda o mundo de Sombra e Ossos

    CRÍTICA - Sombra e Ossos (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Um dos pontos que chama atenção em Sombra e Ossos é que a série não se interessa em explicar de imediato seu mundo complexo. Aos poucos os espectadores entendem como a trama funciona e quais as suas regras. Por isso, vale a pena comentar a história desse universo fantástico.

    Aqui, a nação de Ravka foi dividida por uma enorme barreira de sombra chamada de A Dobra, o local que abriga criaturas terríveis e outros mistérios. Com a nação dividida, Ravka começa a lutar contra outros povos ao redor como Fjerda e Shu Han. Vale ainda ressaltar que a nação de Ravka foi baseada e inspirada pela Rússia czarista do início do século XIX. Enquanto, Fjerda é baseado na Escandinávia e Shu Han é baseado na Mongólia e na China.

    Consequentemente, a nação de Ravka é o lar dos Grisha que são pessoas que nascem com habilidades de manipular o fogo, metal, ar e até mesmo, o sangue. Os Grisha são motivo de perseguição por outras nações, já que seus poderes podem ser considerados extremamente perigosos. Eles são chamados de bruxos e demônios, mas seus dons advêm da arte de manipular matéria chamada de Pequena Ciência.

    Sendo assim, em guerra, a nação de Ravka treina seus Grisha para o chamado Segundo Exército, já os jovens que não detém os poderes são soldados do Primeiro Exército. É nesse contexto que surge Alina Starkov, uma órfã que junto com o melhor amigo, Maylen Osetven (Archie Renaux), cresceu em um orfanato após a guerra matar seus pais. Ambos vão para o Primeiro Exército, Alina se torna cartógrafa e Maylen um soldado.

    A trama avança quando Alina revela ter poderes raros, ela é a Conjuradora do Sol. Logo, ela se junta ao General Kirigan que é um Grisha. Juntos, eles almejam destruir A Dobra e unir a nação de Ravka novamente. É claro que ao longo dos oito episódios de Sombra e Ossos muitas reviravoltas acontecem o que torna a série mais interessante à medida que os perigos e desafios são revelados.

    Personagens e Ambientações

    CRÍTICA - Sombra e Ossos (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Como dito antes, a narrativa de jornada do herói está presente em Sombra e Ossos na trajetória da protagonista. De uma órfã a salvadora do mundo, Alina Satarkov começa a traçar um caminho difícil que lhe dá poucas opções de escolha. Além disso, na série, a jovem é metade Shu e metade Ravka, sendo constantemente alvo de xenofobia pelas suas características asiáticas.

    Apesar da personagem ser praticamente arrastada de um lado para o outro ao longo da série com poucos momentos de tomadas de decisões independentes, a atriz Jessie Mai Li consegue se sair muito bem. Salve lá alguns clichês, onde as protagonistas femininas precisam se mover apenas por seus interesses românticos, Alina é uma boa protagonista.

    Ainda assim, um dos grandes destaques da série é Ben Barnes como General Kirigan, apesar de ser um personagem bastante sério evoca simpatia e medo em todos os momentos certos. Já Archie Renaux como Maylen traz o equilíbrio a série e torna a relação com a Alina uma mistura de amizade e ternura.

    Quanto aos The Crow, Kaz e Inej, embora não tenham tanto tempo de tela, são personagens atraentes. O destaque com certeza é Jasper que além de ser o alívio cômico é esperto e encantador.

    Por último, a ambientação de Sombras e Ossos é hipnotizante, desde dos trajes militarizados ao uso de cenários diversos, a série de Heisserer mostra que teve uma boa quantia para gastar. Até mesmo os efeitos são bem utilizados e mostram que a Netflix não pretende poupar esforços para dar o devido reconhecimento a essa maravilhosa série.

    VEREDITO

    Sombra e Ossos evoca fantasia atrelado a questões políticas, sociais e jogos de poderes. Uma narrativa que chama atenção e desperta curiosidade. A produção que tem um grande investimento também conta com personagens carismáticos e um enredo extremamente interessante. Uma grande aposta da Netflix que com certeza dará bons frutos.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    A primeira temporada de Sombra e Ossos chega à Netflix no dia 23 de abril.

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    CRÍTICA – Time (2020, Garrett Bradley)

    Mais uma indicação ao Oscar 2021 sendo trazida para vocês. E olha que esta é de peso. Time é um documentário americano trazido a nós pela Amazon Prime Video que relata a história de Sibil Fox Richardson cuidando de sua família e batalhando a liberdade de seu marido que cumpre pena por um assalto à banco.

    O filme foi lançado no Festival de Cinema de Sundance, onde Garrett Bradley ganhou o Prêmio de Direção, sendo a primeira americana negra a conquistá-lo.

    SINOPSE

    Nesta íntima e épica história de amor filmada através de duas décadas, a indomável matriarca Fox Rich batalha para criar seus seis filhos e manter junta a família, à medida que ela luta pela liberação do marido da Penitenciária Estadual de Louisiana, conhecida como Angola.

    “Tempo é o que você faz dele”

    O longa tem uma premissa direta. Retratar o período de tempo da vida de Sibil Fox Richardson, ou Fox Rich como é conhecida, e de sua família, desde a prisão de seu marido, Robert, e sua luta por liberdade. Sobretudo, Time é sobre uma referência: uma mulher, negra, mãe, que suportou vários desafios por amor à sua família e ao sonho de vê-la (re)unida.

    No início somos apresentados à situação que culminou no tema do documentário: Fox e seu marido roubaram um banco. Ela foi condenada a pouco mais de três anos de prisão, enquanto Rob recebeu pena de 60 anos. Desde então, ela luta na justiça por uma redução de pena e pela chance de ter sua família completa, em casa, novamente.

    “O tempo é influenciado pelas nossas emoções”

    O documentário é todo em preto e branco, provavelmente para evidenciar que a edição é feita a partir de um apanhado de gravações e imagens do arquivo pessoal de Fox Rich, as quais ajudam a retratar sua história.

    Mas me permito observar que, talvez, a escolha por esta paleta tão básica não se deva apenas à proposta anterior, mas sim para evidenciar o cansaço e a gravidade da história. Frases e depoimentos de Fox e seus filhos, durante o desenvolvimento, denotam o esforço da família em persistir e manter as esperanças.

    Time é um documentário sobre a vida de Fox Rich e suas batalhas para superar adversidades, criar uma família e libertar seu marido.

    Não são poucos os momentos em que Fox é retratada em contato com advogados, secretários, juízes e outros agentes do sistema. Nessas situações, fica nítido o esforço para manter a cordialidade, a desesperança por saber que seus interlocutores não se importam realmente com sua situação, e a necessidade de manter as expectativas mesmo quando tudo não vai bem (sempre).

    “O tempo é imparcial. O tempo é perdido. O tempo voa”

    Apesar do roubo, da prisão e da longa pena serem os eixos do filme, poucos detalhes são dados ao espectador. O documentário acaba focando mais na luta de Fox e na construção do símbolo que ela se tornou. Para alguém alheio ao caso, e por se tratar de um documentário, podem surgir críticas no sentido da falta de informação detalhada sobre o processo e o julgamento.

    Ainda assim, é nítido que Garrett Bradley quis de fato dar luz à batalha da própria Sibil, especificamente, suportando adversidades e batendo de frente com todas elas. Time é um documentário que em nenhum momento se preocupa em querer trazer outros pontos de vista. Ele é sobre a visão e a vida de Fox Rich, neste período de tempo de aproximadamente 20 anos.

    Mas não só isso. Time é também sobre as falhas do sistema carcerário estadunidense, a força feminina, fé e amor. Sem dúvidas, é também a respeito de racismo, mas mais ainda sobre uma batalha para suplantar esse racismo.

    VEREDITO

    Entendo quem reclama da parcialidade do documentário, mas entendo também que a forma como a história, os fatos e as imagens são trazidas se propõem a algo maior. Evidentemente não é uma obra para trazer juízo de valor a respeito dos fatos e das circunstâncias. Time é uma obra apaixonada que trata principalmente sobre amor e resiliência.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer oficial:

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    Star Wars: Como Darth Revan entrou no cânone moderno

    Darth Revan é um dos Lordes Sith que mais se destacam, por ser único e popular entre os fãs de Star Wars Legends. E desde que a Disney comprou os direitos de uma galáxia muito, muito distante, os fãs pediam que Revan fosse trazido de volta ao cânone junto dos Cavaleiros da Velha República, no qual ele tem um grande destaque.

    De certa forma, parece que a comoção dos fãs começou a surtir efeito. Enquanto ninguém prestava atenção, Star Wars fez uma sutil referência ao personagem favorito dos fãs em um lugar estranho: no Dicionário Visual de A Ascensão Skywalker, e o trouxe ao cânone moderno.

    Em Legends, Darth Revan era originalmente um Jedi. Mas após ele e seu aprendiz, Darth Malak vencerem as Guerras Mandalorianas, eles desapareceram nas Regiões Desconhecidas. Lá, eles foram capturados e influenciados pelo Imperador Sith Darth Vitiate, mas eventualmente quebraram sua influência e ao invés de o servirem, decidiram participar de sua guerra contra os Jedi. Durante esse conflito, Revan foi trazido novamente pelo lado da luz, onde, anos mais tarde, ele tentou confrontar Vitiate, apenas para ser traído e aprisionado.

    Durante seu tempo na prisão, sua mente permaneceu viva quando ele morreu, e seu espírito se separou entre personalidades distintas, de Jedi e Sith. Após mais luta, uma equipe de Imperiais e tropas da República, foram capazes de se aliar ao Espírito Jedi, e o unificou novamente. Eventualmente, seu espírito teve um importante papel na batalha contra o Imperador Sith.

    Esse é o personagem que os fãs de Legends queriam o retorno: o Sith que usa uma máscara, um sabre de luz roxo, e que é tanto um Sith, quanto um Jedi. Antes de Star Wars: A Ascensão Skywalker, a Disney havia ignorado isso, mas agora, a história de Revan foi até referenciada no cânone moderno.

    Darth Revan
    Darth Malak e Darth Revan

    Após muita espera, Star Wars: A Ascensão Skywalker revelou que Darth Sidious tinha sobrevivido a queda do famoso duto do reator e começou a tomar o controle da galáxia mais uma vez, usando a Primeira Ordem. Enquanto os filmes seguiam, Sidious explicou que os cultistas Sith de Exogul tinham trabalhado arduamente para construir um exército de Sith Troopers e uma incrivelmente poderosa armada chamada de a Ordem Final.

    Como revelado no dicionário visual, cada uma dessas Legiões eram identificados por números, e o mais importante, um nome de Sith de acordo com sua importância, incluindo Revan, Andeddu, Tanis, Tenebrous, Phobos e Desolous. Cada um desses nomes conta com muitas histórias por trás, mas como o livro explica:

    “Essa história foi escondida do resto a galáxia, e apenas os Eternos cultistas Sith sabem a importância desses nomes.”

    Agora, os fãs podem ficar felizes que esses Sith enfim façam parte do cânone oficial, pelo menos por nome.

    Independente disso, os entusiastas de Revan não devem perder as esperanças, pois o Sith quase foi trazido de volta. Na terceira temporada de Clones Wars, no episódio 17, intitulado “Fantasmas de Mortis”, quase mostrou Darth Revan, junto de Darth Bane, como Fantasmas da Força no mundo nexus de Mortis. Essa ideia foi descartada, mas isso, e a revelação do Dicionário Virtual de A Ascensão Skywalker, provam que a Disney e a Lucasfilm estão fazendo um esforço para trazer de volta os Lordes Sith de Legends, incluindo Revan, à sua antiga glória.

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    CRÍTICA | Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca (2020, Will Becher e Richard Phelan)

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    Shaun, O Carneiro, O Filme: A Fazenda Contra-Ataca (A Shaun the Sheep Movie: Farmageddon), novo filme do carneirinho mais querido da cultura pop, está disponível na Netflix. Dirigido pelos diretores Will Becher e Richard Phelan, o longa concorre ao Oscar 2021 na categoria de Melhor Animação.

    SINOPSE

    Um alienígena com poderes estranhos cai perto de Mossy Bottom Farm, e Shaun rapidamente faz um novo amigo. Juntos, eles devem fugir de uma organização perigosa que deseja capturar o visitante intergaláctico.

    ANÁLISE

    Shaun, O Carneiro, O Filme: A Fazenda Contra-Ataca é um longa em stop motion extremante bem feito e que vai te divertir ao longo de seus 87 minutos.

    O longa tem forte inspiração no filme E.T. O Extraterreste, mas segue sua própria linha narrativa de forma bastante engraçada, repleta de confusões e aventuras com Shaun e Bitzer e o seu novo amiguinho extraterreste Lu-La (Não é o Lula do PT).

    Com a presença desse novo amigo, Shaun vai entrar em uma odisseia de confusão para tentar ajudar o simpático Lu-La a retornar ao seu planeta natal. Além de tentar livrá-lo das garras do capturador da organização MAD (Ministério de Detecção de Alienígenas).

    CRÍTICA | Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca (2020, Will Becher e Richard Phelan)

    Quanto a direção Will Becher e Richard Phelan, ambos apresentam um trabalho notável que consegue alternar dos momentos cômicos para emocionantes na hora certa. Dinâmica essa que acabar agradando ao público de adultos e crianças. Em diversos momentos, minha pequena irmã soltavas muitas gargalhadas e ficou bastante emocionada ao final do filme.

    O destaque do longa vai para sua belíssima animação em stop motion que está repleta de detalhes. Seja em cenas onde habitam muitos figurantes ou mesmo em campo aberto, a animação não mede esforços para deixar toda sua estética impecável.

    Além disso, o longa é repleto de easter egg a clássicos da ficção cientifica como 2001 Uma Odisseia no Espaço, E.T. O Extraterrestre, Sinais e até ao pai da ficção científica H.G Whells.

    VEREDITO

    Por fim, Shaun, O Carneiro, O Filme: A Fazenda Contra-Ataca é um longa muito divertido que vai agradar a todos os fãs de Shaun, O Carneiro e também aos fãs de ficção científica cômica.

    Por mais que o longa siga diversos clichês garanto que ele não perde sua qualidade por isso.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA: Oscar 2021 anuncia indicados; veja a lista completa.

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    CRÍTICA | Minari – Em Busca da Felicidade (2020, Lee Isaac Chung)

    Minari – Em Busca da Felicidade está indicado a vários Oscars na competição deste ano, incluindo a categoria de Melhor Filme. Dirigido e roteirizado por Lee Isaac Chung e estrelado por Steven Yeun, o longa conta a história de uma família coreana tentando viver o tão almejado sonho americano.

    Minari estreia dia 22 de abril nos cinemas do Brasil.

    SINOPSE

    Uma família coreana se muda para uma fazenda no Arkansas em busca de seu próprio sonho americano. Em meio aos desafios dessa nova vida, eles descobrem a inegável resiliência da família e o que realmente faz um lar.

    ANÁLISE

    Minari – Em Busca da Felicidade talvez seja um dos filmes mais sinceros dessa temporada do Oscar. Focado em uma família imigrante que busca mudar de vida nos Estados Unidos, o longa discorre sobre os percalços e desafios de se estabelecer em um país completamente diferente do seu.

    Na história, Jacob (Steven Yeun) se cansa de trabalhar na indústria e decide comprar um terreno no Arkansas. Ele e sua família se mudam de um pequeno apartamento na Califórnia para o que aparenta ser um antigo motorhome em uma fazenda muito distante da cidade.

    Para as crianças, David (Alan S. Kim) e Anne (Noel Cho), a aventura é válida e morar em uma fazenda não parece ruim. No entanto, Monica (Yeri Han), esposa de Jacob, não gosta da ideia, pois eles estão em um lugar isolado, longe de outras pessoas e sem nenhum vínculo social.

    Devido aos problemas de saúde de David, a família resolve trazer para perto deles a mãe de Monica, Soon-ja, interpretada incrivelmente por Yuh-Jung Youn. A avó age como um elo de ligação com a cultura coreana que, cada vez mais, tem se distanciado da realidade da família enquanto vivem na América.

    Minari consegue abordar diversos assuntos complexos em uma trama simples. A mudança da família para uma fazenda, em busca de uma vida melhor, é uma decisão unilateral de Jacob. Os desejos de Monica não são levados em consideração, causando rusgas entre o casal. Esse tipo de unilateralidade é comum na maioria dos relacionamentos, mostrando o quão necessário é aprendermos a compartilhar com o outro nossos sonhos e angústias.

    A pressão da honra carregada pelo “pai” da família é também bem explícita. Jacob acredita que é responsabilidade dele prover uma vida melhor, orgulhar os filhos e construir algo importante. A atuação de Steven Yeun é sincera e, mesmo contida, merece todas as indicações que recebeu nessa temporada.

    A mesma pressão que Jacob sente é compartilhada por Monica, mas de uma outra perspectiva. A necessidade de trabalhar, aprender algo novo e fazer mais do que apenas estar em casa é algo que fica implícito na construção da personagem. Yeri Han infelizmente não teve a mesma projeção nas premiações do que o restante do elenco, mas a atriz está muito bem no papel.

    Com o desenrolar da história, a importância de construir uma família unida e parceira se torna a maior lição de todas. A química entre Yuh-Jung Youn e Alan Kim é maravilhosa, rendendo os momentos mais divertidos e profundos da trama.

    CRÍTICA – Minari (2020, Lee Isaac Chung )

    Vale destacar também o ótimo trabalho de fotografia de Minari. As cenas no campo, com o sol sempre por trás da plantação, passam a ideia de renascimento e reconstrução na nova vida dessa família. Além disso, a condução de Lee Isaac Chung, indicado na categoria de melhor direção, é primorosa e consegue trazer ótimas atuações de seu elenco principal para a tela.

    A trama é também muito fácil de se identificar, principalmente com os altos e baixos ao longo desse período de pandemia de Covid-19. Há na história simples da família coreana em solo americano um fator de identificação muito forte com a situação de boa parte do mundo.

    VEREDITO

    Com pitadas de humor, o drama Minari – Em Busca da Felicidade é um dos melhores filmes do Oscar desse ano. Utilizando muito bem o fator de identificação, a trama da família Yi é profunda e, por vezes, otimista. Um olhar que todos nós precisamos hoje em dia.

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Assista ao trailer

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA: Oscar 2021 anuncia indicados; veja a lista completa.

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    CRÍTICA – Collective (2020, Alexander Nanau)

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    Collective é um documentário romeno que está concorrendo ao Oscar 2021 na categoria Melhor Filme Internacional e Melhor Documentário. O longa-metragem fez seu percurso no Festival de Veneza de 2019 e ganhou o European Film Awards. O documentário foi exibido no Festival É Tudo Verdade na plataforma Looke.

    SINOPSE

    Em Colective, como consequência de um trágico incêndio em um clube romeno, às vítimas de queimaduras começam a morrer em hospitais devido a ferimentos que não são fatais. Uma equipe de jornalistas investigativos entra em ação, descobrindo a corrupção em massa do sistema de saúde e das instituições do Estado, abordando questões sobre propaganda e manipulação que até hoje afetam não apenas a Romênia, mas também sociedades em todo o mundo.

    ANÁLISE

    Atualmente muitos documentários se mesclam com o ficcional tornando algumas produções extremamente esporádicas. É o caso do documentário Collective que ao mesmo que lança um olhar jornalístico, buscando os fatos, também consegue ser sensacionalista em certos momentos. Logo, o que chama atenção no longa é o tom de denúncia que, infelizmente, vai morrendo aos poucos.

    Dessa forma, o diretor Alexandre Nanau acompanha de perto um grupo de jornalistas do jornal esportivo Gazeta Sporturilor. A equipe comandada pelo experiente jornalista Catalin Tolontan descobre um enorme furo na saúde pública romena. Em outubro de 2015, um incêndio na boate Colectiv matou 64 pessoas e deixou dezenas feridas.

    Assim como na tragédia da Boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a Colectiv também não obedecia a normas básicas de segurança e estava aberta apenas por incompetência e corrupção. Na Romênia, o caso foi motivo de protestos e levou à queda do governo. Isso porque, o jornal Gazeta Sporturilor, descobriu fraudes na saúde pública.

    Alexander Nanau.

    Os feridos do acidente estavam morrendo nos hospitais por causa de bactérias e falta de higiene. Os jornalistas descobriram que o desinfetante usado para a limpeza dos hospitais romenos estava sendo diluído em água. A história cresce a medida que o grupo vai descobrindo mais pistas e poderia ser um incrível roteiro fílmico, se não fosse real.

    Nessa perspectiva, o diretor escolhe a narrativa da observação sem entrevistas. Logo, a trama carrega um tom de denúncia que faz o espectador ficar impressionado e sem reação. Por isso, a necessidade de câmera de Nanau ser como uma espiã, sempre ao fundo documentando reuniões a portas fechadas.

    Sendo assim, no primeiro ato de Collective existe uma sensação de injustiça e descrença no governo romeno. O que evidencia a importância do trabalho jornalístico em qualquer lugar do mundo. Ainda mais o jornalismo independente que por não serem pautados pelos órgãos governamentais conseguem ser mais transparentes e éticos.

    Segundo ato é preocupante

    Se no primeiro ato de Collective, o diretor faz da figura do jornalista um herói que luta contra o sistema, no segundo ato, Nanau opta por deixar a investigação jornalística de lado dando foco para o ilustre Ministro da Saúde. O que parecia ser uma inversão de narrativa, jornalismo versus governo, se torna a procura por um herói para o povo romeno.

    Visto que a parte investigativa do documentário já estava no seu auge, Alexandre Nanau começa a seguir os passos do novo Ministro da Saúde, Vlad Voiculescu, que não era político, mas sim um ativista da saúde. Ao passo que também mostra momentos de uma sobrevivente do incêndio que teve perda parcial das mãos.

    Vlad Voiculescu.

    Fatos históricos mostram que a Romênia passou por períodos conturbados durante a Segunda Guerra Mundial ficando sob ocupação soviética. Foram 24 anos de um governo comunista autoritário que só terminou em 1989. Somente anos 90, o país teve as primeiras eleições democráticas.

    Essa ascendência à democracia tardia, enquanto os outros países da União Europeia cresciam cada vez mais, é vista no documentário na figura do novo ministro. Voiculescu parece querer mudar o sistema político por dentro, mas está sozinho na causa.

    É nítido que Collective de Nanau se atropela na busca por heróis. No segundo ato, o filme diminui o ritmo e entra em uma espécie de comodismo, diferente do seu início bombástico, apelando para frases de efeitos e sorrisos amarelos em meio ao caos da saúde pública romena. O que fica ao espectador brasileiro é um sentimento de familiaridade, afinal, ambos os países têm mais que um incêndio trágico em comum.

    VEREDITO

    O documentário Collective entrega uma verdadeira catarse em seu primeiro ato, mas diminui o ritmo no segundo ao buscar outras óticas. Contudo, é extremamente importante e atual ao fazer uma denúncia que com certeza não se aplica apenas a Romênia. Além disso, viva ao jornalismo independente!

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer oficial (legenda em inglês):

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