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    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Chegamos ao 4º episódio de Lovecraft Country intitulado A History of Violence. Nesse novo capítulo, Tic (Jonathan Majors), Leti (Jurnee Smollett) e Montrose (Michael Kenneth Williams) se envolvem em uma nova aventura com os melhores elementos de Indiana Jones!

    Essa análise terá spoilers do 4º episódio do seriado. Sendo assim, leia por sua conta e risco.

    SINOPSE

    Após Christina (Abbey Lee) aparecer misteriosamente em sua porta, Leti confronta Tic sobre seu plano de voltar para a Flórida. Mais tarde, em uma aventura em busca das páginas escondidas de Titus Braithwhite, Leti, Tic e Montrose seguem para Boston com Hippolyta (Aunjanue Ellis) e Diana (Jada Harris) para um passeio em um museu.

    Paralelamente, William (Jordan Patrick Smith) resolve ter um encontro com Ruby (Wunmi Mosaku) após os Braithwhite não conseguirem entrar na casa de Winthrop.

    LEIA TAMBÉM:

    Lovecraft Country: Episódio 1 – Sundown | Análise e referências

    Lovecraft Country: Episódio 2 – Whitey’s on the Moon | Análise e referências

    Lovecraft Country: Episódio 3 – Holy Ghost | Análise e referências

    ANÁLISE

    A History of Violence é, provavelmente, o melhor episódio desde Sundown. Com uma mistura de terror e aventura, o capítulo traz elementos de caça ao tesouro, em uma clara referência aos clássicos do gênero. Indiana Jones, Goonies e o próprio Viagem ao Centro da Terra, referenciado durante o episódio, são alguns nomes que podemos lembrar logo no início da nossa jornada.

    Nesse novo capítulo, Tic quer encontrar as páginas do Livro dos Nomes roubadas por Titus. A informação foi repassada a ele por Christina no episódio Holy Ghost, onde ela explicitou que a casa de Horacio Winthrop seria peça-chave nessa busca.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Falando em Christina, ela apareceu na porta da casa de Leti e foi barrada pelo ritual feito no episódio anterior. Ela não consegue entrar na casa de Winthrop, então precisa encontrar outra forma de fazê-lo. Durante sua conversa com Leti, ela menciona o planetário de ouro escondido dentro da mansão – que, a essa altura, está na casa de Hippolyta ao sul de Chicago.

    Unindo todos os pontos, Leti vai atrás de Tic e descobre que ele tem investigado sobre as páginas de Titus Braithwhite e que pensa em ingressar nessa caça ao tesouro. Sabendo que Montrose já havia percorrido toda essa investigação anteriormente, Leti fala com o seu futuro sogro pedindo ajuda para encontrar a caixa forte onde as folhas estão escondidas.

    Montrose, na verdade, desempenha um grande papel nesse episódio. Logo no início vemos cenas de seu apartamento revirado com fotos de Dora (Erica Tazel), George (Courtney B. Vance) e Tic.

    Em um breve momento ouvimos uma voz masculina (provavelmente seu pai), dizendo para ele “parar de se emperequetar”, o que nos abre algumas discussões sobre tudo o que ele passou todos esses anos e que ele provavelmente é homo ou bissexual.

    Durante essa passagem ele queima o livro da Ordem dos Filhos de Adão, entregue a ele por George antes de falecer. Há algo naquele livro que Montrose não quer que ninguém tenha acesso e que pode ser a chave para a sobrevivência ou derrocada do grupo.

    Leti e Tic convencem Montrose a irem a Boston, já que Montrose acredita que a caixa forte possa estar em um museu da cidade – reformado por Titus quando ele fez parte do conselho. Hippolyta e Diana se convidam para a viagem e Tree (Deron J. Powell) também pega uma carona com eles.

    Ao chegarem em Boston, o grupo se divide no museu. Tic, Leti e Montrose esperam até o anoitecer para começarem suas buscas com a assistência de um amigo de Montrose (que é segurança do local). Esse amigo, aliás, acaba sendo uma dica de Tree para Tic: ele acredita que Montrose e Sammy (Jon Hudson Odom), dono do bar que Montrose frequenta, tem um affair.

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    A partir daqui, a história toma realmente os ares de uma aventura de caça ao tesouro. Utilizando a luz da lua para iluminar um monumento dedicado a Titus – em uma ala do museu com diversos apetrechos roubados de outras civilizações pelo homem branco – a entrada para o cofre logo é revelada.

    Abaixo do museu existem três túneis. Eles precisam chegar até a caixa forte antes da lua desaparecer e da maré subir, para não morrerem afogados. Essa missão requer um trabalho em equipe, pois eles precisam decidir juntos qual túnel é o correto. Com a sabedoria e o feeling de uma vencedora, Leti usa a informação sobre a última viagem de Titus (para o Caribe) como fonte para decidirem qual lado deveriam seguir.

    O túnel termina em uma cena muito similar a Indiana Jones e a Última Cruzada, com direito a uma prancha de madeira ligando dois lados de construção e um precipício enorme embaixo. A prancha começa a desaparecer após Leti começar o seu caminho, obrigando Montrose e Tic a trabalharem juntos para chegarem ao outro lado.

    Já próximos a cair no penhasco, o grupo chega até a porta do outro lado da prancha, sendo necessário empurrar partes da porta – como em um código – para que ela se abra. Montrose relembra o poema nas primeiras páginas do livro da Ordem que falam sobre Deus, Eva, Adão e os Monstros, conseguindo solucionar o código e salvar à todos.

    Nesse momento começam as desconfianças dentro do próprio grupo. Como Montrose sabe tanto sobre a Ordem? Há quanto tempo ele vem investigando essas pistas?

    O roteiro de A History of Violence é extremamente inteligente em nos conduzir para o caminho da dúvida e das teorias. Há algo de errado com Montrose, e isso vem sendo construído desde que ele retorna de Ardham. Resta saber o quê.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Paralelamente à aventura dos heróis, nós vemos Christina encontrar o “chefe” de outra hospedaria. Ao longo do episódio descobrimos que não existe apenas uma, mas 34 hospedarias relacionadas a Ordem dos Filhos de Adão. Aliás, quem mencionou esse número foi o próprio Montrose mais cedo no episódio.

    Christina desafia Seamus Lancaster (Mac Brandt), um dos membros da Ordem e policial daquela região de Chicago. De acordo com ela, o planetário de ouro é chave para a máquina do tempo criada por Hiram, o médico louco que fazia experimentos na mansão.

    Não gostando da atitude de Christina, Lancaster manda capangas perseguirem a moça até sua residência, e é nessa hora que temos a confirmação de uma teoria que já vem rolando há muito tempo: Christina é William! Conforme Christina entra na casa, William sai e golpeia os capangas de Lancaster.

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    Após esse acontecimento, Christina (disfarçada de William) vai ao encontro de Ruby, irmã de Leti. Ela pretende seduzi-la e – provavelmente – conseguir uma forma de ser convidada a entrar na casa Winthrop.

    Com o cair da noite, Hippolyta e Diana estão retornando para Chicago após perderem Leti, Tic e Montrose – que não retornaram ao local de encontro no museu. Frustrada, Hippolyta vê o desenho de uma morte no mapa de George – especificamente no Condado de Ardham. Frustrada com todos os acontecimentos recentes, ela resolve procurar por respostas, abrindo ganchos para os acontecimentos da próxima semana.

    Conforme segue pelo túnel, o grupo percebe que a maré começa a subir intensamente. No fim das contas se descobre que aquele túnel dá direto no elevador da casa de Leti, sendo o caminho que vimos no final do episódio Holy Ghost.

    Ao final do caminho, há uma porta que só pode ser aberta por alguém que possua o sangue da linhagem de Titus. Tic, então, coloca o braço na fechadura e um alçapão se abre. Lá encontramos um sótão repleto de cadáveres, sendo que um deles está segurando os pergaminhos de Titus.

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    Quando tentam pegar o pergaminho, o cadáver se regenera, apresentando uma nova personagem: Yahima Maraokoti (Monique Candalaria), uma mulher indígena de dois espíritos que Titus conheceu e sequestrou em sua jornada para à Guiana. Falando o idioma Arawak, que Tic consegue compreender, a mulher explica que foi aprisionada por Titus após ajudá-lo a decifrar algumas partes do Livro dos Nomes.

    Como já foi enganada uma vez, Yahima se recusa a ajudar o grupo. Montrose em um ato calculado de extrema irresponsabilidade, arranca o pergaminho da mesa, fazendo com que o local seja inundado. Todos saem nadando até o elevador e Montrose deixa pra trás o pergaminho.

    Em um ato de coragem, Leti novamente salva todo mundo, buscando o pergaminho e nadando de volta para o elevador. Quando eles estão salvos, Yahima dá um grito de sereia, revelando que Titus havia colocado uma maldição nela: fora da sala onde estava aprisionada, ela não teria voz e não poderia contar nada para ninguém.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    No maior cliffhanger do seriado até então, Montrose assassina Yahima na casa Winthrop – enquanto Tic e Leti estão dormindo – em um plot twist até então inesperado. Em algum momento da trama, Montrose foi comprometido e está trabalhando para atrasar Leti e Tic.

    Esse final revela dezenas de possibilidades: será que Montrose matou George? Será que ele realmente foi raptado ou fazia parte do plano dos Braithwhite? O que ele leu no livro da Ordem para ter tanto medo do que Tic pode descobrir? Ele estaria trabalhando com alguma outra hospedaria? Suas motivações em relação ao filho são realmente sinceras?

    A atitude de Montrose de matar Yahima traz nuances completamente novas para a série.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Não só os Braithwhite são os vilões, como também um integrante dentro do próprio grupo está agindo para atrasar Tic e Leti. Se Montrose descobrir que Hippolyta está com o planetário, será ela a sua próxima vítima?

    Literalmente, ninguém está seguro no roteiro de Misha Green.

    Toda a situação da máquina do tempo também abre precedentes interessantes para a trama. É curioso você ter um ator como Courtney B. Vance no elenco e utilizá-lo apenas em 2 episódios. Por isso, a máquina do tempo pode ser a forma de Hippolyta salvar o seu marido e trazê-lo de volta para trama.

    Lovecraft Country: Episódio 4 – A History of Violence | Análise e referências

    Assim como nos outros episódios, A History of Violence também toma o seu tempo para desenvolver os personagens entre uma aventura e outra. Neste capítulo, conseguimos visualizar alguns pontos que assombram Montrose e o fazem beber compulsivamente. Há muito rancor e frustração nessa equação, o que acaba o guiando sempre para o caminho errado.

    Leti mais uma vez é o destaque do episódio. Jurnee está incrível a cada novo capítulo e crava cada vez o seu caminho a uma indicação ao Emmy de 2021. Jonathan Majors também tem entregue uma ótima atuação, mas é indiscutível o quanto Jurnee rouba a cena.



    REFERÊNCIAS

    A maior referência desse episódio é o livro Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne. Durante a cena da biblioteca, vemos uma criança lendo-o.

    Lançada em 1864, a obra é um clássico da literatura fantástica e já foi adaptado para o cinema algumas vezes. No enredo, Otto Lidenbrock encontra um manuscrito escrito em código único pelo antigo alquimista Arne Saknussemm. Ao decifrá-lo, ele descobre que quem desce a cratera do vulcão Sneffels antes do início de Julho, consegue chegar ao centro da Terra.

    Em A History of Violence, o grupo realmente encontra um manuscrito com uma escrita única – que apenas Yahima e sua família poderiam transcrever. Alguns caracteres do idioma estavam escritos nas cavernas de Alomun Kundi, local conhecido por Yahima. E, bom, Titus não era um alquimista, mas era um bruxo de primeira.

    Em um dado momento do episódio, Hippolyta conta à filha Diana que ela participou de uma competição nacional para nomear uma constelação e venceu, dando o nome de Carruagem de Hera.

    Porém, a comissão que escolheu o vencedor não gostaria de associar o nome da constelação a uma criança negra, atribuindo como vencedora uma jovem sueca chamada Nancy Studebaker.

    Na história original do livro de Matt Ruff, em que a série se baseia, Hippolyta havia nomeado o planeta Plutão e não uma constelação. A premissa é a mesma: ela venceu o concurso, mas teve seu feito roubado e atribuído a uma jovem – Venetia Burney.

    Entretanto, provavelmente para não gerar problemas futuros ou boicote – já que Venetia Burney realmente existiu e deu nome ao planeta – a produção adaptou a história, criando essa ramificação.



    VEREDITO

    A History of Violence conseguiu brincar com a nossa nostalgia trazendo um episódio com cara – e qualidade – dos antigos filmes de Indiana Jones. É o tipo de aventura que não vemos mais nos dias atuais em grandes produções e que mexe fundo com nossos sentimentos, pois representou uma parte muito importante na história do cinema.

    A habilidade de Misha Green em adaptar a história do livro com tanta versatilidade (indo do terror psicológico à aventura infanto-juvenil) é algo incrível e mantém as pessoas interessadas para o formato do episódio seguinte.

    Os ganchos propositais deixados de um episódio para o outro também são interessantes, mesmo que eu acredite que essa série seria mais prazerosa de assistir maratonando e não com um episódio por semana. São plot twists que deixam a condução da série imprevisível.

    É claro que todos esses elementos trazidos para a série podem se tornar um problema futuramente para a trama – caso ela não seja conduzida com qualidade. Se absolutamente tudo for possível nesse universo – desde bruxos e monstros até máquinas do tempo -, o roteiro começa a se tornar um pouco conveniente. Entretanto, tenho grandes expectativas que a série se manterá com um pé na realidade e o outro no mundo fantástico.

    A History of Violence é mais um grande episódio e, junto com Sundown, se torna um dos melhores já lançados até o momento.

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    The Promised Neverland: 3 motivos para assistir ao anime

    Nessa semana chegou na Netflix um dos animes mais comentados de 2019. The Promised Neverland foi exibido pelo Crunchyroll no ano passado e garantiu um bom público.

    Logo, o anime foi chamado de uma mistura de Chiquititas com A Fuga das Galinhas. Na trama, crianças órfãs de até 12 anos vivem em um orfanato e na medida que novas crianças entram na casa, outras são adotadas.

    Até aí, tudo bem, uma história totalmente normal. Mas, o que pegou muitos otakus de surpresa é o fato de The Promised Neverland não ter nada de ingênuo.

    A medida que acompanhamos os episódios descobrimos junto com os três protagonistas que:

    1. Não é um orfanato, mas uma fazenda;
    2. As crianças não são adotadas, elas são mandadas para um abatedouro como gado e;
    3. O local é gerenciado por demônios. Logo, as crianças começam a traçar um plano de fuga para sobreviverem.

    Com certeza, você já deve estar dando play para ver o anime. Mas antes, confira esses três pontos para apreciar a história por completo:

    O que torna a história de The Promised Neverland tão cativante

    Guarde isso na memória: Nada no anime é por acaso. Cada detalhe e conversa em The Promised Neverland é super importante para a trama. Dessa forma, acompanharmos os três protagonistas – Emma, Norman e Ray – que são considerados acima da média em inteligência entre as crianças do orfanato. 

    O trio tem personalidades totalmente diferentes, mas juntos funcionam de forma orgânica e carismática. Além disso, o anime conta com outros personagens interessantes. Algumas crianças do orfanato têm atitudes e momentos que elevam o anime além do trio principal. 

    Nesse sentido, até a antagonista, a mulher que cuida das crianças e do local tem uma personalidade complexa.

    Mama, como é chamada, é uma personagem de várias nuances que contribui para que o suspense do anime funcione. Dessa forma, deixando o terror para os demônios e a luta pela sobrevivência para as crianças. 

    A animação é um dos pontos altos do anime 

    Poucos animes misturam 2D e 3D, menos ainda conseguem a proeza de misturar as duas técnicas tão bem como The Promised Neverland. Isso porque, o anime em sua maioria carrega os traços de 2D, deixando apenas algumas cenas para o 3D dar a sensação de movimento.

    Logo, basta olhar as cenas dentro da mansão do orfanato. A Grace Field House tem uma animação totalmente em 3D. Portanto, as sombras e as texturas da casa simulam um enorme realismo dando a sensação que estamos de fato lá dentro. 

    Na mesma medida, os personagens muitas vezes em 2D interagem com um cenário em 3D, o que cria cenas visualmente sensacionais.

    O primeiro episódio é um show de direção e construção de roteiro levando o clímax para um final arrepiante. Sendo assim, a animação contribui para a atmosfera sinistra e de constante perigo da trama.

    The Promised Neverland não se trata apenas da fuga da orfanato

    O anime é uma adaptação do mangá escrito por Kaiu Shirai e desenhado por Posuka Demizu. Sua história saiu em capítulos semanais desde Agosto de 2016 à Junho de 2020, quando foi finalizado.

    Ao todo foram 20 volumes encadernados que se tornaram um sucesso no Japão e no mundo. Isso porque, a premissa é do tipo de historia que favorece o combate mental entre os personagens.

    A própria relação entre os personagens, com Emma buscando de todas as formas levar a maioria das crianças com ela, denota o quão fundo a história vai em conceitos como amizade e trabalho em equipe.

    É óbvio que suspense e o terror são os fatores principais do anime, mas acompanhar personagens tão altruístas e corajosos é sempre bem vindo. 

    A segunda temporada do anime de The Promised Neverland, que estava programada para Outubro de 2020, foi adiada devido á pandemia e chegará somente em 2021.




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    CRÍTICA | Estranhos no Paraíso: Santuário – Vol. 3 (2019, Devir)

    Uma das séries mais longevas dos quadrinhos independentes americanos, Estranhos no Paraíso teve mais de 100 edições e foi publicada em diversos idiomas. No Brasil, a HQ de Terry Moore teve o seu relançamento em 2019 pela editora Devir sobre um dos trios mais marcantes da nona arte.

    A história de Katchoo, Francine e David é recheada de situações inusitadas e fez sucesso nos anos 1990 e 2000 por trazer um roteiro bem trabalhado, usando personagens muito diferentes dos super-heróis. Por exemplo, o envolvimento de Katchoo com o crime e seu amor/desejo por Francine são narrados em meio às divagações de Francine sobre seu problema com a própria imagem e de forma anacrônica.

    Neste volume 3, Francine está beirando à meia-idade, presa em um casamento sem amor e tentando disfarçar a depressão quando, por acaso, encontra Katchoo. Enquanto relembram seu tumultuado relacionamento, ambas redescobrem a verdade sobre seu amor, a amizade que uma tem pela outra e como isso tudo se perdeu.

    Numa inusitada mistura de humor, drama e aventura, descobrimos uma sórdida trama de vingança e uma luta desenfreada pelo poder envolvendo até a queda nada acidental de um avião e a morte de dezenas de inocentes. Sofrimento e arrependimento permeiam as histórias comoventes deste volume numa direção totalmente inesperada.

    ANÁLISE

    Katchoo e Francine.

    Santuário serve como um bom exemplo do que é a série Estranhos no Paraíso: diálogos bem escritos, poesias e textos de prosa utilizados em conjunto com a linguagem sequencial para contar a história e desenhos competentes, que apresentam sinais de estilos realistas, cartum e mangá. O reencontro das duas amigas cede espaço para uma sequência em flashback, o que ocupa a maior parte do livro.

    Moore compõe uma obra que fala sobre relacionamentos, amor e amizade. Junto a esses temas centrais, ele acrescenta humor e uma boa dose de suspense e aventura.

    Por ter um roteiro e personagens tão bem desenvolvidos, a HQ também já foi tema de diversos trabalhos acadêmicos, principalmente quando o assunto é representação feminina nos quadrinhos.

    Em uma época de heroínas com corpos objetificados e sexualizados, Estranhos no Paraíso apresentou mulheres que se aproximavam muito mais da realidade do que a maioria das personagens que existiam nos quadrinhos, possibilitando assim, maior identificação por parte dos leitores e leitoras da série.

    VEREDITO

    Dentre séries em que predominam histórias sobre seres e situações fantásticas, Estranhos no Paraíso destaca-se mais uma vez neste volume por apresentar personagens comuns e por explorar seus dramas com ótimos textos, desenhos e narrativas, graças à simplicidade nos mínimos detalhes aos olhos de Terry Moore.

    Nossa nota

    CRÍTICA | Estranhos no Paraíso: Santuário - Vol. 3 (2019, Devir)Editora: Devir

    Autor: Terry Moore

    Páginas: 354


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    LEIA TAMBÉM:

    CRÍTICA | Estranhos no Paraíso: Um Sonho de Você – Vol. 1 (2019, Devir)

    CRÍTICA | Estranhos no Paraíso: Ama-me Com Ternura – Vol. 2 (2019, Devir)



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    CRÍTICA – GDLK/High Score (2020, Netflix)

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    Recentemente na Netflix foi lançado um documentário com título original de High Score e que no Brasil ganhou o nome de GDLK. Ambas as expressões são comuns à maioria da comunidade gamer, público alvo da série. A primeira, em tradução literal, significa pontuação mais alta, e faz alusão à pontuação que ficava piscando nas telas dos fliperamas. Já a outra é uma simplificação da palavra godlike, “como um deus“, referindo-se à jogadores com habilidades quase sobre-humanas nos jogos.

    Desligando o dicionário nerd (talvez não por muito tempo), vamos falar sobre o documentário. GLDK, em seus 6 episódios de pouco menos de uma hora (cada) consegue contar de forma progressiva e bem ilustrada a história do surgimento dos jogos eletrônicos até a sua explosão e atual febre a ponto de lotar estádios em competições eletrizantes ou mesmo derrubar servidores de internet com a procura massiva que gera.

    Mas, primeiro, vamos voltar algumas casas e entender como a série inicia e transcorre.

    INSERT COIN

    fliperama_GDLK

    Se você, como eu, é jovem há mais tempo, provavelmente acompanhou a grande escalada dos jogos eletrônicos. Desde o já idoso Pong até os mais avançados games da atualidade, houve um longo caminho percorrido.

    Os saudosos fliperamas deram a fama ao que no princípio era privilégio de poucos, e alguns nerds (que ousaram quebrar códigos e fazer modificações em tempos que a comunidade “modder” nem existia) popularizaram ainda mais os jogos eletrônicos, adaptando-os e criando casas de jogos onde quase qualquer um podia ter acesso por algumas moedas.



    Do monocromático ao colorido

    A série mostra de maneira muito lúdica, usando pessoas e personagens chave de lendárias empresas como ATARI, Nintendo SEGA, como elas surgiram e os caminhos e desafios percorridos por estas gigantes da tecnologia de games.

    O que chama a atenção também no desenrolar do documentário é toda a diversidade envolvida. Histórias de representatividade, identificação, superação e até mesmo grandes vencedores de campeonatos. GLDK se esmera, desde o início, para contar sua história através de personagens não tão conhecidos mas com grande importância. Desde uma das primeiras campeãs mundiais de Space Invaders até amantes do esporte que, apesar de não terem habilidades físicas sonhavam em se ver como grandes campeões de seus esportes favoritos, e que conseguiram através dos videogames.

    A série consegue, de maneira muito delicada, contar, através de histórias de vitórias pessoais de algumas figuras, a história de muitos dos gamers que viveram as mais variadas épocas dos jogos eletrônicos e, dentro deste mundo de bits e cores, tiraram forças para vencer quests da vida real.

    Então, GDLK vale a pena?

    Partindo da ideia de que não é uma série de ação, mas um documentário, o início pra mim foi um pouco cansativo porque tive que me adaptar ao ritmo da produção. Porém, a medida que as histórias iam sendo contadas, eu ia ficando mais curioso para saber quais os próximos detalhes explorados por GDLK.

    Um show aparte é a habilidade em tornar temáticas as cenas de cada episódio, seja transformando parte da tela em pixels ou contando a história através de animações em formato de jogos. A criatividade da produção audiovisual é um dos pontos mais altos da série, certamente.

    Talvez o único ponto negativo e relevante seja a dublagem (caso queira assistir com o áudio em português). Muitas vezes o áudio não é traduzido, sendo a maioria das vezes quando o original é em japonês, ou então a dublagem em português é feita por cima do áudio original, o qual mesmo que mais fraco, ao fundo, pode ser escutado e atrapalha um pouco a compreensão.

    Apesar deste contra, o documentário entrega bem o que se propõe e com certeza é uma ótima pedida para amantes de jogos eletrônicos que queiram conhecer mais sobre a história desta mega indústria e alguns de seus personagens e personalidades mais notáveis.

    PS: os pontos mais altos para mim foram as menções a Zelda e à criação de Star Fox, que aqueceram o coração deste saudoso nintendista.

    Nossa nota

    Assista ao trailer do documentário:

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    Quer ler mais críticas do nosso site? Confere algumas sugestões aqui neste link.




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    John Boyega: Por que Hollywood espera que artistas negros sejam gratos?

    Para John Boyega, o Finn da última trilogia de Star Wars, não existe uma boa experiência quando a indústria aborda com maus tratos irrefletidos e sistemáticos os personagens negros em sucessos de bilheteria.

    Não muito tempo atrás era inimaginável ver pessoas negras em filmes de Hollywood, basta lembrar de Hattie McDaniel, a primeira atriz negra a ganhar um Oscar em 1940 por E o Vento Levou. Agora que quase 80 anos se passaram, Hollywood insiste em querer contar sua própria narrativa de como os negros precisam ser gratos pelas oportunidades recebidas. 

    Em entrevista para GQ Magazine, o ator fala pela primeira vez desde A Ascensão Skywalker:

    “Sou o único membro do elenco que teve sua experiência em Star Wars ser baseada na sua cor de pele. Vamos deixar por isso. Isso te deixa irritado com o processo, faz você ser mais militante. Te muda porque você percebe: ‘Consegui essa oportunidade mas estou em uma indústria que sequer está pronta para mim’.”

    Alguns podem achar que John Boyega está sendo ingrato, mas não se trata de gratidão, o próprio reconhece o “trampolim” que Star Wars foi para sua carreira. Porém, sejamos honestos, Hollywood sempre espera discursos emocionantes sobre como foi uma ótima experiência para os artistas negros porque existe uma síndrome de Princesa Isabel no ramo cinematográfico.

    É aquela velha história, os brancos que são os heróis precisam defender e ajudar os negros que são as vítimas (sabe Green Book: O Guia, vencedor do Oscar de Melhor Filme de 2019?). Nesse caso, é ainda mais interessante pelo fato da própria Hollywood ter imposto a maioria dos estereótipos que conhecemos sobre personagens negros.

    Mas, Boyega sabe bem disso, afinal, na entrevista ele relembrou alguns momentos que passou em Star Wars. Enquanto divulgava os filmes, o figurinista se envergonhou de algumas roupas que ele queria usar e o cabeleireiro não tinha experiência para trabalhar com o seu tipo de cabelo, mas ainda “teve a coragem de fingir” que tinha.

    Esses acontecimentos foram uma somatória para John Boyega perder a capacidade de “sorrir e aturar isso como se fosse um ganhador agradecido de uma competição”. Além disso, não há gratidão em ver um personagem negro tão importante para a causa da representatividade ser deixado de lado.

    “O que eu diria para a Disney é: não crie um personagem negro, o venda como se fosse muito mais importante para a franquia do que ele realmente é e então o coloque de lado. Isso não é bom.”

    Não é a primeira vez e nem será a última que personagens negros são desperdiçados em tela. Hollywood quer de todas as maneiras ser inclusiva quando ao menos perguntou a artistas negros suas opiniões sobre seus próprios trabalhos. Logo, Boyega tem toda razão quando diz:

    “O estúdio sabia o que fazer com Daisy Ridley, e sabia o que fazer com Adam Driver. Eles sabiam o que fazer com os outros, mas quando chega em Kelly Marie Tran e John Boyega, que se fod** eles. Então você quer que eu diga? Eles querem que eu fale que adorei ter sido parte disso, que foi uma grande experiência… não, não, não. Aceito falar isso quando, de fato, tiver sido uma grande experiência. Deram desenvolvimento só para Adam Driver e Daisy Ridley, vamos ser honestos. Daisy sabe disso. Adam sabe disso. Todo mundo sabe, não estou expondo nada.”

    John Boyega muito além de Star Wars

    Londres, Inglaterra – 03 de Junho: Ator John Boyega faz um discurso emocionado durante protesto Black Lives Matter em Hyde Park; após George Floyd, um homem afro-americano, ser morto por policiais brancos em Minneapolis, EUA.

    O ator foi uma das vozes do movimento Black Lives Matter na Inglaterra em Junho, ao subir em uma escada com um megafone, John Boyega falou de coração para milhares de pessoas sobre justiça racial.

    “Às vezes você só precisa ficar bravo. Às vezes você não tem tempo o suficiente para jogar…”

    Dessa forma, se por um lado, o ator é constantemente interpretado como um homem negro irracional por suas atitudes e falas. Por outro, temos um homem negro que não tem nenhuma obrigação em ser gentil com Hollywood.

    “…meu pai sempre disse uma coisa: ‘Não gaste seu respeito em excesso. Você pode ser respeitoso, mas às vezes estará se colocando como inferior’.”

    Logo, seja pela sua voz ou seu enorme talento, Boyega continua a crescer na indústria cinematográfica sem usar a máscara da gratidão. Ele interpreta um policial na próxima série antológica criada e dirigida por Steve McQueen, Small Axe que estreará na Amazon Prime Video em Outubro.

    Após 80 anos da primeira artista negra que recebeu um Oscar, pouca coisa mudou em Hollywood. Ainda que a indústria ache que está fazendo um bom papel, não parece ser certo que a visibilidade das pessoas negras sejam carregadas por falsas gratificações.

    Hollywood não está fazendo caridade. Dessa forma, John Boyega expressa clareza sobre sua indignação e com isso, tem esperança. Precisamos ter também.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA – Martelada #33 | Racismo na cultura pop e nossas experiências



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    Promoções de games nas principais plataformas #16

    Olá meus caros seres vivos que populam esta enorme (e meio ferrada) Terra. Venho, assim como a justiça, ou seja, atrasado e meio capenga, trazer a famigerada lista com as nossas amadas promoções e descontos garimpadas das principais plataformas.

    Sempre lembrando: se tiver algum feedback, positivo ou negativo (ou neutro, vai saber), entre em contato conosco. As promoções estão ruins? Quer outra plataforma? Abre teu coração e chora aqui pra gente.

    Não levem a mal, mas hoje a lista vai ser resumida por motivos de: não deu tempo de fazer melhor. Perdoa eu? Te pago uma Coca-Cola gelada no próximo dia quente que fizer (é bom, né?).

    How to Survive 2
    Steam: R$ 6,99 (-75%)

    how-to-survive-promoções

    Sobrevivência
    Mundo Aberto
    Fabricação
    1 jogador, cooperativo (local e online)
    Ação
    RPG
    Disponível até 08/09.

    Darkest Dungeon
    Steam: R$ 11,49 (-75%)

    Combate em turnos
    Fantasia sombria
    Roguelike
    Difícil
    1 jogador
    Atmosférico
    Indie
    Disponível até o dia 09/09.



    Into The Breach
    Epic: R$ 0,00 (-100%)

    into-the-breach-promoções

    Roguelite
    Baseado em turnos
    Estratégia
    Disponível até o dia 10/09.

    Valiant Hearts: The Great War
    Xbox One: R$ 10,50 (-70%)

    Valiant-Hearts-The-Great-War_promoções

    Atmosférico
    Primeira Guerra Mundial
    Rico em história
    TEM UM DOG!
    Indie
    Disponível até o dia 14/09.



    Prince of Persia The Forgotten Sands
    Xbox One: R$ 19,98 (-60%)

    Ação
    Aventura
    Parkour
    Terceira pessoa
    1 jogador
    Hack & Slash
    Disponível até o dia 14/09.

    Rayman Legends
    Xbox One: R$ 14,98 (-75%)

    rayman promoções

    Plataforma
    Aventura
    Cooperativo local
    Boa trilha sonora
    2D
    Engraçado
    Infantil
    Difícil
    Atmosférico
    Disponível até o dia 14/09.



    STAR WARS Battlefront II
    PS4: R$ 16,70 (-80%)

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    Multijogador
    Tiro
    Ação
    Ficção científica
    Aventura
    Cooperativo online
    Disponível até o dia 17/09.

    Titanfall 2: Edição Ultimate
    PS4: R$ 17,84 (-85)

    titanfall2-promoções

    Tiro em primeira pessoa (FPS)
    Multijogador
    Mecha
    Ficção científica
    Militar
    Viagem no tempo
    Ritmo rápido
    Disponível até o dia 17/09.



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