Whitewashing, este termo ficou muito em voga há algum tempo, mas se perdeu por conta do esquecimento de algumas pessoas. Recentemente temos visto uma onda de ódio muito grande por conta de escolhas de elenco em produções hollywoodianas, uma vez que filmes como A Pequena Sereia e séries como O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder tem recebido uma chuva de críticas por conta do casting ser diferente das obras originais.
Relembrar é viver e por isso vamos trazer alguns casos de filmes que sofreram embranquecimento e que, em muitos casos, não tiveram uma crítica sequer do público, confira!
ORSON WELLES EM OTHELLO
O personagem de William Shakespeare na peça de 1603, Othello: O Mouro de Veneza, era negro. Contudo, suas representações sempre foram feitas por homens brancos, iniciadas por Orson Welles em 1951 que fizera blackface, ou seja, pintou o rosto de preto para dar vida ao papel.
Othello só foi interpretado por um ator negro em 1995, quando Lawrence Fishburne deu o seu rosto ao personagem.
JOHN WAYNE EM SANGUE DOS BÁRBAROS
Esta daqui é uma das representações mais absurdas e polêmicas de whitewashing em Hollywood, pois John Wayne, famoso por seus papéis de caubói em filmes de faroeste deu vida a nada mais, nada menos que ao lendário ditador mongol Genghis Khan no longa Sangue dos Bárbaros em 1956, fazendo a chamada yellow face que é uma representação estereotipada dos povos amarelos do oriente.
MICKEY ROONEY EM BONEQUINHA DE LUXO
Outro papel muito lembrado quando se trata de yellow face é o de Mickey Rooney em Bonequinha de Luxo, filme que eternizou Audrey Hepburn e que trouxe uma versão completamente ultrajante de um homem japonês chamado Yunioshi, que era um dos vizinhos da protagonista na obra. O diretor Blake Edwards chegou a se desculpar pela escalação do ator em entrevistas.
ANGELINA JOLIE EM O PREÇO DA CORAGEM
Essa aqui é uma das mais inaceitáveis da lista, uma vez que tivemos uma mudança bastante radical da atriz escalada para o elenco e pela figura representada.
Mariane Pearl é uma jornalista francesa que tinha uma mãe cubana e era esposa de Daniel Pearl, também jornalista, morto por paquistaneses em 2002. Mariane é uma mulher negra, com olhos castanhos e cabelo cacheado e Jolie é branca, com cabelos lisos e olhos claros. Angelina pintou a pele, mudou os cabelos e usou lentes para retratar a protagonista, o que foi um grande absurdo.
ROONEY MARA EM PETER PAN
Seguindo a lista de whitewashing em Hollywood, temos o caso de Rooney Mara em Peter Pan.
Em 2015, o longa teve sua estreia e a personagem Tiger Lily, que é indígena, foi representada pela atriz que é branca, o que causou uma série de críticas por parte do público. A própria Rooney Mara pediu desculpas pelo ocorrido e disse que se arrependeu te ter feito o papel, uma vez que não queria fazer parte do movimento de embranquecimento que ocorrera.
SCARLETT JOHANSSON EM GHOST IN THE SHELL
Outro caso que deu o que falar foi a escalação de Scarlett Johansson em Ghost In The Shell, pois a trama toda se passa no Japão e a protagonista Mokoto foi americanizada.
A chuva de críticas foi notória, o que trouxe curiosidade, mas não deu nada certo com o filme sendo detonado por todos os lados.
TILDA SWINTON EM DOUTOR ESTRANHO
Tilda Swinton é maravilhosa e talentosa, contudo, a sua escolha para Doutor Estranho foi controversa, pois o Ancião é um personagem asiático. O fato de ter uma mulher no papel foi ousado, todavia, poderia ser uma asiática, já que temos atrizes talentosíssimas que poderiam fazer parte do cast.
NAT WOLFF EM DEATH NOTE
Por fim, mas não menos importante, a Netflix é uma das empresas mais importantes na luta pela diversidade e abriu muitas portas para que se tenham oportunidades para atores e atrizes não brancos.
Não fez nenhum sentido a trama se passar nos Estados Unidos, tampouco todo o elenco ser substituído, principalmente Light Yagami, que são marcados por suas origens japonesas. O longa além de ser péssimo, teve um elenco muito mal escalado.
Fim da Estrada é um filme de suspense original da Netflix e conta com nomes como Queen Latifah (Arremessando Alto) e Ludacris (franquia Velozes e Furiosos) no elenco. Na direção, temos Milicent Shelton.
SINOPSE DE FIM DA ESTRADA
Brenda (Queen Latifah) é a mãe de um casal de adolescentes e irmã de Reggie (Ludacris) e a família está passando por um perrengue financeiro desde a morte de seu marido. As coisas se complicam quando eles são testemunhas de um assassinato e Reggie rouba uma mochila cheia de dinheiro do local do crime. Agora, eles devem fugir do implacável Senhor Cross.
ANÁLISE
Fim da Estrada tem chamado a atenção dos assinantes da Netflix, pois se trata daquele tipo de suspense de tirar o fôlego e mostra a jornada terrível de uma mãe em apuros. O filme conta com boas virtudes, entretanto, possui muitos escorregões que vão deixando a experiência um pouco frustrante.
De positivo, temos uma Queen Latifah inspirada e com muito carisma, carregando o longa com uma atuação segura e com momentos significantes como, por exemplo, a dor de ter que lidar com todos os problemas e ainda passar por situações terríveis sendo atacada por neonazistas em um estado sulista dos Estados Unidos. A trama é carregada de tensão e a cada minuto que passa, ficamos apreensivos com o que pode acontecer com os personagens principais, algo que é bastante elogiável da trama e direção que acertam no tom do de Fim da Estrada.
Há coisas bem interessantes nas partes de drama e ação, uma vez que temos a dor de uma mulher que perdeu tudo e que tenta ser honesta, mesmo que tudo a tente para não seguir esse caminho. O personagem de Ludacris é o contraponto que até funciona, todavia, seu texto estereotipado nos tira um pouco do filme.
Contudo, a armadura de roteiro dos personagens e a falta de consequências mais severas dentro da história tiram um pouco da urgência que a obra quer passar. Diversas vezes as decisões dos vilões são estúpidas e o principal antagonista é mostrada como uma figura quase mítica, mas na hora do vamos ver, não parece ser uma ameaça tão poderosa assim.
Algo que foi trabalhado de forma um pouco rasa foi a questão dos neonazistas, pois eles meio que são uma ameaça intermediária para mostrar as habilidades de Brenda. Se fossem os principais vilões, certamente a recompensa seria ainda maior para os espectadores.
VEREDITO
Com uma proposta bastante honesta, voltada para o entretenimento com um fundo de drama, Fim da Estrada é um longa mediano, mas que funciona se a ideia é ter uma diversão com momentos de tensão. Com uma boa atuação de Queen Latifah, a obra vai agradar muitos, mesmo que os mais exigente não saiam satisfeitos.
Poucas coisas são tão icônicas no cinema, na TV e até nos games quanto uma espada incrível. Seja de fantasia épicas à sci-fi, as espadas estão sempre presentes na cultura pop e com a chegada de A Casa do Dragão e O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, muitas espadas marcantes podem ser adicionadas ao hall das espadas icônicas, como por exemplo a Blackfyre, a espada da Casa Targaryen.
Elas possuem diversas formas, tamanhos – e até poderes mágicos -, mas nunca são menos do que memoráveis; e muitas vezes pensamos:
“Eu adoraria ter essa espada.”
E você pode!
Por isso, veja algumas das espadas mais marcantes da cultura pop que você pode comprar e decorar sua casa, seu cantinho geek ou até dar aquela “upada” no seu cosplay.
Andúril (O Senhor dos Anéis)
Particularmente, acho a mais bela das espadas da cultura pop; a Andúril, também chamada de Chama do Oeste e Espada Quebrada, foi a espada que foi reforjada dos fragmentos da espada Narsil, que era empunhada por Elendil e herdada por Isildur após a Guerra da Última Aliança contra Sauron.
Andúril foi reforjada em Valfenda, durante a Terceira Era e foi entregue para Aragorn II Elessar, herdeiro de Isildur por linhagem.
A Andúril, ou pelo menos uma réplica da utilizada em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003), pode pode ser facilmente encontrada em diversas lojas e seu valor depende – obviamente – da qualidade da réplica.
No Brasil, seu preço pode começar nos R$ 1.000,00 e pode chegar aos R$ 2.000,00.
Sabres de Luz (Star Wars)
Muito provavelmente este é o item com mais variedade e difícil de definir um preço, afinal, existem diversos sabres de luz icônicos na franquia criada por George Lucas. Em Star War temos inúmeros sabres que tiveram portadores memoráveis: Darth Vader, Luke Skywalker, Yoda, Obi-Wan, Darth Maul, Rey, entre outros; Estes sabres, além de diversos formados de empunhadura, possuem um laser que varia de cor de acordo com seu cristal Kyber, podendo ser branco, verde, azul, vermelho, roxo e até negro.
Sonho de consumo de muitos “padawans” (sejam Jedi ou Sith), qualquer fã da franquia que se preze gostaria de ter um sabre do seu personagem favorito. Neste caso, vou me aproveitar da nossa Lady Jedi do Feededigno, a Stephanie Espindola, que indicou o Star Wars Black Series – Sabre de luz do Luke Skywalker, da Hasbro e que pode ser encontrado em diversas lojas de brinquedos.
Seu preço: na casa dos R$ 3.000,00.
Espada do Clã MacLeod (Highlander)
Seguindo a vibe dos filmes, essa espada é para os fãs mais coroas e foi indicação do nosso colaborador Ricardo dos Santos.
Ser imortal não é possível, mas você pode ter a espada de um! E a espada imortalizada no filme Highlander: O Guerreiro Imortal (1986), empunhada por Connor MacLeod (Christopher Lambert), pode ser encontrada à venda (como sempre, vale lembrar: uma réplica, claro).
Com 110cm, a Espada do Clã MacLeod é forjada com lâmina de aço inoxidável e fabricada pela Marto Swords, em Toledo (Espanha); além de ser uma réplica exata do filme, vem com um certificado de autenticidade.
No Brasil pode ser comprada por pouco mais de R$ 900,00.
Espadas da Escola do Lobo (The Witcher 3)
Saindo dos filme e partindo para o mundo dos games, The Witcher 3: Wild Hunt foi uma obra-prima criada pela CD Projekt Red com base nos romances de Andrzej Sapkowski. O terceiro título da franquia de games foi lançado em 2015 e recebeu mais de 200 prêmios nos principais está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X, Xbox Series S e PC.
The Witcher 3 foi o jogo mais premiado de todos os tempos até 2021, quando foi ultrapassado por The Last of Us – Parte II, que também foi outra obra-prima dos games. Até agosto de 2016, o game havia recebido, pasmem, mais de 800 prêmios!
As Espadas da Escola do Lobo podem ser encontradas a partir de R$ 1.000,00 cada uma.
Ambas, assim como a Andúril, estão na minha lista pessoal de desejos, claro.
Buster Sword (Final Fantasy 7)
Qualquer gamer que se preze, pelo menos já ouviu falar de Final Fantasy e apenas os mais jovens associam a sigla FF à Free Fire, mas, se você já não é tão jovem assim e curte a longeva franquia da Square Enix, certamente deve saber que a franquia apesar de icônica, teve poucas espadas que ficaram gravadas na memória dos jogadores.
Em Final Fantasy VII a mais marcante de todas é a Buster Sword, do protagonista Cloud, que é mais marcante apenas que a enorme espada Masamune do vilão Sephiroth. Por seu tamanho e formato robusto é difícil encontrar uma réplica em aço, sendo mais comum no Brasil sua versão em madeira.
A Buster Sword possui preços à partir de R$ 600,00.
Por seu preço “menos salgado” que as outras listadas anteriormente é muito comum vê-la nas mãos de cosplayers em eventos geek pelo país; sendo ainda mais comum ver a versão de papelão, feita no melhor estilo DIY.
Espada Mestra (Zelda)
Fechando as espadas de games, essa vem do portador que talvez seja o mais sofrido dos games. Conhecida como a “Espada do Zelda”, muitos gamers não familiarizados com a franquia da Nintendo não sabem que arma se chama Espada Mestra (Master Sword) e seu portador se chama Link. Pois é, acredite, ele não se chama “Zelda”.
Recorrente na franquia, esta espada também é conhecida por outros nomes, como:
Espada Lendária;
Espada da Lenda;
Espada Mestra da Ressurreição;
Espada que Sela a Escuridão;
Espada Sagrada.
Esta espada merece o título de icônica pois aparece em 11 games da franquia Zelda e em outros 14 games não canônicos e/ou crossovers.
Assim como a maioria dos itens de desejo dos fãs de cultura pop, as réplicas da Espada Mestra também têm suas variações de tamanho, qualidade do material e consequentemente do preço.
Uma réplica bem feita, com lâmina em aço, pode custar por volta dos R$ 500,00.
Na saudosa série de TV Vikings (2013-2020) a Espada dos Reis é uma relíquia detida pelo rei viking reinante durante o tempo de Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel). A idade e as origens da espada são desconhecidas, mas é um símbolo precioso do poder viking. O punho é adornado com joias e a lâmina, como um espelho polido, é gravada com runas viking que se traduzem em Espada dos Reis.
A lendária espada do Rei Ragnar, pode ser encontrada no Brasil por aproximadamente R$ 1.800,00.
Esta é possivelmente a espada de série de TV mais comprada pelos fãs; afinal de contas, Game of Thrones foi uma série arrasadora como uma grande baforada de dragão, mas entre suas muitas intrigas políticas pelo Trono de Ferro, dragões, lobos gigantes e outros personagens e criaturas, algumas espadas se fizeram marcantes, como por exemplo:
Gelo, de Ned Stark;
Agulha, de Arya Stark;
Lamento de Viúva, de Joffrey Baratheon;
Cumpridora de Promessas, de Jaime Lannister.
E claro, Garra Longa, de John Snow.
A The Game of Thrones Collection é uma série de armas colecionáveis e armaduras cuidadosamente reconstruída a partir dos adereços reais usados no épico da fantasia da HBO; e com 108cm de cumprimento, lâmina em aço inoxidável, punho em couro e placa de madeira com o lema da Patrulha da Noite.
Pode ser encontrada no Brasil por R$ 750,00.
Espada Justiceira (ThunderCats)
Mais um item que brilha os olhos de qualquer “senhor de idade”, afinal de contas quem tem seus 30 e poucos anos certamente já brincou de gritar: “THUNDER… THUNDER… THUNDERCATS, OOOOOH!“
A Espada Justiceira é uma arma lendária e um grande tesouro cultural para os ThunderCats. É o oposto da e uma das mais poderosas armas para existem na Terceira Terra. Quando não estiver em combate, a espada com bainha é mantida dentro do Manopla Justiceira, uma luva que prende a pedra Espírito e atua como sua bainha, armadura e escudo. A espada é exercida pelo atual Senhor dos ThunderCats, Lion-O.
O desenho animado oitentista marcou toda uma geração e por mais que muitos hoje em dia não conheçam os ThunderCats, é inegável que esta espada é memorável por estar a frente de seu tempo: Possui poderes de visão além do alcance, aumento de tamanho, além de ser esteticamente incrível para a época e extremamente mortal nas mãos de Lion-O.
Uma réplica em tamanho real, em aço da Espada Justiceira, no Brasil, você pode encontrar entre R$ 750,00 à R$ 1.000,00.
Matadora de Dragões (Berserk)
Não poderíamos terminar essa lista sem um mangá e/ou anime, né?
A famosa série de dark fantasyBerserk, do mangakáKentaro Miura, é indiscutivelmente melhor aproveitada na forma de mangá, mas a obra também conta com várias animações incríveis. Na trama, acompanhamos Guts, o principal protagonista, também conhecido como Espadachim Negro; Guts é um ex-mercenário e integrante do Bando do Falcão, atualmente um viajante com a Marca do Sacrifício infligida por Griffith e que viaja pelo mundo em constantes conflitos entre alcançar seus objetivos e zelar pelos próximos a ele.
A principal característica de Guts? De longe é sua gigantesca espada Matadora de Dragões (Dragonslayer), além da selvageria em combate. Não que Guts realmente mate dragões com esta arma, mas mesmo assim, sua poderosa espada é uma peça icônica da obra criada por Kentaro Miura.
A Matadora de Dragões se tornou extremamente icônica na cultura pop, inspirando muitas outras armas que também se tornaram famosas, como a já mencionada Buster Sword, a espada empunhada por Cloud em Final Fantasy VII.
Dificilmente encontrada no Brasil, a réplica mais aproximada da Matadora de Dragões do mangá e animes pode ser encontrada em Hong Kong, por aproximadamente HK$ 12.100,00 que convertendo para real com cotação da data desta publicação, ficaria em torno de R$ 7.800,00; sem o custo de frete e impostos.
E aí, curtiu essas maravilhosas espadas da cultura pop? Se você está dando aquela moral no seu cantinho geek ou apenas buscando inspiração, leia também:
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A nossa existência basicamente gira em torno de ciclos, alguns se repetem apesar de estarem em uma configuração diferente do anterior e, a cada nova rodada, usamos o aprendizado adquirido para superar a próxima etapa e curiosamente a minha experiência de jogar Returnal, jogo exclusivo do PlayStation 5, me colocou sobre a reflexão nesta ideia.
Sendo produzido pela Housemarque e lançado em abril de 2021, o game foi vencedor dos prêmios The Game Awards do mesmo ano na categoria Melhor Jogo de Ação, o D.I.C.E. Awards em Excelência em Composição Musical Original e Excelência em Design de Áudio, além do British Academy Games Awards nas categorias Melhor Música, Melhor Jogo e Melhor Performance em um Papel Principal para Jane Perry que interpretou a astronauta Selene Vassos.
SINOPSE
Após o pouso forçado num mundo que muda de forma, Selene deve pesquisar a paisagem árida de uma antiga civilização para escapar. Isolada e solitária, ela se vê lutando com unhas e dentes pela sua sobrevivência. Repetidas vezes ela é derrotada – forçada a reiniciar sua jornada sempre que morre.
ANÁLISE
Quando iniciei o texto comentando sobre a nossa existência de viver ciclos não me remetia apenas a nossa vida como um todo, mas da nossa protagonista Selene Vasso, brilhantemente interpretada por Jane Perry, e a sua jornada de um looping infinito no planeta Atropos, onde caímos durante um pouso forçado.
No aspecto de jogabilidade, Returnal é muito simples em relação aos seus comandos e compreensão dos itens que estarão a nossa disposição, o que se torna fixo e o que se perde ao longo dos ciclos e exploração dos seis biomas existentes. O jogo além de ser no modo single player permite você realizar a exploração do cenário com outros jogadores em um modo online, tornando-se um game que pode ser aproveitado de outras formas a cada nova reentrada no planeta.
Apesar de seguir os padrões do gênero roguelike – da repetição com mudança de configuração a cada nova tentativa – é possível jogar por longos períodos, porém para jogadores impacientes ou que não tenham familiaridade com o gênero, a sensação de retornar para o ponto de partida pode dar a sensação de não estar avançando no jogo.
A grande virtude de Returnal está na própria narrativa e sua metáfora que encontramos neste looping de Selene em busca da “sombra branca”, pois sua jornada de exploração acontece concomitantemente a vivência de traumas e perdas que teve durante a sua história de vida.
O jogo por ser muito abstrato em relação aos fatos que apresenta, não ficando claro se a experiência da protagonista no planeta é algo real ou um delírio, porém o que pude perceber ao jogar Returnal é que vivemos através dos olhos, pensamentos e descobertas de Selene, que está em um processo de luto de uma mãe que tem questões de relacionamento com a sua própria mãe; consequentemente, nos mostrando que antes de Atropos, ela já estava dentro de um ciclo.
Se tratando destes processos, a elaboração do luto tem alguns aspectos cíclicos, pois sempre relembramos de quem ou o que se foi, enquanto o mundo interno se reorganiza de forma a preencher aquele espaço que surgiu com a perda; e Selene em sua jornada a bordo da nave Hélios – que tem o mesmo nome de seu filho -, contempla este simbolismo.
Em um dos finais do game encontrando diversas versões de Selene que chegaram até o bioma final e quando conhecemos a sua história trágica; ao mesmo tempo em que a protagonista emerge a superfície, significando que esta começando a seguir em frente.
VEREDITO
Returnal em diversos aspectos pode satisfazer os jogadores que decidirem embarcar nesta jornada confusa, porém muito intensa, uma narrativa que explora abertamente o aspecto da descoberta – seja sozinho ou com a companhia de outra versão da protagonista – proporcionando momentos surpreendentes.
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Desde os primeiros os filmes de terror lançados, o gênero contava com um claro aspecto punitivo. Elencando quase sempre os horrores da época por meio de metáforas, ou símbolos quase sempre não tão claros, as personagens femininas quase sempre eram colocadas em um local de perigo. Mas isso mudou quando Sally (O Massacre da Serra Elétrica) e Laurie Strode (Halloween) chegaram aos cinemas.
O horror foi atualizado e chegou os dias de hoje com diferentes subgêneros. Men: Faces do Medo dá um claro exemplo da nossa violenta sociedade que a cada dia mais, exacerba e explora os elementos cujas narrativas violentas colocam as mulheres quase sempre como seu foco, ou alvo.
SINOPSE
Na sequência de uma tragédia pessoal, Harper retira-se sozinha para uma zona rural inglesa, esperando ter encontrado um lugar onde possa recuperar. Mas alguém ou algo dos bosques circundantes parece persegui-la. O que começa como um pavor latente torna-se um pesadelo formado, habitado pelas suas memórias e medos.
ANÁLISE
Um dos elementos do mais novo filme da A24 que mais me deixaram curioso ao longo de seu trailer, foi o fato do ator Robert Kinnear (Penny Dreadful, 007 – Sem Tempo Para Morrer) dar vida à quase todos os personagens masculinos do filme, mas enquanto o longa se desenrola entendemos esse motivo.
Estrelado por Jessie Buckley (Estou Pensando em Acabar com Tudo, A Filha Perdida) o filme nos leva por um trauma feminino, caracterizada pela violência sofrida diariamente – seja física ou psicológica -, a trama desenrola os perigos que as mulheres podem vir a sofrer a qualquer momento.
Muito distante de se caracterizar como uma trama “feminista” como muitos portais têm apontado nas últimas semanas, o longa se caracteriza como um horror distante e quase incompreensível para homens – mesmo que esse horror seja causado exatamente por eles. Acredito que esse seja em seu cerne uma exploração da masculinidade tóxica enquanto explora arquétipos, clichês e os horrores enfrentados pelas mulheres de um modo geral.
O uso de Robert Kinnear na trama é explicado para além de sua estranheza e seu talento, a forma como o ator representa as mais diversas facetas dos indivíduos da pequena Cotson. Exemplifica que os “cidadãos” de bem, ou “homens comuns” significam para as mulheres muito mais do que apenas pessoas normais, com quem podem conviver.
Enquanto “brinca” com cerca de 8 ou 9 personagens, alguns deles completamente sem falas – e quase todos eles vividos por Robert Kinnear -, Alex Garland propõe uma trama sobre a violência sobre o corpo do outro, sem qualquer consequência, violência desmedida e caracterizada pela força de uma trama que apenas o diretor – também roteirista do filme -, consegue fazer seus atores brilharem.
VEREDITO
Com muito horror psicológico, violência gráfica e gore, o filme nos leva por uma trama atual que mostra sua significância em seus confusos atos. Mostrando ainda a propensão masculina à violência em relação ao corpo feminino, Garland nos mostra que invariavelmente, todo homem tem a mesma propensão à violência.
Com arcos que não param de crescer, mesmo perto de seu final, Men: Faces do Medo exacerba sua violência e o que há de mais gráfico na empreitada de Harper de sobreviver diante da violência que insiste em cercá-la o tempo todo, e sem medo de colocar o horror diante de seus olhos, Alex Garland conta uma história que vai além da sutileza do início e passa uma mensagem clara em seu final.
Nossa nota
4,0 / 5,0
Confira o trailer do filme:
Men: Faces do Medo pode ser assistido em cinemas de todo o Brasil.
Hollyblood é uma comédia de terror espanhola, com vampiros, histórias tão antigas quanto o tempo e por vezes, risadas forçadas. O cuidado da direção é quase nulo em relação à sua própria trama, mas ainda que os personagens não se levem a sério em momento algum, o filme funciona como uma sátira à filmes de vampiros nada amedrontadores como Crepúsculo e se deleita nesses detalhes.
Ainda que não tenha sido muito bem recebido pela crítica, o longa se faz engraçado em sua proposta e grande parte de seus motes.
SINOPSE
Desesperado para conquistar uma garota, um adolescente tímido decide se passar por um vampiro. Mas mal sabe ele que um imortal de verdade está à espreita.
ANÁLISE
Estrelado por Óscar Casas (Instinto, Jaguar e Sempre Bruxa), o filme nos leva pelas aventuras da adolescência e se aprofunda nessa fase tão confusa. Com uma lenda de um vampiro que ronda a cidade em que o filme é ambientado, o longa engendra seus diversos personagens e núcleos enquanto os faz se confundir com a história de amor de Javi e Sara.
Quando um jovem recém-chegado a cidade se apaixona por uma garota de sua nova escola, ele fará de tudo para que ela também se apaixone por ele. Até mesmo, se passar por um vampiro.
Com diversos arquétipos de personagens já famosos nos filmes e sagas de vampiros, Hollyblood nos apresenta rapidamente o cotidiano da cidade. Com o filme ambientado quase que inteiramente dentro dos muros da escola, desde um flashback dos anos 80, em que um aluno morre após sofrer bullying e renasce como um vampiro, até os dias de hoje.
O papel do jovem misterioso, é subvertido, e ao invés de o termos como o verdadeiro epicentro de ocorrências paranormais, sua função na trama é contraposta com o esperado, e ele é quem dá início a tudo, inclusive ao retorno de um antigo vampiro.
VEREDITO
O fato do filme se debruçar em tramas já explorada à exaustão, a subversão do arco nos apresentam o que já foi visto antes, mas surpreende em diversos aspectos. Em seu último arco, o filme resolve por apenas dar espaço à todos os personagens apresentados colocando-os lado a lado em uma situação divertida, colocando-os contra uma ameaça maior do que eles mesmo.