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    CRÍTICA – Back 4 Blood (2021, Turtle Rock Studios)

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    Back 4 Blood é um retorno à adorada franquia Left 4 Dead, que após dois marcantes jogos e um enorme hiato, retorna à toda sua opulência em meio ao concorrido mercado de games online.

    Após o que foi criado pela franquia Left 4 Dead (2008) e Left 4 Dead 2 (2009), uma janela se abriu ao sentir um vácuo criado pela ausência dos games nos mesmos moldes no mercado nos dias atuais. A Saber Interactive em 2019 lançou World War Z, um game multiplataforma que garantia uma gameplay nos mesmos moldes dos games em que foram baseados e em 12 de outubro, Back 4 Blood foi lançado para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.

    Muito diferente de dizer que um game copiou o outro, entendemos que a ideia tenha sido outra: a Turtle Rock Studios, desenvolvedora dos primeiros Left 4 Dead, viu o quão receptivo o público foi com o concorrente e percebeu assim, a oportunidade de retornar em toda sua grandeza. Ao apresentar um game divertido, envolvente e desafiador, o estúdio mostra que ambos games, ainda que rivais, têm muito a oferecer ao grande público.

    SINOPSE

    Back 4 Blood é um jogo de tiro em primeira pessoa dos criadores da franquia aclamada pela crítica Left 4 Dead. Você está no centro de uma guerra contra os contagiados. Esses humanos portadores de um parasita mortal se transformaram em criaturas assustadoras inclinadas a devorar o resto da civilização. Com a extinção da humanidade em jogo, cabe a você e seus amigos enfrentar esse inimigo, erradicar os contagiados e reconquistar o mundo.

    ANÁLISE

    Back 4 Blood

    Back 4 Blood é um retorno intenso a um mundo devastado por um vírus. E ainda que desolados, nossos sobreviventes precisam ir até as últimas consequências a fim de garantir que o mundo será retomado por humanos.

    Com 4 diferentes atos, 4 diferentes capítulos e 34 missões no modo Campanha, Back 4 Blood traz de volta toda a sanguinolência característica da franquia, enquanto nos apresenta desafios e criaturas que podem ser vistas apenas em uma situação como essa, de fim de mundo.

    A jogabilidade de Back 4 Blood nos apresenta uma vasta variedade de aproximações, seja pela variedade de aproximações, por meio de seu arsenal, mas também por meio dos seus baralhos, garantindo assim, que nenhuma partida será como a outra.

    TIROTEIO, BANHOS DE SANGUE E FOGO AMIGO

    Muito de Back 4 Blood parece ter sido não apenas inspirado em Left 4 Dead, mas também reaproveitado dos outros dois games da franquia. Com um refinamento nos movimentos e na jogabilidade, Back 4 Blood se mostra um game desafiador em que você precisa se atentar o tempo todo para o que vem das sombras, mas não só isso. Back 4 Blood é muito mais do que um FPS. Back 4 Blood é também um jogo de estratégia de tentativa e erro.

    Ainda que o game funcione nos moldes de seus antecessores, Back 4 Blood conta com uma evolução na IA dos adversários – que proporcionam um maior desafio – assim como uma escala muito maior do que foi visto no passado, não apenas pela limitação de hardware e de inimigos que podiam ser vistos em tela naquela época.

    Com um maior número de inimigos em tela, sua jogabilidade pode ser a mais sangrenta imaginável, ou melhor, o game pode ir além. Com arcos, missões e áreas muito bem delineadas, o game apresenta enormes desafios conforme a progressão do modo campanha, mas não para aí.

    Ainda que seja possível jogar e progredir no game sozinho, não é aconselhável.

    Back 4 Blood

    O jogo conta com três diferentes modos de jogos que nos lançam em missões diferentes. Conheça-os abaixo:

    • Modo Campanha: o modo campanha pode ser dividido em três diferentes dificuldades, que te garantirão benefícios diferentes ao fim de cada nível. E isso também influencia nas Cartas Corrompidas. Estas darão efeitos negativos à sua jogabilidade e podem variar de acordo com suas partidas, garantindo até dano por fogo amigo, caso disparado;
    • Modo Enxame: este modo conta com uma jogabilidade 4×4. Você jogará uma partida cooperativa que garantirá aos jogadores um pequeno tempo de preparação do cenário ao início de cada uma das ondas. Caso você seja eliminado, você poderá se transformar em infectado a fim de atrapalhar a partida da equipe adversária;
    • Partida rápida: As partidas rápidas nos proporcionam uma experiência de gameplay quase completa, mas servem para jogadores que não tem muito tempo para jogar.

    Todos os modos de jogos garantem a escolha de três diferentes dificuldades.

    VEREDITO

    Back 4 Blood enquanto um game cooperativo se faz imensamente importante no atual cenário de games online. Não apenas por se apoiar levemente no fator nostalgia, mas também por inovar em elementos in-game.

    Por ser lançado algum tempo após World War Z, a Turtle Rock Studios pôde avaliar os erros e acertos da Saber Interactive, mas não apenas isso. Os jogadores que tiveram a oportunidade de participar do alpha, assim como do beta aberto e do beta fechado, puderam ver o desenvolvimento e polimento de ferramentas e mecânicas desde o início.

    Sendo assim, com elementos como o gerenciamento de baralhos, o vasto arsenal e a variedade de sentinelas, com diferentes habilidades, o game traz uma experiência muito diferente da dos Left 4 Dead no passado. Com mecânicas refinadas, o game nos coloca no lugar de verdadeiros sobreviventes em um mundo que parece ter chegado ao fim. Um cenário ideal aos amantes de games de terror.

    Ainda que o game possa ser pouco desafiador para os jogadores com os baralhos montados de acordo com sua maneira de jogar, alguma Carta Corrompida pode se mostrar um desafio em meio à sua jogatina, servindo como um elemento que te deixará tão sem ação quanto possível diante do inesperado.

    Então se prepare e tenha em seu arsenal o necessário para derrotar as diversas hordas que se colocarem entre você e seus objetivos.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer do game:

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    CRÍTICA – As Passageiras (2021, Adam Randall)

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    As Passageiras é o novo longa vampiresco original da Netflix e conta com Raul Castillo (Army of The Dead) em seu elenco. A direção é de Adam Randall.

    SINOPSE

    Benny (Jorge Lendeborg Jr.) é um estudante que tenta emplacar em algo e ajudar sua avó. Em uma noite ele pega a vaga de Jay (Raul Castillo), seu meio irmão, que lhe envia como motorista a duas belas garotas.

    O que ele Benny não sabe é que Jay é o líder dos humanos em uma luta ferrenha contra os vampiros liderados por Victor (Alfie Allen) e que a sua vida corre perigo nas mãos de Blaire (Debbie Ryan) e Zoé (Lucy Fry), duas vampiras mortais.

    ANÁLISE

    As Passageiras é um longa que tem uma proposta bastante batida, pois mostra mais uma batalha entre os humanos e uma raça de monstros. 

    Todavia, o que o difere dos demais é a forma de contar essa história, e talvez esse seja o maior problema do filme.

    Os dois primeiros atos são extremamente enfadonhos, uma vez que apresentam diversos personagens que não agregam nada. Além disso, o longa não sai do lugar, com muitos diálogos que não dizem muita coisa e o único alento é a ação que é bem econômica.

    As atuações até que são competentes, com destaque para Jorge Lendeborg Jr., Raul Castillo e Debbie Ryan que conseguem nos prender. Entretanto, o troféu de constrangimento e vergonha alheia vai para Megan Fox que é caricata e entrega uma cena bastante ruim. 

    A direção de Adam Randall é problemática, pois possui diversas técnicas confusas de câmera, principalmente com um recurso de câmera rodante usada em demasia. Além disso, as cenas de ação são bagunçadas, mesmo que usadas de forma interessante ao fundo do cenário. Como destaque, a paleta de cores neon agrada e traz uma estética bastante peculiar ao longa.

    VEREDITO

    As Passageira é chato, parado e não consegue contar nada de novo. Por mais que seu elenco se esforce, a direção e roteiristas não conseguem construir uma obra digna num oceano de longas vampirescos apresentados pela vermelhinha em 2021.

    Nossa nota

    2,5/5,0

    Confira o trailer de As Passageiras:

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    TBT #147 | Pânico (1996, Wes Craven)

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    O TBT desta semana permanece no clima de Halloween e lembra um clássico dos anos 90: Pânico, dirigido por Wes Craven (A Hora do Pesadelo) e roteirizado por Kevin Williamson.

    No elenco estão Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette. A saga que completa 25 anos lançou recentemente o trailer do quinto filme que deve chegar aos cinemas em 2022.

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    SINOPSE

    Sidney Prescott (Neve Campbell) começa a desconfiar que a morte de dois estudantes está relacionada com o falecimento da sua mãe, há cerca de um ano. Enquanto isso, os jovens da pacata cidadezinha começam a receber ligações de um maníaco que faz perguntas sobre filmes de horror. 

    ANÁLISE

    A última grande franquia de slasher. Pânico não só reviveu um gênero no cinema de horror, como entregou uma obra que permanece viva até hoje nos corações de amantes de filmes de terror. Há 25 anos, Wes Craven reformulava o gênero que ele próprio ajudou a criar com A Hora do Pesadelo e apresentava uma nova concepção das histórias de assassinos. 

    Pânico é um filme de sua época, as referências e o estilo noventista estão presentes no longa de maneira que sem eles não faria sentido. Um exemplo é a cena inicial com Casey Becker interpretada pela já famosa Drew Barrymore, atendendo um telefone de antena e conversando com um estranho sobre filmes de terror, enquanto o som da pipoca estourando mede toda tensão do filme. 

    Mais do que estiloso, o longa também é um filme metalinguístico que de maneira sublime faz uma homenagem aos grandes clássicos dos filmes de horror. Mas, precisamente, explica sobre si mesmo em seus diálogos e cenas. Frequentemente, os personagens estão falando sobre filmes de terror ou ditando regras sobre como sobreviver a um assassino em série. É a mais pura e divertida piscadela ao espectador.  

    Dessa forma, não estamos falando de um assassino qualquer sem nenhum motivo aparente para a matança (vide Michael Myers), Ghostface é um assassino nada convencional e foge dos estereótipos já existentes no cinema da época. Seu jeito meio atrapalhado, mas extremamente assustador e mortal garante sequências que misturam o cômico com o sanguinário. Essa dualidade encontra muito bem o peso dramático de Sidney como a verdadeira protagonista.

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    A jovem está passando pelo luto da mãe ao mesmo tempo que precisa lidar com o sacana do Ghostface e a insuportável jornalista Gale Weathers (Courteney Cox). Consequentemente, Sidney também não é uma final girl convencional. Primeiro, que ela constantemente desafia o assassino ao longo do filme, segundo que é ela quem salva os poucos sobreviventes ao seu redor, dando também o tiro final. Logo, Sydney se consagra pela sagacidade em aprender rápido os macetes para derrotar um assassino, sem perder tempo. 

    Sidney Prescott (Neve Campbell).

    Voltando ao Ghostface, sua verdadeira identidade ou melhor “identidades”, no plural, continua sendo um dos pontos ápices do filme e até hoje causa uma sensação de surpresa. O fato de ser Bill Loomis (Skeet Ulrich), namorado de Sydney, e Stuart Macher (Matthew Lillard), melhor amigo de Bill, rendeu uma das melhores cenas de plot twist da famosa pergunta: “Quem é o assassino?”. 

    Até mesmo os coadjuvantes, como Gale, já citada acima, e o Policial Dewey (David Arquette), formam o tipo de background relevante e descontraído para a trama e toda tensão presente. O romance entre ambos que continuou a ser explorado nas sequências, é um ponto chave que mostra a capacidade do filme em sobreviver além da protagonista. 

    Sendo assim, em um primeiro momento, a direção de Craven denota a fragilidade dos adolescentes e especialmente de Sydney em viver aquela situação. Por isso, o uso de lugares abertos e casas de vidro para passar a sensação de que estão sendo observados. Os closes dos rostos dos personagens expressam as apreensões momentos antes dos ataques frenéticos de Ghostface que geram boas cenas. 

    Ademais, Pânico combina uma ótima direção com um roteiro afiado que sabe que é mais do um filme de subgênero qualquer. O primeiro longa da saga é um marco no cinema de horror e com toda certeza ainda será relembrado por mais 25 anos. 

    VEREDITO

    Pânico, de 1996, é um filme de liberdade criativa que felizmente nas mãos do diretor Wes Craven e do roteirista  Kevin Williamson teve um enorme sucesso. Dificilmente outra dupla poderia realizar tamanha obra sem cair em galhofa, logo, é nítido que o longa aconteceu na época e no momento certo.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Duna (2021, Denis Villeneuve)

    Duna chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 21 de outubro. Baseado no livro homônimo de Frank Herbert, o filme é dirigido por Denis Villeneuve e protagonizado pelo astro em ascensão Timothée Chalamet.

    Confira o que achamos da produção que traz em seu elenco Oscar Isaac, Zendaya, Jason Momoa, Josh Brolin, Javier Bardem e Rebecca Ferguson.

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    SINOPSE DE DUNA

    Paul Atreides (Timothée Chalamet) é um jovem brilhante, dono de um destino além de sua compreensão. Ele deve viajar para o planeta Arrakis, junto de sua família, para garantir o futuro de seu povo.

    ANÁLISE

    Duna não é um livro fácil de ser adaptado. Com um conteúdo denso e riqueza de detalhes impressionante, a obra é considerada uma das maiores ficções de todos os tempos.

    Em 1984, o excelente diretor David Lynch se arriscou a adaptar o livro de Herbert para as telonas, mas (por diversos motivos) a obra não saiu da maneira que ele esperava, sendo considerada um completo fracasso.

    Agora, 37 anos depois, Denis Villeneuve encara o desafio de traduzir esse grande universo para a tela do cinema, com uma experiência visualmente estonteante. Duna é tão fiel ao livro que chega a causar estranheza, pois por vezes a criação de Villeneuve reflete exatamente as cenas idealizadas pelos leitores ao acompanharem as desventuras da família Atreides em Arrakis.

    É fato que esse material não poderia ter caído em melhores mãos. A filmografia de Villeneuve fala por si só: Incêndios, Blade Runner 2049, A Chegada, Sicario: Terra de Ninguém… do blockbuster ao underground, da ação ao suspense. Sua experiência é incontestável.

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    O poder de Villeneuve em trazer a melhor atuação do elenco com que trabalha é outro ponto importante, visto que os personagens envolvidos na história principal de Duna são todos igualmente poderosos e complexos.

    Todas essas qualidades se refletem na ótima primeira parte da franquia. Adaptando os primeiros capítulos do livro homônimo, a produção roteirizada por Jon Spaihts, Eric Roth e o próprio Villeneuve condensa muito bem os acontecimentos, preservando a natureza política e os debates ambientais da obra original.

    A leitura de Duna é um pouco arrastada, visto que é necessário estabelecer o rico universo criado por Herbert, ao passo que explica todo o impasse entre o Império, os Harkonnen, Atreides, Bene Gesserit e Fremen. Além de apresentar esses povos e suas tradições, o livro ensina a importância da especiaria, do deserto e dos vermes da areia – sem esquecer da profecia do escolhido.

    CRÍTICA - Duna (2021, Denis Villeneuve)

    Tal qual a obra, os roteiristas fazem um trabalho excelente em estabelecer o cenário para, então, desenvolver a história de Paul, Lady Jessica (Rebecca Ferguson) e Duque Leto (Oscar Isaac). Rebecca e Timothée são os atores que mais se destacam nessa primeira parte, principalmente quando estão juntos em cena. A química familiar é crível e muito bem trabalhada por Villeneuve. Vale também uma menção honrosa a Oscar Isaac e Jason Momoa, que também estão ótimos em seus papéis.

    Mesmo que haja desconfianças com o rápido crescimento de Timothée em Hollywood, aparecendo em quase todos os filmes da temporada, o ator é competente e muito talentoso. Seu Paul Atreides é gentil, mas ao mesmo tempo reservado, fazendo com que o público crie simpatia por um personagem que, nos livros, é extremamente difícil de se conectar.

    Ficam como núcleo mais apagado da trama os Harkonnen e os Sardaukar. Apesar da ótima caracterização de Stellan Skarsgård, David Dastmalchian e Dave Bautista, e algumas mudanças propostas para os personagens, os Harkonnen não causam nem metade do impacto dos Fremen na narrativa.

    Mesmo sendo extremamente fiel, Duna encontra espaço para fazer suas próprias adaptações em alguns acontecimentos, principalmente em relação às cenas de ação. A proposta torna a narrativa menos arrastada em alguns momentos, mas ainda assim não consegue (ou não tenta) fugir dos diálogos expositivos na maior parte do tempo.

    É nessa tentativa de mudança que um dos plots principais dos primeiros capítulos é enfraquecido, não causando surpresa ao ser revelado em cena. Ao não conectar o público com alguns personagens da forma que deveria, a virada na narrativa não causa espanto e não é efetiva.

    O ritmo vagaroso do filme, que em muito lembra Blade Runner 2049, pode repelir uma parte da audiência que busca por um filme blockbuster com ação e efeitos desenfreados. Entretanto, deve ser bem aceito pelos fãs da obra original, pois busca fazer jus a todo o debate em torno da importância da água, biologia e do futuro da humanidade.

    CRÍTICA - Duna (2021, Denis Villeneuve)

    Seja como for, as escolhas feitas por Villeneuve foram as mais acertadas possíveis. Mesmo que, em alguns momentos, possa haver uma breve comparação com a fotografia da nova saga de Star Wars Greig Fraser é responsável também por Rogue One – Duna possui seu charme próprio. A trilha sonora de Hans Zimmer, intensificada no IMAX, é outro acréscimo excepcional.

    VEREDITO

    Duna é visualmente estonteante e possui um elenco incrível. Com uma história rica em detalhes, a adaptação da obra de Herbert surpreende pela fidelidade com o material base, sendo mais um ótimo trabalho na filmografia de Villeneuve.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Assista ao trailer:

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    CRÍTICA – Halloween Kills (2021, David Gordon Green)

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    Halloween Kills é a sequência direta de Halloween, filme de 2018, dirigido por David Gordon Green, que retorna em 2021 juntamente com Jamie Lee Curtis e Judy Greer.

    SINOPSE

    Após enfrentarem Michael Myers, Laure Strode, sua filha Karen (Judy Greer) e sua neta Allysson (Andi Matichak) acreditam que dessa vez acabaram com o mal em pessoa.

    Entretanto, o assassino está mais vivo do que nunca e agora a comunidade se junta para caçá-lo. Será que o caçador virou a presa?

    ANÁLISE

    Halloween

    Halloween foi uma franquia que teve ao longo de sua história uma penca de filmes que foram mudando a trama dos personagens diversas vezes. Em 2018, David Gordon Green jogou tudo que foi feito no lixo e usou apenas ótimo Halloween: A Noite do Terror, de 1978, como base, ignorando os demais. 

    Todavia, eis que chegamos em 2021 e Halloween Kills traz de volta vários conceitos apresentados em outros longas, apresentando uma ambiguidade nas escolhas. 

    A proposta agora é mostrar que o mal de Michael é contagioso, que ele é uma entidade, superando a barreira do físico. O fato da população se basear no ódio e nos desejos de um homem, na persona de Tommy (Anthony Michael Hall) é uma das licenças poéticas da trama, uma vez que a crítica direta a rede de ódio da sociedade atual é bem forte. 

    Contudo, os coadjuvantes não são tão interessantes quanto Laure, que fica escanteada e com o cargo de ser a narradora dos fatos. A protagonista de Halloween fica de fora da festa, um erro bastante crasso da produção. Os personagens escolhidos para contar a história de Halloween Kills não conseguem segurá-la, e a informação de que uma nova obra está em andamento dá mais veemência a isso. Halloween Kills é um longa incompleto.

    Como uma obra de slasher, o filme funciona muito bem, pois tem bastante violência gráfica e o gore é garantido. A cena inicial de Michael enfrentando os bombeiros é bastante divertida e elogiável, além da criatividade da equipe de direção nas mortes. Tem muito sangue jorrando na tela. Por fim, o assassino está mais brutal do que nunca, sendo o principal ponto a ser elogiado aqui.

    VEREDITO

    Halloween Kills é uma farofa sem muito o que dizer, mas que diverte bastante. Por mais que as escolhas de roteiro prejudiquem bastante o longa, para quem gosta do gênero, o filme tem bastante a apresentar. Se quiser ver muito sangue e miolos, a obra é certa para você!

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Confira o trailer de Halloween Kills:

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    CRÍTICA – Humankind (2021, Amplitude Studios)

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    Começo esta crítica de Humankind informando que a demora em produzi-la se deveu muito ao fato de eu sempre achar que faltava algo a mais para experimentar no jogo para poder dar meu veredito. Apesar de eu conhecer outros jogos semelhantes, como os jogos das séries Civilization e Total War, nunca tinha me aprofundado o suficiente em um 4X de estratégia baseado em turnos.

    A propósito, caso você não seja familiarizado, 4X é um gênero de jogos que tem seu nome por focar em 4 elementos: eXploração, eXpansão, eXtração e eXtermínio. Jogos deste gênero se diferenciam de jogos de estratégia em tempo real (RTS) justamente por ter um apelo muito mais à gestão do império como um todo.

    Este jogo foi desenvolvido pela AMPLITUDE Studios, em parceria com a SEGA. Teve seu lançamento em 17 de agosto de 2021 para PC, Mac e Google Stadia.

    SINOPSE

    HUMANKIND™ é um jogo histórico de estratégia baseado em turnos no qual você estará reescrevendo inteiramente a narrativa da humanidade – uma convergência de cultura, história e valores que permite a você criar uma civilização tão única como você. Quão longe você conseguir conduzir a humanidade?

    EXPLORAR

    O princípio básico de todo o 4X, especialmente no início do jogo, é a exploração. No sentido mais geográfico do termo. Explorar o território em Humankind é não só uma necessidade como um prazer.

    Os gráficos do jogo foram muito bem pensados e executados, fazendo com que cada novo hexágono descoberto seja uma experiência agradável ao jogador. Falei hexágono porque o mapa do jogo é um grande tabuleiro dividido em campos hexagonais que proporcionam uma melhor organização do jogo em turnos.

    Tanto na qualidade alta quanto na mais baixa de imagens, o jogo entrega ótimos visuais, permitindo tanto uma bela visão geral do território com um zoom out, quanto uma visão específica de distritos, cidades e tropas, com animações específicas e muito bonita com um zoom in.

    A exploração é ainda recompensada de outras formas, já que existem elementos espalhados pelo mapa, chamados Descobertas (ou Curiosidades, a depender da Era). Estes podem trazer benefícios específicos, como alimento ou pontos de ciência. Além deles, existem as Maravilhas da Natureza. Estas são, como o nome já indica, maravilhas naturais distribuídas pelos mapas, as quais concedem bônus quando encontradas pela primeira vez e também quando um posto avançado ou cidade é construído na sua região.

    EXPANDIR

    Humankind

    Como já comentado, o mapa do jogo é dividido em hexágonos. Outra divisão também é por regiões. O jogo vai permitindo que o seu império expanda à medida que você constrói postos avançados em novas regiões (adjacentes ou não à sua). Desta forma, é possível não apenas ter domínio territorial como também exercer influência sobre o que ali se encontra.

    Influência, inclusive, é um dos principais pontos do jogo. Ela como moeda, pode ser um dos principais fatores para se dominar uma nova região ou conquistar uma civilização independente que esteja em declínio. Como medidor, a influência é também o fator que determina o ranking de poder do jogo.

    Com os pontos de influência, é possível construir postos avançados, adquirir novos distritos ou unidades, anexar postos à cidades e até mesmo combinar cidades, barganhar em relações políticas com outros povos (o que pode ser feito com dinheiro também). Enfim, a principal métrica e moeda do jogo é a Influência.

    Além dela, outras métricas fundamentais para o desenvolvimento são ciência, dinheiro e alimento. As formas como estes são empregados e adquiridos são várias. Assim também, forma de gestão política e econômica escolhidas influenciam na geração e gasto destes recursos, bem como na criação e efetivação de unidades e construções.

    Além da política e da possibilidade de barganhar através de ouro, outro fator muito importante no jogo é a religião. Sua religião pode se tornar um fator político forte também, além de, caso muito contrária, gerar inimizades naturais contra outras civilizações.

    EXTRAIR

    Como recém mencionado, Humankind possui três recursos básicos além da influência: alimento, ciência e dinheiro. Nos primeiros turnos de jogo, a principal fonte de obtenção destes recursos é através da exploração do território através das Descobertas. No entanto, a medida que avançamos com nossa cidade principal, percebemos que a construção de distritos como fazenda e indústria podem nos trazer benefícios.

    Desta forma, é importante identificar a melhor região para erguer uma cidade, para que cada tipo de território que a cerque favoreça o cultivo e o desenvolvimento. A complexidade com que cada hexágono pode influenciar no progresso da sua civilização é um dos pontos mais interessantes e que podem fazer a diferença no seu jogo. Mas devido à dificuldade na compreensão, talvez quando o jogador entender, já pode ser tarde demais.

    Além da extração de alimentos, existem também recursos de luxo e especiarias distribuídas pelo mapa que podem te dar uma vantagem tanto comercial quanto de poder. Campos com cavalos podem ser úteis tanto na produção agrícola quanto no desenvolvimento bélico. Especiarias podem ser fundamentais para estabelecer rotas comerciais e, dependendo, uma certa dependência de outras civilizações, caso o jogador seja o único detentor. A forma como cada recurso influencia no jogo em níveis mais macro é incrível.

    EXTERMINAR

    HumankindApesar de tantos outros fatores importantes, o combate – apesar de não ser o principal – tem grande impacto no desenvolvimento do jogo. Caso soframos ataques de civilizações que não estejam em guerra conosco, podemos cobrar uma indenização pelos danos sofridos, ou até mesmo punir com o corte de alguma rota comercial.

    A dominação pode se dar tanto de maneira bélica quanto através de influência e política. A dependência de uma civilização pode também ser sua ruína. As formas de conquistar e dominar em Humankind são várias.

    O combate tem um design interessante. Ele é rodado apenas na região onde houve o encontro de tropas, e pode ter até 3 rodadas dentro de um mesmo turno. Caso o mesmo não finde nestas 3 rodadas, prosseguirá apenas no próximo turno. As animações e a influência do ambiente nos combates também é bastante interessante e agrega muito ao jogo, já que a estratégia pode virar o jogo a favor de uma tropa vulnerável que se posiciona em terreno elevado ou se defende dentro de uma floresta.

    Algumas decisões políticas quando em conflito com outras civilizações me deixaram um pouco frustrado por causa da limitação de possibilidades. Mas isto pode se dever à minha pouca experiência no jogo e ao pouco tempo de jogo também. Em breve comento mais sobre isto.

    VEREDITO

    Pode parecer contraditório eu dizer que pude explorar tão pouco de um jogo, ao mesmo tempo que escrevo um texto já extenso sobre o mesmo. Mas a verdade é que Humankind é sobre isto. Uma experiência vasta e complexa, com muitas possibilidades e que garante novas descobertas até para jogadores mais experimentados.

    Enorme é a relevância também da tradução quase que completa do jogo para o português, tanto nos menus quanto nas legendas. Isto permite que apesar da quantidade de elementos, jogadores brasileiros tenham acesso completo às informações, sem penalidades, podendo aproveitar mais do game.

    De maneira muito rasa, mas não mentirosa, podemos dizer que o jogo se apoia sobre seus 3 principais modos de interação, através dos painéis de Tecnologia, Sociedade e Religião. Mas quando nos permitimos aprofundar em cada um deles, por vezes, sentimos como se houvessem vários jogos diferentes acontecendo paralelamente em Humankind.

    A dificuldade de Humankind não se deve à uma rebuscada Inteligência Artificial, mas especificamente à sua complexidade (e esta é a última vez que usarei este termo no texto. Prometo!). A vasta quantidade de recursos, possibilidades de expansão de sua civilização (podendo escolher qual cultura dominará em seu império a cada nova era) e as formas de interação com o ambiente e demais players são fundamentais para que eu insista neste termo.

    Um dos pontos mais baixos que identifiquei foi, durante uma guerra, quando estava prestes à subjugar o adversário, o jogo me impôs a ideia de estar forçando uma rendição do inimigo, mas por faltar pontos de conflito, não me permitia a anexação da sua capital, nem o domínio de sua civilização. Ou seja, mesmo sem ser de minha vontade, não pude prolongar o conflito para poder assim ter total domínio daquele rival. Foi um dos pontos mais frustrantes, certamente.

    Ainda que existam algumas travas ou que o jogo exija bastante do computador (às vezes se tornam bem chatos, exigindo reiniciar o jogo e podendo perder algum progresso), Humankind brilha. E brilha não só por sua beleza, mas pelo que nos possibilita. A amplitude que a desenvolvedora consegue dar no peso de cada uma das ações em um jogo por turnos é algo que destaca Humankind como um dos jogos mais interessantes que tive a oportunidade de jogar neste ano.

    Nossa nota

    Confira o trailer do game:

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