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    CRÍTICA: ‘Segredos de um Escândalo’ instiga, mas falha ao entregar narrativa incômoda

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    Segredos de um Escândalo‘ no original May December adapta livremente um caso que chocou os Estados Unidos nos anos 90. Dirigido por Todd Haynes e estrelado por Julianne Moore, Charles Melton e Natalie Portman. O longa foi indicado ao Oscar à categoria de Melhor Roteiro Original. Quando uma produtora independente opta por retratar um dos casos que chocou a América 20 anos depois, uma atriz resolve ir até os personagens desta trama a fim de estudá-los.

    Um dos maiores incômodos, vem do filme retratar um acontecimento real, inteiramente baseado no abuso de um jovem (Charles Melton) de 12 anos por uma mulher adulta. Após o caso ganhar a mídia e ela ir presa, por alguns anos, a vida dos dois muda, pois diferente de entender o quão nocivo a experiência havia sido para o jovem, ele opta por casar com ela, Gracie (Juliane Moore).

    Com três atos bem delimitados, acompanhamos a atriz Elizabeth Berry (Portman) como a protagonista/espectadora dos fatos. E quando entramos na história, sabemos o mesmo tanto que ela: o que a mídia veiculou à época. E agora, 20 anos depois, ela precisa descobrir se a família é de fato tudo que a mídia continua veiculando. Como uma narrativa e uma história incomodamente real, vemos Elizabeth adentrar no mundo aparentemente normal de Gracie e Joe.

    ‘Segredos de um Escândalo’ foi lançado no Brasil no dia 18 de janeiro.

    SINOPSE

    Inspirado em uma história real, Segredos de um Escândalo conta a história de Gracie (Julianne Moore) e seu marido Joe (Charles Melton), que é 23 anos mais novo que ela. O relacionamento dos dois começou quando Joe ainda tinha 13 anos, causando um escândalo nos jornais. Vinte anos depois de seu romance ter chegado às manchetes, o casal está se preparando para que seus gêmeos comecem o ensino médio e vivem uma vida tranquila. No entanto, suas rotinas viram de cabeça para baixo quando a atriz Elizabeth Berry (Natalie Portman) vem estudar Gracie para um papel no cinema. Com um clima desconfortável na casa, Elizabeth segue todos os passos de Gracie, aprendendo todos os seus costumes e manias a fim de entrar na personagem da forma mais profunda possível, passando dos limites do que é aceitável. A dinâmica familiar se desenrola quando Joe percebe que perdeu sua juventude.

    ANÁLISE

    Segredos de um Escândalo

    Antes de adentrar na história, preciso reforçar que para chegar ao fim dela é necessário estômago. Enquanto aborda as pequenas subversões que são normalizadas por um mundo e uma sociedade em grande parte machista. A vítima é vista por muitos como um cara “sortudo” e não como a vítima de um abuso. Ao ter seu mundo e sua juventude coptada pela perpretadora de um abuso, Joe se vê como um jovem pai de uma criança nascida na cadeia. Depois disso, os horrores de um mundo em que suas escolhas não foram respeitadas de forma alguma.

    Com incríveis atuações, vemos que Segredos de um Escândalo é um filme de premiação. Incômodo quase sempre, por vezes intragável, vemos a história do filme se desenrolar aos trancos e barrancos quando a intromissão de uma visita inesperada muda a vida até então tranquila dos protagonistas.

    Mesmo sendo vendido por alguns trailers e cinemas como um longa de terror, eu classificaria o filme como um suspense poderoso. Que te faz questionar os acontecimentos da tela mesmo ante ao que vemos. Enquanto parece elencar motivos para os acontecimentos ou aparentes pistas que elucidem , o longa esclarece tudo aos espectadores: o longa aborda os atos de uma predadora sexual, que aparenta viver com sua “máscara social” em sociedade. Se utilizando sempre de pequenos atos de crueldade para reforçar seu sadismo, outrora satisfeito pelo abuso cometido por Gracie.

    VEREDITO

    As atuações de Natalie Portman e Julianne Moore são alguns dos pontos mais altos do longa. E mesmo que os dois primeiros atos aconteçam de maneira fluída, no terceiro parece existir uma pressa descabida para encerrar a história. Mesmo criando argumentos responsáveis pelo ato final, o longa não faz questão de fazer juízo de caráter, mas explicitar nas atitudes das personagens centrais, motivos que a façam ser como são.

    Sem spoilers de enredo ou do fim de uma história real, ‘Segredos de um Escândalo’ nos lança por uma história verdadeiramente incômoda. Nos causando ojeriza o roteiro e a direção entregam trama que nos colocam em xeque o tempo todo. Para além das vicissitudes da trama e como o Joe de Melton se comportam na história, ouso dizer que o ator entrega uma das mais potentes atuações de sua carreira – se distanciando dos papéis que está acostumado a fazer como em Riverdale, Bad Boys para Sempre e outras produções.

    Por meio de uma história que todo o tempo parece ir por todos os lados, no fim, ele não entrega conclusões, mas dá muito espaço para que você tire as suas próprias.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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    Sr. e Sra. Smith: tudo que se sabe sobre a série que estreou em fevereiro no Prime Video

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    Inspirada no filme homônimo, a série promete abordar outros temas com mais profundidade, mas sem abandonar os atrativos que fizeram do longa um sucesso.

    Sr. e Sra. Smith, nova série do Prime Video, chegou à plataforma de streaming em 2 de fevereiro de 2024. A produção é baseada no filme de mesmo nome, estrelado por Angelina Jolie e Brad Pitt. Com um elenco e personagens novos, a série tem uma abordagem diferente do longa de sucesso, mas sem abandonar a trama principal que mostra as dificuldades de conciliar casamento e espionagem. O gênero é descrito como ação e comédia de espionagem, contando com 8 episódios ao todo em sua primeira temporada.

    O filme Sr. e Sra. Smith é um grande sucesso dos cinemas, e, durante sua exibição, faturou cerca de 488 milhões de dólares em bilheteria. Estrelado por Angelina Jolie e Brad Pitt, a trama aborda um casal de espiões que trabalham para agências rivais, enquanto escondem suas verdadeiras identidades um do outro. O casal tem suas vidas mudadas quando recebem uma nova missão de suas agências: eles devem se eliminar. 

    A nova produção, em formato de série, tem como cocriadores Francesca Sloane e Donald Glover, que já colaboraram juntos na série Atlanta, do canal FX. Sloane é creditada como showrunner, encarregada das principais decisões envolvendo a obra, gerenciando o trabalho de toda a equipe, como produtores, diretores, roteiristas e elenco, enquanto Glover a protagoniza junto da atriz Maya Erskine, de PEN15.

    A produção foi anunciada pela primeira vez em fevereiro de 2021. Na época, Donald Glover já estava envolvido na produção e confirmado como uma de suas estrelas principais. Apesar disso, sua parceira de tela seria a atriz e roteirista britânica Phoebe Waller-Bridge, vencedora dos Prêmios Emmy por Fleabag. A atriz anunciou a sua saída do projeto em setembro de 2021, após alguns meses do anúncio, citando diferenças criativas, mas desejando todo o sucesso ao elenco e à equipe.

    Em um primeiro momento, a série estava prevista para estrear no ano de 2022. Entretanto, com a saída de Waller-Bridge, o projeto precisou ser atrasado. A escalação de Erskine como sua substituta foi confirmada em abril de 2022, enquanto outras adições ao elenco foram reportadas nos meses subsequentes. De acordo com detalhes divulgados na mídia, a série foi gravada na Itália, nas regiões de Veneza, Lago de Como e Calfosch, durante o verão, por volta dos meses de junho a setembro de 2022.

    Com o encerramento das gravações em 2022, o projeto recebeu a previsão de estreia para 2023. As greves dos sindicatos de roteiristas (WGA) e de atores (SAG-AFTRA) de Hollywood motivaram um novo adiamento, prorrogando a data de estreia oficial para 2 de fevereiro de 2024.

    Donald Glover interpreta John Smith, enquanto Maya Erskine interpreta Jane Smith, o casal principal. Outras estrelas que participam do elenco da série são Michaela Coel (I May Destroy You), John Turturro (Severance), Sarah Paulson (American Horror Story), Paul Dano (Batman), o brasileiro Wagner Moura (Narcos), Parker Posey (Beau is Afraid), Ron Perlman (Hellboy), Eiza González (Godzilla vs. Kong), Alexander Skarsgard (Succession) e Sharon Horgan (Bad Sisters).

    Glover, como um dos produtores executivos, relatou em entrevista à EW que nunca tinha assistido ao filme antes. Após assisti-lo, o ator reconheceu a força de Brad e Angelina em frente às telas, mas que gostaria de contar uma história diferente daquela. Segundo ele, o longa não explora o casamento dos personagens, e gostaria de se aprofundar mais nesse e em outros temas (que não envolvem ação) no novo projeto.

    Ao falar sobre a produção, Maya Erskine afirmou que Pitt e Jolie são incomparáveis, mas que é muito difícil de se enxergar neles. Nesse sentido, ela acredita que a série pode chamar a atenção do público, fazendo-o se identificar com os personagens. A atriz reforça que, apesar do cenário de espionagem, o foco da série é a relação e o casamento construído pelos personagens.

    O enredo promete apresentar dois adultos solitários selecionados para um novo emprego em uma agência de espionagem. A contratante promete a eles uma vida luxuosa em uma nova casa com piscina em Manhattan, muito dinheiro e viagens ao redor do mundo. 

    No entanto, para usufruir desses benefícios, eles devem aceitar uma missão: fingir que são casados e assumir novas identidades como Sr. e Sra. John e Jane Smith. Recebendo missões extremamente difíceis e perigosas o tempo todo, os recém-parceiros acabam desenvolvendo sentimentos reais um pelo outro, o que pode tornar a vida de espiões ainda mais complicada.

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    CRÍTICA: ‘Tomb Raider I-III Remastered’, coletânea é remaster respeitoso e faz jus ao legado

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    Lara Croft sempre teve um papel importante na formação dos gamers. Tendo feito parte da infância/adolescência de muitos dos jogadores, estes tem agora a oportunidade de rejogar uma versão remasterizada dos games que tanto os cativaram no passado. Tomb Raider I-III Remastered chegou esta semana, no dia 14 de fevereiro de 2024, para Xbox Series S/X, Xbox One, Playstation 4/5, PC e Nintendo Switch.

    Quando a versão remasterizada dos games originais da Tomb Raider foram anunciados, a internet não soube ao certo o que esperar. Mas quando Tomb Raider I-III Remastered debutou, chegou a atingir no metacritic 7,8 da crítica especializada. O que deixou muitos jogadores felizes, principalmente ao ver a falta de serrilhados característicos dos games originais. Com gráficos revitalizados, podemos acompanhar a história da personagem desde seu primeiro game.

    SINOPSE

    Descubra as aventuras originais de Lara Croft, fielmente restauradas.

    ANÁLISE

    Tomb Raider I-III

    Lara Croft é um ícone de sua época, e esses jogos foram responsáveis pelo início de toda a sua saga. No entanto, devido às mecânicas datadas, torna-se difícil para as pessoas revisitá-los atualmente. Com estes remasters, teremos novas texturas, iluminação, controles modernos e legendas em português. Tudo isso é muito bem-vindo, mas para os nostálgicos, vocês podem jogar com a jogabilidade anterior, assim como com os gráficos anteriores também, podendo alternar entre os gráficos com o clique de um botão durante a gameplay.

    O estilo moderno se baseia em Tomb Raider Legend, jogo lançado em 2006, mas que já possui controles mais convidativos, tornando o uso dos analógicos mais agradáveis. Mesmo tendo jogado os jogos no PSX na época, confesso que hoje em dia fico com os controles modernos e as legendas.

    Mesmo com toda essa modernização, os jogos são excelentes homenagens aos originais, já que permanecem iguais. Você ainda usará saltos, corridas, tiros, nados e mais para poder avançar no jogo, não temos mudanças radicais.

    Recebemos a versão de Switch para testar, e os três jogos estão rodando perfeitamente bem no híbrido da Nintendo, o que é animador. Devo apenas pontuar, que vi uma pequena queda de FPS na CGI inicial do terceiro game, porém não tive mais nenhum momento com esse acontecimento e vocês podem conferir todos os testes que fiz no vídeo completo em nosso canal do youtube.

    Você não baixará os jogos individualmente, apenas um, e no menu você usará os direcionais para escolher o jogo desejado e as opções, que são: controles, áudio, extras, casa da Lara e jogo. Dentro da opção “jogo”, teremos “novo jogo” e um “desafio extra” para serem selecionados, um em cada título. Cada desafio tem seu próprio nome.

    VEREDITO

    Tomb Raider I-III Remastered entrega o esperado e faz jus aos primeiros jogos de nossa querida Lara Croft. Podemos revisitar os três jogos em seu modo clássico e também ter a oportunidade de ver como seriam com melhorias gráficas e de comandos se tivessem sido lançados por volta de 2006.

    Se você é fã da franquia, com certeza vai amar rejogá-los ou até mesmo, se for o caso, jogar os originais pela primeira vez e conhecer ainda mais desse universo que fez tanto sucesso na década de 90.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira nosso vídeo análise:

    Tomb Raider I-III Remastered chegou esta semana, no dia 14 de fevereiro de 2024, para Xbox Series S/X, Xbox One, Playstation 4/5, PC e Nintendo Switch.

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    TBT #264 | ‘Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal’ diverte, mas falha em entregar legado

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    Tentando retomar o legado do Indiana Jones, antes mesmo de Indiana Jones e o Chamado do Destino, Steven Spielberg fez com O Reino da Caveira de Cristal o que muitos queriam ver, mas não foi muito feliz em suas escolhas criativas. Ao flertar com o sobrenatural, somos lançados por uma história concisa, mas fraca, enquanto replica o visual do passado e nos faz entender que a história da franquia é muito rica para ser deixada de lado.

    Com uma direção riquíssima, elenco repleto de estrelas, o roteiro parece ser uma das partes mais convenientes desta obra. Ambientado durante a Guerra Fria – para ser mais específico ao fim dos anos 50 -, acompanhamos a ameaça comunista se espalhando e a tentativa de fazer com que uma Guerra sobrenatural se desenrole, acompanhamos soldados soviéticos tentando encontrar a lendária cidade de Akator.

    Com o retorno do elenco clássico, jogos de câmeras nostálgico e iluminação incrível, vemos Cate Blanchett como uma vilã poderosa capaz de tudo para atingir seus objetivos.

    SINOPSE

    1957. Indiana Jones (Harrison Ford) e seu ajudante Mac (Ray Winstone) escapam por pouco de um encontro com agentes soviéticos, em um campo de pouso remoto. Agora Indiana está de volta à sua casa na Universidade Marshall, mas seu amigo e reitor da escola, Dean Stanforth (Jim Broadbent), explica que suas ações recentes o tornaram alvo de suspeita e que o governo está pressionando para que o demita. Ao deixar a cidade Indiana conhece o rebelde jovem Mutt Williams (Shia LaBeouf), que tem uma proposta: caso o ajude em uma missão Indiana pode deparar-se com a caveira de cristal de Akator. Agentes soviéticos também estão em busca do artefato, entre eles a fria e bela Irina Spalko (Cate Blanchett), cujo esquadrão de elite está cruzando o globo atrás da Caveira de Cristal.

    ANÁLISE

    Reino da Caveira

    Atuando há muito como o professor Jones, Indy agora passa seus dias quase sempre lecionando. Enquanto parece ter deixado a aventura de lado, o amado historiador é puxado de volta para ação quando soldados russos o forçam a encontrar uma antiga relíquia.

    Sem saber de maiores detalhes e de como esta história se desenrolaria, Indiana Jones e a Caveira de Cristal subverte a maior parte dos tropos. Enquanto força uma trama pé no chão, o longa faz com que o adorado historiador questione quase sempre os fatos do longa, forçando-o a deixar de lado a parte sobrenatural da trama, procurando uma explicação alternativa para os fatos que vê se desenrolarem diante de seus olhos.

    Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é um dos muitos longas da um período histórico que via Shia LaBeouf como um dos atores mais promissores de Hollywood – tal qual a franquia Transformers de Michael Bay. Apesar de sua atuação quase sempre caricata, dava a entender que Spielberg e sua equipe criativa tinha como intuito colocá-lo como o próximo Indiana Jones. Durante o longa, as sequências de ação são críveis, divertidas e a cinematografia do longa nos dá um tom nostálgico referente aos filmes anteriores.

    VEREDITO

    Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal diverte por como envereda sua história. Com tons de nostalgia, falta entregar elementos cativantes como nos filmes anteriores, mas ainda assim, funciona como um filme de quase legado. Distante do que foi O Chamado do Destino, dirigido por Mangold, este se faz infeliz em algumas escolhas criativas.

    No tocante ao legado deixado por personagens como Henry Jones Sr. e muitos outros é respeitoso, e ver o retorno da incrível Marion (Karen Allen) faz com que tenhamos sempre um carinho especial pelo eterno par romântico do Indy e serve também como um Mcguffin a ser resgatado ao longo da história.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    O longa pode ser assistido no Disney+ e no Telecine.

    Confira o trailer do longa:

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    CRÍTICA: ‘Flores no Deserto’ é sobre superação e muitos outros temas 

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    Esportes são uma excelente ferramenta de socialização além de trazer benefícios nos aspectos cognitivos, auto estima, redução de estresse além de ser um tema de excelentes histórias para o cinema e TV como no caso de uma das produções asiáticas mais aguardadas do final do ano passado. Flores no Deserto é um K-drama produzido pela AStory, escrito por Woo Yoo Jung e dirigido por Kim Jin Woo; tendo seus episódios exibidos seus 12 episódios semanalmente entre 23 de dezembro de 2023 e 31 de janeiro no canal de TV ENA e simultaneamente no serviço de streaming Netflix

    A produção é estrelada por Jang Dong Yoon (My Man is a Culpid), Lee Ju-Myoung (Vinte Cinco Vinte Um), Kim Bo Ra (Her Private Life) além das participações de Lee Jae Joon e Lee Joo Seung

    SINOPSE

    Kim Baek-doo (Jang Dong Yoon) é um lutador de Ssireum que pensa em se aposentar do esporte. No entanto, sua vida sofre uma reviravolta quando ele reencontra sua amiga de infância Oh Yoo-kyung (Lee Ju-Myoung), que se torna a líder da equipe de gerenciamento de seu time de Ssireum. 

    A equipe está prestes a se dissolver, mas com a ajuda de pessoas como Joo Mi-ran (Kim Bo Ra), bem como do novo técnico Kwak Jin-soo (Lee Jae Joon) e do melhor amigo de Baek-doo, Jo Seok-hee (Lee Joo Seung), eles trabalham juntos para salvar a equipe.

    ANÁLISE

    Flores no Deserto

    Flores no Deserto é um K-drama emocionante por mesclar de forma tão competente os gêneros esporte, comédia romântica, drama e policial abrindo os questionamentos em torno de cada um desses núcleos e os encerrando de uma forma muito competente.

    Dentre os aspectos técnicos, a direção e as atuações se destacam por conseguirem de forma conjunto explorar os pontos fortes do argumento como as relações afetivas, superação ou o amadurecimento e as expectativas que surgem quando se atinge a vida adulta. 

    Nesse quesito, Baek Doo muito bem interpretado por Dong Yoon é o coração dessa história pela personalidade que muitas vezes pela sua ingenuidade se coloca em situações hora engraçadas ou difíceis mas sempre tem uma perspectiva otimista em relação a resolução. Esse tipo de carisma engrandece de forma bela a história pois as reflexões mais interessantes surgem deste tipo de personagem que tem uma compreensão de mundo um pouco diferente em comparação com os outros personagens da trama. 

    É muito interessante como o roteiro estabelece a conexão pelo aspecto da superação que existe na prática do Ssireum, um esporte tradicional que achei muito interessante pelas regras e a forma de competição entre os oponentes, com os dilemas da vida adulta como carreira, relações familiares e vida amorosa com suas idas e vindas.

    Assim como Yoo-kyung que é uma personagem que reforça o tom de mistério da trama pelas suas atividades com o clube de Ssireum, levando as outras tramas que tornam a história em um contexto geral muito interessante de acompanhar. 

    A construção do relacionamento amoroso que surge ao longo da narrativa acontece de uma forma sutil em paralelo com outros acontecimentos, tornando esse tipo de romance tocante por, de certa forma, não seguir alguns clichês; mas não deixa de lado o forte aspecto emocional em torno da conexão entre os personagens.

    E mesmo com diversas reviravoltas, lutas empolgantes, momentos engraçados e tocantes, o tema da resiliência seja através do esporte ou para os problemas da vida – como flores resistindo às adversidades do deserto – reflete nas jornadas pessoais de todos os personagens tornando o K-drama uma excelente história com um encerramento de aquecer o coração. 

    VEREDITO

    Flores no Deserto é mais uma boa produção asiática que chegou para o público ocidental, com uma história com diversas camadas conectadas por um excelente tema central. 

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer oficial:

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    CRÍTICA – ‘Bob Marley: One Love’ a voz do amor em tempos de guerra

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    Bob Marley: One Love é uma cinebiografia estrelada por Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch, James Norton e grande elenco. O longa conta a história de um dos músicos mais influentes de todos os tempos, cujas mensagens de amor reverberam até hoje. Dirigido por Reinaldo Marcus Green e produzido por Ziggy Marley, o longa nos conta toda um recorte da vida do artista, do anonimato como um jovem pobre na Jamaica, até o estrelato, em palcos do mundo todo.

    Ao longo do filme, acompanhamos a juventude de Marley, suas crenças e como estas moldam e guiam sua vida. Como um jovem abandonado por sua família, Bob, ou como era conhecido à época Robbie Marley encontrou na crença rastafári amigos, um lar e uma família.

    Alguns dos mais brilhantes aspectos do filme vem da caracterização do protagonista e como ele parece se sentir à vontade no personagem. Para além de uma simples homenagem, Bob Marley: One Love trata do legado de uma das mais brilhantes e potentes vozes de uma geração que mudou para sempre a história de um gênero e de uma nação.

    SINOPSE

    O filme celebra a vida e a música de Bob Marley, um ícone que inspirou gerações através da sua mensagem de amor e união. Pela primeira vez nos cinemas, o público vai descobrir a poderosa história de superação de adversidades e a jornada por trás da sua música revolucionária.

    ANÁLISE

    One Love

    Bob Marley: One Love retrata alguns dos mais importantes e sangrentos acontecimentos da história da Jamaica que se estende até os dias de hoje. Com uma mensagem de amor, união e fraternidade, One Love aborda a história de amor que Marley tinha não apenas de viver em comunhão com o mundo, como com o que acreditava até o fim de sua vida. Brilhantemente estrelado por Kingsley Ben-Adir, o longa reflete alguns dos mais inspiradores e belos momentos da vida de um artista, não deixando de fora seus erros e alguns dos pontos baixos de sua vida.

    Mesmo que aja como um recorte da incrível vida de um artista sem igual, o longa aborda detalhes importantes para seu desfecho, para ser mais específico, para dar uma importância aos acontecimentos na partição da Jamaica e na Guerra Civil que causou tantas mortes nos anos 70.

    Com uma mensagem de amor e carinho, o longa nos lança por como Bob Marley deixou de ser Nesta, se tornou Robbie e mais tarde, ao lado dos The Wailers, se tornou uma das vozes de maior importância do cenário mundial. As brilhantes atuações do elenco de apoio dão à Ben-Adir o espaço necessário para dar uma maior importância a seu Bob Marley. Ao que tudo indica, Rita Marley (Lashana Lynch) e Ziggy Marley têm uma importante voz na produção do longa, visto que alguns dos acontecimentos são tão íntimos quanto sensíveis. A profundidade do longa e como ele costura os acontecimentos com a obra de Bob Marley.

    One Love

    A mensagem da vida de Marley nos fazem entendê-lo como um mensageiro e às vezes como a mensagem em si.

    O rasgo que o colonialismo europeu causou na Jamaica e em quase todas as Américas se dão desde o século XVII. Tendo sido antes mesmo desta época disputada por espanhóis e ingleses. A independência da Jamaica se deu no ano de 1962, quando a coroa britânica se viu obrigada a deixar o país. E a partir deste momento, uma briga interna por controle teve início. Com dois partidos disputando eleições e causando uma guerra civil dentro do país, tudo era colocado em xeque à base de violência e tudo indicava que a música de Marley era a única coisa capaz de apaziguar os ânimos.

    Como um jovem negro, que cresceu diante da repressão causada por países que tinham como mero intuito explorar os recursos naturais das Américas, Marley se descobriu como o mensageiro cujas músicas que traziam mensagens de amor poderiam trazer a paz dos seus. Sua Redemption Song ecoa nos ouvidos deste que vos escreve depois de algumas horas de assistir o filme. As trilhas de Catch a Fire, Uprising, Burnin’ e o brilhante Exodus trazem mensagens que levam os espectadores além de uma experiência de cinebiografia comum, levando a todos nós à um diferente estado de consciência, admirando e vendo o mundo de maneira singular.

    VEREDITO

    De maneira respeitosa, Bob Marley: One Love registra o recorte histórico de um mundo ligeiramente diferente do nosso, partido não apenas pela Guerra Fria, mas também por uma Jamaica partida, em que conflitos armados e grande violência tomavam o país. Ao retratar alguns dos acontecimentos que mudaram completamente a trajetória de Nesta, o longa inspirador nos faz entender que mesmo por caminhos tortuosos, o mensageiro e a mensagem podem se tornar um só.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do filme:

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