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    CRÍTICA – Dynasty Warriors (2021, Roy Chow Hin Yeung)

    Após um longo período desde que o filme foi anunciado, Dynasty Warriors finalmente foi lançado na Netflix.

    O filme é a adaptação live-action da gigante franquia de games homônima, que também adapta o Romance dos Três Reinos, ambientado entre a Dinastia Han, a Guerra dos Três Reinos e a formação da Dinastia Jin (266 d.C.).

    O “Romance dos Três Reinos” foi escrito no século XIV por Luo Guanzhong e é considerado por muitos como uma das maiores, se não a maior, obra literária da China.

    SINOPSE

    Adaptado do jogo homônimo, Dynasty Warriors acompanha batalhas épicas entre senhores da guerra, estadistas e guerreiros. O filme apresenta o turbulento império da dinastia Han. O ambicioso Dong Zhuo controla todo o território e vários heróis da região surgem para desafiar seu poder.

    ANÁLISE

    Liu Bei, Guan Yu e Zhang Fei são três irmãos e servem como os nossos “comissários” em um mundo tomado por uma guerra sem fim, que têm como intuito tirar o tirano Dong Zhuo do poder.

    Dynasty Warrior é uma clara homenagem aos filmes de artes marciais chineses clássicos como A Armadura Invencível (1977), Combate Mortal (1978), A Jugular Blindada (1979) e, até mesmo, o recente O Clã das Adagas Voadoras (2004). A produção original da Netflix conta com um altíssimo orçamento, tanto para os efeitos especiais, como para os cenários megalomaníacos.

    Apesar de podermos notar em alguns momentos o chroma key, grande parte do filme foi gravado em cenários reais e áreas abertas, passando aos espectadores uma verossimilhança em relação à história.

    VEREDITO

    Dynasty Warriors

    Como o romance que deu origem tanto ao game, quanto ao filme, grande parte da ação da produção nos leva a terrenos por vezes místicos, enquanto aplaca em seus espectadores uma ojeriza imensa em relação aos principais vilões da história.

    Grande parte da direção do filme é inspirada imensamente tanto na estética, quanto na ação característica de filmes orientais. A direção de Roy Chow Hin Yeung, diretor de Knockout (2020), The Great Detective (2019), Rise of the Legend (2014) e muitos outros, mostra que há muito o que fazer em relação ao cinema nos dias de hoje. Também deixa claro que os filmes nos padrões estadunidenses precisam mudar, a fim de continuarem relevantes.

    Ao testemunhar uma história extensa, muito diferente das histórias às quais estamos acostumados, Dynasty Warriors é uma ode à cultura chinesa, assim como uma aula de história.

    Dynasty Warriors é uma adaptação da franquia homônima de games. O jogo mais recente, Dynasty Warriors 9, foi lançado em 2018 para PlayStation 4.

    Confira o trailer do filme:

    3,0 / 5,0

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    CRÍTICA – A Guerra do Amanhã (2021, Chris McKay)

    A Guerra do Amanhã é o novo filme original da Amazon Prime Video que estreia no dia 2 de julho. Estrelado por Chris Pratt e Yvonne Strahovski, a produção de ficção científica é dirigida por Chris McKay e roteirizada por Zach Dean.

    SINOPSE

    Um homem de família é convocado para lutar em uma guerra futura, onde o destino da humanidade depende de sua capacidade de enfrentar o passado.

    ANÁLISE

    A Guerra do Amanhã é o debut de Chris McKay como diretor de live-action. Anteriormente o seu maior crédito na direção era o filme de animação LEGO Batman: O Filme, além de estar creditado em alguns episódios de séries e filmes para a televisão.

    O roteiro assinado por Zach Dean lembra um pouco um estilo irmãos Nolan de roteiro. Uma equipe do futuro viaja para 2022 e avisa os humanos de que, 30 anos após aquele período, a humanidade está sendo dilacerada pelos alienígenas chamados de garras brancas. Restam apenas 500 mil humanos no mundo e em breve todos estarão mortos.

    Com isso, é instaurado um programa para levar adultos para o futuro, tentando assim vencer a guerra contra os alienígenas. Dan Forester (Chris Pratt), um ex-militar e atual professor de ensino médio, é um dos convocados para a missão e, a partir daí, vemos o desenrolar de toda a situação no futuro.

    A direção em um projeto como A Guerra do Amanhã precisa amarrar várias situações, pois é uma produção que mistura cenas do passado, presente, além de grandes sequências de ação. Acrescente aí milhões de alienígenas misteriosos que correm tão rápido quanto um velociraptor e você tem um bom desafio em mãos.

    A Guerra do Amanhã (2021, Chris McKay)

    O trabalho de McKay durante as cenas de ação é bem satisfatório, criando intensas cenas de combate entre os humanos e os garras brancas. Apesar de sentirmos, em alguns momentos, que os efeitos necessitavam de mais lapidação, as cenas de combate são divertidas e passam o senso de urgência necessário para a história. Yvonne Strahovski e Chris Pratt funcionam como equipe e é possível engajar na história dos dois ao longo da trama.

    Entretanto, é possível sentir o peso do roteiro nos diálogos mais dramáticos. Os clichês são potencializados pela direção de McKay, principalmente quando o foco está no rosto de Pratt, J.K. Simmons e outros atores do elenco.

    A trilha sonora de Lorne Balfe tenta entregar o fator épico que o filme busca, principalmente durante as clássicas descobertas de paradoxo criadas pela viagem no tempo. Entretanto, a constante quebra de clima para algo cômico, principalmente com o personagem Charlie (Sam Richardson), parece fazer com que o trabalho não cause grande efeito.

    Há uma tentativa, ao longo de toda a trama, de manter um humor leve que combine com Pratt. Entretanto, inúmeras vezes esse clima não funciona com o contexto da história, que requer uma postura diferente do personagem principal. Nessa tentativa, todos os outros personagens são arrastados para o clima “amenidades” em meio a um apocalipse que se desenvolve tanto no presente, quanto no passado.

    Tirando toda a parte blockbuster do longa, existem algumas narrativas interessantes que são exploradas, como a importância da família e o stress pós-traumático dos combatentes em guerras. Também é abordado, brevemente, os protestos em relação a uma guerra no futuro que não seria problema das pessoas do presente.

    Infelizmente, esses debates mais específicos não encontram grande espaço durante as duas horas e 20 minutos de duração do filme, o que acaba criando apenas cenas perdidas em meio à montagem, tornando-o mais longo do que o necessário.

    VEREDITO

    A Guerra do Amanhã é um pouquinho de Jurassic Park com Interestelar e, mesmo tendo muitos clichês, possui também pontos positivos. Além das cenas de ação, que eu já havia mencionado, o ritmo do filme é bom, garantindo que o espectador não fique entediado durante toda a sua duração. Gosto também da química do elenco, que está entrosado.

    Entretanto, é um longa que se perde no seu tom, querendo ser sério em alguns momentos e leve em outros. Essa falta de unidade acaba atrapalhando diversos momentos da trama, tornando as cenas e a história menos impactantes.


    2,5/5,0

    Assista ao trailer:

     

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    Jurassic World: Acampamento Jurássico | Tudo sobre a série animada

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    Na animação original da Netflix, Jurassic World: Acampamento Jurássico, seis adolescentes são escolhidos para vivenciarem uma experiência única em um novo acampamento na Ilha Nublar. Mas, quando os dinossauros começam a destruir a ilha, os campistas ficam sem contato algum com o mundo exterior. Agora, para se manterem vivos, eles precisam se unir rapidamente.

    OS PROTAGONISTAS

    DARIUS

    dariusDarius Bowman é o protagonista principal da série, ele é um adolescente afro-americano e um dos campistas do Jurassic World: Acampamento Jurássico e ganhou a chance vencendo um vídeogame com o tema Jurassic World, ganhando para si mesmo a oportunidade de participar da Ilha Nublar no verão de 2015.

    Seu personagem é dublado por Paul-Mikél Williams na versão original e por Arthur Valadares na versão em português.

    BROOKLYNN

    brooklynnBrooklynn também é conhecido como “Superstar” por Darius por ser uma personalidade famosa das mídias sociais e por isso conseguiu ingressos VIP para o acampamento.

    A personagem é dublada por Jenna Ortega (original) e Bia Menezes (português).

    Curiosidade: Na segunda temporada, depois de passar várias semanas na ilha, sua tintura de cabelo começou a desbotar e suas raízes revelam que a cor real de seu cabelo é castanho escuro.

    KENJI

    kenjiKenji é um convidado constante do Jurassic World e considerado VIP devido ao seu pai rico ser dono dos condomínios construídos na ilha, e como tal conhece as passagens secretas por baixo da ilha.

    O personagem é dublado por Ryan Potter (original) e Hugo Myara (português).

    Curiosidade: A interação de Kenji com o Compsognathus no episódio intitulado Fim da Linha é uma referência à interação de Dieter Stark com o mesmo dinossauro de O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997). Ambos usam um bastão elétrico no dinossauro e ambos são atacados. A diferença é que Kenji não interage com eles muito mais tarde, enquanto Dieter é atacado e morto por eles mais tarde no filme.

    YASMINA

    yazminaYasmina Fadoula, apelidada de Yaz, é uma jovem atleta patrocinada pelo Jurassic World e por isso foi convidada para participar do Acampamento Jurássico, antes dele ser aberto ao público.

    A personagem é dublada por Kausar Mohammed (original) e Tais Feijó (português).

    Curiosidade: Yasmina é a primeira personagem do Oriente Médio da franquia.

    SAMMY

    sammySammy Gutierrez é uma das convidadas para a experiência do Acampamento Jurássico. Seus pais são fazendeiros de gado, no Texas e fornecem alimento para os dinossauros carnívoros do Jurassic World.

    A personagem é dublada por Raini Rodriguez (original) e Jéssica Vieira (português).

    Curiosidade: Sammy compartilha seu sobrenome com Martin Gutierrez, um personagem exclusivo do livro Jurassic Park, de Michel Crichton, que também tinha um sotaque sulista distinto dos EUA. Não se sabe se existe ou não uma relação entre os dois personagens, pois o Dr. Gutierrez nunca apareceu no cânone dos filmes.

    BEN

    BENBen Fitzgerald Pincus é filho de uma funcionária do Jurassic World e graças ao trabalho de sua mãe com Simon Masrani, que, segundo ele, foi uma tentativa dela de ajudá-lo a vencer seus medos e fobias.

    O personagem é dublado por Sean Giambrone (original) e Enzo Dannemann (português).

    Curiosidade: Ben é conhecido por ter algumas fobias estranhas, como zoofobia, dinofobia, germafobia e um medo estranho de chantilly.

    TIMELINE DOS FILMES

    Jurassic World: Dominion | Filme não será o fim da franquia, diz o produtorA primeira temporada se passa logo no início de Jurassic World (2015) quando o parque entra em colapso após a fuga da Indominus Rex, durante a temporada de estreia da série os campistas chegam à ilha para terem uma experiência VIP poucos dias antes do parque ser aberto ao público.

    Na segunda temporada, os eventos ocorrem ainda em paralelo com o primeiro filme da segunda trilogia da franquia criada por Steven Spielberg.

    Já na terceira e mais recente temporada, Darius e seus amigos lutam pela sobrevivência no período que engloba o início de Jurassic World: Reino Ameaçado (2018).

    FIGURAS MARCANTES

    Nas três temporadas disponíveis no catálogo da gigante do streaming não vemos nenhum dos protagonistas dos dois últimos longas lançados até o momento, bom, pelo menos não do elenco humano. Mas Blue, a Velociraptor estrela da nova trilogia, obviamente dá as caras por aqui, bem como a velha T-Rex estrela da primeira trilogia e símbolo da franquia.

    VILÕES

    DR. WU

    Além da Indominus Rex, Jurassic World: Acampamento Jurássico trás o único personagem dos filmes para a animação: Doutor Wu.

    Dr. Henry Wu é um dos dois maiores antagonistas da primeira temporada da série Jurassic World: Acampamento Jurássico, o antagonista invisível de sua segunda temporada e um anti-herói na terceira temporada; além de ser o antagonista secundário de Jurassic World e Jurassic World: Reino Ameaçado é um dos dois maiores antagonistas da franquia Jurassic Park.

    Ele é o geneticista que recria os dinossauros em todas as mídias da franquia, sendo o engenheiro genético chefe da InGen.

    SCORPIOS REX

    O espécime inédito na franquia é um projeto secreto do Dr. Wu, criado depois da Indominus Rex (Jurassic World) e antes da Indoraptor (Jurassic World: Reino Ameaçado).

    A Scorpios Rex (Codinome E750), é um híbrido de dinossauro que foi congelado e mantido nos túneis secretos da InGen até escapar. Ele é o antagonista central da terceira temporada de Jurassic World: Acampamento Jurássico. Existem dois indivíduos: o primeiro clonado por Henry Wu , com o segundo sendo reproduzido assexuadamente pelo original.

    Descrito como um terópode de tamanho médio, menor do que o Indominus Rex e o Indoraptor, porém maior do que espécies como o Velociraptor.

    Suas características são fortemente deformadas e grotescas, incluindo focinho braquicefálico, olhos vermelhos com pupilas estreitas inseridas no alto do crânio, uma sobremordida proeminente, dentes irregulares e adornados com escamas negras. Além de possuírem espinhos venenosos nos cotovelos, cauda e pescoço devido ao seu DNA de peixe-escorpião, que pode se desprender e se fixar na carne do oponente de maneira semelhante à de um porco-espinho.

    As 3 temporadas estão disponíveis na Netflix.

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    TBT #131 | Como Treinar o Seu Dragão (2010, DreamWorks)

    Enfim chegou o dia em que minha ilustre namorada tanto pediu; hoje a indicação de TBT do Feededigno é o início de uma das franquias mais fofas e divertidas da animação: Como Treinar o Seu Dragão; que está disponível no serviço de streaming Paramount+.

    O elenco de dublagem original é formado por Jay Baruchel, Gerard Butler, America Ferreira, Jonah Hill, Craig Ferguson, Christopher Mintz-Plasse, T.J. Miller e Kristen Wiig; já a dublagem nacional conta com as vozes de Gustavo Pereira, Mauro Ramos, Luisa Palomanes, Paulo Mathias Jr., Cláudio Galvan, Charles Emmanuel, Caio César e Lina Mendes.

    SINOPSE

    Soluço (Jay Baruchel/Gustavo Pereira) é o filho de Stoico (Gerard Butler/Mauro Ramos), o bravo líder da Ilha de Berk que está determinado a mostrar ao pai que é um verdadeiro viking durante suas aulas na escola de luta contra dragão. Pelo menos até encontrar um dragão ferido e fazer amizade com ele.

    ANÁLISE

    Como Treinar o Seu Dragão é baseado no livro homônimo de 2003, da autora Cressida Cowell, produzido pela DreamWorks Animation e distribuído pela Paramount Pictures. O filme foi dirigido por Chris Sanders e Dean DeBlois a partir do roteiro de Will Davies, Sanders e DeBois.

    O longa se tornou um sucesso de bilheteria e crítica, sendo aclamado por vários críticos de cinema e faturando 494,9 milhões de dólares em bilheteria mundial; sendo indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação e de Melhor Trilha Sonora, mas perdeu para Toy Story 3 e A Rede Social, respectivamente.

    O sucesso do filme também inspirou outros produtos e adaptações, transformando-o em uma franquia.

    VEREDITO

    Depois de 3 longas, várias séries, games e até um especial de Natal, é impossível que alguém não conheça a franquia; Mas assistir novamente a primeira aventura de Soluço e companhia ainda é uma boa pedida, principalmente para um TBT.

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    Como Treinar o Seu Dragão está disponível no Paramount+.

    Para conferir nossas indicações anteriores do TBT do Feededigno, clique aqui.

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    CRÍTICA – Interrompemos a Programação (2021, Jakub Piatek)

    A Netflix acaba de lançar mais um filme original em idioma não inglês. A produção da vez é Interrompemos a Programação (Prime Time), um drama/suspense polonês com 1h32min de duração.

    O longa é dirigido por Jakub Piatek e conta com Bartosz Bielenia como ator principal. Bielenia ganhou notoriedade por sua atuação em Corpus Christi (2019), representante da Polônia na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2020.

    Interrompemos a Programação é falado em polonês, mas conta com versões dubladas em português, inglês, alemão e italiano, além de legendas nos mesmos idiomas. A crítica a seguir não contém spoilers.

    SINOPSE

    Na véspera do Ano Novo de 1999, um homem armado invade um estúdio de TV, faz reféns e tem só uma exigência: transmitir uma mensagem ao vivo.

    ANÁLISE DE INTERROMPEMOS A PROGRAMAÇÃO

    Interrompemos a Programação é interessante por sua dualidade. O filme polonês lida constantemente com aspectos micro e macro.

    O primeiro que acredito que merece destaque é a sua duração. Apesar de durar 1h32min, o longa é carregado de suspense que prende tanto a sua atenção a ponto de você acreditar que assistiu a um filme muito mais longo.

    A tensão é a responsável por essa experiência. Afinal, uma invasão a uma emissora de televisão com programação ao vivo por si já é uma história tensa. Entretanto, é preciso destacar o ótimo trabalho do jovem diretor Jakub Piatek, de apenas 36 anos.

    Piatek acerta ao escolher o também jovem Bartosz Bielenia para o papel principal. O ator de 29 anos transita muito bem entre diversas emoções, entregando cenas verdadeiras que mostram a determinação, a raiva, e as dúvidas de seu personagem, Sebastian, durante a trama.

    Interrompemos a Programação é um filme polonês de drama e suspense da Netflix, dirigido por Jakub Piatek, e conta com o ator Bartosz Bielenia

    Outro fator importante para a experiência tensa e sem enrolação é o uso de poucas locações para contar a história toda. O filme se passa praticamente apenas na emissora de TV, intercalando takes entre o local onde são feitas as transmissões e o estúdio onde ficam produtores e equipe técnica.

    O terceiro ponto que merece destaque é o contexto da transição entre 1999 e 2000. À época muitos acreditavam que o mundo passaria pelo Y2K, conhecido como o Bug do Milênio, que iria causar a pane em diversos sistemas, desde computadores pessoais até equipamentos responsáveis pela aviação e satélites no espaço.

    A expectativa por uma pane tecnológica em nível global fez com que muitas pessoas estocassem comida e outros mantimentos essenciais para sobreviver à catástrofe.

    Interrompemos a Programação contextualiza isso muito bem de modo breve, explicitando que a Polônia vivia a tensão não apenas pelo medo do Y2K, como também por descrença no governo local.

    O contraste da sociedade polonesa é explorado de uma maneira bem interessante ao eventualmente exibir um painel típico de emissoras de TV, em que programas da própria emissora e de outros canais são exibidos lado a lado. Então, em uma imagem é possível ver pessoas ricas celebrando o ano novo, enquanto logo ao lado as filmagens mostram pessoas protestando.

    Tensão na sociedade, tensão na vida dos personagens

    É inegável que situações positivas ou negativas em grande escala – como uma pandemia – afetam diretamente as vidas de todo mundo.

    As escolhas de quem está no poder, as políticas públicas (in)existentes e a (in)justiça social podem potencializar as alegrias ou as tensões do dia a dia, mesmo quando não podemos controlar tais ações macro.

    Tudo isso afeta a maneira como cada personagem de Interrompemos a Programação age. A produtora de TV Laura (Malgorzata Hajewska) está impaciente com a apresentadora Mira Kryle (Magdalena Poplawska), que por sua vez mostra descaso com os demais no ambiente.

    Interrompemos a Programação é um filme polonês de drama e suspense da Netflix, dirigido por Jakub Piatek, e conta com o ator Bartosz Bielenia

    Após consumada a invasão de Sebastian, o comandante da polícia interpretado por Dobromir Dymecki também se encontra em conflito com os negociantes Piotr (Cezary Kosinski) e Lena (Monika Frajczyk). Tudo isso culmina em uma série de decisões contrastantes que acentuam ainda mais o suspense.

    É preciso destacar também as boas atuações de Magdalena Poplawska e Andrzej Klak, intérprete do segurança Grzegorz, que também é refém junto com Mira. Ambos atuam em conformidade com as emoções de um momento tenso como um sequestro.

    Não é à toa que o diretor Jakub Piatek foi nomeado à categoria World Cinema – Dramatic do Sundance Film Festival 2021.

    VEREDITO

    Interrompemos a Programação é mais uma ótima produção em idioma não-inglês no catálogo da Netflix. A gigante do streaming acerta em ampliar suas produções originais dando espaço para culturas diferentes.

    Espero que a divulgação desse filme polonês seja ampla, pois com certeza agradará o grande público, especialmente fãs dos gêneros drama e suspense.

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer de Interrompemos a Programação:

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    CRÍTICA – Godzilla: Ponto Singular (1ª temporada, 2021, Netflix)

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    Godzilla: Ponto Singular é o novo anime original da Netflix sobre o monstro japonês. O anime é do estúdio Bones e Orange e dirigido por Atsushi Takahashi.

    SINOPSE

    Godzilla Ponto Singular acompanha a pesquisadora Mei Kamino e o engenheiro Yun Arikawa, dois jovens gênios que encaram uma ameaça sem precedentes na Nigashio City de 2030.

    Ambos ouvem a mesma música – uma música que os une e os leva a uma perigosa batalha contra uma força inimaginável. Um mistério deixado para trás por um pesquisador solitário, monstros aparecendo aqui e ali, um mundo tingido de vermelho. Para salvar a humanidade, os dois querem convocar Godzilla, o mais poderoso de todos os animais, e enviá-lo para a luta.

    ANÁLISE

    Nos últimos anos, o colossal Godzilla voltou a eclodir na cultura pop, em parte pelo MonsterVerse criado pelo estúdio Legendary nos cinemas, mas também pelo apelo popular que o kaiju tem entre os fãs. Sendo assim, é fácil entender o porquê outras produções buscam aproveitar a fama do monstro, ainda mais os animes japoneses.

    Consequentemente, o novo anime da Netflix sobre o Godzilla não busca reinventar o monstro, apenas apresentar suas melhores características com um texto afiado. Sendo assim, o anime se sobressai em narrativa, mostrando que entende de termos físicos e matemáticos para explicar seu universo. Com personagens interessantes, Godzilla: Ponto Singular consegue criar um senso de perigo em sua trama de ação.

    Em produções que tratam sobre monstros gigantes é muito fácil cair em estigmas, ou o monstro não aparece o suficiente ou a narrativa é fraca demais. O anime da Netflix consegue ficar no meio termo, pois é fato que Godzilla só irá aparecer mais para o meio do anime de 13 episódios. Contudo, até alcançar o monstro gigante, o anime é inteligente e esforçado.

    CRÍTICA - Godzilla: Ponto Singular (1ª temporada, 2021, Netflix)

    Ainda assim, alguns erros típicos das produções de anime da Netflix são visíveis. Quando finalmente Godzilla e outros kaijus aparecem em tela é notável a diferença entre o 3D e o 2D. Isso porque os monstros destoam do cenário e parecem não fazerem parte das cenas. A falta de detalhes também incomoda um pouco, uma vez que o mais interessante é perceber o quanto esses monstros são magníficos.

    Mas, de fato, são aspectos que não atrapalham por completo a narrativa do anime. Visto que o tom de mistério, que mistura aventura e ação, dita praticamente todo o anime. Sendo assim, Godzilla: Ponto Singular serve exatamente para os fãs do monstro japonês que desejam ver algo de diferente nas histórias sobre esse ícone.

    VEREDITO

    Godzilla: Ponto Singular traz para o currículo do kaiju mais uma produção com bons momentos de ação. Com personagens consistentes e um roteiro que se apoia em bases científicas, é um bom anime para conhecer mais uma das aventuras de Godzilla fora dos mares.

    3,0/5,0

    Assista ao trailer:

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